Fanfics Brasil - Mamãe Me apaixonei por um Grifinório

Fanfic: Me apaixonei por um Grifinório | Tema: Harry potter


Capítulo: Mamãe

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Comecei a andar de costas afastando nossos corpos enquanto mantinha a conexão no olhar.  Assenti enquanto montava na vassoura e levantava voou alguns metros a frente. Subi alguns metros e olhei para trás a tempo de vê-lo com Strix no braço enquanto ela dava impulso para voar ao meu encontro. Ele acenou com a mão de forma acanhada, colocou uma mão no bolso da calça enquanto a outra segurava a alça da bolsa que ele carregava no ombro, ele se virou olhando para o chão e entrou na ponte.


Eu não vencia secar as lágrimas do meu rosto com a manga das minhas vestes, chorar parecia o certo naquele momento. O medo tomava conta do meu corpo cada vez que voava alto demais das casas para não ser vista, ou baixo demais escapando de alguma nuvem pesada. Strix sempre sobrevoava ao meu redor, ficava girando em círculos, parecia me proteger. Passamos por várias cidades e arriscaria dizer que avistei esporadicamente alguns bruxos voando em bando. Talvez quisessem passar a sensação de pássaros em período de imigração.


Nunca tinha viajado voando sozinha, quando ia viajar com os Malfoys sempre aparatávamos ou usamos a rede de Flu, as vezes eu e Draco saímos de vassoura sem rumo para conhecer algumas cavernas ou colinas que rodeavam a mansão. Mas nunca ido tão longe.


Strix soltou gritinhos agudos quando sobrevoamos um vilarejo próximo a Birmingham, no Reino Unido, já estávamos voando a quase 6 horas sem pouso algum e entendi que ela estava faminta e precisava caçar. Avistei campos enormes com lagos, imaginei que ali fosse o lugar perfeito para fazermos uma pausa.


Nunca tinha entrado em território trouxa a noite, muito menos sozinha. Fiquei caminhando pelos campos enquanto Strix tinha ido até o vilarejo caçar. Era estranho ver como a cidade parecia morta aquele horário, eu era a única que parecia estar acordada por ali. Continuei andando até achar um lugar onde eu pudesse me esconder para pegar alguma coisa para comer dentro do meu malão. Achei um banco que estava embaixo de uma poste de luz que aparentemente não estava funcionando porque era o único lugar que estava escuro ali. Me ajeitei sentada no banco, coloquei o malão do tamanho de uma goma na frente dos meus pés e empunhei minha varinha. Antes que pudesse conjurar o feitiço que tornaria o malão grande me lembrei que eu não poderia fazer magia fora da escola, ainda era de menor e eu não estava na mansão dos Malfoys. Então provavelmente eu não iria conseguir comer antes de chegarmos lá.


Sai dos campos em direção a algumas lojinhas que estavam iluminadas na esperança de encontrar algo aberto, mas não obtive sucesso.  Por entre algumas lojinhas e casas que haviam na região encontrei um bando de homens que estavam aglomerados em montinho perto de um beco. Tentei não seguir caminho por ali, pois eles haviam me deixado com medo, voltei de costas pelo mesmo caminho que tinha passado alguns segundos atrás, mas solucei quando vi que haviam mais homens estranhos ali também. Comecei a chorar por medo, empunhei a varinha que estava no bolso das vestes, mesmo sabendo que não poderia fazer magia fora da escola.


Os estranhos me cercaram e começaram a chegar mais perto, e quando estiquei a mão da varinha para conjurar o feitiço, apareceu um ônibus alto com aparentemente 2 andares, havia um rapaz na porta que possivelmente era o cobrador. Ele estava com a varinha apontada para o rosto dos estranhos que ao perceberem que um ônibus enorme havia repentinamente aparecido na rua correram em direção ao beco, enquanto eu abaixava a varinha.


