Fanfic: Uma viagєm sєm volta. ▫▪▪

~ Setembro.

~ Outubro...

17 de outubro. Chegou!

Ah que emoção, meus 16 anos chegaram, finamente!

Acordei às 6 horas como sempre, só que dessa vez de um jeito diferente e inesperado, com um café na cama e com um abraço apertado, nem vou falar de quem.

Foi lindo, aquelas mesinhas de café na cama, com bolo de chocolate, meu favorito! Ele me abraçou e disse ao meu ouvido:

- Parabéns minha linda! Muitas felicidades pra você, minha melhor amiga!

Não gostei do ‘melhor amiga’, mas era o máximo que eu podia ser. Então eu me contentava com isso, e tentava ser a melhor amiga que alguém pudesse ter.

Me arrumei e fui pra escola.
Só a Kate e a Bia sabiam de meu aniversário então fui sossegada sem medo de tomar ovada ou coisa do tipo.

Não podia negar, eu queria que chegasse a ultima aula, desde a chegada do Kaname, Inglês se tornou minha matéria favorita.

~

Faltando em média 20 minutos para o final da aula. Eu escuto uma linda voz pronunciar meu nome.

- Marie, por favor, poderia me acompanhar? Já arrume seu material.

- Claro professor...

Não entendi o porquê ele me chamou. Não tinha nenhuma lição ou algo desse tipo para fazer. Confusa, eu o segui, não até longe.
Assim que nós saímos da sala, ele fechou a porta e parou na minha frente. O que ele queria me dizer fora da sala? Eu não sabia... Não sabia até ele me puxar pelo braço e me encostar na parede. Meus olhos se arregalaram imediatamente, mas ele não percebeu. Estava distraído enquanto retirava uma caixinha pequena e almofadada do bolso.
Com a caixinha vermelha nas mãos, ele levantou seu rosto e me olhou, me indicando a caixinha na palma de sua mão.

- Feliz aniversário, minha melhor aluna.

Fiquei sem reação. Ele estava mesmo me dando um presente?
Demorei um pouco para me estabilizar. Peguei a caixinha e abri cuidadosamente, e meus olhos brilharam quando avistaram o que havia lá dentro.
Era um colar lindo! Com uma corrente fina, e um pingente de coração, todo cravejado de pedrinhas brilhantes.

- Que isso professor, não precisava tanto... – Eu já estava vermelha.

- Não me chame de professor, pra você é só Kaname, e claro que eu precisava, ou você acha que eu esqueceria o seu aniversário?

- Nossa, eu nunca imaginei ganhar um presente de um professor... O colar é lindo, obrigada...!

Assim que ele me escutou, passou rapidamente um de seus braços pela minha cintura. Agora que eu estava mais surpresa ainda. Sem ligar para minha cara de assustada, ele me puxou para perto de seu corpo, desgrudando minhas costas da parede, e me colando a ele. Eu estava tão perto, que podia sentir sua respiração. Ele me olhou nos olhos e sorriu.

- Isso é fácil, é porque eu não te considero como uma aluna. – Ele dizia com uma naturalidade incrível, como se estivesse falando com sua namorada, e não com uma aluna.

- Uau, eu não sei o que dizer... – Eu mordi o lábio e desviei o olhar para baixo. Mas imediatamente com a ponta de seu dedo, Kaname levantou meu queixo, me obrigando a olhar pra ele.

- Porque você se controla?

- Como assim, me controlar?

- Sim. Esse teu gesto de morder os lábios, é como se estivesse se controlando – Enquanto ele dizia, subia com os dedos do queixo até os meus lábios. Meu coração parecia que ia explodir àquela hora. Percebi que a pele dele era ao contrario da do Peter, era fria, muito fria. Talvez fosse porque estava muito frio aquele dia, se ele fosse um vampiro, já teria me atacado.

- Puxa, estou surpresa, acertou. Já que sabe tanto sobre mim, porque não fala do que eu estava me controlando? - Eu estava começando a jogar, querendo ir logo ao prêmio.

