Fanfic: MALIBU: O CÉU É O LIMITE | Tema: VONDY

Olá chicas! Desculpem não ter postado capítulo ontem, estou com objetivo de postar 1 capitulo ao dia, e como não postei ontem, vou postar 2 hoje para compensar vocês. Sejam bem-vindas. Comentem!!

DULCE

Aqueles aplausos, todos abraçando Fernando me causavam ainda mais raiva.

— Mãe, a senhora tem que fazer alguma coisa. – Pedia, ao pé do seu ouvido já que o som estava alto.

— Não me estresse Dulce Maria. – disse entre dentes. — Fique feliz pela a promoção do seu pai, ele vai ganhar melhor, e Malibu não é muito diferente de Burbank. – Forçou um sorriso e saiu caminhando em direção ao papai.

Malibu não era muito diferente de Burbank? Minha garganta secou no mesmo instante, como ela poderia dizer algo assim. Burbank era o polo dos artistas, tem uma população com mais de cem mil habitantes enquanto Malibu tem menos de vinte mil, todo mundo deve se conhecer quanto em Burbank sempre está cheio de gente nova. Paul e Christina também seguiram para a comemoração da promoção de Fernando. Senti a mão de Pablo no meu antebraço para chamar a minha atenção.

— Dul, não fica assim, Deus sabe de todas as coisas.

Bufei irritada. — E como ficará a nossa relação? – cruzei os braços. — Os nossos sonhos.

— Não podemos trilhar o nosso caminho, Jesus já fez isso.

— Pablo por favor. – Fechei os olhos respirando fundo. — Sabe que existe o livre-arbítrio, ele sequer pensou em nos perguntar alguma coisa, tá mais pra o Fernando ser o Deus de nossas vidas.

— Não fale uma blasfemia dessas Dul.

Olhava para Pablo fixamente tentando compreende-lo, ele estava mesmo contente por essa promoção? Será que ele tinha algum problema mental e não havia entendido de que eu iria morar em outra cidade.

— E olha, é só quarenta minutos, posso tentar ir te visitar.

— Posso tentar?

Ri irônica daquela situação, se eu tinha alguma ideia de que talvez meu relacionamento com Pablo pudesse me salvar estava redondamente enganada. Pablo parecia realmente aceitar que estavam nos separando como se fossem planos de Deus, começo a duvidar de todas as suas palavras sobre nosso futuro na igreja, sobre os nossos filhos.

Por mais que Malibu fique há pouco menos de cem quilômetros de Burbank, conhecia Fernando o suficiente para saber que jamais iriamos a Burbank a passeio como supõe Pablo, tenho dezenove anos e nunca fizemos uma viagem em família sequer, tirando os retiros da igreja, sequer fizemos quaisquer passeios em família. 

Nada pude dizer a respeito da mudança, tudo que podia fazer era seguir as ordens de Fernand. Como se a situação não pudesse piorar sequer teríamos uma semana para se despedir de todo mundo, Pablo veio para me ajudar arrumar as malas e algumas caixas já que esse era o único tempo que teríamos para ainda ficarmos juntos. Anahí já havia me mandado uns três vídeos chorando, alegando ser uma brincadeira, porque por mais que fossemos distantes sempre tínhamos um a outra. Blanca, não disse nada, só me pediu que não causasse confusão e estragasse a alegria do ‘papai’. 

— The sky’s more blue in Malibu.

A empolgação de Cal estava nítida nas suas canções em que todas tinha uma citação sobre Malibu.

— Será que dá pra desligar essa porcaria? – pedi, travando a boca, após falar um suposto palavrão.

— Qual é Dulce? Porque todo esse mal humor?

— Vai dizer mesmo que não sabe Cal?

— Isso tudo é por causa do Pablo? – gargalhava com divertimento.

— Meu mundo não gira em torno do Pablo, e quanto a você, achei que queria ser famoso, artista de cinema. – Cruzei os braços.

— Malibu é o point dos artistas e turistas Dul, não seja tão negativa.

Cal bagunçou meus cabelos antes de ir carregar mais algumas caixas para o caminhão. Com pouco menos de quatro horas já estávamos prontos para irmos para tão sonhada Malibu, odiava despedidas, nunca gostei, nunca fui acostumada com isso. Era a primeira vez que estava a me despedir de toda a minha vida, da igreja, do Pablo, da Anahí, da minha cidade maravilhosa.

O caminho até Malibu me mantive em silencio somente observando as pessoas seminuas carregando suas pranchas a medidas que nos aproximávamos da entrada, já Cal não parava de pesquisar os pontos turísticos. – Que por sinal, já estávamos a quase quinze minutos em um engarrafamento, justamente por ser um tão belíssimo e conhecido ponto turístico da Califórnia.

E lá estávamos nós na nossa nova casa, era um complexo residencial com vista para o mar, 156m quadrados com três quartos, lareira ambiente, cozinha de jantar acoplada com uma janela com efeito estuda, uma garagem. Até que era agradável, ventilada e bem decorada. Cal subiu as escadas correndo para escolher o seu quarto, para mim tanto fazia, só precisava de uma cama para me afundar e chorar.