- Até onde eu sei, alunos de Hogwarts não podem fazer magia fora da escola. – Disse o cobrador. – Posso saber o que está fazendo aqui Senhorita...?


- Black, Elizabeth Black. – Disse guardando a varinha novamente do bolso das vestes.


- Srtaª Black – O cobrador me olhava como quem queria arrancar a verdade de alguém em julgamento. – Black da família Black?


- Sim Senhor, minha mãe é Bellatrix Lestrange. E você é?


- Ahh verdade. – Disse descendo do ônibus e colocando o cap sobre o peito como um sinal de cordialidade, pigarreou e começou a falar um texto muito bem ensaiado. – Bem-vindo ao ônibus Nôitibus Andante, o transporte de emergência para bruxos e bruxas perdidos. Basta esticar a mão da varinha, subir a bordo e podemos levá-lo aonde quiser. Meu nome é Stanislau Shumpike, Lalau e serei seu condutor por esta noite.


- Mas eu não estou perdida. – Respondi com um tom soberano.


- Tem certeza Srtª Black? Não parecia que estava bem quando a lhe encontrei. – Disse Lalau olhando para fora do ônibus de um lado para o outro da calçada. – Além do mais, a Srtª está sozinha. Um pouco perigoso essa hora da noite não acha?


- Eu só estava procurando minha coruja que saiu para caçar. Aproveitei para encontrar alguma lanchonete aberta.


-Lanchonete aberta? As duas horas da manhã? – Lalau riu sarcasticamente enquanto entrava novamente para o ônibus e sentava no banquinho que ficava na porta. – Vamos entre, tem comida aqui. Vamos te levar de volta a.....


- A minha vassoura. A guardei em um arbusto logo ali a frente em um campo aberto. – Respondi entrando no ônibus e cuidando para ver se Strix aparecia.


- O que a Srtª quer comer? Pode pedir qualquer coisa. – Disse Lalau mostrando um cardápio que flutuava a minha frente.


- Um Capuccino de Baunilha com alguns biscoitos amanteigados, por fa...


Virei por um segundo para sentar na cadeira vazia quando avistei um aviso, que mais parecia uma página do profeta diário que dizia.


 


FUGA EM MASSA DE ASKABAN


O Ministério da Magia anunciou à noite passada que houve uma fuga em massa em Azkaban.


Em entrevista aos repórteres em seu gabinete, Cornélio Fudge, ministro da Magia, confirmou que dez prisioneiros de segurança máxima escaparam no início da noite de ontem, e que ele já informou ao primeiro-ministro dos trouxas a natureza perigosa dos fugitivos.


"Nós nos encontramos, infelizmente, na mesma posição de dois anos e meio atrás quando o assassino Sirius Black fugiu." comentou Fudge. "E achamos que as duas fugas estão relacionadas. Uma fuga nessa escala aponta para ajuda externa, e devemos nos lembrar que Black, a primeira pessoa a escapar de Azkaban, estaria em posição ideal para ajudar outros a seguirem seus passos. Cremos que muito provavelmente esses indivíduos, entre os quais se inclui a prima de Black, Bellatrix Lestrange, se agruparam em torno de Black como seu líder. Estamos, no entanto, envidando todos os esforços para capturar os criminosos, e pedimos à comunidade bruxa que se mantenha alerta e cautelosa. Em nenhuma circunstância devem se aproximar desses indivíduos."


 


Sentei em choque no banco do ônibus quando terminei de ler. “Ela havia fugido de Azkaban, por isso tinha me mandado a mensagem para vê-la.” Agora eu tinha certeza onde eu estava me metendo. Larguei a folha de jornal no banco ao lado e apoiei minhas mão no joelho enquanto comia o biscoito. Percebi que Lalau ficou me olhando receoso de perguntar.


- Por um acaso você não saiu da escola para encontra-la né? – perguntou Lalau pegando um biscoito do prato que flutuava na minha frete.


