Fanfic: O guarda-costas | Tema: Naruto
A Liga dos Assassinos havia sido criada com o intuito de servir aos comandantes de cada Aldeia. Anualmente alguns poucos ninjas eram convidados a participar daquele serviço secreto e aprimorar suas habilidades de modo a servir devidamente os homens cuja maior preocupação era o bem estar comum.
Certo, aquela definição de serviço (S/N) estava cansada de repetir a cada um de seus superiores sempre que questionada.
Ocorre que nem tudo o que reluz é ouro, já dizia o velho dito popular.
Eles eram os meios para que os Comandantes alcançassem o fim, e a lealdade de cada um dos assassinos era imparcial: se chamados, deveriam estar prontos, independente da missão que lhes fosse repassada. Assassinados, manipulações, furtos, tramas políticas... Não importava a classificação muito menos o conteúdo, cada um dos escolhidos era moldado a ferro e fogo para o trabalho.
E fracassos não eram aceitos.
E por esse motivo, (S/N) não demorou-se ao próprio quarto quando chamada pelo superior, embora sequer os raios de sol houvessem despontado. Tateou os cômodos do quarto a primeira batida a porta dos aposentos, como sempre ocorria quando seus serviços eram requisitados, chutando as cobertas finas que anteriormente lhe recobriam o corpo esguio em direção ao chão.
— Cinco minutos.
A voz potente do supervisor e mentor não passou de um sussurro e o recado havia sido dado: estavam com pressa, portanto não tinha tempo a perder.
A jovem atrapalhou-se ao pular da cama, chutando o criado mudo ao lado da cama, ocasionando um estrondo ao quarto silencioso. A dor irrompeu pela sua perna esquerda enquanto ela suprimia o resmungo e a maldição que havia ponderado lançar, elevando assim ambas as mãos aos lábios, apertando-os de forma a impedir que o seu impulso mais primitivo os permitisse.
— (S/N)... Onde vai?
Uma voz quase infantil, sonolenta e arrastada chamou a atenção da garota e ela finalmente praguejou de forma inaudível.
— Shhh... Volte a dormir, Yami.
Protestou ela conforme alcançava as roupas negras, vestindo-as com a maior rapidez possível. Naquele processo de arrumar-se em tempo recorde (S/N) apanha a máscara negra com longos chifres repousada ao criado mudo agredido anteriormente.
— Eu vou voltar antes que consiga sentir medo, está bem?
Murmurou ao vesti-la, assumindo sua posição na Liga como a Guerreira das Sombras.
Um último vislumbre por sobre o ombro foi dado assim que alcançou a porta de saída do quarto. (S/N) não se considerava sentimental, porém assim que seus olhos azulados repousaram a cama à frente a sua, o coração ao centro de seu peito, desacostumado a tais sentimentos, comprimiu-se.
Yami era uma das novatas, “selecionadas” a pouco tempo – a verdade era que a maioria das famílias trocavam garotas e garotos com poderes surpreendentes por isenção de impostos, comidas ou simplesmente liberalidade para seus negócios na cidade e aquela havia sido a realidade da garotinha que agora repuxava as cobertas a cabeça, escondendo-se de qualquer coisa, como se aquela velha coberta sem graça fosse seu ponto seguro.
E desde sua chegada, era a irmã mais nova de (S/N).
Porém, o que ela não sabia era que aquela era uma das muitas promessas que ela jamais poderia cumprir...
O mentor da Liga dos Assassinos era o homem mais forte do Esquadrão, portanto dotado de devoção e respeito entre seus pares. Também era um homem rígido, de poucas palavras, cuja vida era voltada ao cumprimento de necessidades de terceiros – dos famosos homens de poder.
Naquela noite, aguardava impacientemente (S/N).
Seus olhos varreram a arena de treinos, já desgastada pelo uso dos novatos e um suspiro cansado escapou de seus lábios no momento exato em que a garota adentrou ao ambiente; havia sido treinada sob ferro e fogo e era uma excelente ninja, uma das melhores naquela organização, de modo que não surpreendeu-se com o plano ardiloso formulado, muito menos com a necessidade de cumprimento por ela quando solicitado sua disponibilidade a ele.
A garota era deveras jovem. Os cabelos negros estavam amarrados ao topo da cabeça em um rabo de cavalo e as belas feições estavam ocultas pela máscara – os traços de quem era efetivamente apagados pela necessidade da Liga. Era também silenciosa, de modo que prostrou-se as costas dele e aguardou de forma paciente, sem movimentar-se um instante.
— Você sabe o que é a Liga dos Assassinos, (S/N)?
Lógico, ela quis responder, porém quando seus lábios entreabriram-se para a resposta, o homem elevou a mão ao ar, calando-a novamente. (S/N) estranhou aquela situação, porém permaneceu impassível.
— Tenho certeza que recitará para mim o conceito. Pois o decorou. Mas o real significado dele está na proteção. Somos os detentores da proteção de cada uma das Vilas. Sem nós, (S/N), o mundo atual seria um caos.
Ela permaneceu emudecida e o mentor finalmente voltou-se sobre os calcanhares, analisando-a com suas orbes negras.
— Sua tarefa é árdua, e eu sinto-me esperançoso de que a fará da melhor forma possível.
Como era esperado, ele lhe estendeu um pacote pardo. E ela sabia o que encontraria dentro dele quando o tomou a suas mãos, abrindo-o lentamente apenas para deparar-se com várias folhas que identificavam seu alvo. Puxou a primeira e então seus olhos arregalaram-se.
— Tens total liberdade de decidir como irá conduzir isso, mas confesso que não estou nutrindo esperanças de que retorne para a Liga após esta tarefa. Então, a Liga é grata por seus serviços...
Nenhuma outra palavra foi de seu interesse.
Eram treinados para dar a vida em prol da Liga, em prol do sucesso da Liga. Sabia disso. Mas não era a morte que a preocupava e sim aqueles olhos profundos de cor azul clara que lhe encaravam na foto, cuja testa era marcada com o kanji do amor.
Sua missão: assassinar o Kazekage e seu filho. Seu empecilho: o irmão mais velho e guarda-costas.
Tradução da missão: suicídio.
Autor(a): kuchiki_byakuya
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