Fanfic: Uma viagєm sєm volta. ▫▪▪

Quarta feira da outra semana eu inventei outra desculpa a não fui... (minhas aulas com ele eram 4ª e 6ª)

Sexta eu tomei vergonha na cara e fui à escola.
A cada aula que passava eu ficava com um frio na barriga fora de sério, e se ele me atacasse no meio da sala?

O sinal bateu pra ultima aula, eu fixei meus olhos na porta...

10 minutos se passaram e nada. Eu desisti de ficar olhando, ele era pontual, mais de 5 minutos de atraso ele nunca vinha.

Já estava começando a guardar meu material quando escutei uma linda e familiar voz.

- Não precisa guardar o material, com atraso, mas cheguei.

Deixei os livros caírem das minhas mãos, mas logo me recompus.

- Ah, Marie, gostaria que você fizesse aquelas anotações novamente, elas estavam ótimas e queria que repetisse.

COMO ELE SABIA DA DESCULPA QUE EU DEI?

- T-tá...
- Ótimo. Como é lição do livro, você pode fazer em casa, me acompanhe e lhe mostrarei o que deve anotar.

Não guardei meu material dessa vez, estava no começo da aula, então não seria necessário.
Sai da sala com ele e fui o seguindo até uma sala, que eu nem sabia que existia na escola. Entramos, ele fechou a porta e começou a rir.

- Boa desculpa. Pensei que você fosse falar para o seu amorzinho sobre mim. – Ele dizia risonho, encostado a porta.

- Meu amorzinho... Até parece. Mas, como você ficou sabendo?

- Meu ouvido é bem melhor que o seu. Eu estava na escola, dando aula em outra sala, mas estava te escutando. A propósito, o que o Peter disse é verdade, me desculpe, estava prestes a te seguir...

- Foi por isso que faltou sexta?

- Sim, achei melhor não arriscar...

- Desculpe...

Ele se aproximou de mim e me abraçou.

- Eu que me desculpo, o cheiro do seu sangue é tão doce, toda vez que te vejo sinto uma vontade imensa de te morder.

Vou arriscar, eu sei, sou louca, mas eu vou tentar...

- Então porque não morde? Não me transforma? Eu não iria te impedir! – Logo quando terminei de dizer ele ficou surpreso. Arregalando aqueles olhos vermelhos, pois eram assim que eles ficavam quando estava muito perto de mim.

- Uau! Primeira vez que escuto isso em 200 anos!
- VOCÊ TEM 200 ANOS? – Quase gritei.

- Tenho, 200 anos, mais os 17 que eu tinha quando fui transformado.

- Viu? É isso que eu quero. Você já deve ter visto tanta coisa... – Eu me lamentava. Imagino quantas histórias ele devia ter para contar...
- Eu queria muito, muito, muito mesmo te morder, você não imagina o quanto, mas não posso.

Ele dizia sério. Seu sorriso havia sumido quando pronunciava as palavras.

- Por quê?

- Na hora certa você vai saber...

Ele não me esperou responder, me abraçou e me beijou novamente, como aquele dia. Mas hoje ele estava mais... Despreocupado.

Ele passou seu braço envolto de mim novamente. Mas agora ele entrava com a mão por baixo da camisa do uniforme e começava a arranhar levemente minhas costas com aqueles dedos frios. Não podia negar a reação do meu corpo, minha nuca se arrepiou e ele percebeu isso. Consegui identificar um sorriso entre aqueles lábios lindos que ele tinha.
Agarrei os cabelos dele com força enquanto ele mordia levemente o meu lábio inferior, mas me lembrei onde eu estava e quem eu era, e pior, com quem eu estava. Ele podia ter 217 anos, mas eu tinha apenas 16, era melhor parar ali, infelizmente.

- Nós estamos aqui há uns 10 minutos é melhor você voltar para sala se não vão desconfiar. – Disse a primeira coisa que me veio à mente. Se não parasse agora, nem eu me controlaria ali dentro.

- Você tinha que me lembrar? Queria tanto ficar aqui... Mas tenho que ir mesmo, senão posso complicar as coisas pra você, quando eu voltar, deixe passar uns 8 minutos e volte também.

Ele saiu e eu peguei meu celular para contar os minutos.
Enquanto eles passavam ficava pensando o porquê ele não podia me transformar, será que ele queria meu sangue, mas não queria que eu me transformasse? Estranho.

Cheguei à sala, todos estavam olhando pra mim.
 Me assustei. A Anna, a cobra da sala (toda sala tem sua cobra) não perdeu a oportunidade de alfinetar alguém.

- Nossa Marie, sua boca ta tão vermelha, parece que acabou de dar um beijo daqueles!

Ah vaca! Até parece que ninguém ia perceber meus sumiços com ele, que os comentários maldosos comecem!

- Eu sei que você adoraria que eu dissesse que sim, mas não foi. Eu estava bebendo água e bati a boca no bebedouro.

Ela ficou quieta com o que eu disse, já que era algo normal de acontecer comigo. Escutei risadinhas do fundo da sala, e da lousa também. E minha coroa de rainha das desculpas me salvava novamente!

             Queria ver por quanto tempo essas desculpas me salvaria.







Próximo: Capítulo 6 – Me desculpe...