- Sim. Mas estou começando a me questionar se fiz a coisa certa. – Respondi enquanto encostava no ônibus e reparava no teto luminoso. – A ultima vez que a vi, eu era um bebê e as únicas lembranças que tenho, são memorias da Tia Narcisa. 


- Eu não conheci meus pais também. Mas se eu tivesse uma oportunidade para vê-los, eu iria com certeza. – Lalau fitava o biscoito na sua mão pensativo.  – Bom, chegamos. Handsworth Golf Club. Acredito que seja aqui que tenha deixado suas coisas.


- É sim, muito obrigada. – Disse levantando do banco e indo em direção a porta. 


- Tenha uma boa noite Srtª Black. – Lalau parecia gritar essas palavras da porta do ônibus enquanto o mesmo saia as pressas pelas ruazinhas estreitas.


Strix já estava em cima do arbusto onde eu tinha escondido minha vassoura. Me aproximei dela fazendo carinho e ela carinhosamente se aninhou em minha mão. Não demorou muito para levantarmos voo novamente, dessa vez sem paradas.


No restante do caminho eu lembrava de todas as lembranças que eu via dela e tentava decidir como seriam os meus sentimentos por ela. Pois mesmo ela sendo minha mãe. Ela tinha me abandonado quando eu ainda iria completar meu primeiro ano de vida. Tudo isso para seguir seu amado Lord Voldemort. Nunca consegui entender o que passa na cabeça das pessoas de querer segui-lo, obedece-lo e principalmente coloca-lo em um pedestal. Tia Narcissa nunca concordou com Tio Lucius sobre ele virar um Comensal da morte e provavelmente não quer também que Draco siga o mesmo caminho, até porque se ele fosse seguir, ela já o teria colocado em Durmstrang.


Eu não tinha vontade alguma de seguir o mesmo caminho da minha mãe e gostaria muito que ela abandonasse essa vida de se esconder para vivermos juntas em alguma casinha no pico de uma colina, só eu e ela. Mas não tenho certeza disso. Talvez seja por isso que eu esteja indo vê-la, tenho esperanças de que ela vai me falar que a partir de agora será diferente e que seremos só nós duas.


Tentei puxar lembranças da minha “caixinha do sucesso” que pudesse me falar onde seria o tal lugar que ela estaria me esperando. Tia Narcissa não era muito detalhista, então era vaga as lembranças e referências. A única coisa que eu sabia era que, precisava encontrar o prédio mais alto de Paris, onde o sol nasceria pelas minhas costas fazendo com que a Torre Eiffel parecesse banhada a ouro.  


 


*--*


P.O.V NARCISSA BLACK


O sol ainda não tinha subido quando eu acordei com o barulho desesperado de Strix, a coruja de Bella batendo em minha janela com um rolo de pergaminho amarrados nos pés. Mal precisei abrir a janela para Strix, esticar o pé que estava o pergaminho e fazer uma reverência que entendi como sendo um “Bom dia!”. Nunca entendi como que aquela coruja conseguia ser extremamente educada tendo Bella como dona, talvez fosse pra compensar todo o rancor e ódio que ela carregava no coração.


Quando desenrolei o pergaminho uma mecha de cabelo caiu no chão perto dos meus pés, peguei o cabelo e comecei a ler.


 



Olá, Cissa.


Sei que você não me deve favor, mas preciso de um.


Aguardo você. O cabelo é a Chave.



 


Levantei em um pulo, Lucius ainda dormia. Me troquei o mais rápido que podia, chamei Nitú, minha Elfa doméstica, enquanto eu ia ao quarto de Draco e a dei ordem para ficar cuidando dele enquanto eu estivesse fora.  Dei um beijo em Draco e desci para o primeiro andar em direção aos jardins, chamei Strix e dasaparatei segurando a mecha de cabelo na mão.


Parei no alto de um prédio imenso, que dava visão completa da torre Eiffel. Bella estava com Elizabeth no colo e me esperava olhando para baixo no peitoril do prédio.


