Fanfic: Este Corazón | Tema: Rebelde Ponny

Quando Alex percebeu que eu definitivamente não aceitaria mesmo a sua carona, ele deixou seguir o meu caminho ate o apartamento da Dulce em paz, o apartamento não ficava tão distante da galeria, e era um prédio com três apartamentos somente.

Ao abrir a porta, tudo tinha a cara da Dul, tudo muito minimalista e com muito verde e flores do jeito que ela gostava. Era um pequeno apartamento de dois quartos, um banheiro e uma cozinha acoplada a uma única sala.

Era admirável que a Dulce morasse sozinha e conseguisse sustentar, obviamente os pais ajudavam, mas sei que boa parte vem do seu esforço já que dá um duro danado na taberna.

Assisti dois filmes, fiz pipoca, sanduiche, até mesmo um macarrão ao molho, tentei dormir, não consegui, fiz um chá de camomila, que não adiantou de nada. A minha mente simplesmente não conseguia desligar ou parar pensar em quem Poncho estava agarrando aquele momento.

Olhei para o relógio passava das três e meia da manhã e eu continuava aqui, andando de um lado para o outro com o celular na mão tentando não ver todas aquelas postagens.

— Anahí!

Conhecia aquela voz, estava um pouco rouca, mas eu conhecia.

— Anahí Portilla!

Poncho gritava feito um louco do andar de baixo, estava sem camisa e com um copo na mão, o carro estacionado praticamente no meio da rua.

— Abre! – ele apontava para o portão.

Neguei com a cabeça.

— Não vou sair daqui até falar com você!

Os vizinhos já começavam a sair após ouvir Poncho buzinando sem parar na frente do prédio e ameaçaram chamar a polícia. Meu coração entrou em combustão, Poncho tinha acabado de cumprir uma pena comunitária, desta vez, ele já é maior de idade e as coisas poderiam não terminar muito bem.

Abri o portão e minhas mãos começaram a suar frio quando ouvi os passos no corredor do andar. Abri a porta, Poncho entra exalando álcool por todo o apartamento. Cruzo os braços olhando-o ele apoiado ao balcão americano quase deitando no balcão.

— O que faz aqui Poncho?

— Hoje é dia dos pais sabia? Já mandou mensagem para o papai do ano. – afastou-se do balcão andando ate a sacada. — O Alex.

Continuei em silencio porque aquele não era o reencontro que imaginei.

— Sim, porque ele é o verdadeiro pai da sua filha, sempre foi a ele que você desejou, acho que você vibrou tanto. – gesticulava ainda com o copo na mão. — Que ele finalmente voltou para você, mesmo depois de ter te colocado um belo de um chifre.

Mordiscava os lábios para segurar o choro, porque ver o Poncho duvidando tanto assim dos meus sentimentos me parte o coração.

— Eu só preciso entender, o porquê? – ele jogou o copo pela sacada. — Porque porra você fez isso comigo.

— Mas eu não fiz nada com você. – respondi com a voz embargada.

— Ah não? Me trair com o seu ex que te traiu, não foi nada para você? É claro que não foi.

— Já chega! – esbravejei, descruzando os braços. — Não vou permitir que você apareça aqui, duvidando dos meus sentimentos e me ofendendo dessa forma, se foi isso que você veio fazer aqui, hoje tenho a certeza de que realmente não devemos ficar juntos, porque a Cecilia não precisa desse tipo de situ...

Poncho me calou com um beijo. Suas mãos seguravam o meu rosto e as minhas lagrimavas deixavam o beijo salgado. Poncho puxou com uma das mãos para colar os nossos corpos, mesmo sendo impossível com a barriga nos atrapalhando. E pausamos o beijo ofegante. Poncho abaixou um pouco ficando de joelho, acariciando a minha barriga.

— Você é a mulher da minha vida Cecilia, você e a sua mãe.

Olhava para o teto tentando recuperar o folego que me faltava naquela situação.

— Annie. – Poncho voltou a ficar de pé. — Vamos embora, conversar em casa.

— Agora você quer conversar? Com uma festa de arromba na sua casa.

— Eu expulso todo mundo de lá, vamos.

— Não, não vou Poncho. – soltei o punho que ele me puxava. — Você acha que não me deve explicações, que só você sofreu nessa situação toda, mas você não sabe como minha vida tem sido desde que o Alex resolveu ficar no meu pé atrás da paternidade, você deveria estar ao meu lado, ter me deixado explicar e não ficar de agarra agarra com a primeira sirigaita que aparecesse.

Poncho juntou as sobrancelhas parecia confuso e perdido no que eu estava falando.

— Sim, não faz essa cara, eu vi você e a Barbara na gincana, na piscina na sua casa, quando você tocava violão para ela.

Poncho começou a rir, deitando-se no sofá.

— Você está rindo de mim é isso? – esbravejei. — Fora daqui Poncho, anda, vai.

— Você está com ciúmes da Babi, eu estou aqui te falando que você é a mulher da minha vida e você com ciúmes da Babi.

Cruzei os braços porque me irritou ouvi-lo falar com toda essa intimidade a respeito da Barbara.

— E eu não vou embora, só saiu daqui com você.

Poncho fechou os olhos ainda deitado no sofá da casa da Dulce e dormiu.