Fanfic: Este Corazón | Tema: Rebelde Ponny
Foi inesperado para todos que estavam presentes na galeria ver o Poncho me salvando, tudo bem que para muitos éramos quase primos, morávamos na mesma casa. Mas, nossos amigos mais íntimos sabiam que Poncho era rude comigo o tempo inteiro. E ficaram bem desconfiados. Fiquei feliz ao saber que ficaria boa para continuar com a competição. Já tinha perdido muito na minha vida, não queria perder essa chance também.
A ideia de Poncho saber do meu segredo me assustava, mesmo sem motivos nenhum, ele já não me tratava lá a essas mil maravilhas e agora então.
— Quer uma carona para o colégio? – a voz de Poncho caminhando atrás de mim, depois do café da manhã me assustou
— Não, obrigada. – continuei a caminhar, sem olha-lo.
As mãos fortes de Poncho puxando pelo braço me fizeram parar de caminhar ainda na calçada da sua casa.
— Annie, uma trégua.
Olhava contra o sol e com uma das mãos na testa para tentar ver melhor Poncho. Poderia ser um sonho.
— Para de ser marrenta e vem comigo para o colégio.
— Poncho não preciso da sua pena, o conheço bem, não me ofereceria carona assim, na verdade, se me lembro bem, você praticamente ordenou que não lhe pedisse carona.
Poncho mordiscava os lábios e estava esperançosa que ele me pedisse desculpas por tudo que já fez e disse comigo.
— E então, Annie, como está? – a voz de Francisco, fez com que Poncho se afastasse.
— Nada que precisemos nos preocupar, só um susto.
— Que bom, achei que teria que arrumar outra parceria.
Chico ficou falando sobre novos vídeos e novas técnicas que poderíamos usar nos treinos para surpreender os jurados, mas tudo que conseguia passar na minha mente era a forma como Poncho estava estranho, como me olhou no hospital, como rapidamente passou de chateado por não saber do meu segredo a bravo e grosseiro.
— O que disse? – questionei a Dulce, que tinha acabado de bater palmas a minha frente e só agora que me dei conta de que estamos no pátio do colégio.
— Ela está assim desde que a vi na calçada, deve ter sido a pancada na cabeça. – brincou Francisco.
— Não é isso, só alguns problemas. – sorri de canto.
— Estava falando que nós da diretoria cultural resolvemos propor aos professores de artes e literatura uma peça de teatro no colégio, vi algumas pesquisas que isso estimula a inclusão social, a comunicação e é possível reconhecer os alunos tímidos que necessitam de um pouco mais de atenção.
— Acho que nem todo mundo vai querer participar.
— Concordo com o Chico.
— É por isso. – Dulce tirou o projeto em papel para que pudesse analisar detalhe por detalhe. — Que seria como nota, entraria no lugar da nota do segundo semestre.
— Mas isso os obrigariam. – franzi o cenho.
— Vai por mim, Annie, é uma boa ideia.
Dulce, era diretora cultura do grêmio e era o seu primeiro projeto não queria que ela se decepcionasse. A professora de literatura achou uma maravilha, disse que poderíamos trabalhar em cima de algum livro que estávamos trabalhando em sala de aula e a professora de artes disse que seria divertido montar todo caracterização de cena. Então, o projeto fora aprovado.
— Estou animado para esse projeto da Dul. – Francisco comentava animado ao chegarmos na aquarela social, e vi uma esperança de junta-los novamente.
Segui para o meu armário e coloquei a bolsa, tirando a farda e vestindo uma outra blusa e o jaleco que usávamos para identificação das crianças. Ao bater à porta do armário, me assustei ao ver Poncho ali encostado de braços cruzados me olhando.
— Como está o tornozelo?
— Bem, obrigada.
— Vi que mesmo depois do episódio, você e o mané do Chico passaram na seleção.
O tom de voz de Poncho ao falar “mané do Chico” parecia enciumado.
— Sim, passamos, obrigada pela preocupação.
Segui caminhando porque minhas mãos já começavam a suar, e o ar parecia está pesando ainda mais naquele pequeno corredor.
— Porque não contou antes? – a voz de Poncho atrás de mim, me fez parar de caminhar para olha-lo. — Alguém mais sabe?
— Já disse que ninguém sabe, nem mesmo Chico. – fiquei cabisbaixa e ele desviou o olhar. — E que não é muito orgulhoso sair por aí dizendo que estou gravida aos dezessete anos, não é exemplo para ninguém.
