Fanfics Brasil - Capitulo 7 A Conquista (adaptação Vondy)

Fanfic: A Conquista (adaptação Vondy) | Tema: Vondy


Capítulo: Capitulo 7

565 visualizações Denunciar


DULCE



Quando chego em casa depois do dia todo na Briar, estou me arrastando.
Não sei o que odeio mais os fins de semana, quando
trabalho na boate até duas ou três da manhã e depois tenho que organizar pacotes e cartas das quatro às onze, ou os dias de semana, em que tenho aula de manhã e trabalho no correio de tarde, ou ainda quando começo o dia com um turno desumano no correio e depois vou para a aula. Hoje foi o segundo caso, então estou exausta ao deixar minha mochila no chão do corredor.
Mesmo que quisesse ver Ucker de novo (e a maioria das partes do meu corpo é a favor disso), estou esgotada demais para fazer qualquer coisa além de ficar deitada de barriga para cima.
Mas… Talvez isso não fosse de todo ruim. Ele poderia me fazer uma massagem, me comer devagar, e eu ia só ficar deitada, aproveitando.


Me dou um tapa imaginário. Ucker e suas habilidades são a última coisa que devia estar na minha cabeça.
Na cozinha, vovó está mexendo uma panela no fogão, vestindo uma calça jeans apertada, uma camiseta de lycra que está perdendo a elasticidade e as sempre presentes pantufas corde- rosa atoalhadas.
 — Que cheiro bom! — digo a ela.
O molho de tomate no fogo enche a cozinha com o aroma mais celestial. Meu estômago ronca, e me lembro que não comi nada desde o bagel que engoli no café da manhã, antes do trabalho.
 — Menina, você parece prestes a desmoronar. Senta aí. O jantar vai estar pronto num segundo.
Ela não precisa falar duas vezes, mas quando noto a mesa vazia dou a volta e pego pratos e talheres. Pelo corredor, vejo o topo da cabeça de Ray, enquanto ele assiste à televisão. No mínimo está se tocando. Tremo ao tirar os pratos do armário.
 — Vai querer leite ou água?  — pergunto, arrumando a mesa.
 — Água, querida. Estou me sentindo inchada. Sabia que Anne Hathaway tem intolerância a lactose? Ela não come lacticínio nenhum. Talvez você devesse cortar laticínios da dieta.
 — Vó, isso significa nada de queijo nem sorvete. A menos que um médico me diga que vou morrer se comer laticínios, querontudo que as vacas têm pra me oferecer.
 — Só tô dizendo que pode ser por isso que você tá sempre cansada.— Ela aponta a colher na minha direção.
—Não, tenho certeza que é porque tenho dois empregos e tô fazendo período integral na faculdade — respondo, secamente.


—Se ela parar de comer laticínios, vai ficar menos rabugenta? — pergunta Ray, entrando na cozinha. Está com a mesma calça de moletom de sempre. O tecido está tão desgastado na virilha que juro que dá para ver uma pele rosada de relance.
Quase tenho ânsia e me viro, antes que a visão estrague meu apetite.
—Ray, não começa —reclama minha avó. —Meu amor, pega o escorredor pra mim?
Meu padrasto me cutuca quando passo por ele. — Ela tá falando com você.
— Não brinca. Porque ela sabe que falar com você é a mesma coisa que falar com o sofá. O resultado é o mesmo.
Pouso o copo d’água ao lado do prato da minha avó e corro até a pia para pegar o escorredor. Vovó serve o molho numa tigela e me encarrego de cuidar do macarrão.
Ray, por sua vez, se reclina contra a geladeira feito um sapo preguiçoso e nos observa correndo de um lado para o outro na cozinha.


