Fanfic: Este Corazón | Tema: Rebelde Ponny

Estava cada vez mais difícil encontrar roupas que não ficassem tão justas em mim, a barriga de quatro meses já começava a dar sinais e tenho a impressão de que esse mês não conseguirei esconder tanto assim. As blusas folgadas e calças legging fariam parte dos meus novos looks agora. O dia de ontem foi emocionante, fiquei feliz ao ver que Poncho ficou emocionado ao saber que nomeei a minha filha pelo o nome que ele escolheu, aquela era a minha prova de amor e por um momento achei que ele tivesse entendido, até ter que suportar Poncho e Perla aos beijos pelos corredores e pátio do colégio.

— Que anel ridículo.

— Não precisa disso Dulce, o anel é lindo.

Comentávamos a respeito do anel que Perla fazia questão de mostrar para todo colégio que havia ganhado de Poncho, como anel de compromisso. Era difícil segurar as lagrimas para não passar vergonha diante de todo colégio.

— Annie. – a voz de Poncho me chamando na ONG me causava arrepios e me deixava desnorteada, porque a minha vontade era de estapeá-lo ali mesmo. — Não comprei anel nenhum.

— É normal os namorados fazerem declarações para suas namoradas.

— Fala sério. – ele resmungou. — Sabe que não gosto da Perla, sabe o porquê estou com ela e mesmo assim vai continuar a me tratar assim?

— Você fala como se fosse difícil somente para você. – as lagrimas não se seguraram. — Acha mesmo que é fácil suportar todo esse teatro? Ver você beijando-a, abraçando-a, e andando de mãos dadas com ela o tempo inteiro. Acha que não penso o tempo inteiro em como acabar de vez com isso, mas eu simplesmente não me sinto pronta para que todos saibam da minha gravidez, Poncho.

— Ela mesma comprou o anel e disse que fui eu, jamais compraria um anel para Perla, ela sabe as razoes pelas quais continuo com isso.

Secava as lagrimas respirando fundo para que as crianças não percebessem.

— Pensei de irmos ao shopping. – disse Poncho, após dois minutos de silencio. — E começarmos a comprar algumas coisas para Cecilia.

Ele era mesmo inacreditável, o mundo praticamente caindo sob nossas cabeças e ele pensando em presentes para Cecilia, minha filha.

— Você não tem essa obrigação, Poncho, e não tenho condições financeiras para comprar nada.

— Eu pago.

— Não, mas de jeito nenhum, você e a sua família já fazem muito por mim. E por favor, não insista.

Só depois dessa conversa com Poncho que me dei conta de que preciso arrumar um emprego, que não posso simplesmente pedir tudo a tia Mariana e a Alfonso depois que Cecilia nascer, eles já me dão comida e um teto para morar e isso é muito mais do que poderia exigir deles. Difícil seria arrumar um emprego sendo menor de idade, e estando gravide de quatro meses. Sai da ONG direto para a galeria, precisava patinar, era a minha forma de organizar a minha mente e sempre me rendia bons pensamentos.

— Dul. – a chamei, saindo da pista. — Preciso de ajuda.

— Fala, sabe que estou sempre aqui.

Dulce poderia me arrumar um emprego na taberna, mas antes ela precisava saber de toda a verdade, não suportava mais ter que mentir e esconder isso tudo dos meus amigos.

— Annie, está me assustando, fala logo.

— Eu espero que você me entenda e que me desculpe por ter escondido isso de você todo esse tempo.

— Annie, por favor.

— Eu estou gravida. – disse levantando um pouco a blusa para ela finalmente pudesse perceber, Dulce levou a mão na boca. — Estou grávida de quatro meses e sim, fui expulsa de casa e por isso moro com tia Mariana atualmente.

Dulce me olhava sem expressão e aquilo me deixava insegura.

— Não contei antes porque não sabia como contar e temia ser excluída e julgada por todos vocês, e agora preciso de um emprego, porque ela nasce daqui há cinco meses e não posso pedir mais a tia Mariana.

— Então é uma menina? – perguntou Dulce emocionada.

— Sim, Maria Cecilia. – sorri de canto.

Contei um pouco mais detalhada toda a minha história para Dulce, não pretendia esconder nada mais dela. Contei desde quando peguei o Alex no flagra com Savannah na cama até o dia de hoje. Dulce ficou assustada, mas me abraçou forte e me sentia aliviada por finalmente ter com conversar a partir de hoje.

— Isso explica todo cuidado do Poncho, todo envolvimento dele com você. E o porquê você não bebe e dentre mil coisas que não tinham uma explicação.

— Espero que possa me ajudar.

— Mas é claro, Annie, você poderia trabalhar aqui comigo na taberna, é um horário flexível, mas é bem puxado.

— Eu aceito tudo e você não faz ideia de como fico agradecida.

— Aceito ser madrinha como recompensa.

Nós rimos juntas. Fiquei ali na taberna por um bom tempo, Dulce me explicava como funcionava o sistema financeiro e toda parte interna, era tudo um tanto complicado, porque a taberna era bem movimentada e precisávamos ter controle de tudo, mas era um bom dinheiro. A única coisa ruim, é que atrapalharia o horário dos meus treinos, já que ficaria no turno da noite. Mas arrumaria um jeito de recompensar o Zack e o Chico por isso.

— Mas o que é isso.

Disse em sussurro ao entrar no meu quarto e ver mais de dez caixas de presentes em cima da minha cama, depois a teimosia era eu. Coloquei minha bolsa na cadeira e sai ate o quarto do Poncho.

— Você tem problemas de audição? – perguntei, batendo a porta com força. — Você não ouviu quando disse que você não tem essa obrigação, ela é a minha filha, Poncho, você não poderia passar dos limites dessa forma...

Poncho me silenciou com um beijo. Caminhávamos ainda nos beijando até encostarmos na parede, as mãos de Poncho estavam dentro do meu cabelo e posso jurar que estou perdendo o ar. O corpo colado ao meu, sua mão subindo por dentro da minha blusa folgada me causando arrepios, as mordidas calorosas. O empurrei assim que ouvi a campainha tocar.

— O Poncho está, Ada?

A voz de Perla do andar de baixo me fez empurrar Poncho e sair mais rápido possível daquele maldito quarto.