Fanfic: Este Corazón | Tema: Rebelde Ponny

Ao virar de frente para o garoto que segurava as minhas mãos, um sentimento de decepção surgiu dentro de mim. Era Rodrigo que estava dançando animadamente comigo, por um instante achei que pudesse ser outra pessoa. Rodrigo sorria e gritava animado com a nossa dança, não queria ser chata e a careta da história e continuei a dançar.

— Acho que vou pegar uma bebida. – disse ao pé do ouvido de Rodrigo.

A minha bebida havia acabado, quer dizer, a minha água havia acabado e estava bastante calor ali naquela multidão de pessoas dançantes.

— Toma. – disse Rodrigo entregando-me um copo de suco.

— Não tem álcool, tem?

Rodrigo negou com a cabeça. E então peguei o copo de sua mão.

— Ual, estava mesmo com cede. – brincou Rodrigo ao ver o copo vazio.

E sorri envergonhada, mas sim, estava mesmo com cede.

POV PONCHO

Rodrigo estava na cola da caretinha e não deixava ninguém mais aproximar-se de Anahí, ele gostava de um desafio. Christopher já havia fugido para agarrar umas gatinhas e eu estava tentando fugir de Perla que não saia do meu pé a festa inteira.

— O que apostaram? – perguntou Rodrigo, assim que se aproximou do pub para pegar mais bebida.

— Ainda não decidimos, só calculamos o tempo.

— E quanto tempo você apostou em mim?

— Um mês.

— Por/ra Poncho, isso tudo?

Encolhi os ombros rindo.

— Ela não é tão difícil assim, posso... – Rodrigo silenciou de repente e segui o seu olhar, Anahí estava sendo tirada da pista de dança com a ajuda de Dulce e Francisco.

— O que você fez?

— Nada cara, ela só virou todo copo de vodca com suco e acho que deu merda.

Rodrigo passava a mão no cabelo preocupado. Coloquei o meu copo no pub e sai andando empurrando a multidão inclusive Perla que tentava me provocar dançando com outro cara, para acompanhar Francisco e Dulce. Depois da dificuldade que fora sair daquele salão, ao chegar na área externa da galeria. Dulce e Francisco continuavam de pé olhando um táxi sair.

— A deixou ir sozinha? – perguntei com as mãos na cintura um tanto ofegante.

— E o que você tem com isso? – revidou Francisco. — Ela estava cansada, não queria ficar.

— Não foi nada disso Poncho, ela só insistiu muito para que não fossemos juntos. – acrescentou Dulce. — Vamos. – disse puxando Francisco para dentro da festa.

Procurei pelas as chaves da SUV no bolso daquela fantasia e corri até onde estava estacionada. Precisava ir para casa. No caminho, me desfiz do pano vermelho que amarrava a cabeça, da peruca de dreads que Olivia havia insistido para colocar e que por pouco não me matou de calor. E de todos os olhos acessórios. Ao chegar em casa subi as escadas rápido, mas Anahí não estava em nenhum dos quartos, tampouco na sala, até que da sacada avistei Anahí na área da piscina.

— Como você está? – perguntei, aproximando-se de uma das espreguiçadeiras que Annie estava deitada.

Anahí me olha de baixo para cima e continua com a mão na barriga, estava suando frio e tinha um copo de água ao seu lado.

— O que você quer Poncho?

— Vou chamar Mariana.

Anahí estava pálida demais para quem estava só passando mal por cachaça.

— Não. – ela disse em um de tom alto, que sua voz saiu estremecida. — Não os incomode, por favor, não quero dar trabalho.

— Mas não é dar trabalho, você está passando mal e muito mal.

Anahí tenta ficar de pé, mas acaba balançando sobre os próprios pés e antes que ela pudesse sair contra o chão a segurei pegando-a no braço.

— Você é muito teimosa e irresponsável, não tem como não ver que é melhor irmos ao hospital.

— Poncho por favor.

A voz de Annie saiu em quase um sussurro e senti um arrepio na lombar por ela está tão próxima do meu ouvido e segurando as mãos geladas e suadas ao redor do meu pescoço. Coloquei Annie deitada na sua cama, arrumando os travesseiros e quando voltei para olha-la, seus olhos estavam fixos nos meus, pareciam curiosos e surpresos.

O silencio se estabeleceu, nossas respirações se mesclaram e antes que pensasse demais e acabasse desistindo do que estou prestes a fazer, a beijei.

Anahí correspondeu ao beijo colocando carinhosamente a sua mão gelada no meu rosto, seu beijo era calmo, mas instigante, e assim que comecei a sentir algo involuntário na minha parte inferior me afastei bruscamente e sai do quarto mais rápido que gostaria.

Fechando a porta, mas confuso do que entrei. Que por/ra foi essa, Poncho?