Odeio esse homem com todo o meu coração. Desde o instante em que minha mãe apareceu com ele em casa, quando eu tinha oito anos, sabia que Ray era sinônimo de problema. Falei isso para minha mãe, mas ela nunca foi muito boa em ouvir a filha.
Nem em ficar por perto, aliás. Mamãe fugiu com outro cafajeste quando eu tinha dezesseis anos, e nunca mais a vi. Ela liga algumas vezes por ano para “ver como estou”, mas, até onde sei, não tem planos de voltar a Boston algum dia.
Nem sei onde mora atualmente. O que sei é que não existe razão nenhuma para Ray continuar morando aqui. Ele não é meu pai o privilégio é do canalha que abandonou minha mãe depois de engravidá-la e com certeza não é da família.
Acho que a única razão pela qual vovó o mantém por perto é porque o seguro-desemprego dele paga um terço do aluguel.
Imagino que transe com ele pelo mesmo motivo. Porque ele é conveniente.
Mas, Deus, ele é tão inútil que acho que até os vermes torceriam o nariz para ele. Quer dizer, se vermes tivessem nariz.
Só quando a mesa está posta e o macarrão fumegante pronto para ser servido é que Ray se senta.


—Cadê o pão? —pergunta.
Vovó pula da cadeira. —Droga. Tá no forno.
—Pode deixar — digo a ela. —Senta aí. — Por mais que os comentários grosseiros da minha avó machuquem, a mulher me criou, me vestiu e me alimentou, enquanto Ray ficava sentado com aquela bunda nojenta, fumando maconha e se masturbando na frente da TV.
Lanço um olhar para trás e noto, pela primeira vez, um envelope branco enfiado dentro de sua calça de moletom. No mínimo é uma conta. A última vez que Ray escondeu uma conta da gente (porque tinha visto um monte de pornô no payper- view), ficamos com três mensalidades atrasadas para pagar.
Nosso orçamento só funciona se não tivermos esse tipo de surpresa inesperada.
Tiro os pães do forno, coloco numa cesta e levo para a mesa.
Ao me sentar, puxo o envelope das costas da calça de Ray. —O que é isso? — pergunto, balançado a carta no ar. —Alguma conta?
—Você não andou assistindo àqueles programas sujos de novo, andou, Ray? —Os lábios de minha avó se curvam para baixo.
Ele fica vermelho. — Claro que não. Já falei que não vejo mais essa merda. — Então se ajeita na cadeira e me lança um sorriso zombeteiro. — É pra você. — E arranca o envelope das minhas mãos para esfregar debaixo do nariz. — Pra mim, tem cheiro de
gente rabugenta e metida a besta.


 


 



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): dayanerodrigues

Este autor(a) escreve mais 8 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
- Links Patrocinados -
Prévia do próximo capítulo

Um vislumbre de vermelho na beirada faz meu coração bater mais rápido e me jogo na direção do envelope, mas Ray afasta o braço, fazendo com que eu tenha que me espremer contra ele.Meu Deus, odeio esse cara.— Dá a carta pra ela — exige minha avó. — A comida táesfriando.— Tava só brin ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 142



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • Gabrielee Postado em 24/11/2021 - 09:45:41

    Pois mais , tô amando 🥰🥰

  • isabellearruda Postado em 13/10/2021 - 14:35:27

    Saudadesss

  • taianetcn1992 Postado em 08/09/2021 - 05:30:01

    continuaaaaaa

  • taianetcn1992 Postado em 08/09/2021 - 05:29:52

    mais mais mais

  • taianetcn1992 Postado em 08/09/2021 - 05:29:44

    saudades

  • taianetcn1992 Postado em 08/09/2021 - 05:29:37

    cade vc ?

  • taianetcn1992 Postado em 08/09/2021 - 05:29:30

    volta saudades dessa historia

  • candyle Postado em 11/08/2021 - 16:17:26

    Continuaaaa

  • taianetcn1992 Postado em 14/07/2021 - 07:01:21

    nossa ela é tão baixo, que da nojo

    • dayanerodrigues Postado em 14/07/2021 - 10:07:50

      e o ranço vai só aumentar amiga

  • vondy.portinon Postado em 04/07/2021 - 14:50:36

    Continua

    • dayanerodrigues Postado em 05/07/2021 - 14:10:52

      postei mais capitulos hoje <3


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais