Fanfic: Me apaixonei por um Grifinório | Tema: Harry potter
Quando comecei a despertar, minha cabeça tinha o peso de três dragões ucranianos que ficavam cuspindo fogo não me deixando abrir os olhos. Mantive os olhos fechados enquanto permanecia deitada, e apurei os sentidos. Sentia cheiros familiares que faziam eu me sentir em casa. “Madeira misturada com baunilha, acho que Pandora invadiu novamente a cozinha e veio comer no quarto, o cheiro de pergaminho novo nem precisava de explicações afinal o ano havia começado havia poucos meses, e o shampoo de menta...... o...... shampoo de menta!”. Levantei tão rápido que minha cabeça girou e me mantive com os olhos fechados por alguns segundos. Onde eu estava?
Sentei na cama e fiquei com a mão no rosto tapando o sol que começava a subir e aparecer pela janela. Me dei conta que eu não via o sol da minha cama, precisava conseguir abrir os olhos e ver onde eu estava. Mantinha os olhos cerrados de tal maneira que os vultos que viam só tinham formas e os detalhes não passavam de borrões mal desenhados. Menos o borrão que dormia encostado na poltrona ao lado da cama, uma poltrona aparentemente grande que abraçava o corpo do estranho, permitindo que o mesmo se ajeitasse em posição fetal. Aquele borrão me parecia familiar. Me ajeitei na cama, encostando as costas na parede e tentando reparar quem estava ali. A distância não ajudava muito, então reparei no restante do quarto. Do meu lado direito em cima de uma cômoda tinha um copo com água, alguns bolinhos que pareciam bem apetitosos, um frasco de poção e um óculos. Do outro lado estava a poltrona que o estranho dormia semienrolado em uma coberta que o abraçava gentilmente.
Aproveitei que o estranho dormia e fiz um esforço para levantar da cama e sair dali o mais rápido que podia, já tinha chego a conclusão de que não estava no meu quarto e nem em um outro quarto conhecido do castelo. Quando levantei, a cama fez um rangido que parecia tão intenso a ponto de acordar qualquer um no castelo, virei para pegar minha varinha que estava em cima da cama e ouvi:
- Hey... Você acordou.
*--*
P.O.V. Denael
Organizei meus materiais e me levantei, Pandora me encarou por um momento enquanto passava por ela em direção a saída e antes mesmo que eu alcançasse, ouvi as duas comentando sobre a aula de hoje, principalmente por “Liz” ter se sentado comigo, procurei não reparar muito, não tinha motivos para ouvir o que diriam de mim, alguns dizem que sou legal com todos por tentar me apresentar bem, outros me veem como um aproveitador…que só pensa em fazer sexo com o máximo de garotas possíveis, se eu parasse para me preocupar como sou visto, pode apostar que eu estaria em Azkaban. Me dirigi até os aposentos, arrumei o que precisava em meu armário e reservei algumas coisas para ajudar Elizabeth em seu dever caso fosse preciso...ela não parece estar muito bem recentemente, sempre que a vi por ai, estava andando como estivesse em total controle de todos os aspectos de sua vida e hoje aparentemente não estava bem assim, tentei não olhar muito em sua direção para não lhe incomodar durante a aula, mas notei que sua expressão era tensa...me pergunto se algo tem acontecido com a família Black, imagino que eles possuem muitos problemas internos.
Peguei meu casaco e me retirei do quarto, olhando se havia esquecido algo importante e rapidamente me voltei á saída. Estava uma tarde agradável e o céu estava cinzento, eu adorava o sentimento que isso trazia. Fui até a ponte que ligava Hogwarts com a Cabana de Hagrid, fiquei observando o vale a baixo, encostado em uma coluna de madeira bem no centro da ponte, pensando em diversas coisas...quando percebi já havia se passado uma hora e o sol estava se pondo, resolvi entrar para o castelo novamente. Me aproximei da entrada para o salão principal e já me deparei apreciando o cheiro que emanava dos belos pratos que estavam sendo servidos, fui me aproximando e logo vários alunos de casas diferentes já me cumprimentavam, com acenos de cabeça ou simplesmente dizendo “Olá”, “Beleza?”, enquanto seguiam seus caminhos ou se sentavam. Estava com dificuldades em encontrar um lugar para sentar, quando escutei:
– Hey, filhote de Zouwu!
