Fanfic: Este Corazón | Tema: Rebelde Ponny

Na manhã seguinte como prometido Francisco me esperou para que pudéssemos ir juntos para a aquarela social. Era uma caminhada rápida de uns vinte minutos. Francisco no caminho ia me relembrando tudo que ele me explicou no dia anterior e fiquei ainda mais deslumbrada quando entramos e vi todas aquelas crianças desenhando ao redor de uma enorme mesa redonda.

— Nossa, tem bastante criança.

— É que esta cedo, no turno da tarde temos ainda mais.

Francisco me apresentava cada local da ONG. Tínhamos a área externa onde aconteceriam as brincadeiras recreativas. Uma sala de desenho, de música, de dança e dentre outras modalidades.

— Tem bastante coisa, tem professor para isso?

— Você quis dizer voluntários, sim, eu por exemplo cuido da educação física das crianças.

— E todos estudam?

— Difícil. – Francisco comentava à medida que caminhávamos. — Alguns deles vem mais pela a comida, pela atenção ou para passar o tempo. Outros só não dormem aqui porque simplesmente não pode. Por exemplo, aquela ali. – disse mostrando uma garotinha dos cabelos pretos curtos. — É a Judie ela só está aqui porque o turno da tarde no sinal é dela, e o da manhã é o do irmão, já tentamos convence-la a voltar para o colégio, mas ela diz que colégio não vai dar comida a família dela e ela só tem oito anos.

Lagrimas escorreram dos meus olhos. Malditos hormônios.

— Então tentamos ensinar o básico como ler, escrever aqui na ONG. Mas é um tanto complicado, é bastante criança e pouco voluntario.

— Quero participar. – disse olhando para Francisco. — Posso vir no turno da tarde já que é um turno com mais crianças. Em qualquer setor pode me colocar, menos na recreação.

— Nossa, por essa não esperava. – disse Francisco piscando os olhos rápido. — Seja bem-vinda, mas lembre-se Annie, é um compromisso não comigo, mas com todas elas.

— Prometo não decepcionar.

**

Há sete dias minha vida virou de cabeça para baixo, passei a ir todos os dias a tarde para a aquarela junto com Francisco. Fiquei na parte interna junto com outros voluntários, o começa era difícil as crianças eram insegura e demoravam a confiar em mim, o que era um dia de cada vez, mas estava ocupando a minha mente já que estava cansada de esperar por uma ligação da minha família, que literalmente parece me deu como morta.

— Quero te apresentar um lugar hoje, quando sairmos da ONG.

— Achei que já tivesse me mostrado todo o bairro.

— Não seja tão ansiosa.

Ao saímos da ONG Francisco me levou até a galeria, uma imensa galeria.

— Aqui é o ponto de encontro da galera do Anchieta.

Anchieta era o meu novo colégio que ainda não conhecia. Dentro da galeria havia um espaço para shows. No centro tínhamos uma enorme pista de patinação no gelo, uma quadra de basquete e vôlei, academia de box, a área da natação e o campo de futebol. Era uma galeria de dois andares e que ocupava quase todo o quarteirão. Nunca tinha visto nada parecido. Francisco me explicava que toda comunidade ajudava a manter a galeria de pé.

— Vem, quero te apresentar umas pessoas.

Francisco me puxou pelo braço até a Taberna, ao menos esse é o nome que tem no letreiro. Um restaurante e lanchonete lindo que ficava dentro da galeria, a decoração rustica com mesas e banquetas de madeira, a parede em tijolinhos avermelhados, quadros de músicos e esportivos espalhados decoravam o local, toneis em forma de mesa espalhados na parte interna chamavam atenção.

— Dul. – Francisco chamou a moça que estava no balcão externo de costas para nós. — Essa é a Anahí, sobrinha da dona Mariana.

Dulce me olhava e olhava para Francisco com os olhos brilhando.

— Oi, Anahí. – estendeu a mão em cumprimento. — Bem-vinda.

— Obrigada. – sorri, sentando na banqueta ao lado do Francisco.

— Ela também é bolsista assim como nós, não precisava ficar com medo. – brincou Francisco e Dulce como previsto parecia surpresa.

— Para de graça.

— Ele está falando sério. – interrompi.

— E aí o que vão pedir? – perguntou Dulce com um sorriso no rosto.

Era impossível não perceber o interesse explicito da Dulce no Francisco, que parecia ignorar completamente. Aquilo me deixou chateada, porque o tinha como um príncipe, mas pudera ne Annie? depois do que você sofreu com o Alex, acha mesmo que existe príncipe encantado?

— Você está me assustando. – disse, após os comentários horríveis de Dulce a respeito da galera do colégio.

— Docinho não acredito que já está assustando nossa cliente.

Uma voz estridente me fez virar-me ainda sentada. Um menino dos cabelos ruivos cor de fogo batia palmas e cruzava os braços encarando Dulce, que ria sem parar. Ele vestia uma calça boyfriend branca com uma blusa branca e um blazer rosa choque por cima. Nada chamativo.

— Annie, esse é o Christian. – apresentou Francisco. — Também estuda conosco no Anchieta.

— Pollito, meu amor. – apresentou-se Christian cumprimentando com dois beijinhos de cada lado. — O produtor de festas mais badalado que você irá conhecer.

Comecei a rir da maneira extravagante que Christian se gabava das suas festas, era muito engraçado e me sentia bem ali próxima de todos eles. Não pensei que seria tão bem recepcionada, Dulce já se sentia mais à vontade já que tentei demonstrar que não tinha interesse nenhum no Francisco. Tudo que não precisava era de inimizades.

— Esse é o coquetel mais delicioso que você experimentará. – disse Christian entregando-me um copo com uma batida de morango com vodca e limão.

— Toma, não tem veneno. – garantiu Christian.

— Obrigada. – empurrei o copo. — Mas não bebo.

Não que não bebesse poderia experimentar, conhecer coisas novas. Mas não podia esquecer que estava gravida e ninguém ali ao meu redor sabia disso e não poderia contar, iria espanta-los. E não precisava do julgamento de ninguém, já fui julgada demais pela minha própria família.