Fanfic: Este Corazón | Tema: Rebelde Ponny
Era obvio que algo estava acontecendo comigo, algo que eu insistia em fingir que não estava acontecendo, estava envolvido pela Annie e estava lutando para não deixar aquilo me dominar, mesmo já me parecendo impossível. A notícia de que ela está gravida de um cara desconhecido me espantou, agora tudo faz muito mais sentido, o choro escandaloso da queda, o motivo que passou tão mal ao beber a mistura de vodca e dentre mil coisas, que via Annie evitar todos os dias. Só agora conseguia perceber o quanto ela estava sendo forte, morava longe da família, provavelmente fora expulsa. E estava gravida aos dezessete anos e no terceiro ano do colegial, não era fácil e por isso sentia que ela precisava de uma proteção.
— Sei que muitos já sabem, porque foi anunciado na rádio escolar, e sim teremos o nosso primeiro projeto cultural no colégio Anchieta.
A professora explicava para os alunos do terceiro ano do ensino médio sobre o projeto organizado pela a chapa de Annie, e sobre as peças que teríamos como opção. Alguns alunos não gostaram da ideia, e estava em cima de Annie, xingando-a de tudo.
— Mas que merda, qual o problema de fazermos uma peça de teatro? Melhor que fazer uma prova.
— É uma péssima ideia. – resmungou Perla de braços cruzados, que gritava instigando a ira dos alunos.
— É uma terrível ideia, não tenho desenvoltura no palco. – acrescentou Rodrigo.
— A peça poderá te ajudar.
— Você está bem? Odeia esse tipo de trabalho, sempre votamos contra em todas as enquetes. – Christopher sussurrou próximo ao meu ouvido e me encarava desconfiado.
Neguei com a cabeça, voltando a olhar para Annie naquele palco, que não parecia nada abalada com a raiva de alguns alunos. Precisava manter o meu autocontrole, tudo que não queria agora era os meus amigos debochando de mim.
— Amanhã ocorrerá a seleção para os testes de cada personagem. – Dulce prosseguia, depois de toda confusão. — Teremos duas peças, mas, será a mesma peça em versões diferentes.
Franzi o cenho confuso com a explicação.
— Cada aluno poderá fazer a inscrição para apenas uma peça, e caso não seja selecionado, concorrerá a outra, e caso não passe em nenhuma das duas, os alunos restantes participaram da caracterização dos personagens e do cenário.
A reunião terminou.
— E então, vamos nos inscrever em qual? – perguntou Rodrigo. — Acho que vou para a versão comedia, deve ser mais simples.
— Espero que não passe na seleção, prefiro cuidar do cenário. – disse Christopher.
— Eu e o Poncho, vamos para a versão romântica, é claro, não é...
Antes que pudesse ouvir Perla enchendo o saco, peguei a mochila e sai correndo até Annie, que estava saindo do colégio e fechando a porta do táxi que ela estava prestes a pegar.
— Lembro que tinha um compromisso comigo.
— Não tenho compromisso nenhum com você.
— Vamos Annie, não quer que eu faça uma confusão aqui na frente de todos os nossos colegas.
Alguns já passavam olhando e sabia que Annie odiava confusão. Ela bufou irritada, mas apontou com o carro e sorri vitorioso. Annie entrou no carro e continuou em silencio, não resmungou, não ficou se lamentando ou falando bobagens comigo e aquilo não era o que eu estava acostumado receber dela.
— Foi por isso que veio embora do interior? – perguntei, tentando quebrar o silencio e entender um pouco mais da sua história.
— Não moro no interior, moro do outro lado da cidade, estudava no colégio Malfatti.
E como havia previsto, Annie foi expulsa de casa.
— Descobriu sozinha?
— Não, a minha irmã me ajudou.
— Não sabia que tinha uma irmã.
— Tem muitas coisas sobre mim, que você não sabe.
Porra! Ela não poderia ser mais gentil? Era isso que estava tentando fazer agora, saber um pouco mais sobre ela.
— Já sabe o que fazer de vestibular?
Decidi mudar o assunto. Estávamos no trânsito infernal, precisávamos conversar.
— Não tenho condições de pensar em vestibular. – ela riu irônica.
— Gravidez ou um filho não é empecilho para deixar de estudar.
— Isso é para os ricos, Poncho, gente pobre como eu, não é assim que funciona.
— Você sempre gostou de se fazer de vítima desse jeito, ou aprendeu nas aulas de artes cênicas do Malfatti?
Annie virou-se para me olhar nos olhos e sorri debochado para ela, sabia que aquela perguntaria a irritaria ainda mais, mas ela estava sendo grosseira comigo e eu estava tentando ser gentil, então só retribui a altura. Antes que Annie pudesse começar a responder, a beijei, ali mesmo no semáforo vermelho. A beijei loucamente de saudade, desejando aquela boca vermelha que me causava suspiros mesmo longe. A buzina dos carros quando o semáforo ficou verde, fez-me pausar o beijo e Annie desviou o olhar e encostou-se novamente no banco, olhando para frente, mas calma.
