Fanfic: Este Corazón | Tema: Rebelde Ponny
POV PONCHO
Boston, Massachusetts, Estados Unidos.
2014
O estrago que um vulcão em erupção causa é irreversível, o fogo pode chegar a destruir todo um território, deixando somente cinzas e pó, e os poetas dizem que pó o vento leva. Esperava por um temporal, por um vento forte que levasse todo o pó que o meu interior possui depois de toda essa erupção. Todos dormiam no voo, afinal, só chegaríamos aos estados unidos daqui há dez horas. Mas, obviamente, eu não conseguia pegar no sono. O pesadelo que vivi nas últimas horas não permitia que a minha mente desligasse como gostaria.
As aeromoças já estavam preocupadas e perguntava se passava bem, olhava no fundo dos olhos da aeromoça e como se rebobinasse a minha mente voltava para a sala de estar da minha casa quando o papai me expulsou, para a minha tentativa de despedir-me de Annie, em que ela simplesmente não abriu a porta, a ultima vez que vi Cecilia, minha filha, que fora antes de toda confusão. A aeromoça chamava mais uma vez, e respondi “está tudo bem, só estou um tanto ansioso”. Ela não parecia convencida, mas não me incomodou mais e aquilo já era um progresso.
Dez horas depois pousávamos em Nova York, a cidade mais populosa dos Estados Unidos, a ultima vez que estive aqui fora nas férias de verão de três anos atrás. E lembro como estávamos animados, foi a temporada em que não conhecia Babi e vivia em paz com Alfonso. Senti uma nostalgia ao lembrar, mas o aviso de que o voo comercial para Boston sairia daqui há quinze minutos, me fez lembrar que estava ali sozinho e que não vim para passar férias.
Vinte e cinco minutos depois pousávamos em Boston e como um passatempo contava as placas e quantos táxis amarelinhos via do trajeto do aeroporto até o meu novo lar.
— Obrigada.
Agradeci ao taxista e senti meu corpo arrepiar ao sentir o gelado nos meus pés. Estava de botas, mas não usava meias. E bom, fazia quatro graus em Boston, estava frio pra caralho. Olhava ao redor e observava o complexo de casas vizinhas. Girei sobre os meus próprios pés e lá estava parado diante do meu novo lar a: Wolves Republic. A mansão tinha uma super fachada chamativa em tons marrons e pedras, tinha uma fonte no centro, com uma escultura de lobo de tamanho médio ao lado que chamavam bastante atenção. Caminhei sobre a neve, batendo a porta devagar. Um senhor abriu a porta sorrindo e me cumprimento com um aperto de mãos.
— Seja bem-vindo.
Sorri de canto em agradecimento. O hall da casa tinha um brasão com um W e um lobo no chão, mas ao lado tinha quatro sofás pretos, um centro de mesa com alguns copos, a televisão em cima das lareiras e muitas janelas. Uma parede do corredor que dividia a sala da cozinha chamava atenção: Lealdade, astucia, coragem, amiga, confiança e força.
— Espero que esteja gostando do seu novo lar, senhor Herrera.
O velho dos cabelos grisalhos e sotaque forte sorria me olhando analisar a casa com atenção. Por um instante quis dizer muitas coisas, assim como quis dizer as aeromoças, mas nenhum deles tinha culpa nenhuma dos problemas que estava enfrentando. Quando Alfonso me mandou a força para os Estados Unidos para cursar medicina, achei que ele me colocaria em um apartamento privado, mas como castigo me inscreveu em uma república, Alfonso acreditava que o clima da republica, rodeada de pessoas iria me fazer esquecer de Annie, Alfonso era médico e aposto que na mente dele, o Estados Unidos era como um transplante de coração.
Meus pensamentos foram interrompidos com a chega de outros meninos chegando a casa, o senhor de cabelo grisalho que agora sei que se chama Joseph recepcionava a todos e só agora percebo que ele tem o brasão tatuado em um dos pulsos, provavelmente, deve ser o fundador da república.
— Agora que estão todos aqui, podemos começar o comitê de apresentação e não sejam tímidos, afinal, todos temos coragem como um lobo.
Fora o trocadilho, mas sem graça que já ouvi, mas ninguém disse nada. No sofá estavam sentados ao total era seis rapazes, sete comigo.
— Que tal começarmos com você Benjamin Viana.
Franzi o cenho com o sobrenome brasileiro. E como se tirasse as minhas dúvidas, Benjamin se apresentava revelando que era mesmo Brasileiro, assim como eu.
David Fernandez, mexicano, tinha os braços musculoso, as pernas depiladas, pinta de jogador.
— Bom, eu sou Poncho Herrera, meu pai é dono de um hospital, e assim como vocês também estarei cursando medicina em Harvard, e sou Brasileiro.
Benjamin pareceu animado com a minha apresentação. O próximo da lista, fora Frank de Santis um ruivo italiano com sarnas bem engraçado. Harry Evans, americano que demonstrou ser bem receptivo por estarmos em seu país. Por fim, tínhamos James Campbell e Oliver Smith dois canadenses que coincidentemente fizeram ensino médio juntos. E estes eram os meus mais novos amigos ou seriam a minha mais nova família?
∞
Alfonso estava realmente conseguindo me castigar, era como se ele continuasse a me desafiar mesmo estando do outro lado do mundo. Dividir uma casa com mais de cinco pessoas nunca passou pela a minha cabeça, mas como se isso não fosse o bastante, a república não possuía quartos suficientes para cada um ter o seu, logo, Joseph dividiu em duplas para divisão dos quartos, e passei a dividir o meu espaço com Benjamin e nós mal trocávamos duas palavras diariamente.
— Temos duas notícias para te contar: uma ruim e uma que tu vais surtar. – dizia Christopher do outro lado da tela do computador.
Estou há uma semana morando na Wolves e o diálogo aqui é bem pouco, ainda não me sinto confortável e tem sido uma puta de uma batalha diária. Para a minha sorte Benjamin não ronca, porque ouvi pela casa que James está tendo dificuldades para dormir com Frank, já que o italiano parece roncar bastante.
Como não tive tempo de fazer uma despedida – o que foi outro motivo para me fazer odiar ainda mais Alfonso - tentava ao máximo não me distanciar dos meus amigos de infância, através do Skype.
— Isso é o verdadeiro significado de tanto faz, então fala logo.
— Aurora está grávida de Rodrigo e anunciou isso em plena formatura, ele está de castigo até ter o próprio dinheiro eu acho.
Meus olhos piscavam rápidos com a informação. Não sei o que Alfonso fez para me livrar do final do terceiro ano do ensino médio, mas sei que ele tem influencia o suficiente para dominar o mundo, como fizera com a minha vida. Então não tive a chance de participar da formatura que tanto planejei.
— Mas que merda do caralho, Rodrigo deve estar doido.
— Doido? Doido é pouco, ele e Aurora estão vivendo a terceira guerra mundial, ele se recusa a casar com ela...
E então a minha mente viajou. A palavra “casar” lembrava que Annie havia recusado o meu pedido de casamento, que poderia sim ter nos ajudado com tudo que tínhamos de enfrentar mesmo diante das ameaças do Alex. Me faz lembrar que talvez eu nunca mais queira me casar um dia.
—... A Anahí e o Alex estão morando juntos, essa é a noticia ruim. Poncho?
Só retornei à atenção para Christopher quando ele falou o nome da Anahí. E como um vulcão, senti meu peito queimar com aquela informação, meus olhos queria explodir. Joguei o telefone contra a parede e a tela do touch trincou em pedaços. Benjamin que entrava no quarto parecia assustado, mas não me fizera nenhuma pergunta. Peguei a carteira e as chaves e sai da mansão. Precisava de álcool e mesmo sendo menor de idade, iria conseguir que alguém me comprasse bebida, afinal, estávamos em um campo de repúblicas com certeza deve ter álcool liberado por aqui.
— Aposto vinte dólares que ele não termina esse litro de vodca.
— Só vinte? Ele é brasileiro isso deve ser tipo suco para eles, aposto trinta dólares que ele toma os dois litros.
Ouvia os comentários idiotas de James e Frank ao longe. Estava sentado na área externa da casa, próximo a piscina, havia conseguido comprar duas vodcas clandestinamente e pela primeira vez em semanas estava conseguindo relaxar a mente e as lembranças de Annie ao lado de Alex já não me causavam tanta raiva. Talvez tenha encontrado finalmente um remédio para essa maldita dor.
Estava cronometrando em quantos minutos conseguiria virar de uma vez só a segunda garrafa de vodca. A vista começou a ficar turva, minhas mãos tremiam e mal conseguia segurar a garrafa.
— Oh shit.
— Ajuda aqui.
Foi tudo que ouvi antes de ouvir James gritar e a garrafa sair ao chão e ver distante Frank correndo em minha direção.
Não lembro como vim parar na minha cama, meus olhos pareciam não querer abrir devido o sol que iluminava o quarto. Olhei para o lado e Benjamin já não estava mais na cama. Levantei devagar sentando na cama e senti minha cabeça latejar, ao olhar para a mesa de canto da cama, tinha dois comprimidos e um copo com água. Seja lá quem tenha deixado, agradecia desde já a preocupação.
Ao descer as escadas ouvia a voz de machos pela a casa, eles tomavam café e comentavam a respeito de alguma guerra entre países. E assim que notaram a minha presença silenciaram, estava envergonhado, porque já havia percebido que era o único que não havia tentando me enturmar ainda, James e Frank já eram muitos amigos e recebiam o titulo dos piadistas da Wolves. David havia conseguido o quarto individual por ter competido com Oliver pela a vaga de quarterback do time, logo ganhou esse privilégio. Sentei-me na cadeira que restava na mesa redonda e todos me olhavam tensos, James nitidamente segurava o riso e aquilo me fez rir por dentro.
— Desculpas.
— Que nada brow, sabemos que não tem sido fácil pra você. – comentou Frank e ri por vê-lo pegando as gírias do Harry.
— Isso é normal, daqui uns dois meses você já estará amando os EUA ou eu não me chamo Harry Evans.
— Eu amo os EUA. – ri de canto, mexendo nos dedos, estava nervoso, mas depois do que eles fizeram por mim, mereciam esse voto de confiança. — Já estive aqui varias vezes quando mais novo.
Eles me olhavam confusos e respirei fundo, porque não estava pronto para falar sobre tudo que me aconteceu, e acho que jamais estaria, então não tinha como fugir.
— Meu pai me mandou embora do Brasil para me separar da mulher que eu amo e da minha filha.
A voz saiu entrecortada.
— Não precisa se explicar, Poncho. – disse Benjamin.
— Será melhor assim, vocês serão a minha família agora, precisam saber.
— Mas, como ele teve coragem? Da sua própria filha? – questionou James curioso, e vi quando Oliver deu um murro no seu braço.
— Ela estava gravida de outro homem...
E então, contei toda a minha história fracassada para os meus novos amigos de republica. James chorou e Frank zombou dele, o que tornou a história menos pesada do que gostaria de transparecer.
∞
O sino da igreja. O vestido branco. Cecilia nos braços de Dulce. A igreja ornamentada com flores e rosas por todos os lados, Enrique, pai de Annie, como pastor da cerimônia de casamento. O piano com uma música de John Lennon ao fundo deixava o ambiente romântico. Pessoas conversando. Tudo perfeito para a mais bela cerimônia de casamento de todos os tempos.
E lá estava o noivo, ansioso, enxugando o suor das mãos no paletó branco, como um príncipe. A câmera capturava aquele momento mágico com perfeição. E como um temporal as nuvens passam de brancas para pretas, escurecendo o ambiente que perde toda iluminação, a voz de John Lennon da espaço para a voz de Amy Lee com - bring me to life – a guitarra fica ainda mais alta quando Annie adentrada a igreja segurando um boque de rosas vermelhas chamativas em contraste com seu vestido branco, suas lagrimas manchavam sua maquiagem bem-feita e seus olhos vermelhos estavam fixos no meu, a voz que ecoava na igreja não era mais a voz da Amy Lee e sim a voz da Annie que ecoava por toda a igreja repetindo as seguintes palavras: “jamais irei perdoa-lo por isso”.
Meus olhos piscavam rápidos, o suor escorria pelo meu corpo me deixando encharcado, sentia minha pressão baixar, meu coração acelerar e colocava as mãos na cabeça tentando fazer com que ela parasse de falar aquela maldita frase. Sentia que estava perdendo o ar, a voz continuava ainda mais alto, e eu tentava gritar contra pedindo para parar...
— Poncho. – gritava Benjamin. — Herrera.
Benjamin me sacolejava sobre a cama me dando um leve tapa no rosto me fazendo despertar, segurando o meu antebraço devagar. Olhava ao redor e o quarto escuro me lembrava que ainda era noite.
— O que houve?
— Acho que estava tendo um pesadelo.
Benjamin afastava-se da cama servindo-me um copo com água da sua garrafa e pedia que respirasse devagar, mas era complicado, principalmente porque aquele era o primeiro pesadelo que tinha depois da minha confissão para os meus colegas.
∞
O primeiro mês de adaptação na Wolves estava saindo melhor que imaginei. Depois de ter contado as razões pelas quais havia saído do brasil para Boston, os meninos acabavam me compreendendo melhor e entendiam quando queria ficar sozinho com as minhas emoções. Estávamos no segundo dia de festa de boas-vindas oferecido pela comissão de diretores das republicas para o início das aulas. A grande maioria estudantes de medicina de Harvard, entre calouros e veteranos. E lá estávamos nós vestidos na camisa branca com um lobo preto na frente representando a Wolves Republic. Copos vermelhos espalhados, meninas gritando, jogos, danças e muita música eletrônica.
— Essa não. – resmungou David revirando os olhos.
Um grupo de quatro garotos chegava a festa chamando atenção. Um loiro alto atraia muitas garotas para si e os outros três eram como seguranças do grande líder.
— Quem são eles? – perguntei.
— Snakes.
Ao ouvir a resposta de Harry, observava a camiseta deles, era uma camiseta com uma serpente branca assustadora na frente. Ele olhava em nossa direção e o chefe indicava o dedo do meio em direção a David.
— Esse que acabou de nos provocar é o Joe Atkinson, o quarterback dos Snake.
Explicava David olhando para o que posso supor que sejam nossos rivais.
— Ao lado esquerdo está Andrew e ao lado direito Peter e logo atrás o Steven.
Eles não pareciam tão assustadores como David aparentava, James e Frank pareciam assustados com o que posso supor que sejam nossos rivais.
— E elas quem são?
Perguntei notar um grupo de meninas bonitas e bem sexys que entravam na festa fazendo com que os garotos ficassem nitidamente bem excitados.
— As Owls, ou as corujinhas como chamamos. – respondeu Harry. — Elas são umas delicinhas mas cuidado. – aconselhou.
A camiseta preta tinha uma coruja desenhada, mas estava alterada a imagem normal que temos de uma coruja, ela tinha chifres e uma calda vermelha, gerando uma Owls-Demon, o que ficou engraçado. Era impossível não fixar os olhos nelas, estavam bem maquiadas e cumprimentavam a todo mundo, sinal de que eram bem populares pelo campus.
— A loira com mechas rosas é a Holly, as mais maluca de todas. – Oliver me apresentava as garotas mesmo distante. — A loirinha baixa dos olhos azuis é a Edith, ela é bem tímida e até hoje não sabemos como ela entrou na Owls.
Edith tinha mesmo os olhos em uma expressão angelical.
— A cabelo curto é a Suzanne ou Suzie, a de cabelos ondulados é a Charlotte ela não costuma falar com ninguém, então se um dia conseguir trocar duas palavras com ela considere-se sortudo.
Bebericava da cerveja observando as meninas detalhadamente.
— A que estava carregando os pompons é a Wendy, a pau mandado da Melanie, essa gostosa e capitã das líderes de torcida.
Melanie chamava mesmo atenção, seu decote em V deixava seus seios ainda mais voluptuosos, os olhos arredondados com a maquiagem preto era chamativo, os cabelos ondulados com mechas loiras desciam pelo seu ombro deixando ainda mais sexy. Ela me olhou de longe e levantei o copo em cumprimento, mas ela ignorou. E claramente tinha de ter um defeito: esnobe demais. Mas, instigante.
— Que tal me levar para conhecer o seu quarto na Wolves?
A voz feminina me espantou, estava no pub pegando mais uma cerveja e uma água para Oliver, quando me vire e encontrei com Holly passando a língua nos lábios e apertando a minha bunda.
— Com certeza é brasileiro.
