Fanfic: Este Corazón | Tema: Rebelde Ponny

Estava difícil ignorar o Poncho, depois da sua pergunta direta dentro do carro, ele passou o dia inteiro tentando puxar assunto comigo na ONG, mas estava dando o meu máximo para ignora-lo, inclusive, tentei não ficar na sala de música, inventando uma mentira esfarrapada de que tinha outras coisas para organizar a pedido de Uyara. Acabei saindo mais cedo da ONG e fui direto para a galeria de taxi, não correria nenhum risco, mas precisava ficar longe de Poncho.

— Annie, me ajuda. – Francisco me puxou para um banco próximo da pista e era a primeira vez que chegava na galeria e não o via na pista, ele sempre estava lá quando chegava. — Dulce me confessou todo o seu sentimento por mim, em um dos ensaios da peça, pediu para ficar com ela..

— Que coisa boa Chico, estou tão feliz por vocês. – o interrompi, Francisco ficou cabisbaixo. — Mas você não me parece feliz, o que houve?

Olhei para Dulce ao longe, ela estava com o rosto vermelho, sinal de que chorou.

— Não sente a mesma coisa por ela? vocês se conhecem a tanto tempo, Chico.

— Não sei o que a fez pensar, ou o que eu fiz para demonstrar isso.

Silencie confusa.

— Ela acha que não quero ficar com ela, por sua causa, mas também não sinto nada por você.

— Nossa, feliz em saber disso. – sorri.

— Porque sou gay, Annie, não curto mulheres.

Meus olhos piscavam rápido minha boca estava seca, encostei-me no banco surpresa, como não percebi isso antes?

— Espero que não deixe de ser minha amiga, não suportaria perder vocês duas.

— Porque nunca contou isso antes?

— As pessoas são preconceituosas Annie, não é tão fácil assim, o único que sabe é o Christian, porque segundo ele, sente cheiro de poc de longe.

Gargalhei com a expressão e ao imaginar Pollito falando isso.

— Meus pais também não sabem, quer dizer, dona Ada desconfia, mas não tem coragem de perguntar.

— Acho que preciso falar com a Dul.

A olhava de longe.

— Sim, ela não reagiu muito bem e está com muita raiva de mim, e não podemos ficar assim, faremos o par na peça.

Abracei Francisco forte.

— Conta comigo e estou feliz que tenha tido coragem de me contar o seu segredo.

— Amo você.

Estava feliz por me sentir tão intima de Chico assim, e ainda mais feliz por saber que não era por minha causa que Chico não tinha intenções com Dulce. Me aproximei da taberna e Dulce estava nitidamente abalada, já havia quebrado dois copos e estava nervosa demais para conseguir trabalhar, mas não podia sair do emprego.

— Como você se sente?

— Como uma idiota. – disse batendo a mão na mesa do balcão. — Eu o conheço a anos Annie, e ele nunca me contou nada, nunca demonstrou interesse em homem nenhum.

— Mas precisa entender que não é algo fácil.

— Sei que não, mas ele não precisava enfrentar isso sozinho, ou viver escondido assim, era obvio que ele sabia que eu o amava não como uma amiga e sim como mulher.

— Talvez não, talvez ele não tenha percebido.

Dulce segurava o choro e silenciou quando Christopher e Poncho aproximaram-se do balcão.

— Você já terminou? – franzi o cenho confusa com a pergunta de Poncho. — O Treino, já terminou?

— Não cheguei a começar ainda, talvez hoje demore um pouco mais, eu pego um táxi.

— Eu espero.

POV PONCHO

Annie não disse mais nada, apenas despediu-se da Dulce e foi até a pista de patinação onde Francisco estava a sua espera. E ao observa-la na pista, ver Chico a pegando na cintura dela, agarrando corpo a corpo, senti uma raiva que pressionava o copo que estava nas minhas mãos.

— Sabe que não te pressiono com nada, que sempre espero teu tempo em aceitar as coisas, mas não acha que está na hora de confessar que...

— Sim, estou perdidamente, loucamente apaixonado por esta maldita garota dos cabelos cor de ouro. – o interrompi.

— O mundo inteiro já sabe disso.

Juntei as sobrancelhas olhando para Christopher.

— Poncho, todo mundo espera que tu confesses isso, que tu finalmente tenhas coragem de contar para Annie, o colégio inteiro já percebeu, você nunca foi assim com garota nenhuma.

— Não imaginei que estivesse tão aparente.

— Está mais do que aparente, você está quase indo até a pista para matar o Chico, por estar tão próximo dela.

— Mas não estou com ciúmes.

— Ciúmes é normal quando se ama alguém, Poncho, não precisa negar.

— Não sei o que fazer, tudo que ela faz é me afastar dela, é me querer longe.

— Talvez ela esteja lutando contra esse sentimento tanto quanto você tem inutilmente lutado também.