Fanfic: Este Corazón | Tema: Rebelde Ponny

Aquela situação com a Annie não estava das mais agradáveis, estávamos distantes um do outro, nós comunicávamos apenas para falar sobre Cecilia, as visitas de Alex só diminuíram quando finalmente fizemos um acordo para que ele pudesse visitar Cecilia uma vez no dia, mas para ele aquilo não bastava, Alex queria mais.

Annie e eu não conversamos desta vez, tudo ficou bem quando dormimos juntos com Cecilia entre nós dois, e ao acordar tive a certeza de que não poderia ser um imbecil, não nesse momento. Precisava mesmo fazer ao inesperado para Alex, tomar umas atitudes antes dele, algo que ele não pudesse reverter.

— Doutor Pedro Henrique.

A recepcionista me olhava com malicia nos olhos e por pouco não vomitei. Pedro Henrique é meu primo, filho do tio Fernando, irmão de Alfonso. Quase nunca nos falávamos, devido a sua rotina puxada de recém-formado em medicina, mas sempre o convidava para as nossas sociais.

— Fala cara. – Pedro Henrique me cumprimentou assim que entrei no consultório. — O que houve? AIDS? Sífilis? Qual bronca?

— Qual é PH não é assim também.

— Só podendo ser algo ruim para você vir ao hospital me procurar ao invés de procurar por tio Alfonso.

Pedro Henrique sentou-se na sua cadeira giratória me olhando e não sabia bem por onde começar para que ele finalmente consentisse com o que eu estava prestes a lhe pedir. Então comecei do inicio, de quando conheci a Annie até o dia de hoje quando me tornei pai da Cecilia.

— .. E é por isso que tenho direito de ser o pai dela, porque esse panaca só quer me enfrentar, só quer mostrar poder, ele não se importa com elas, tampouco com o bebê.

— A Annie sabe que está aqui?

— Não, ela não sabe, mas gostará da notícia, é uma surpresa.

Menti porque sabia que Annie jamais concordaria com isso.

POV ANAHÍ

Tudo sempre ficava mais fácil quando Poncho e eu estávamos bem, a Cecilia parecia sentir isso porque ela também ficava bem mais tranquila e aquilo era tudo muito magico. Nunca pensei que pudesse sentir ciúmes de alguém como sinto quando vejo Cecilia nos braços do Alex, é como se o medo me subisse a cabeça, como se a qualquer momento ele fosse leva-la de mim.

O combinado proposto por Alfonso até que tudo fosse burocraticamente resolvido, fora de que Alex teria direito a uma visita diária a Cecilia, o que felizmente não acontecia todos os dias, já que Alex tinha seus compromissos e como todos da minha idade, estava preocupado com o vestibular.

— Você me explicar que porra é essa?

Alex entrou no quarto sem ter a delicadeza de olhar que Cecilia dormia nos meus braços, jogando papeis sobre a cama. O olhei confusa pegando Cecilia nos braços e colocando-a no berço.

— Não sei o que é isso, mas sei que aqui não é lugar para você agir dessa forma.

Alex pegou os papeis de volta e nós saímos do quarto em direção a sala de estar.

— Não adianta fingir que não sabe o que é isso, porque você e seu namoradinho passaram de todos os limites desta vez.

Tentava entender o que os papeis que Alex me entregava queria dizer, aquilo só podia ser loucura.

— Se você pensa que isso vai ficar assim, você está muito enganada, Anahí, achou mesmo que pudesse me enganar e me passar a perna dessa forma? Acha mesmo que estou brincando quando digo que eu serei o pai que a Cecilia precisa?

— Juro por tudo que quiser que não sabia que ele faria uma coisa dessas.

Minha garganta estava seca, não podia acreditar que Poncho poderia ter ido tão longe.

— Sabe que vou reivindicar um novo teste de paternidade, obviamente em um outro hospital, como pensei em fazer.

— Você sabe que não é necessário e sabe muito bem que isso tudo é culpa sua.

— Culpa minha? – Alex ria sarcástico. — Eu tenho tentando da maneira mais amigável possível resolver essa situação, mas você e o Poncho só tem buscado me complicar, mas agora eu cansei.

Poncho havia falsificado um teste de DNA com a assinatura do Pedro Henrique, seu primo paterno, em que constava que ele era o pai da Cecilia, e não só isso, Poncho havia registrado Cecilia como sua filha legitima, de forma que seria impossível questionar que ela não fosse sua filha.

— Ele deve ser mesmo muito burro, e esse médico ainda mais.

— O que quer dizer com isso, Alex?

— Quero dizer Anahi. – Alex caminhava ficando frente a frente. — Que eu estava disposto a desistir de você, pela o bem da nossa filha, mas agora vejo, que você está cercada de gente mau caráter.

— Não admito que fale assim deles.

— Você não admite porra nenhuma, sabe o que vou fazer? Vou denunciar, porque você deve saber que aqui contem diversos crimes, irei processar o hospital, o médico perderá sua licença e Poncho ficará atrás das grades já que ele já tem um histórico policial e agora é maior de idade.

— Você não seria capaz de tanto, essas pessoas não têm culpa de tudo isso Alex, ele está fazendo isso por minha causa...

— Então. – Alex me interrompeu. — Só tem um jeito de me impedir de destruí-los.

— Faço o que você quiser, por favor.

Poncho só pode ter enlouquecido quando fez algo assim, ele não imagina proporção de crimes que estava cometendo por minha causa, cada sinto-me mais culpada diante dessa situação. Um processo contra o hospital era tudo que Alex queria para expor a família Herrera nos jornais e acabar de vez com a reputação tão admirável de Alfonso e tia Mariana como médicos. Além de que não consigo imaginar, como ficaria a relação de Alfonso com Poncho depois de tudo isso, já que ele iria para cadeia sem direito a trabalho comunitário desta vez.

— 1 ano.

— Não entendi.

Alex respirava mais calmo passando a mão nos cabelos.

— Eu só te peço 1 ano para tentar te reconquistar e tentarmos ser a família que ano passado você planejou para nós dois.

— Você não pode estar falando sério, Alex.

— Sim, eu estou, eu a amo Anahí, por mais que negue, por mais que tenha tentado fugir no passado, por mais que você não acredite, eu a amo, e estava disposto a desistir porque percebi que ficava balançada quando me via, mas já não era a mesma coisa.

As lagrimas desciam dos meus olhos sem parar e Alex dava passos em minha direção, me fazendo dar passos para trás.

— Casa-se comigo, não precisamos de festa, só algo interno mesmo e moraremos juntos como uma família por 1 ano.

— E depois de 1 ano? O que vai fazer, me expulsar? Me trair como fizera no passado?

— Em 1 ano você irá me perdoar por aquela maldita traição, em 1 ano voltarás a me amar, em 1 ano te provarei que sou outro homem por você.

Sentei no sofá porque não tinha forças o suficiente para pensar em algo, para toda essa pressão, meu peito jorrava leite sem parar, Cecilia começou a chorar e aquilo era sinal de que o colo de Ada já não era o suficiente.

— Não aceito não como resposta, mas te darei dois dias para vir te buscar.