Fanfic: MALIBU: O CÉU É O LIMITE | Tema: VONDY

No proximo capitulo o encontro com Christopher.

DULCE

Conhecer os nossos vizinhos ontem fora animador, na verdade, a princípio senti uma repulsa pela Alexia, mas depois de conversar com a Anahí comecei a ver um ponto positivo, Alexia era a minha chance de conhecer tudo aquilo que os jovens da minha idade já conhecem e que sempre tive curiosidade em conhecer.

Na manhã seguinte, ainda tinha bastante coisa para organizar o que não demorou muito, o barulho do mar era um calmante e com certeza aquilo era o melhor relaxante criado por Deus.

— Como está com Pablo? – questionou Blanca, terminando o almoço.

— Tudo bem, oramos juntos ontem à noite, bateu saudade de toda a minha vida.

Desde que toda essa mudança começou, fora a primeira vez que mamãe e eu sentamos para conversar sobre quaisquer assuntos. E claro, que ela perguntaria sobre Pablo.

— Não seja tão mal-agradecida Dulce Maria, não fale como se toda a sua vida estivesse perdida.

— Tudo depende do ponto de vista mamãe.

Como senão já bastasse Pablo tentando me convencer a ver um ponto positivo sobre toda essa mudança, tenho de suportar mamãe também. Fomos interrompidas por Cal adentrando a casa, suado e bem ‘queimado’ do sol.

— Dul, tenho uma notícia que pode te animar.

Umedeci os lábios mordiscando a boca por dentro, estava a flor da pele desde que nos mudamos.

— Tem uma igreja a uns três quarteirões daqui, deveria tentar ir ver, pode te deixar mais em casa.

O tom de deboche de Cal era suave já que Blanca estava presente, mas talvez ele tivesse razão, preciso me ocupar.

— Viu? – disse Blanca. — Tente se animar, Deus está em todo lugar.

Eles eram mesmo inacreditáveis, me incomodava um pouco que todos estejam felizes com essa mudança menos eu, é como se eu fosse a chata e ovelha negra da família, mas não é isso, é só que meus planos mudaram por completo e aquilo me assustada.

“Hey Giiiirl, já está pronta? A nossa carona chega daqui a 30 min”

A mensagem de Alexia no meu direct do insta me assustou, não lembro de termos trocado nossas redes sociais, mas hoje em dia não é muito difícil as pessoas se encontrarem. Pulei da cama olhando para o relógio e perdi completamente a hora depois do almoço. Antes que pudesse sair do quarto Cal abriu a porta eufórico, havíamos esquecido do principal: pedir permissão a Fernando e Blanca.

— Melhor desistirmos.

— Que? Mas de jeito nenhum, é um direito nosso. – argumentei, descendo as escadas.

Desde princípio sabia que Cal não teria coragem de enfrentar o papai, então, sabia que sobraria pra mim. Respirei fundo e lá estavam eles: os meus leões – vulgo meus pais, sentados no sofá da sala assistindo a algum jornal da cidade.

— Fale de uma vez Dulce Maria. – disparou Fernando, ainda com os olhos vidrados na TV. — A conheço desde pequena, sempre que quer alguma coisa faz essa cena toda.

— Cal e eu fomos convidados para ir a um...

— Não. – me interrompeu, antes mesmo que pudesse terminar.

— Será que dessa vez você poderia me deixar terminar? – aumentei o tom de voz. — Sempre faz isso, não nos dá o direito de dar uma opinião sobre nada e por isso estamos aqui hoje.

— Quem sustenta a casa?

E lá vamos nós para mais uma discussão, Cal sequer desceu as escadas para lutar junto comigo.

— Ah é isso que está em jogo ainda? Veja só, o senhor me colocou longe de tudo que amo, e sim, eu amava aquela igreja mais que a vocês dois, porque lá me sentia livre, diferente do que sinto vivendo nesta casa.

— Dulce. – interrompeu Blanca. — O que queria pedir?

