Fanfic: Este Corazón | Tema: Rebelde Ponny

No colégio Anchieta não se falava em outra coisa que não fosse a festa de carnaval a fantasia que Christian estava organizando. Não tinha ideia do que usaria, ultimamente tenho usado cada vez menos short porque o meu quadril tem sofrido grandes mudanças.

— Do que vai fantasiado este ano, Chico? – perguntou Dulce com empolgação na voz.

— Não sei, acho que não vou.

Vi o sorriso de Dul se desfazer do seu rosto.

— Ora essa, mas porque não Chico? Todas nós vamos. – cruzei os braços encarando-o. — Antes que você invente uma desculpinha qualquer. – o interrompi antes que pudesse responder. — Não admito que não vá, é o meu primeiro carnaval da vida, por favor, vamos.

Juntei as duas mãos na mesma posição que fazemos quando estamos a orar e Francisco começou a sorrir, depois me puxando para um abraço.

— Tá tudo bem, com essa pressão toda, não tem como recusar.

Gritei em comemoração e Francisco despediu-se assim que o sinal tocou terminando o intervalo.

— Ele nunca terá olhos para mim. – resmungou Dulce caminhando ao meu lado até a sala.

— É só questão de tempo, até que ele te note como uma bela mulher.

Dulce ainda não tinha decidido qual fantasia usar, queria uma que combinasse com a do Francisco e aquilo era romantismo demais. Ao chegar na aquarela a tarde, Poncho já estava trabalhando com as crianças e fiquei surpresa observando de longe, a forma como tudo mudou dentre as últimas semanas. Poncho estava mais próximo delas, mas enturmado e elas o adoravam.

— Acho sapo virou príncipe.  – comentei, aproximando-se de Poncho que logo ficou de pé a minha frente.

— Impossível, uma vez que nunca fui príncipe, e sim rei. – Poncho riu debochada, apertando meu nariz. — Mas a gata borralheira está difícil de virar Cinderela.

Poncho saiu dando risada alta e forcei um sorriso para as crianças que me olhavam curiosas.

— Estupido. – sussurrei.

Era a minha primeira festa de carnaval, Marichelo e Enrique, nunca me deixavam ir nas que tinham no nosso bairro e tampouco as que acontecia no colégio. No carnaval sempre viajávamos para acampar com a igreja em retiro, e era maravilhoso. Mas, como boa adolescente, sempre tive curiosidade em saber como era uma festa de carnaval.

Com ajuda de Olivia consegui montar uma fantasia improvisada de sereia, segundo Olivia meus cabelos loiros seria o contraste perfeito para uma sereia. Dulce estava fantasia de branca de neve o que combinou muitíssimo devido seus cabelos pretos curtos, e Francisco não estava fantasiado o que é fora do padrão de pessoas que estão nessa festa.

Estava curtindo a música de acordo com a batida do DJ, tenho pesquisado e visto alguns vídeos no YouTube de dança desde que ganhei um telefone celular da tia Mariana, precisava aprender a não passar vergonha. Até que senti umas mãos grossas apertarem a minha cintura, acompanhando o meu ritmo.

POV PONCHO

Assim como todos os anos a festa de carnaval do colégio Anchieta acontecia no salão da galeria e a festa era sempre muito ornamentada de acordo com a época do ano, Pollito era caprichoso.

— Poxa Poncho, achei que viria de príncipe. – resmungou Perla, que está vestida de princesa.

Mas não era vestida de princesa com aqueles vestidos longos, estava mais para uma daquelas roupas intimas de fantasia de tão curta que estava. Optei por ser Jack Sparrow aquela noite, Christopher disse que estava mais para capitão Gancho, mas tanto faz, os dois eram capitães de navios poderosos e nunca fui o tipo de comandantes padrão que salva a mocinha no final da história. Olivia me ajudou a colar umas tranças na barba assim como Sparrow tinha que estavam me incomodando, fora isso, a fantasia estava perfeita, assim como eu.

— Olha só com quem o Rodrigo está dançando. – Ucker colocava a mão na boca, segurando um copo de vodca com suco na outra mão.

Bebidas alcoólicas não eram permitidas nas festas da escola, mas sempre dávamos um jeito de camuflaras e por isso quase sempre bebíamos vodca com suco.

— Que fura olho sacana. – brincou Christopher, ainda observando a forma nada adequada que Rodrigo e Annie dançavam na pista de dança.

— Que tal uma aposta? – sugeri.

— Isso é ridículo, é obvio que o idiota do Rodrigo não conseguiria agarrar a caretona da Annie.

— Não subestime o nosso amigo, Perla e então? – insisti, seria divertido ver Rodrigo caindo aos pés da Anahí, eles até que combinavam.

— Duas semanas. – disse Christopher esticando a mão para o cumprimento.

— Um mês.

— Não sei quem é mais idiota. – Perla revirou os olhos.

Rodrigo nos olhou ao longe e fizemos o nosso código de apostas para que ele entendesse no que ele estava se metendo a partir daquele momento. Rodrigo poderia até ser o mais lerdo da nossa turma, mas sempre foi um galanteador, ao contrário de mim que sempre sou direto e não escondo que eu sou, Rodrigo faz o tipo que paga de santo e depois do prêmio vira o demônio e aquilo não era nada legal, mas cada um com as suas regras.