Fanfic: MALIBU: O CÉU É O LIMITE | Tema: VONDY

DULCE

Mesmo que quisesse internamente negar que a presença de Rebeca não me afetou, não poderia, esse sentimento que tinha por Christopher estava cada dia me surpreendendo cada vez. Por um instante desejei que Annie estivesse presente, ela é sempre uma fortaleza com esse meu complexo de inferioridade.

Quem nunca se sentiu ameaçada por uma garota que atire a primeira pedra. Principalmente quando essa garota é a autora de uma grande história de amor.

Maxwell mantinha seu olhar seguindo o meu olhar.

— Qual a sua relação com o Uckermann?

Fiquei cabisbaixa.

— Nenhuma. – e a minha própria resposta me fez refletir do porque estava me sentindo tão mal.

— Parece não ter ficado contente com a presença da loirinha, é alguém que não gosta?

— Não. – umedeci os lábios. — Na verdade, nem a conheço.

Maxwell parece ter ficado confuso e não o culpava. Quaisquer pessoas que presenciasse aquela situação de poucos minutos atrás, estranharia a minha reação.

— Será que tem ônibus para Malibu? – olhei para o relógio.

Max parecia decepcionado. Mas essa hora a minha vontade, não é fugir da situação. É só que começo a pertencer de que realmente estou rodeada de pessoas que não conheço. E não posso me incomodar com o passado delas assim.

— Achei que quisesse ver a competição.

Engoli seco envergonhada, porque quando Alexia nos convidou foi com esse propósito a viagem, mas no fundo, meu coração sabia que não era esse o meu objetivo de vir nesta viagem.

Tudo que eu queria era estar próxima de Christopher.

Essa é a real razão de estar aqui.

— Acho que estou sendo invasivo demais. Irei vê um ônibus ou trem que sai nas próximas horas.

CHRISTOPHER

A brisa do mar batia contra os meus cabelos, enquanto os pensamentos tocavam fogo como o próprio sol. Estava no terceiro cigarro em menos de uma hora.

Rebeca Dawson era a culpada de tudo isso.

As memorias da época dos meus vinte voltaram a tona como se tivessem apenas pouco de dois meses acontecido. Estavam vivas como nunca imaginei que ainda estivesse. Fora tudo muito rápido, Hank – pai de Rebeca – ficou muito próximo da verdade, Rebeca que até então achava que era inocente, sabia demais.

E como um piscar de olhos. A bomba explodiu.

Genaro mata Hank e toda a minha história de amor com Rebeca desmorona.

Até hoje Rebeca não sabe ao certo quem matou o seu pai, mas ela não voltou por acaso, não fora uma surpresa como acredita Alexia, ela está aqui com algum proposito.

Olho ao longe Dulce saindo às pressas do restaurante sozinha, e lá estava mais um problema. Sei que a minha reação a presença de Rebeca a incomodou, e não poderia colocar o plano a baixo.

**

Abri a porta do quarto e Dulce estava sozinha. Os cabelos presos em um rabo de cavalo, caminhava rápido em direção a cômoda, pegando suas coisas e colocando dentro da mala. Ignorando completamente a minha presença ali.

— Porque está arrumando a mala? – a questionei adentrando o quarto fechando a porta.

— Max está me esperando para pegarmos o ônibus. – respondeu ainda sem me olhar. — Cansei daqui.

E lá vamos nós para mais um drama adolescente.

Inspirei fundo passando a mão entre os cabelos.

— Dul, desculpas. – a segurei pelo antebraço, impedindo que ela continue com essa loucura de arrumar as malas. — Mas você não entenderia o que aconteceu no passado...

— Não preciso de muito para entender, Christopher. – interrompeu-me. — Eu vi a tatuagem.

Ótimo, ela estava com ciúmes de uma tatuagem? Que nem eu mesmo sei a razão de não ter removido ainda.

— Logo, não preciso de uma longa história para entender qualquer coisa.

A soltei e ela continuou arrumando a bolsa.

— Sabe que se pegar um ônibus vai demorar cerca de seis horas para chegar a Malibu, o que é ridículo, não precisa desse drama todo.

— Drama? – ela riu sarcástica fechando a bolsa.

— Foi com você que dormi essa noite, Dul. – a lembrei.

— Mas não é por mim que seu coração bate mais forte, Christopher.

Dulce saiu do quarto arrastando a pequena mala e com a mochila nas costas. E ela tinha que me desculpar, mas tudo isso aconteceu antes de ela existir, ela precisava entender. Mas não tinha cabeça para isso no momento. Então a deixei ir.

Daxton precisava do meu apoio.

**

Na manhã seguinte lá estávamos torcendo pelo Daxton em uma mais etapa do campeonato de surf.

— Não precisa ficar tão distante, ela não é nenhuma cobra. – disse Poncho, ao me observar um tanto distante de onde estava o grupo, devido a presença de Rebeca.

— Mas é completamente ofensiva.

— Cadê a Dulce?

— Foi embora, e quer saber? Foi melhor assim, não estou com cabeça para adula-la nesse momento.