- Outra pergunta fácil, você está se controlando para não fazer isso...

O prêmio tinha chegado, era bem melhor do que o esperado.
A mão na cintura apertou-se, os dedos deslizaram até a nuca, arrastando meus cabelos junto. Ele fechou aqueles lindos olhos castanhos e sem hesitar me beijou, de um jeito digamos... Inexplicável.

Ele é louco, faltavam no máximo 5 minutos para bater o sinal! E se alguém visse? Um professor beijando uma aluna no corredor?
Quem se ferraria, seria ele, a menor de idade aqui sou eu!
E também não tinha como ignorar aquele beijo, parecia que eu estava sonhando. Como alguém tão lindo assim tinha se interessado por mim? Eu não entendia! Aquela frase que ele disse não saia da minha cabeça... "não te vejo como uma aluna".
Não contei e nem pensei enquanto o beijava, mas já estava demorando... Não que eu estivesse reclamando, com certeza não estava, mas eu estava preocupada com alguém ver.

Ele desgrudou os lábios dos meus apenas por um instante, quando os deslizou até meu pescoço e ficou inalando, como se estivesse cheirando um perfume.
Nesse exato momento o sinal bateu, os alunos começaram a sair, eu tentei me afastar dele, mas ele me pressionou contra seu corpo. E ele era mais forte, não falava nada, será que não tinha estudado o sinal bater? Os alunos saírem? Ele apenas ficava movimentando seu nariz e seus lábios pelo meu pescoço. Eu estava com medo agora. O mais incrível é que ninguém percebeu que estávamos ali. Um professor, beijando uma aluna, ninguém iria perceber?!

 O diretor que estava saindo de uma sala olhou em nossa direção e não fez nada, como se não tivesse ninguém ali!

- O diretor não nos viu? Não acredito! - Eu tentava me afastar novamente, não que eu quisesse, mas sim porque era preciso, mas como a ultima vez, era em vão.

- Não, ele não nos viu ninguém está nos vendo agora, estamos invisíveis para qualquer um... - Ele dizia com uma voz vitoriosa.

Eu estava enfeitiçada pelo beijo sim, mas meus raciocínios lógicos ainda estavam ativos, e aquela frase dele só me levava a uma conclusão...

- Espere, invisibilidade... - Nessa hora ele finalmente desgrudou o rosto de meu pescoço e o levantou lentamente, olhando diretamente em meus olhos. Os olhos dele estavam mais vermelhos que a blusa que eu vestia aquele dia, eu arregalei os olhos assustada e ele terminou minha frase.

-... É um dos poderes de um vampiro.
- Meu Deus você é um vampiro!

- Desculpe não te dizer antes... Está com medo de mim?

Ele continuava a olhar em meus olhos. Mesmo com aquele vermelho flamejante mirando em mim, eu não me assustei.

- Por incrível que pareça não – Eu não estava com medo, estava surpresa. Eu estava beijando um vampiro, que era o meu professor. O que seria mais surpreendente que isso?

- Sinceramente... Ainda bem que bateu o sinal, senão acho que não teria me controlado. Desculpe-me.

Fiquei de boca aberta, literalmente.
Há essa hora os alunos já tinham saído, a escola estava quase vazia, eu precisava ir.

- Desculpe-me tenho que ir... – Disse lentamente, estava com medo de fazer algo brusco.

Ele concordou com a cabeça e me soltou. Eu sorri meio forçadamente e peguei minha mochila no chão.

Sai correndo de lá, sem coragem de olhar pra trás pra saber como ele estava...

Já em casa, eu fui direto pro banho, arejar a mente, esfriar a cabeça.
Acho que fiquei em baixo da água por uns 40 minutos, pensando...

Caraca! Eu beijei meu professor, que é um vampiro, ele quase me mordeu! Se não fosse o sinal eu seria uma vampira agora... Muita informação para alguns minutos...

E o Peter? Eu não o vi saindo. Será que eu devo contar a ele? Será que ele se assustaria? Na viagem eu conto, melhor...

Próximo: Capítulo 4 – Incerteza.