Fanfic: Uma viagєm sєm volta. ▫▪▪

Aula terminou, então fui desocupar o meu armário. Não ia deixar minhas coisas ali durante um mês!
Fui até meu armário, peguei minhas coisas. Quando estava voltando, adivinha em quem eu esbarro? Sim, exatamente, nele!
Eu estava voltando dos armários e ele subindo o lance de escadas, resultado: nós nos esbarramos e eu caí sentada, que mico! Os livros espalhados no chão e eu morrendo de vergonha. Ele, em um ato de gentileza pegou meus livros, os empilhou e estendeu uma de suas mãos para me ajudar a levantar.

- Ai, desculpe. Eu não te vi... – Eu dizia já em pé. Soltei rapidamente sua mão quando levantei. Imagino que meu rosto não devia ser muito diferente de um tomate àquela hora.
- Magina. Não foi nada, eu subi correndo – Quando ele terminou de dizer, olhou em meus olhos e pegou em meu ombro – Você está bem, se machucou?

Paralisei no mesmo instante. Ele olhou tão profundamente em meus olhos que parecia que podia ler minha mente, se ele tivesse o ouvido bom, teria escutado o disparar do meu coração.
- T-tá tu-tudo bem sim, obrigada...
- Bom. Como você estava descendo creio que já vá embora, eu ainda tenho que esvaziar meu armário. – Ele sorriu – Então ótimas férias para você.

Sibilei um "para você também", mas era tarde de mais, ele já havia sumido sobre as escadas.

Ele era mais lindo pessoalmente, tão... Tão... Diferente! Tinha um "algo a mais". Podia ser um vampiro, com certeza podia, mas ele não é. A pele dele era quente, como a de um cobertor. E a pele de um vampiro é fria como a neve, era impossível...
E assim acaba definitivamente minhas aulas, com chave de ouro...

- Um mês depois...

Minhas férias foram boas, meus sonhos melhores ainda. Tive sonhos com aquele esbarrão... Poxa eu quero ser amiga dele, quero conhecê-lo! Não deve ser tão difícil, eu sento ao lado dele, preciso puxar algum assunto, pedir emprestado um lápis sequer!

As aulas chegaram e vocês precisavam ver o professor de Inglês que entrou agora, o professor mais lindo que eu já vi na minha vida! Muito novo para um professor, mas extremamente lindo.
 E não é que aquele lindo professor não tirava os olhos de mim?
Estranho, todas as perguntas ele fazia para mim, assim que entrou na sala perguntou meu nome...

Kaname, ele se chamava.

Quase acabando a aula dele, deu a seguinte tarefa:

- Sentem em duplas e conversem como foram suas férias, aproveitem esse restinho e aula para colocar as fofocas em dia!

Ele falou dupla e eu logo pensei "ótimo, quem sobrar eu sento, como sempre", já que minhas amigas eram de outra sala. Mas meus pensamentos foram cortados por um barulho de carteira arrastando no chão, virei e quase não acreditei!
Peter estava colando a carteira dele na minha e todo sorridente perguntou:

- Oiii Marie. Como foram suas férias?

Fiquei o olhando surpresa, ele reparou.

- Te assustei? Se quiser eu saio...

- Não! Fica, não me assustou, pode ficar...

Nessa hora eu segurei em seu braço, e imediatamente ele olhou no relógio. Não entendi o porquê já que um minuto atrás eu havia dito a hora em voz alta pra menina que tinha me perguntado, mas isso não importava.
Outra coisa muito estranha é que quando o Peter se aproximou de mim, o Kaname o olhou tão feio, com um olhar tão esquisito chegou a franzir a testa, e o Peter correspondeu a esse olhar... Será que eles já se conheciam?

Ficamos aquele restinho de aula conversando, por sorte a professora de português tinha faltado, mais 45 minutos de pura conversa!
Parecia que nós nos conhecíamos há séculos...
Eu consegui o que queria me tornei amiga dele, ele pegou confiança em mim, pude ver isso nos olhos dele, naqueles lindos olhos dele.
Fiquei sabendo por que ele veio pra cá só em junho, a casa dele foi atacada por uma vampira, matou sua mãe e sua irmã, deixando apenas ele e o pai vivo, coitado. Ele ficou com a cabeça baixa enquanto dizia, eu não me segurei e o abracei, e ele correspondeu, me abraçando forte. Ele encostou o nariz em meu pescoço, meu corpo gelou na hora, confesso, mas me lembrei do quão quente sua pele era, então respirei. Depois do abraço ele olhou no relógio novamente, toda vez que ele me tocava ele olhava naquele relógio, ele precisava ver as horas tantas vezes assim?

-

Com o passar dos dias nos tornamos amigos íntimos, já tinha conhecido seu pai, meu sogro e ele, minha família.
“Sogro”, sim, eu disse sogro. Eu infelizmente misturei amizade com algo mais.
Mas era inevitável não fazer isso! Ah, eu não tive culpa. Era como se tudo nele me prendesse de algum jeito, a voz, o sorriso, os olhos, o jeito de ser em si...

Minha avó tem uma casa em Minas, passo todas as férias de fim de ano lá, esse ano não tem como, porque minha casa está em reformas, então só vou eu, e por incrível que parece minha mãe deixou o Peter ir junto! Será muito legal, não vejo a hora! Mas não vamos ficar sozinhos naquela casa, meus avos estarão lá, e mesmo que não estivesse, não iria acontecer nada, somos amigos e ponto final! Mas isso só vai acontecer no final do ano, já estou contando os dias...

Próximo: Capítulo 3 – Aniversário e o presente inesperado.