Ri do comentário e da forma que estava se expor, praticamente atirando-se nos meus braços, posso jurar que na sua testa tem escrito “me coma”. Holly não era a mais gostosa das Owls, mas lembro de Oliver falando que ela era a mais maluca, o que quer dizer que deve ser boa de cama. A puxei pela cintura, coloquei a mão entre os seus cabelos e ela suspirou excitada.
— Vou te mostrar a casa toda.
∞
Estávamos chegando ao final do primeiro semestre. Alfonso tentava fazer contato, mas sempre recusava as suas chamadas, tive de ameaçar me afastar de Olivia, para que ela parasse de falar mentiras sobre o quanto Alfonso está mal com essa nossa intriga, mas tudo isso era culpa dele e ele precisava sentir na pele pelo menos um terço do que eu sinto com toda essa mudança e distância.
Temia por esse dia, por esse mês.
10 de julho.
Anahi, a mulher da minha vida que nunca mais tive notícias, hoje completa dezenove anos e fico a me perguntar como ela está comemorando, e lembro que também não estive presente no seu aniversário, como não estou presente agora e como não estarei nunca mais. Estava tomando a segunda garrafa de vodca enquanto andava pelas ruas geladas de Boston. A bebida esquentava o meu corpo e senti os pés congelando a cada passo, minha visão estava ficando turva. Mas o barulho da sirene atrás de mim, me fez lembrar de que não estou no brasil, e que aqui é proibido andar com bebidas alcoólicas abertas pelas ruas.
— Puta merda, Poncho, sabe que se tivesse sido preso poderia até ser expulso de Harvard não, sabe?
Benjamin reclamava dentro do carro, o policial havia exigido um numero de telefone para que alguém pudesse me buscar, livrando-me da parte burocrática.
— Ele não esta entendendo nada, não é o momento de brigar com ele. – disse Holly, sentada ao lado de Benjamin.
Revirei os olhos com os dois discutindo.
— Mas, porque merda, você não ficou bebendo na ala das republicas? É menor de idade ainda, você não está no Brasil.
— Infelizmente não.
— Não consigo entender. – expirou Holly. — Se sabia que não iria conseguir se adaptar e odeia tanto assim Boston, porque você veio?
Benjamin me olhava através do retrovisor, porque ele sabia da história, mas Holly não.
— Meu pai não apoiava o meu namoro, e por ter quase destruído a reputação do hospital em que ele é dono. – ri irônico. — Ele me mandou para o outro lado mundo, para ficar longe da mulher que amo.
Benjamin negava com a cabeça, porque ele sabia que desde da festa de boas-vindas, que Holly e eu estávamos transando casualmente, fizemos uns dois trabalhos juntos para termos uma desculpa para ficarmos ainda mais tempos transando. Benjamin sabia também que Holly estava sendo como um teste para me fazer tentar esquecer de Annie, mesmo não sendo o melhor caminho, era a única opção que tinha no momento. Holly parecia envergonhada e fixou os olhos no trajeto.
E depois de cinco minutos de silencio.
— Mas, vocês se falam ainda?
— Hoje é o aniversário dela, mas não posso dar parabéns, ela se casou.
— E por isso resolveu beber desse jeito.
Holly parecia não se importar com a minha história e verdadeiramente não queria engana-la ou que ela se iludisse apaixonando-se por mim. Porque não teríamos nada além de sexo.
— Poncho não sei de toda história, mas você me conta depois, mas saiba que essa não é a melhor maneira de resolver as coisas.
Holly desceu do carro despedindo-se com um abraço e um beijo na testa.
— Mas, conta comigo para o que precisar.
Sorri de canto e ela saiu caminhando em direção a Owls Republic.
— Fodeu com sua transa, sabe disso não sabe?
Benjamin riu me olhando.
— Uma hora ela tinha de saber. – dei de ombros.
∞
Em agosto no dia do meu aniversario recebi mensagens de todos, Holly e eu havíamos nos tornado melhores amigos, e fora os meninos da Wolves ela era a única que conhecia a minha história. A surpresa estava maravilhosa, Christopher e Rodrigo haviam preparado um mini vídeo para que não esquecessem deles, mas nada parecia me animar, nada era o suficiente. Porque esperava ansiosamente por uma mensagem dela, mesmo sabendo que ela ainda deve continuar me odiando.
