Fanfic: MALIBU: O CÉU É O LIMITE | Tema: VONDY

DULCE

Aquela madrugada depois que Christopher me deixou em casa, não consegui conversar com ninguém, tampouco consegui dormir. Tudo que conseguia pensar era porque a Annie me esconderia algo assim? Sempre fomos amigas fieis, confidentes uma da outra. Sempre tentei ajuda-la da forma que estava ao meu alcance. A noticia da morte de Mark passava no jornal a cada meia hora.

— Por meses não a reconheci. – a voz chorosa de Marichelo, no andar de baixo me fez evitar de descer as escadas. — A Annie estava usando drogas. – arregalei os olhos com tamanha mentira que ela contava a minha família. — Mark era uma boa pessoa, estava aqui tentando me ajudar a encontrá-la.

Mas que mentirosa!

Como uma mãe pode falar assim da própria filha? Como uma mãe pode não defender a própria filha?

Esperei um tempo até que Marichelo se despediu de Olga e Blanca, e segui até a igreja.

— Um absurdo, os jovens de hoje em dia...

Ernestina comentava com Max a respeito do noticiário do jornal. E foi quando percebi que não tinha cabeça alguma para ajudar na igreja hoje. Queria defender Annie, dizer que foi legitima defesa, mas não queria acusa-la como Marichelo fez, não antes de saber o que está acontecendo.

As lagrimas vieram.

— Dul. – a voz de Christopher no meio do caminho, fez-me parar a caminhada de volta para casa. — O que houve? – perguntou segurando no meu antebraço.

Permaneci em silêncio.

— Isso é pela Annie?

Continuei em silencio segurando as lagrimas.

— Que tal uma volta na praia, para conversarmos melhor?

Porque Christopher decidiu ser tão bom comigo agora? Porque ele simplesmente não poderia me dizer onde está a Annie, me levar a até ela, se é que ele realmente sabe onde ela está. Entrei no carro com Christopher, ele colocou uma musica de fundo calma e seguimos ate o píer.

O clima do mar realmente acalmava todo e qualquer furacão que acontecia dentro de mim nesse exato momento. Christopher estava belíssimo, com óculos escuros e chupando um pirulito de morango olhando em direção ao mar ainda em silencio.

— E então, vai me contar o que está acontecendo? – questionou finalmente me olhando.

— Coisas minhas. – forcei um sorriso. — Mas, acho que preciso de um emprego.

— Aposto que nunca trabalhou na vida antes.

— Não, mas desde que cheguei a Malibu fiz e vivi coisas das quais nunca tinha feito e vivido antes, então. – dei de ombros.

— E o que pensa em trabalhar?

— Não sei, sempre sonhei em ser cantora, nunca cogitei outra profissão.

— Mas aqui na Califórnia não é tão difícil, está cheio de produtores por todos os lados. Posso ate te apresentar um se quiser.

— Acho que posso me virar sozinha.

Christopher estava sendo legal demais, porque ele oscila tanto nos sentimentos? Uma hora finge que não se importa comigo e outro hora quer me ajudar?

— Desculpa. – disse Christopher me encarando. — Desculpa por toda essa confusão que causei na tua vida.

— Acho que não é o melhor momento.

— Já passou do momento Dulce, e bom, nós não temos bons momentos.

Franzi o cenho confusa, ele estava dizendo que todos os beijos e amassos foram ruins, é isso?

— Eu só queria entender um pouco mais você, Christopher.

— Não queira Dulce, sou complicado demais.

Isso eu já tinha percebido.

— Só não me afasta de você, ta?

Christopher me puxou para um abraço forte e esquisito, fechei os olhos com aquele carinho inesperado.

**

Pelos meus cálculos já tem uns cinco dias que a Annie não dá sinal de vida por Malibu e decidi não insistir mais que para Christopher me diga onde ela está, Cal não parecia preocupado – o que demonstra que talvez ele saiba de algo, mas também prefira não me contar. Fernando disse que Annie já é considerada uma fugitiva da lei e a maior suspeita do caso diante do depoimento de Marichelo e por ter fugido.

Ao sair para jogar o lixo na lixeira, vi Christopher com Paco próximo a piscina do Complexo Residencial, que esqueci que também é um clube e que os Uckermann eram donos. Inclusive, só agora consigo reparar que Poncho tem dias que não aparece em casa e também não o vejo com Christopher há dias.

— Dulce. – a voz de Alexia ao meu lado me fez desviar o olhar em direção a Christopher.

— Oi Lex. – sorri de canto.

— Que tal um drink? Tem tempo que saímos juntas.

Mordisquei os lábios confusa.

— Os meninos estão ali, estava indo me encontrar com eles, e então, vamos?

E então lembrei do pedido de Christopher na praia “só não se afasta de mim” e no fundo não queria mesmo me afastar dele. E então, concordei em ir com Alexia até a piscina.