Fanfic: MALIBU: O CÉU É O LIMITE | Tema: VONDY

DULCE

Tudo que havia me acontecido nas últimas horas não parecia real. O turbilhão de emoções que Christopher Uckermann causava na minha vida não tinha explicação. Não consigo me reconhecer porque me sinto tão vulnerável a toda atitude sua, a cada palavra. Como suas atitudes oscilavam a cada instante. Na praia ele se afastou, mas depois me beijou. Isso ainda iria me enlouquecer por completo.

Após uma noite incrível com Christopher, nós acabamos dormindo no seu quarto, mas pela manhã não o vi no quarto e como previsto, durante o trajeto de volta a Malibu Christopher não me dirigiu a palavra nem mesmo quando o micro-ônibus parou no complexo para que Alexia, Poncho, Cal e eu descêssemos.

— Vovó. – disse Cal contente, ao abrir a porta e ver dona Olga na cozinha. — Que surpresa.

Meu estomago embrulho, lembrando a última conversa que tive com Blanca, mesmo Cal achando que a presença da vovó era algo bom, ele não perdia por esperar.

Como queria ter esquecido dessa triste realidade. Subi as escadas chorando, odiando aquela maldita cidade e tudo que ela trouxe consigo.

— Dul. – a voz de Cal abrindo a porta do quarto devagar. — Que foi isso? A vovó está sem entender nada lá em baixo.

Sentei-me na cama respirando fundo, porque tentei fugir daquela conversa por semanas desde que peguei Blanca e Alfonso aos beijos.

— A vovó está aqui não é algo bom Cal.

— Mas do que você está falando Dul?

— O motivo da vovó está aqui é porque a mamãe resolveu pedir o divórcio.

— M-as o-que?

— É isso mesmo, não adianta surtar ela está decidida sobre isso.

Omiti alguns fatos não sei bem como Cal reagiria ao saber da traição, mas provavelmente ficaria do lado do papai nesse jogo todo.

— Como não percebi isso? – Cal ficou de pé andando de um lado para o outro no quarto. — Sei que ando trabalhando muito, dormindo muito no Octopus, mas divórcio? O que mudou?

Continuei em silencio desviando o olhar do meu irmão, não suportava mentiras.

— Sei que o papai está trabalhando bem mais, sei que anda dormindo fora, mas a mamãe sempre lidou bem com isso, não?

O barulho da porta batendo no andar de baixo significava que não podia mais fugir daquela situação, Blanca gritava do andar de baixo, chamando a mim e ao Cal.

— Dul. – Cal me olhou antes de descermos. — Vai ficar tudo bem, eu prometo.

E lá estávamos nós naquela sala em uma conversa familiar. Blanca havia percebido que eu não tinha contado nada ao Cal e prosseguiu com o seu discurso vitimista sobre não suporta mais essa vida, sobre não ter uma vida de casada com o papai e sobre o porquê a vovó Olga estava em Malibu.

— E o papai? Onde ele está? Como vocês podem simplesmente decidir isso assim, do nada?

— Não foi do nada Cal... E vocês não tem porque se preocupar, nada vai mudar.

Ri sarcástica com o argumento de Marie.

— Já mudou não é mãe? – perguntei.

— Fernando vai continuar dormindo aqui, afinal, ele quase nunca está em casa mesmo não vai fazer diferença. Pelo menos até que ele encontre um lugar para morar e tudo se resolver judicialmente.

Cal levantou caminhando até a varanda em silencio, mas era notório a sua raiva. Quis gritar, quis jogar tudo no ventilador, quis dizer ao Cal que a culpa não era do papai como Blanca estava deixando transparecer, aquilo estava me sufocando. Sai correndo da sala de estar, parando na calçada aos prantos.

— Dul. – a voz de Alexia me chamou atenção.

Tomei o cigarro que estava em suas mãos, a nicotina poderia me ajudar não podia? Não sabia ao certo como fumar, mas tudo era melhor que aquele sentimento que estava dentro de mim.

— Está tudo desmoronando Lexia. – choraminguei ainda com o cigarro na mão.

— Primeiro, me dá isso? – pediu o cigarro, jogando-o fora em seguida. — Não sei o que está acontecendo, mas me diz como posso te ajudar?

— Eu preciso esquecer um pouco desse maldito inferno que se tornou a minha vida...

— Você quer ir comigo a um lugar cheio de adrenalina que pode ajudar a drenar toda a sua raiva?

Enxuguei as lagrimas me recompondo.

— Sim, acho que é isso que preciso.

— Tem um racha hoje, fique pronta as 21h.

— Um racha? Mas isso não é ilegal e perigoso?

Alexia deu de ombros.

— Às 21h.