Fanfic: Este Corazón | Tema: Rebelde Ponny

Haviam se passado três dias desde do dia em que beijei a caretinha da Annie no meu quarto, ela estava nitidamente me evitando, não tomava café com a família, a noite sempre tentava dormir antes do jantar e aquilo não podia ser ainda mais ridículo. Estávamos no terceiro dia de campanha da chapa-grêmio e para a minha surpresa, Annie havia conquistado um bom público em pouco tempo e aquilo não era nada bom.

— Cara, o que merda vamos falar nesse debate? – perguntava Christopher, tão nervoso quanto eu estava.

— O de sempre. – dei de ombros.

Não havíamos conseguido nenhuma informação sobre o que Annie falaria no debate e quais eram suas propostas, mas tinha em mente que nada era tão bom quanto as minhas festas, então de certa forma aquilo me deixava seguro. O diretor começou o início a apresentação do debate. E como a minha chapa foi a chapa vencedora do ano passado, nós começaríamos o debate.

— Bom vocês já conhecem a nossa chapa. – disse, caminhando na parte central do pátio, olhando para todo colégio que estava em forma de roda ali. — Nós sempre fizemos o melhor para o nosso colégio e sociedade.

Ucker e Rodrigo puxavam o coro que gritava a nosso favor.

— As nossas festas continuarão acontecendo se a nossa chapa ganhar, continuaremos arrecadando dinheiro para as ONG sociais, a nossa chapa é a prova de que é possível se divertir com responsabilidade, se divertir ajudando o próximo.

Anahí olhava para Christian e Chico e aquilo parecia inesperado para ela. Confesso, que foi inesperado até mesmo para mim, acabei improvisando tudo na hora, falando exatamente como se fosse a bondosa Anahí ali, só que claro, a minha maneira.

— E então para continuemos nos divertindo o ano inteiro, votem na chapa “Se eu fosse você votava na gente”. – gritei e todos aqueles aplausos me animaram.

A vitória era nossa. Depois de dois minutos esperando que Anahí começasse a falar, ela resolveu largas os papeis e pegar o microfone.

— O nosso colégio precisa de mais. – começou e aquilo não era bom. — Estamos no ano de pré-vestibular, precisamos focar no nosso futuro, chegou a hora de pensar e nos questionarmos o que seremos daqui há dez meses, o que seremos no ano que vem? Sim, concordo com o meu adversário, quando ele diz que é possível se divertir ajudando o próximo.

Ucker e Rodrigo já não pareciam tão seguros e Perla não parava de reclamar ao meu lado.

— Mas precisamos de mais, sair do cômodo, precisamos de novos projetos culturais afins de promover intercâmbios e comunicação, para expandir o nosso conhecimento, precisamos de coleta de lixo que chamem atenção da mídia para nosso colégio. – Anahí empolgou-se e falava alto como uma verdadeira política. — E claro, não poderíamos esquecer de algo que o nosso colégio precisa, jogos interclasses.

A galera começou a aplaudir e assoviar, gritando “Evolution” que era o nome da chapa de Anahí e aquilo foi golpe baixo. Esmurrei a minha bancada de debate de maneira discreta. Annie finalmente terminou aquele discurso idiota dela e deu um sorriso vitorioso em minha direção. Maldita garota.

— Cara, acho que dessa vez...

— Não fale besteira Rodrigo, claro, que Ponchito ganhará novamente. – disse Perla, acariciando os meus cabelos enquanto esperávamos pelo final da cotação de votos.

Quando o diretor anunciou que a chapa de Anahí havia ganhado aquilo me deixou furioso, ela usou de bons argumentos isso tinha que concordar, mas qual era o problema da galera do colégio? Eles me odiavam mesmo? A ponto de não quererem festas de novo.

— Isso deve estar errado, ela deve ter manipulado o diretor.

Perla gritava igual uma surtada. Mas Anahí e seus amigos da chapa vibraram em comemoração.

Sai dali para não explodir de raiva.

— É melhor começar a aprender a perder, Perla.

Decidi não ir em casa almoçar não queria ver a Anahí toda felizinha, mas então quando cheguei a aquarela social, vi que ela comentava com Uyara como fora emocionante aquele debate e que a chapa dela havia ganhado. Uyara me cumprimentou indo para sua sala.

— Não se anima não. – disse ríspido. — O colégio continua sendo meu, as gatinhas continuam sendo minhas, e continuo não gostando de você.

— Obrigada pelos parabéns, Poncho. – disse Anahí, forçando um abraço que logo a empurrei. — Podemos trabalhar juntos na chapa se quiser, ainda precisamos de um secretário para completar.

Anahí saiu da minha proximidade antes que pudesse responde-la. Qual era o problema dela?