Fanfic: MALIBU: O CÉU É O LIMITE | Tema: VONDY

CHRISTOPHER

Não esperava progredir tão depressa com Dulce, na noite passada comecei a entender melhor porque ela estava tão na defensiva, instigava a sua curiosidade desde o princípio. Sei que esperava por uma atitude minha ontem, mas não poderia, não esqueci do fato de que ela havia bebido e as emoções estavam um pouco a flor da pele e que ela tinha um namorado em Burbank. Não quero que me veja como um bad boy que ela julgou que fosse.

Cheguei ao Octopus e Alexia já estava arrumando toda a bagunça que o pessoal fez noite passada, com a maior cara de noite mal dormida.

— Ucker. – ouvi-la gritar distante, ao me ver caminhar em direção ao escritório para conferir o faturamento. — Vem já aqui.

Já sabia o assunto.

— Não rolou nada antes que pergunte, fui só a leva-la em casa.

— Você e o Poncho estão me escondendo alguma coisa, e precisam me contar o que é, caso contrário...

— Caso contrário e blábláblá, negócios Lexia, negócios.

Alexia saiu de trás do balcão que limpava alguns copos, caminhando atrás de mim, me segurando pelo antebraço.

— Ucker, por favor, ela não.

— Vai por fim, não foi uma opção minha Alexia, Genaro me pediu esse favor, ela é filha do novo xerife.

— Achei que já tivessem um acordo com ele, como fora com o outro.

— Obviamente não temos, caso contrário não teria contrato o Cal e tampouco estaria suportando toda grosseria daquela criança.

— Você é um ótimo ator, Uckermann. – cruzou os braços incrédula. — Por pouco achei que estivesse realmente caidinho por ela.

— Alexia ela é uma menina, uma criança que ficou bêbada com dois copos de cerveja, e eu sou...

— Christopher Uckermann. – interrompeu. — Mas precisa mesmo disso?

— Está com ciúmes?

Alexia gargalhou desviando o olhar do meu, a conhecia muito bem, estava com ciúmes.

— Quantas vezes me viu namorando Lexia? – permaneceu calada. — Exatamente. – estendi os braços irritado. — Achei que o Poncho havia contado que estamos sendo investigados, e que a transferência de xerife fora por isso, porque o caso não saia do canto.

— Ela tem um namorado.

— Que parece não amar.

— Ucker, ela é cristã.

— Que bebe e fuma, desviada?

Alexia soltou os braços colocando as mãos na cintura.

— Ela me levou pra dentro da casa dela ontem.

— Fala baixo, Cal está dormindo no quarto em cima. – olhei para o andar de cima, certificando-se de que estava tudo normal.

— Que menina cristã faz todas essas coisas Lexia? Ela não passa de uma hipócrita. – caminhei de um lado para o outro. — Se eu quisesse eu a teria beijado, porque ela ansiava por isso, se eu quisesse teria dado até passos a mais...

— Christopher, por favor, ela é gente boa, ela é chatinha as vezes, mas é uma boa menina e não tem nada a ver com todo esse mundo que a gente vive, ela não sabe dos casos do pai, o odeia por terem se mudado.

— Não tenho culpa dela ser filha de quem é Lexia, e lhes peço, não banque a protetora, não desta vez.

— Só peço que não faça nada que ela não queira.

Não respondi, não queria entrar em uma discussão que sempre retoma a um passado fatídico com Alexia.

DULCE

Algo estranho havia acontecido aquela noite, algo dentro de mim havia mudado. É como se eu não fosse mais a mesma Dulce que saiu de Burbank, fazendo e sentindo coisas das quais sempre abominei de certa forma.

Trai o Pablo indiretamente ou diretamente, não sei.

Na manhã seguinte, levantei rápido da cama, e mesmo com toda dor de cabeça dos drinks da noite passada, precisava me confessar. Sai de casa antes mesmo de ver se Fernando já tinha voltado e se Blanca também já tinha voltado, o quarto do Cal estava exatamente igual há três dias desde que começou a primeira fase do campeonato que durava doze dias.