Mamãe sabia que a aquela discussão acabaria ofendendo ambas as partes e sempre que papai e eu discutíamos o clima na casa não ficava muito bom, Fernando que já não ficava muito em casa, não vinha em casa nem almoçar e definitivamente para nós é totalmente indiferente já que quase nunca ele está presente.

— Alexia, a nossa vizinha e única pessoa que conheço nesta cidade, nos convidou para um luau na praia hoje, é uma oportunidade de conhecer novas pessoas.

Fernando ria irônico.

— Fernando, é...

— Vá! Mas não me responsabilizo por nada que acontecer. – Fernando levantou-se pegando as chaves da viatura. — Tudo que acontecer é responsabilidade inteiramente sua, Blanca.

Mamãe havia tentando interceder por nós, mas sempre tinha um preço a se pagar, e aquele era o preço. Fernando com certeza cobrariam o horário de chegada e caso atrasássemos um segundo sequer, seria a oportunidade perfeita para ele entrar em discussão com Blanca, o que era ridículo, ela não nos fez sozinha, se fossemos seguir por esse sentido éramos responsabilidade dele também.

Faltavam quinze minutos do horário da mensagem que Alexia me mandou pelo instagram. Não sabia bem como me vestir em um luau em Malibu, os luais da igreja eram bem diferentes e aposto que não chegam perto do que é o luau aqui. No horário marcado a buzina já me chamava atenção, desci as escadas e Fernando já estava na porta conversando com Poncho.

— A nove em casa.

— Não se preocupa pai. – disse Cal.

Alexia me olhava dos pés as cabeças, como previsto estava bem simples comparada a Alexia que estava toda maquiada e com muita bijuteria. Um short e uma camisa branca três quartos compunha o meu look do dia, sem maquiagem e uma trança na lateral o suficiente para um luau na minha mente e tudo que achei no google.

— Mana, que isso? – perguntou Alexia, já dentro do carro. — Depois vamos ter uma aula de moda.

E o seu jeito de falar me lembrou Anahí e até ri junto, porque o comentário de Alexia, seria algo que Anahí com certeza falaria também.

A medida que nos aproximávamos do local do luau, a casa era absurdamente linda e grande, tomava todo um quarteirão e era quase no final da cidade, o que me deixou um pouco nervoso no início. Pegamos um caminho estreito que nos dava acesso à praia e onde estava todo o resto do pessoal. E como previsto era um luau totalmente diferente da igreja. As pessoas tatuadas, com cigarro na mão e um copo de álcool do outro, a música, a dança corporal entre homem e mulher. E fiquei imaginando se era assim as festas que Annie frequentava. Uma revira volta nervosa no estomago, mas estava feliz, sempre tive curiosidade em saber como funcionavam estas festas e finalmente estava em uma. Mandei umas fotos para Annie do pessoal e do local da festa.

“- Aproveitaaaaaaaaa pirraia! Que sonho esses gatos, por favor, não me mata de vergonha guria.!”

Ouvi o áudio alto demais e Alexia gargalhou me olhando. Que vergonha!

— Gostei dela! – afirmou.

Impossível não gostar, só meus pais mesmo para não aprovarem Anahí. Alexia prepara um drink e comecei a observar mais o local que estávamos, era lindo, o pôr do sol era muito próximo, ao que entendi estávamos no píer da mansão de pedras, as lanchas com boate chamavam atenção como eles não tinha medo de cair no mar da forma que dançavam.

“Não seja careta”

A mensagem de Anahí na tela do celular me fez despertar dos meus devaneios como menina curiosa.

— Toma, não sei se já experimentou, mas sou a melhor barman que você irá conhecer nessa vida.

Alexia me entregou um copo com uma mistura que tinha cheiro de limão e cerveja. Beberiquei um gole pequeno e por pouco quase não cuspi fora, mas não poderia passar vergonha, então, tinha de passar a noite toda enrolando com esse copo.

— Vem, precisa conhecer algumas pessoas. – disse me puxando pelo pulso.

É, bem-vinda Malibu, Dulce Maria!