Não precisei nem pensar em quem poderia ser, se tinha alguém que iria me chamar de filhote de Zouwu, um animal que muitos alunos desconhecem. Virei-me em direção de Katie, ela estava sentada pela metade, com a maior parte de seu corpo virado em minha direção e com um sorriso amigável estampado em seu rosto. Katie sempre foi uma boa amiga desde que ela chegou em Hogwarts, formei um grande laço com ela, poderia dizer que ela me conhece melhor que ninguém, talvez até mais que eu mesmo.
– Tu sabe que não vai conseguir me constranger me chamando de “filhote de Zouwu” né Katie? – Disse a ela de maneira sarcástica.
– Quem disse que eu queria te constranger Dena? – Respondeu segurando o riso. – Só queria que sentasse aqui por perto, sei que você não ia se sentir bem em outro lugar.
Por mais que seu tom era como se estivesse apenas caçoando comigo, ela estava certa e sabia disso, por mais que conheça muitas pessoas, não me sinto tão confortável ao redor da maioria, muitos me deixam totalmente sobre “holofotes” como se eu fosse o principal assunto do dia, Katie me tirava desse tipo de situação sempre que fosse possível e eu sou grata a ela por isso. Não é como se eu odiasse ou menosprezasse os outros, muito pelo contrário, acredito que muitos realmente me veem como um amigo e alguém que querem ter por perto.
– E aí, como foram as coisas hoje? – Questionou Katie me passando um copo com suco de uva.
– Bem…você sabe, nada demais. Na aula de poções sentei com aquela garota da Sonserina, a Elizabeth, acho que foi a única coisa diferenciada que me aconteceu hoje. – Respondi enquanto bebia um pouco do suco.
Katie por um momento se engasgou, e virou para mim perguntando:
– Como é? Elizabeth Black sentada com você? – Disse Katie em um tom surpreso. – Cara como eu queria ter visto a cara dela…
– Ela parecia meio tensa sendo sincero, todo mundo sabe que ela é bem “ousada” e acabei ficando surpreso pela sua atitude, talvez ela tenha mais nojo ainda de mim do que qualquer outro garoto da Grifinória… – Respondi
– Ou ela sentiu outra coisa… – Katie me dá um soquinho no ombro, levantando as sobrancelhas, implicando seu pensamento malicioso. – Brincadeira, mesmo que você quisesse eu não iria te deixar ficar com alguém como ela, totalmente desprezível.
– Não sabia que você me amava tanto assim Katie, bom saber. – Respondi tentando ser engraçado.
– Cala a boca Dena… – Katie respondeu com um leve sorriso em seu rosto. – Você dizendo assim vai parecer que te amo de verdade.
Fiquei sem jeito e voltei a focar no banquete, estava com fome e o cheiro da comida estava me atentando. Terminei de comer rapidamente e fiquei fazendo companhia para Katie que sempre demorava para comer, ela sempre fazia pausas para conversar sobre os assuntos do dia comigo, deixando de lado sua comida. Em questão de minutos, muitos alunos já haviam se retirado do salão, Katie acabou terminando, fomos em direção a saída lentamente conversando sobre outros assuntos.
– Hoje estava um dia tão agradável, imagino que você foi até a ponte como sempre faz? – Perguntou Katie.
– Aham, fui até lá aproveitar a vista, você sabe que é uma mudança de perspectiva muito boa estar ali naquele local… espero te ver por lá qualquer hora, seria bom ter companhia. – Respondi.
– Até parece que você precisa de mim por perto Denael… – Katie responde com o olhar vago e olhando para os lados, como se não quisesse pensar nisso.
– Não fala assim, você sabe que… Eu me sinto bem com você. – Disse exaltadamente. – Desculpe por não transparecer isso, vou tentar ser um amigo decente.
– Hey… Não fale essas coisas… – Katie me dá um abraço de forma espontânea, entrelaçando seus braços em mim, seu rosto encosta em meu peito.
Lhe abraço com a mesma intensidade, sei que seu afeto por mim é verdadeiro, sempre me senti atraído por Katie, sei que ela se sente da mesma forma, mas acredito que os dois tem medo de se comprometer. Sei que ela não me magoaria por nada, mas tenho medo de não ser o melhor pra ela, afinal quero seu melhor. Não percebi quanto tempo ficamos ali abraçados, mas não havia praticamente ninguém nos corredores.
– Katie… – Disse calmamente. – Acho melhor irmos para a sala comunal, não é?
– Sim, claro… Já está tarde e se nos virem por aqui vão pensar que estamos tendo um caso! – Disse Katie com um sorriso no rosto. – Vamos lá bobão, hora de dormir.
– Vai indo na frente, preciso ir ao banheiro. – Respondi.