— Ernestina. – a vi arrumando a igreja para o culto mais tarde. — Pastor James está?

— Sim querida. – me olhava preocupada. — Está lá dentro, está tudo bem? Parece nervosa.

— Sim, está tudo bem, só um sonho ruim.

Depois de abrir todo o meu coração com o pastor James me sentia mais calma, ele me aconselhou a uma semana de limpeza espiritual para que coloque os meus pensamentos em ordem e me reconecte com o meu interior.

E aí me veio a ideia, de ir a Burbank, visitar o Pablo e a Annie, como também, ver as minhas crianças da igreja.

Sai da igreja mais calma e me surpreendi ao ver Christopher carregando umas caixas na entrada da igreja, olhei para o relógio e ainda não eram nem nove da manhã, o que ele fazia aqui?

— Olá Dulce. – cumprimentou e só pude observar a cor dos seus olhos castanhos no sol.

— Oi Christopher.

Sai antes que pudéssemos começar qualquer tipo de diálogo.

— Dul. – ouvi ele me chamar e posso jurar que ele está caminhando bem atrás de mim. — Ei, espera.

Christopher parou a minha frente e evitei encara-lo respirando fundo.

— Isso é pôr ontem à noite? Fiz algo de que não gostou?

— Não, você não tem nada a ver com isso.

Disparei nervosa demais, na verdade, ele tinha tudo a ver com isso, ele e essa maldita mudança para Malibu.

Christopher me olhava confusa, buscava pelo o meu olhar, o olhar que estava evitando desde que o vi saindo do carro a alguns minutos.

— Posso te levar em casa.

— Não, não preciso de carona. – passei por ele, voltando o meu caminho, mas Christopher não parecia convencido e voltou a caminhar ao meu lado.

— Me desculpe pela a dança, por ter passado dos limites.

Ria por dentro, dos limites? você não ultrapassou nenhum limite, quisera eu que tivesse ultrapassado. Mer;da! O que você está pensando Dulce Maria?

— Christopher, está tudo bem. – parei de andar. — Só acordei triste com saudades de Burbank, é só isso.

O silencio permaneceu.

— O que faz aqui tão cedo? – perguntei curiosa.

— Vim entregar as doações da senhora Emília.

— Ah legal. – sorri, finalmente tendo coragem para olha-lo. — Nos vemos depois.

Ao chegar em casa, notei que Blanca já estava na cozinha e o papai ainda não havia voltado do plantão. Mamãe me cumprimentou e estava nervosa, já derrubou o copo com água três vezes, talvez com medo de eu pergunte onde ela estava na noite passada.

Mas mil coisas passavam na minha mente, não queria mais uma preocupação.

— Mãe, precisamos conversar.

— Dulce, não sei o que está pensando, mas bom...

— Preciso ir a Burbank.

— O que? – parecia surpresa. — Seu pai não deixaria, ele está em um caso intenso por hora.

— Notório, mas preciso ver o Pablo, a Annie e as minhas crianças, estou infeliz aqui, será que não deu pra perceber?

— Filha, sabe que pode sempre conversar comigo, achei que a nova igreja estava...

— Eu adoro a igreja, mas não é a minha igreja em Burbank, meu relacionamento com Pablo está indo por água a baixo e já não sei mais o que fazer, ele acredita que sejam os planos de Deus, mas não enxergo assim...

Disparei e as lágrimas vieram, não sei se pelo o que eu estava realmente sentindo ou por tudo mesmo que acabei de falar.

— Vamos a Burbank.

Enxuguei as lagrimas surpresa com Blanca, ela estava sempre ao meu lado nos últimos tempos.

— Não sei como, podemos ver se o Cal pode nos levar.

— O Cal está empolgado demais com o restaurante e fico feliz que ele tenha achado algo que goste de fazer.

— Darei um jeito, não se preocupe.

— Obrigado mãe. – disse abraçando-a.