O condomínio era uma espécie de clube, o que quer dizer que além dos moradores pode existir alguns sócios já que é bem próximo a praia, mas, não tinha uma igreja. Porque quem liga para Deus quando se tem piscina, quadras e academias?

— Claudio, será que você pode atender. – gritou Blanca da cozinha. — Estou ocupada com as panelas.

A campainha tocou e aquilo era estranho, chegamos tem umas quatro horas e não havíamos saído para nada. Desci descer as escadas e abri a porta. Um homem bronzeado com seus dois filhos bronzeados que carregava um pequeno bolo com um sorriso estampado no rosto.

— Olá, nós somos os vizinhos. – começou o homem musculoso, dito cujo ainda não sei o nome. — Viemos dar as boas-vindas.

— Não seja tonto papai. – a menina tatuada com piercings em todos os buracos possíveis do rosto, seus cabelos loiros a deixavam bem sulista, tomou a sua frente. — Meu nome é Alexia, mas pode me chamar de Lexia. – me deu um abraço rápido sorrindo. — E estes são Poncho meu irmão e Alfonso, o meu pai sem jeito. E nós moramos ali. – apontou para casa conjugada vizinha a nossa.

Corei envergonhada, sabia que nós californianos éramos bem receptivos, porém não tanto a esse ponto.

— Desculpe nós o mal jeito da nossa filha. – pediu Fernando, cumprimentando Alfonso. — Entrem, por favor.

Blanca e Cal logo chegaram a sala para cumprimentar os nossos novos vizinhos. Alexia olhava ao redor, com um olhar curioso, Cal agarrou Poncho pelo pescoço até a varanda como se fossem amigos de anos.

—  Sente-se. – sentei-me no sofá, e Alexia sentou a minha frente. —  Então, meu nome é Dulce Maria, mas todos me chamam de Dul.   

Era péssima com apresentações, porém, não queria soar muito ridícula, mesmo sabendo que já estava sendo. Na cozinha escutava um pouco da conversa de Alfonso com Fernando e Blanca, ele era salva-vidas-vidas da praia e aquilo já gerou o interesse do papai, pois, nosso queridíssimo vizinho o ajudaria na busca pelos bandidos.

— E o tráfico no porto, é algo que tem chamado atenção...

A medida que Fernando falava sobre o narcotráfico do porto, era notório que Poncho ficava cada vez mais nervoso, Cal estava perdido demais nas tatuagens espalhadas pelo o corpo de Poncho para estranhar aquele comportamento, porém, Alfonso seguia tranquilo falando sobre a praia na qual trabalhava.

Enquanto isso, o silencio entre Lexia e eu se mantinha.

— Sou barman. – disparou Alexia e arqueei as sobrancelhas curiosa. — E você no que trabalha?

Nitidamente Alexia era mais velha, mas pouca coisa, diria que tenho 19 e ela seus 22 no máximo. E antes que pudesse responder, ela engatou em outras perguntas.

— Vocês vieram de onde mesmo? Desculpe meu mal jeito.

— Burbank. E não trabalhava, ajudava o meu namorado com a crianças da igreja, ele é filho do pastor.

Alexia me olhava com os olhos piscando rápido e segurando o riso, o que não era nada educado, mas compreensível.

— E o Cal, terminou negócios e finanças na Bury.

— Ouvi meu nome. – Cal e Poncho logo se aproximaram. — Me conte Alexia, as maravilhas de Malibu.

Bingo! Só Cal para salvar esse dialogo estranho.

— Malibu é o melhor lugar do mundo. – acrescentou Alexia. — Vocês vão adorar as festas, o festival de surf, o píer, o luau, os turistas.

— E claro, a loucura que os famosos transformam essa cidade. – disse Poncho, e obvio que aquilo deixou Cal animado.

Não precisava ser muito inteligente para perceber que Alexia e Poncho viviam uma vida totalmente diferente da vida que eu e Cal tínhamos em Burbank, com certeza Anahí se animaria com Alexia e sobre as possíveis festas, quanto a mim, tudo que queria saber, era onde tinha a igreja mais próxima, se correr o risco de ficar o dia inteiro em casa ajudando Blanca, posso jurar que irei enlouquecer. Poncho e Cal se deram super bem, Poncho era gerente e piloto ao que entendi, e poderia surgir um novo emprego para Cal no bar onde ele trabalha, já que é o mesmo ramo.

— Vocês poderiam vir com a gente para o luau amanhã. – convidou Poncho. — Seria uma ótima oportunidade de conhecer a galera.

A posso imaginar que todos se conhecem aqui em Malibu! Revirei os olhos irritada.

— Siiiim! Claro! Seria maravilhoso. – disse Alexia saltitante. — Uma ótima recepção.

Cal e eu se entreolhava, conhecíamos os nossos pais, não seria algo tão fácil de convence-los, mas não queríamos passar vergonha, então concordamos afirmando que iriamos ao luau, mesmo a % sendo bem pequena.