– Tá, te vejo depois. – Katie caminha lentamente de costas enquanto acena. – Ah, e cuidado com as taradas por aí! – Finalizou dando risada e subindo as escadas.
Aceno de volta com um sorriso bobo no rosto e me dirijo até o banheiro, ele está mais calmo que o normal, acho que realmente está mais tarde do que pensei. Faço minhas necessidades e lavo meu rosto e encaro o espelho por um tempo, coloco meu óculos e sigo em direção a sala comunal da Grifinória. Geralmente faço um caminho longo para poder observar a noite das grandes janelas que ficam pelos grandes corredores de Hogwarts e em um momento de distração acabo me assustando com alguém se debatendo pelo corredor que dava em direção a enfermaria, não consigo ver quem é mas essa pessoa parecia estar com problemas, começo a andar mais rápido em sua direção e chegando perto vejo uma figura familiar, uma garota de cabelos cacheados não tão longos, com um suéter da Sonserina, era Elizabeth e pelo que parece estava muito debilitada.
– Liz… – Chamo-a enquanto toco levemente em seu ombro. – Hey Liz, sou eu… Você tá bem?
Ela não responde, percebo que as veias de seu pescoço estão aparentes e aparentemente com uma coloração diferente, não me parece algo natural de se acontecer com uma moça saudável, acabo deduzindo que possa ter sido algum tipo de veneno ou algo do gênero.
– Vamos Liz, tenho que te levar até a enfermaria, lá vão te tratar bem! – Afirmo enquanto tento colocar seu braço por cima de meu ombro para que ela tente andar.
– Não… Não quero ir… – Responde Liz com angustia. – Não posso…
Não imagino qual o motivo de recusar a enfermaria, algum medo de agulhas talvez? Não importava, precisava fazer algo para ajudá-la. Já que ela estava imóvel e se eu dissesse a palavra “enfermaria” novamente acredito que ela se levantaria e me daria um soco, deixei Liz encostada próximo a escada e fui rapidamente em direção da enfermaria, me esgueirei pela porta, não havia ninguém por alí, fui discretamente até a prateleira de antídotos e remédios variados e procurei por Bezoar, sabia que ele era útil em diversas situações e eu não sabia ao certo o que de fato havia acontecido com Liz, acabei por encontrar um frasco da poção pela metade, já serviria. Retornei rapidamente para Liz que se encontrava na mesma posição que a deixei, abri o frasco e lentamente derramei o líquido escuro em sua boca, seus lábios estavam pálidos e seus olhos que antes vividos, se encontravam sem brilho.
– Espero que isso funcione… Liz, por favor tome tudo… É para o seu bem… – Disse em um tom baixo, quase sussurrando.
Liz não dizia nada, talvez não estivesse nem consciente do que estava acontecendo, não poderia deixar ela neste lugar, além de não ser adequado fiquei apreensivo por ela jogada ali sem ninguém para supervisionar. Existia um quarto que muitos não tinham conhecimento, Hagrid antes residia dentro de Hogwarts, seu quarto ficava em um local reservado e que muitos alunos não possuíam acesso, porém eu o conhecia, era o melhor local para levar Liz até o próximo dia até que a mesma se recuperasse. Liz deu um grande suspiro, as veias que antes estavam aparentes em seu rosto começaram a diminuir, a coloquei de pé lentamente e a peguei no colo, seu corpo era macio, por mais que fosse um “belo” corpo, era mais leve do que aparentava, segui rapidamente para o quarto.
– Alohomora!
Coloquei Elizabeth de forma delicada na cama que havia no quarto, era antiga, mas era bem confortável, tentei deixá-la bem a vontade para que pudesse melhorar, olhei para ela e vi que havia pegado no sono, sua respiração era lenta e leve, aparentemente estava melhorando. Olhei em volta, ví uma grande poltrona, revestida com um belo veludo vermelho, cogitei em deixar Liz sozinha, pensei que ela não iria gostar de me ver por perto quando acordasse, mas preferi ficar para acompanhar sua saúde, por um breve momento sai do quarto para passar no meu dormitório pegar um travesseiro e aproveitei e fui até a cozinha, peguei um copo com água e alguns bolinhos açucarados para caso ela precisasse de alguma coisa para comer. Quando voltei, ela estava de lado na cama, pensei que pudesse estar acordada, mas percebi quando me aproximei que ainda estava dormindo, me sentei na poltrona que era muito confortável e tentei me manter acordado o máximo possível para ver se tudo ficaria bem, meus olhos estavam pesando e acabei não resistindo. Mas lembro de acordar com um rangido que me trouxe de novo para dentro do quarto e por entre os olhos meio aberto que ela estava de costas para mim pegando algo em cima da cama.
- Hey... Você acordou. – Disse acordando.
*--*
P.O.V ELIZABETH
- Acordei? - Eu ainda estava cambaleando e não pensava direito. Mas reuni forças e respondi. – Eu dormi aqui?
- Sim. Eu te peguei...
- Espera aí, a gente... se pegou? – Indaguei com a raiva voltando novamente ao meu corpo.
- Não não moça. Calma... Eu te peguei lá do corredor para a enfermaria e te trouxe para cá. Você estava desacordada e eu te trouxe no colo até aqui. Você me pediu para não te levar a enfermaria. Então eu fui até lá pegar um frasco de bezoar e subi com você no colo. Sei que não iria gostar que nos vissem juntos. – Ele disse com uma maneira calma que fez minha raiva ir diminuindo aos poucos. Sentei na cama e coloquei a mão na cabeça, tapando novamente o sol que agora estava mais forte que antes e pegava direto nos meus olhos. – Você estava bem mal, parecia que tinha sido envenenada, seu pescoço tinha veias escuras e grossas e seus olhos estavam ficando esbranquiçados. – Continuou.
- Eu... veneno? Não faz sentido, a única coisa que eu comi foi uns feijões que o idiota do Crabbie comprou de um estranho no três vassouras.
- Feijões? Que tipo de feijões deixa uma pessoa desse jeito?
- Pansy disse que eram feijões alucinógenos.
- Feijões alucinógenos? O que você queria? Se matar?
- Talvez fosse melhor do que acordar em um quarto com você, não acha? - Um silencio tomou conta do quarto por alguns segundos. – Mas então, onde a gente tá?
- É o antigo quarto de Hagrid, ele dormia aqui quando estudava em Hogwarts. – Ele disse levantando da poltrona e arrumando as vestes que agora estavam amassadas.
Bom, aquilo explicava porque todas as coisas eram relativamente grandes dentro daquele quarto. Por ser um quarto diferente dos outros, parecia improvisado, tinha muitas coisas a mais que os dormitórios normais. Tinha um banheiro, uma mesa com uma cadeira e uma porta de vidro que dava para uma sacada particular. Enquanto reparava no quarto, levantei e fui em direção a porta. A luz do sol que me incomodava vinha por ali e por entre meios as cortinhas consegui ver o som nascendo por alguns segundos, era uma das cenas mais lindas que já tinha visto. O nascer do sol em Hogwarts era sempre bonito, mas nunca tinha visto ele daquela forma.
- É lindo, não é? – Suspirou e se aproximou de mim para melhorar sua visão do horizonte.
- Hã? – questionei com um som anasalado quase imperceptível.
- O sol nascendo.
- Sim.
- É um dos motivos que me fazem gostar de vim aqui frequentemente.
O sol já estava nascendo? Como tinha deixado isso acontecer? Precisava voltar para meu dormitório antes que os professores acordassem. Me assustei com meu pensamento e disse “Eu preciso ir. “
- Verdade. Vamos, eu te mostro o caminho. – Ele ficou um tempo admirando o sol subindo lentamente enquanto eu pegava meus pertences. – Ahh, já ia esquecendo. Toma, peguei para você. – Me disse empurrando o bolinho e o copo de água em minha direção.
- Hm.. Tá. – Respondi secamente.
No caminho de volta não falamos se quer uma palavra. Até chegarmos ao corredor que dava acesso a passagem secreta.
- Bom, é aqui que eu te deixo. – disse ele sorrindo.
- Hm. Sim. Espero que não nos tenham vistos por aí. – Acrescentei olhando a nossa volta.
- Relaxa moça, ninguém viu não. Você está melhor?
- Tô sim. – disse enquanto abria o quadro.
Talvez eu não estivesse se ele não tivesse me ajudado. Por mais que ele era da Grifinória, era grata pelo o que fez e senti que deveria agradecer.
- Dena.... Hm... – Disse enquanto virava espantado em ouvir seu nome. – Obrigada por hoje. – Não sei o porque acabei sorrindo, mas ele retribuiu e completou.
- De nada, só tenta... não se meter mais em encrencas tá?
Autor(a): cafe
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Os sentimentos que me tomavam era que eu estava grata por alguém que tinha salvo minha vida, mas que não fazia parte da minha lista de gratidão. No caminho para o quarto decidi que o que eu tinha vivido, ou o que aparentava ter vivido não iria se repetir. “Passei cinco anos da escola sem saber da sua existência e não seria agora ...
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