Fanfic: Este Corazón | Tema: Rebelde Ponny

Dulce havia me garantido de que a gincana seria uma boa distração e que logo todos esqueceriam daquela maldita noticia do jornal estudantil, o que faria com que Poncho esquecesse um pouco a raiva e assim eu pudesse conversar com ele. Só que estava tudo complicado demais, Alex continuava me pressionando para falar com a família dele, Poncho seguia me ignorando sem me dar chance de explicar.

Poncho estava aos risos deitado no pátio do colégio com Barbara, a aluna nova, a amiga que Christopher disse que eu não tinha nada que me preocupar. Eles pareciam íntimos demais para serem apenas amigos. Sai correndo para chorar após ver aquela cena, não queria pagar mico na frente de todos.

— Eu tentei de avisar. – a voz de Perla ecoava no corredor. — Mas, você não quis me ouvir.

— Me deixa em paz Perla.

— Mas eu te deixei em paz, mas já ouviu aquele ditado que fruta podre cai sozinha?

Perla me olhando.

— Você achou mesmo que o Poncho não iria cansar de brincar de casinha? Ele só estava te usando para ganhar a confiança do pai e voltar a ser o mesmo Poncho de sempre, só que sem o papai na cola.

As lagrimas não me pertencia avançar no cabelo da Perla e destruí-la ali mesmo, na verdade, a barriga não me permitia fazer grandes esforços.

— Vaza fora daqui sua cobra peçonha!

A voz de Christian me assustou, mas sorri internamente, por ainda ter bons amigos.

— Vaza Perla, tá surda? Achei que cobras tinham boa audição.

Perla saiu do corredor aos risos e abracei Christian fortemente.

— Não sei quando tudo ficará bem, mas no final tudo fica bem, não está tudo bem, é porque ainda não chegou ao final.

**

Por mais que meus amigos aconselhassem a esperar a poeira baixar, ver Poncho com toda aquelas meninas, vê-lo curtindo e se afastando cada vez mais de mim, estava me consumindo por dentro, principalmente porque tudo aquilo era culpa minha, eu deveria ter contado tudo que aconteceu nas férias, sem esconder nada dele. Porque não gostaria que ele tivesse me escondido nada.

Senti uma esperança surgir dentro do meu coração quando vi o seu carro parado próximo a ONG. Mas, assim que entrei na ala interna, era Ucker que ajudava as crianças com as lições.

— Ele trocou de lugar com você, não é?

— Sim, e a nossa pena acabou, estamos aqui por que somos bons garotos, e nos apegamos a essa moçada.

O tom de voz de Christopher não era muito agradável, e sentia sua raiva de longe.

— Ucker, ele precisa me ouvir.

— Não quero saber, Annie, você vacilou feio dessa vez.

— Eu sei, mas não é nada do que parece ser. – Christopher me olhava. — Alex me procurou nas férias, para me colocar pressão e saber se o filho era mesmo dele, e bom, acabei entrando no jogo dele, mas não ficamos, jamais trairia o Poncho, e você não acha muito suspeito que essas fotos tenham aparecido no jornal do nosso colégio durante as férias? Você sabe que o Alex seria capaz de tudo para destruir o Poncho.

— Pensando por esse lado.

— O Alex me disse que o Poncho tem mania de roubar tudo que é dele, mas no final ele sempre vence, eu não entendi o que ele quis diz porque verdadeiramente não me importava, ele tem ficado no meu pé para que eu vá falar com a família dele, só que eu não quero contato.

— Mas ele é a família da Cecilia.

— Eu sei, e você não tem ideia dos leões que tenho enfrentado diariamente, a Cecilia já vai nascer em pé de guerra e eu não faço a menor ideia de como enfrentar tudo isso, tia Mariana acha que devo dar uma chance ao Alex, só que sei que ela faz isso para que me afaste do Poncho, pela confusão que ficou a relação dele com o Alfonso e eu verdadeiramente me sinto sozinha, e quase sem forças.

— Porra, não sabia que estava tudo tão pesado assim.

Sorri de canto.

— Vou falar com o Poncho, eu acredito no que me diz Annie, e conheço a peça que é o Alex, mas as fotos são muito autoexplicativas, vocês estavam próximos demais, e o Poncho não quer nem que toquemos no seu nome.

— Tenta, por favor, eu suplico. Só preciso de uma chance para que ele me escute.

Durante a tarde na ONG preferi não ir ate a ala externa, sabia que Poncho precisava do seu espaço e se o Christopher cumprir com a promessa de que conversará com ele, tenho esperanças de que as coisas possam retornar ao seu lugar rapidamente.

Sai da ONG para a taberna, a Dulce insistia para que ficasse apenas atrás do balcão, já que a barriga estava pesada e meus pés cada vez mais inchados.

Ao chegar em casa, tinha esperanças de encontrar com Poncho mais calmo. Subi as escadas tomei uma ducha e estava prestes a descer quando ouvi o barulho do violão, ele amava tocar para se acalmar, ele dizia que o ajudava a pensar. Mas quando cheguei a sacada, meu coração despedaçou. Poncho estava tocando violão olhando para Barbara, sua amiguinha, e os dois riam animados com a música.

A fome passou e o choro veio, com toda sua força.