Fanfic: Este Corazón | Tema: Rebelde Ponny

Quando Perla contou o meu segredo diante de todo colégio naquele camping por um momento achei que meu mundo iria acabar mais uma vez, mas surpreendentemente não fora isso que aconteceu, meus amigos, até mesmo o Chico que achei que ficaria com raiva, me acolheu e me deram todo o apoio. No ônibus, Poncho fez questão de voltar ao meu lado, mas uma coisa verdadeiramente estava me incomodando, desde hoje cedo quando terminamos de armar as barracas que ouvia os comentários sobre Poncho ter me engravidado estando namorando com Perla, o que não era correto, porque Cecilia não era filha de Poncho.

— Poncho. – o chamei, antes de entrarmos em casa. — Nós precisamos conversar.

— Está me deixando nervoso, algum problema?

— Não é certo que todos pensem que você é o pai da Cecilia, você ouviu todos aqueles comentários e sequer fez questão de explicar.

— Se você for começar com aquela história de que eu não tenho essa obrigação, ou essa responsabilidade, melhor parar por aqui.

— Mas essa é a...

— Annie, cala a boca. – me interrompeu irritado. — Não quero brigar com você, não quero discutir, você já me chateia demais cada vez que repete esse discurso.

— Mas...

 — Não tem mas Annie, eu serei o pai da Cecilia, e serei o melhor pai que você já viu.

Poncho pegou as mochilas e entrou em casa sem dizer mais nada. Acho que está hora de deixar que ele tome essa responsabilidade, porque não adianta, mas dizer ou fazer coisas que tentem faze-lo entender de que ele não é o pai da Cecilia, apesar de agir como um, com todos esses cuidados.

No dia seguinte, Poncho foi até o quarto para me dar bom dia e por um momento fiquei nervosa com medo de que Mariana ou Alfonso o vissem saindo dali. Estava nervosa, não sei se estava pronta para começar uma relação de verdade com Poncho.

— Eu e Annie, estamos namorando. 

Poncho comunicou sem ao menos me avisar na mesa do café da manhã sobre o nosso namoro. Olivia pareceu animada e disse que sempre notou os ciúmes incontroláveis do irmão quando se tratava de mim.

— Poncho, no escritório em três minutos.

A voz de Alfonso não era uma voz muito animada, tia Mariana também não ficou tão contente como quando ele anunciou que estava namorando Perla. E de certa forma, aquilo me entristeceu. Sei que vivíamos como uma família e que era para Poncho e eu sermos quase primos, mas era previsto que isso fosse impossível de acontecer. Terminei de tomar o café, subi as escadas e quando estava prestes a sair para ir ao colégio, não me contive e me aproximei um pouco da porta do escritório.

— Você já pensou como poderá afetar o seu futuro o envolvimento com essa moça?

Alfonso falava alto, mas calmo.

— Falando assim até parece que não gosta da Annie.

— Ela é uma boa moça, mas não é uma a moça adequada para você, você fara vestibular este ano e ela está gravida, a vida dela é completamente diferente da sua.

— Por ela está gravida está dizendo que ela não poderá fazer vestibular? Isso é ridículo pai.

Meu coração acelerava e entristecia porque evitava pensar a respeito da vida do Poncho, que insistia em enfrentar essa gravidez junto comigo.

— Não tenho nada a ver com a sua vida, Poncho, mas pense bem se é isso que você quer para o seu futuro, fora que nem sabemos quem é o pai da Cecilia.

— Eu serei o pai que ela precisa pai, o único pai.

Ouvia os passos e resolvi me afastar da porta e esperar por Poncho na calçada, tentando segurar as lagrimas para não chorar. Quando Poncho apareceu na calçada abrindo o carro para irmos ao colégio, ele forçou um sorriso, mas o conhecia a tempo suficiente para saber que ele estava irritado com a conversa com o pai.