Voltei a caminhar até a sala de música, que estava vazia, pois as crianças ainda estavam na aula de recreação na parte externa com Ucker e Chico.
— Você se preocupa demais com o que os outros vão pensar.
Não podia deixar de perceber que Poncho me olhava profundamente, olhava para todo o meu corpo, para os meus seios, quadril, e principalmente para a barriga.
— E o pai? – minha garganta secou. — Ele sabe da existência dessa criança? Quer dizer, você sabe quem é o pai?
A minha boca abriu-se em formato de “O”. Já deveria ter me acostumado com a falta de limites e senso de Poncho, ele não mede as palavras que usa e tampouco as perguntas que faz. Fomos interrompidos com as crianças entrando aos gritos na sala de música, o abraçando. E aquela foi a minha deixa, para fugir daquele terrível assunto.
O ensaio foi tenso, Poncho não parava de me olhar e parecia impaciente. Para uma pessoa que disse que “não era problema dele” ele me pareceu bastante interessado e curioso a respeito da minha gravidez.
— Quer uma carona? – perguntou, terminando de organizar a sala de música, depois das crianças terem saído.
Suspirei batendo com força na mesa de canto.
— Poncho, olha só, não preciso da sua pena e já lhes disse isso.
— Annie, é só...
— Me deixe em paz. – o interrompi, os olhos deles pareciam me penetrar e odiava aquilo. — Nada mudou, entendeu? Você continua sendo o mesmo idiota que conheci, e eu continuo sendo a caretinha que não precisa de babá, lembra? Foi você mesmo que disse isso.
Sai da sala de música não esperando por uma resposta dele, as vezes a coragem me surgia, talvez seja os hormônios da gravidez que me deixem um pouco estressada e sem paciência. Mas, uma coisa eu tenho certeza, eu nunca estaria pronta para ouvir toda as coisas ridículas que Poncho sempre tinha para me dizer e ofender, como fora a sua pergunta sobre eu saber quem era o pai, como se eu tivesse transado com vários caras nessa vida e fosse uma qualquer.
Durante o jantar, o clima não poderia ser dos piores. Poncho somente mexia na comida e me olhava discretamente, tentava conversar com Olivia sobre coisas da sua turma e sobre o seu grêmio estudantil.
— Poncho, você pode levar a Annie amanhã ao hospital depois da aula.
Já que não tínhamos mais segredos, e que somente Olivia ainda não sabia. Era possível conversar abertamente e aquilo não era nada legal.
— Posso ir sozinha, pego um táxi depois da aula, o Poncho tem trabalho comunitário.
— Não vejo problema em faltar um dia. – Poncho me olhava com as mãos cruzadas em cima da mesa e voltou a olhar para Mariana. — Sim, posso leva-la depois da aula.
Autor(a): raissasampaio
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Era obvio que algo estava acontecendo comigo, algo que eu insistia em fingir que não estava acontecendo, estava envolvido pela Annie e estava lutando para não deixar aquilo me dominar, mesmo já me parecendo impossível. A notícia de que ela está gravida de um cara desconhecido me espantou, agora tudo faz muito mais sentido, o choro es ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 46
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Nandacolucci Postado em 18/07/2021 - 15:46:49
Leitora nova amando a históriaCONTINUA
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beatris_ponny Postado em 21/06/2021 - 17:17:31
Espero que não esteja junto com aquele embuste
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beatris_ponny Postado em 21/06/2021 - 17:17:14
Cadê a Annyyy
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beatris_ponny Postado em 17/06/2021 - 07:49:13
Espero que esse 1 ano passe rápido
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beatris_ponny Postado em 17/06/2021 - 07:48:43
Meu deus que ódio desse povo atrapalhando nosso casal
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beatris_ponny Postado em 10/06/2021 - 22:50:43
esperando mais amando essa fanfic
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beatris_ponny Postado em 10/06/2021 - 22:50:24
esse familia da anny santa paciencia
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beatris_ponny Postado em 10/06/2021 - 22:49:57
posta maissss
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Srª Von Uckermann Postado em 07/06/2021 - 21:38:13
Posta maaaaaaaaaaaaaaaaaaaais
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beatris_ponny Postado em 30/05/2021 - 20:18:33
Pelo amor de deus posta mais está muito bom