Fanfic: Este Corazón | Tema: Rebelde Ponny

Essas férias de janeiro teriam sido as melhores feitas que já tive em família comparada aos últimos anos, tirando a notícia de que teria uma nova irmãzinha na casa.  A minha convivência com Alfonso, meu pai, nem sempre foi das melhores, tudo mudou quando decidi virar cantor e Alfonso queria que me tornasse médico. As coisas ficaram um pouco mais tranquilas quando Mariana, minha madrasta, decidiu me apoiar a seguir carreira e foi assim que nos tornamos amigos.

Mesmo sabendo que Mariana no fundo só queria ocupar a lacuna imensa que Ruth Rodriguez, minha mãe, deixou. As coisas não eram tão simples assim, sabia que Mariana não era a minha mãe, apesar de nos darmos bem, não éramos nada parecidos o que dificultava as coisas.

O nascimento de Olivia foi como uma luz na minha vida, fez-me esquecer a falta que sentia da minha mãe, mesmo lembrando muito pouco de Ruth. Tudo que sabia sobre ela, era que ela havia me largado com o meu pai, para seguir carreira na música e de certa forma, ficava revoltado por não a conhecer como gostaria, só pelas fotos e vídeos no YouTube.

A chegada de Anahí na casa não me agradou, durante a viagem Mariana não cansava de falar o quanto Anahí ou Annie era esforçada, dedicada, estudiosa, o tipo de nerd exemplo que todo pai deseja ter como filho. O que fez Alfonso torturar toda a viagem com comentários do tipo “espero que aprenda um pouco com ela” “ela é uma boa menina, tem muito a lhe ensinar” e por estar razão tentei ser o menos agradável com Anahí quando ela chegou para que ela desejasse ir embora, Mariana disse que ela veio do interior para estudar, mas mesmo com toda a minha tentativa de assusta-la ela realmente parecia um anjo inatingível. Ignorava o meu mal humor e ainda me enfrentava educadamente.

A briga na festa não terminou nada bem. Ucker quis defender Perla de um pevertido e acabamos deixando Otavio, um colega de turma em coma no hospital.

O clima do café da manhã não estava dos melhores, fui intimado a depor depois dos policiais terem vistos as câmeras do salão. E ao que entendi da conversa de Alfonso com advogado pode ser sim, que Ucker e eu sejamos levado a um julgamento.

— Annie, será que pode falar a verdade sobre o que aconteceu. – perguntava Mariana, completamente desconfiada da história que contei. — Está tudo mal contado e precisamos da verdade para que possamos livrar o Poncho de problemas maiores.

Encarei Anahí com os olhos faiscando de raiva se ela fosse mesmo a menina correta que Mariana descreveu ser durante toda a viagem ela vai contar que fomos nós quem começamos a confusão, e bom, eu disse a Alfonso que apenas revidamos.

— Não vi direito o que aconteceu, estava ajudando a Dulce na taberna, e a iluminação não ajudava muito.

Dei um sorriso sem mostrar os dentes, talvez Anahí já tenha percebi quem manda no pedaço. Mariana me encarou desconfiada, mas não disse nada. Alfonso voltou da sua vigésima ligação aquela manhã, sentando-se a mesa para terminar o café.

— Os shows estão proibidos.

— O que? – falei alto e ele me encarou. — Desculpas, mas porque pai?

— Você está de castigo.

— Mas que merda. – Alfonso me encarou novamente. — Desculpa de novo. Mas a culpa não foi nossa, nós apenas revidamos.

— Não importa, não foi essa educação que lhe dei, deveria ter chamado o segurança. Tem ideia que tem um colega em coma no hospital?

— Ele vai ficar bem.

— Isso não podemos garantir. – acrescento Mariana.

— Mas vocês são médicos, podem ajudar.

— Estamos fazendo o possível, mas não temos o controle de tudo, Poncho. – Alfonso estava irritado e furioso. — E está resolvido, está de castigo sem música, sem show.

Levantei da mesa empurrando a cadeira contra o chão. Alfonso sabia como me prender, sabia exatamente como me enlouquecer na verdade. Ele não tomaria o celular, não me deixaria sem sair, ele apenas confiscaria todos os instrumentos da banda, ele sabia que a música era a minha vida e a odiava tanto que não perderia uma oportunidade de toma-la de mim.

Era noite quando cheguei a galeria com Ucker.

— E aí cara, como ficou a parada na tua casa? – perguntou Rodrigo, batendo na minha mão.

— Sem música, sem show. – disse, sentando-me em uma banqueta da taberna.

— Agradece, não foi você que ficou sem mesada. – comentou Christopher.

— Alfonso não poderia ter feito isso, não poderia.

Perla aproxima-se e por um momento senti vontade de esmaga-la com as minhas mãos, porque tudo começou com o seu drama. Mas não iria adiantar muita coisa.

— Olha só a pimentinha tá muito gostosa nessa roupa de patinação. – comentou Rodrigo ao observar Anahí entrar na pista com Francisco.

Os cabelos loiros dourado de Annie fazia contraste com a roupa justa branca que ela vestia.

— Não havia reparado o quanto ela era gata. – comentou Rodrigo quase babando na mesa. — E como ela tem peitos enormes.

— Aposto que é siliconada. – disse Perla revirando os olhos.

— Nem que ela quisesse ela teria condições de colocar silicone, e ela nem é tudo isso.

— Fala sério Poncho, pode confessar. – provocou Rodrigo.

— Não suportaria ter uma irmã dessas dormindo no quarto ao lado. – acrescentou Ucker que também passou a babar por Annie na pista.

— Como você é nojento Ucker. – Perla mostrou a língua dando um tapa no ombro de Christopher, que estendeu as mãos em redenção. — E ela tem cara de mó pé no saco, já viu que ela anda com os bolsistas?

— Deve ser porque ela é uma bolsista. – sorri sem mostrar os dentes, tentando não seguir o olhar dos meus amigos para a pista de patinação. — Mas vamos falar da preparação do time já que não podemos falar mais sobre os ensaios.

Bati na mesa para tirar Rodrigo e Christopher do transe que estavam observando Annie na pista com Francisco.