- Bella. – Chamei.


- Cissa! – Bellatrix se virava para mim e se aproximava rapidamente com seus cabelos cacheados balançando ao vento.


- Vim o mais rápido que pude. Deixei Draco dormindo, não posso me demorar. Que tipo de favor você precisa? E porque estamos aqui em cima? Não poderia ter ido até minha casa? – Questionei.


- Eu tenho um trabalho para fazer e não posso mais deixar Liz com os elfos em casa. Eu não sei quantos dias vou ficar fora. É muito perigoso... e pode ser que eu demore para voltar.


- Trabalho Bella? Você continua seguindo Voldemort? – Achei que agora que Liz tinha nascido Bella tomaria jeito e teria uma vida normal.


- Sim. Um trabalho. O Lord das trevas precisa de mim Cissa, confia em mim. Só eu sou capaz de cumprir essa tarefa. – Disse ela passando a mão no rosto da pequena Liz que dormia enrolada em um cobertor verde escuro. – Eu a amo demais para deixa-la com os criados. Monstro não iria saber cuidar dela como deveria. Regulus não iria fazer nada para ela também. Por isso preciso de você, para me ajudar.


- Mas Bella, você precisa voltar para ela. Ela precisa da mãe. – Respondi. – Como que vou ficar com ela e com Draco bebê? Os dois tem quase a mesma idade.


- Você é mais mãe que eu Cissa, você sabe disso. – Nunca vi Bella falar calma dessa maneira. - Se caso eu não voltar eles vão crescer como irmãos. E você tem que me prometer que irá cuidar dela como eu cuidaria. Estou entregando minha vida a você.


- Bella... Óbvio que cuidaria bem dela... Você sabe que eu a amo como se fosse minha. – Argumentei pegando o pacotinho e aninhando em meus braços.


- Vamos fazer um juramento... Um voto perpétuo. Eu não duvido de você... Mas sei que você também faria pelo Draco. – Vociferou Bellatrix.


- Mas não temos nenhum avalista aqui Bella. – Bellatrix estralou a ponta da varinha e magicamente Monstro aparecera ali do nosso lado.


- Monstro! – Ordenou Bella estendendo a mão para mim. Peguei a mão de Bella e mostro começou a falar.


- Você, Narcissa Black Malfoy, cuidará de Elizabeth Black enquanto Bellatrix Lestrange estiver fora? – uma luz cortante como um arame farpado surgiu e amarrou minha mão junto a de Bella enquanto Monstro dizia os juramentos.


- Cuidarei. – Respondi assentindo com a cabeça.


- Dará tudo de melhor a ela, como se ela fosse a sua filha? – Continuou Monstro.


- Darei.


- Contará a ela sobre a mãe e a mostrará as melhores lembranças que tem sobre ela?


- Contarei.


Monstro terminou o último juramento e tornou a desaparecer. Ficamos só eu, Bella e Liz sobre o prédio, que agora estava silencioso e completamente iluminado pelo sol da manhã.


- Eu preciso ir Cissa. – Disse Bella enquanto beijava a testa da pequena Liz que continuava a dormir no meu colo. – Até mais meu amor. – Bella tirou uma fita que estava presa no cobertor de Liz e amarrou no pulso onde pude ver a marca negra nítida e pulsante.


Bella desaparatou e ficamos só eu e Liz. Trouxe ela para casa comigo, e pedi a Nitú para que arrumasse o quarto de visitas da mansão para acomodar a pequena Liz. Enquanto caminhava pelos corredores da casa em direção ao quarto, puder perceber o quão linda ela era e o quão parecida com a sua mãe poderia ficar. Mas eu não iria deixar nem ela e nem Draco se juntar a Lord Voldemort, iria dar o meu melhor como mãe dos dois pequenos bebês. Tentei não pensar que tipo de trabalho Bella estaria fazendo naquele momento. Temia que ela não voltasse mais.



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Autor(a): cafe

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