— Quando ia nos contar que sua mãe é cantora? – perguntou Holly, entregando-me uma caixa que chegou dos correios.
Franzi o cenho confuso. Não sabia que Holly conhecia Ruth, minha mãe, porque não tinha ideia da dimensão de sucesso que Ruth estava fazendo internacionalmente. Era um presente, e alguns dos seus Cd’s é claro. Ruth pode mesmo passar dos limites. Mas então, aquilo me deu uma ideia, Ruth sempre tentava me agradar e sempre a tratei mal, porque nunca a perdoei, talvez com um pouco de drama eu conseguisse convence-la a me mandar de volta para o Brasil para viver com ela.
— Não tenho condições de enfrentar o seu pai, devo minha carreira a ele.
Essa fora a minha resposta na ligação no dia seguinte. A xinguei de tudo e disse que ela não precisava, mas ficar tentando me lembrar de qual barriga eu vim, porque era apenas isso que ela significava para mim.
— Já chega.
Benjamin gritou impedindo-me de pegar uma garrafa de whisky que havia sobrado da festa, me deixando furioso, porque ele tem agido como o meu pai nos últimos tempos, e somos apenas amigos de republica.
— Não pode tentar resolver todos os seus problemas com álcool Poncho, isso vai te atrapalhar nos testes, se é que já não está atrapalhando.
— E o que você sugere que eu faça, querido Benjamin sabe tudo? – resmunguei, me jogando no sofá.
— O que pessoas com problemas costumam fazer, procurar ajuda.
— Mas quem disse o álcool não me ajuda?
Ri sarcástico.
— Estou falando de terapia Poncho.
Benjamin sentou-se na minha frente.
— De tratamento especializado, ninguém precisa saber, posso procurar boas terapeutas aqui, vai te ajudar.
— Fala sério, não preciso pagar alguém para me ouvir.
— Não é só te ouvir, ela pode desvendar os teus mistérios, sabe que terapeuta não é só um ouvinte.
Benjamin havia me convencido a fazer terapia, talvez ele tivesse razão falar o que sinto para um estranho, um alguém que não fazia parte da minha convivência diária. Usei aquele pesadelo e aquela discussão com Ruth, para finalmente voltar a falar com o papai, talvez se ele pensasse que estou prestes a entrar em depressão, ele me levasse de volta para o Brasil.
Mas como todo tiro que tenho dado tem saído pela culatra, esse não fora diferente, Alfonso proibiu minhas viagens de férias para o Brasil e conseguiu marcar sessões com Dorothy Sullivan uma amiga de doutorado que ele tinha há anos.
O 1º ANO DE PONCHO FORA DO BRASIL.
Autor(a): raissasampaio
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+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
POV PONCHO Boston, Massachusetts, Estados Unidos. 2015 ‘Você será um ótimo médico, igual ao seu pai’. Lembro que esses eram os comentários que ouvia nas festas que fazíamos, e sempre revidei dizendo que meu sonho era ser musico e não médico. No fundo, acho que Alfonso sabia que a medicina é algo impo ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 46
Para comentar, você deve estar logado no site.
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Nandacolucci Postado em 18/07/2021 - 15:46:49
Leitora nova amando a históriaCONTINUA
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beatris_ponny Postado em 21/06/2021 - 17:17:31
Espero que não esteja junto com aquele embuste
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beatris_ponny Postado em 21/06/2021 - 17:17:14
Cadê a Annyyy
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beatris_ponny Postado em 17/06/2021 - 07:49:13
Espero que esse 1 ano passe rápido
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beatris_ponny Postado em 17/06/2021 - 07:48:43
Meu deus que ódio desse povo atrapalhando nosso casal
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beatris_ponny Postado em 10/06/2021 - 22:50:43
esperando mais amando essa fanfic
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beatris_ponny Postado em 10/06/2021 - 22:50:24
esse familia da anny santa paciencia
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beatris_ponny Postado em 10/06/2021 - 22:49:57
posta maissss
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Srª Von Uckermann Postado em 07/06/2021 - 21:38:13
Posta maaaaaaaaaaaaaaaaaaaais
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beatris_ponny Postado em 30/05/2021 - 20:18:33
Pelo amor de deus posta mais está muito bom