— Não pode continuar fazendo isso. – sua voz saiu tão baixa que quase não ouvi. — Que seja qual for esse jogo ou aposta que esteja fazendo, caia fora...
— Foi isso que o pai do seu filho fez com você? – a interrompi, antes que começasse outra discussão.
Mas, Annie não respondeu e para minha falta de sorte, havíamos chegado ao hospital. Annie desceu do carro, caminhando rapidamente sem me esperar.
— Você pode ir Poncho, a levo embora depois, obrigada por traze-la. – disse Mariana, já dentro da sala em que Annie faria a ultrassom.
— Vou ficar. – sorri sem mostrar os dentes.
Annie estava deitada na cama, vestia apenas a calça legging e um sutiã com a barriga a mostra. A barriga de Annie não era tão aparente, mas começava a tomar forma. Você olhando assim, parece apenas que tem a barriga de quem bebe muita cerveja e fica inchada, e deve ser por isso que ninguém desconfiou ainda.
— Tudo bem. – disse Mariana.
Mariana sentou na cadeira e começou a passar um troço tipo um gel na barriga de Annie que não me olhava nem mesmo de lado, e eu estava ali, bem ao lado da cama dela. Assim que aquela cabecinha começou a aparecer na tela, Annie começou a chorar, Mariana explicava coisas das quais não entendia nada, porque tudo que conseguia olhar era para como Annie estava emocionada ao ver o seu filho na tela.
— Seus rins estão em perfeito funcionamento, precisamos enriquecer a alimentação ainda mais ricos em ferro, então você voltará a nutricionista...
Mariana prosseguia com seu enorme discurso e silenciou assim que aquele barulho, aquele barulho alto de batimentos cardíacos ecoou pela a sala. Meus olhos encheram-se de lagrima, Mariana já estava chorando e Annie me olho rápido e seus olhos brilhavam, Annie colocou uma das mãos na boca como se não acreditasse no que estava vendo e ouvindo. E ela voltou a olhar para mim, quando peguei na sua outra mão e a apertei com força.
— Quando poderei ouvir o coração dele novamente, tia? – perguntou Annie, vestindo a sua blusa.
— Na próxima ultrassom, podemos passar por essa ultrassom de novo.
— Vantagens de ter uma tia médica. – brinquei e Mariana abraçou Annie despedindo-se.
— Vou chamar um táxi para você.
— Não precisa, eu a levo.
Mariana olhou para Annie como se perguntasse se estava tudo bem e Annie apenas sorriu.
— Então, tá.
Ao saímos do hospital já era quase noite.
— Me deixa na galeria. – pediu Annie, entrando no carro.
— Você precisa comer alguma coisa antes.
— Vou comer na galeria e depois treinar.
— Certo, eu vou junto então.
— Que? – sua voz saiu estridente.
— Garantir que você irá se alimentar adequadamente, ouviu o que Mariana disse.
Sorri e Annie balançava a cabeça irritada. Ao chegarmos na galeria, todos nos olhavam espantados, por nos verem chegando juntos, principalmente Chico que estava a esperava de Annie para treinar. Annie foi ao encontro de Chico, e eu fui até Christopher e Perla que estavam em uma mesa na área externa da taberna.
— Onde esteve o dia inteiro, Poncho? – perguntou Perla, entredentes.
Christopher, no entanto, só me encarava com um sorriso debochado no rosto.
— Estava no hospital com Mariana.
— Mas você odeia aquele lugar.
— Mas as vezes é necessário, Perla. – baguncei seus cabelos, e sentei-me em uma posição para observar Annie patinar de maneira que Perla e Christopher não percebam.
Autor(a): raissasampaio
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A sensação de ouvir o coração do meu filho e vê-lo como ele está se formando saudavelmente me animou, me deixou ainda mais feliz, por estar fazendo alguma coisa certa nesta vida pela primeira vez. Tia Mariana me tranquilizou muito e a presença de Poncho, que a princípio era estranha, pareceu necessária naquele mom ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 46
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Nandacolucci Postado em 18/07/2021 - 15:46:49
Leitora nova amando a históriaCONTINUA
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beatris_ponny Postado em 21/06/2021 - 17:17:31
Espero que não esteja junto com aquele embuste
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beatris_ponny Postado em 21/06/2021 - 17:17:14
Cadê a Annyyy
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beatris_ponny Postado em 17/06/2021 - 07:49:13
Espero que esse 1 ano passe rápido
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beatris_ponny Postado em 17/06/2021 - 07:48:43
Meu deus que ódio desse povo atrapalhando nosso casal
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beatris_ponny Postado em 10/06/2021 - 22:50:43
esperando mais amando essa fanfic
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beatris_ponny Postado em 10/06/2021 - 22:50:24
esse familia da anny santa paciencia
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beatris_ponny Postado em 10/06/2021 - 22:49:57
posta maissss
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Srª Von Uckermann Postado em 07/06/2021 - 21:38:13
Posta maaaaaaaaaaaaaaaaaaaais
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beatris_ponny Postado em 30/05/2021 - 20:18:33
Pelo amor de deus posta mais está muito bom