Fanfic: Este Corazón | Tema: Rebelde Ponny

Dois dias se passaram desde que Annie e eu discutimos na piscina e não voltamos a conversar mais, na verdade, pouco estamos nos vendo e não tenho tido coragem de bater na porta do seu quarto para me desculpar.

Ao chegar no colégio, estava aquela confusão, era o primeiro ensaio da quadrilha que Annie e eu seriamos os noivos.

— Finalmente você chegou. – disse Christian que estava mostrando uns modelos de vestido para Annie, que sequer me olhou. — Só falta você realeza.

— Acho que podemos começar então.

Meu coração parecia que estava sendo esmagado por esta tão perto da mulher da minha vida e não poder toca-la, beija-la, a saudade estava a me consumir.

— Sim, só preciso terminar de decidir o vestido. – Christian voltou a olhar para os papeis. — O que achou, Annie? qual você prefere.

— Vou ficar parecendo uma bola nós dois Pollito, continuo achando que...

— Podemos ir comprar os tecidos juntos. – a interrompi. — E aposto que será a noiva gravida mais linda de todo o mundo.

— Ótima ideia. – gritou Christian. — Assim peço para vocês compraram uns tecidos para ornamentação. Mas agora. – Christian pegou na mão de Annie e na minha mão. — Vamos ensaiar.

E senti uma energia eletrizando ao tocar a mão de Annie e a vi arrepiar com o meu toque. O ensaio foi a verdadeira tortura, e só desisti de participar da quadrilha, porque aquele era o único momento que tinha Annie aos meus braços e nossos corpos colados pela dança.

— Podemos ir? – perguntei, no final do ensaio ao vê-la arrumar a mochila. — Comprar os tecidos.

Christopher e Dulce nos olhavam em negação, mas eles não compreenderiam a minha parte, não era tão fácil assim.

Durante o passeio na compra os tecidos, Annie e eu não trocamos uma palavra, tudo que ouvia era o barulho das pessoas naquele maldito shopping.

— Otavio deu depoimento hoje. – quebrei o silencio, puxando um assunto que não tivesse a ver com nós dois. — O papai disse que foi um bom depoimento e provavelmente diminuirá a minha pena e a do Uckermann em um ano.

— Fico feliz por vocês. – Annie continuava a caminhar, olhando as vitrines. — As crianças vão sentir falta de vocês na aquarela.

Quis tanto perguntar algo como: só as crianças. Mas não era o momento, não estávamos nesse momento.

— Não pretendo parar de prestar serviços a aquarela, quero continuar na ONG.

— Por essa não esperava, mas fico feliz com a decisão, as crianças vão ficar felizes também.

Ouvir Annie dizer que “não esperava” que eu tomasse uma decisão como estas, me faz querer perguntar o que ela pensa sobre mim, sobre a minha pessoa, sobre o que eu me tornei depois da chegada dela na minha vida, será mesmo que só ela não conseguia enxergar o quanto me transformou? O quanto em mostrou o que é verdadeiramente importante na vida.

— Escuta, que tal assistir um filme no cinema? – a convidei e Annie me olhava confusa. — Seria bom, para descansarmos.

— Acho melhor ir para casa, estou exausta, tudo que consigo pensar é na minha cama.

— Annie já chega. – parei de caminhar ficando a sua frente.

— Poncho estamos no meio do shopping.

Ela tinha medo que começássemos uma discussão ali, mas não suportava nem mais um segundo.

— Não suporto mais ficar longe de você, te ter ao meu lado e não te tocar, andar pelo o shopping e não ter suas mãos nas minhas, eu não suporto mais.

— Não é difícil só pra você.

— Me desculpa, sei que desculpas e palavras não adiantam de nada diante das minhas ações, mas me sinto perdido, não sei como agir a cada situação, tudo que consigo pensar é que não quero ficar longe de você, que você não tem de passar por isso sozinha, que somos um só.

Annie começou a chorar e as pessoas nos olhavam curiosas, inclusive, um segurança que se aproximava lentamente.

— Fala alguma coisa, daqui a alguns minutos aquele segurança me leva para salinha branca. – ri de canto.

E em resposta, Annie me beijou, passando sua mão ao redor do meu pescoço. E porra eu amo demais essa mulher.