Fanfic: Metido de terno e gravata -Adaptada Laliter- | Tema: Laliter
Quando sentei na minha mesa de trabalho, tirei o celular da bolsa e percebi que a bateria estava no vermelho, então o conectei ao meu carregador.
O cargo de assistente de uma lendária colunista conselheira certamente não era o emprego dos meus sonhos, mas pagava as contas. Ida Goldman era responsável pela ―Pergunte a Ida‖, uma coluna diária que existia havia anos. Ultimamente, Ida estava tentando me treinar, sugerindo que eu experimentasse escrever algumas respostas. As mensagens selecionadas eram publicadas no jornal, enquanto as respostas para outras perguntas eram postadas no site dela. Parte do meu trabalho era fazer a triagem das perguntas que chegavam e decidir quais delas encaminhar para minha chefe.
O trabalho de Ida era sempre atencioso e politicamente correto, mas minha abordagem era mais direta, sem rodeios. O resultado era que ela nunca havia publicado minhas respostas. De vez em quando, eu não resistia e acabava respondendo a algumas perguntas que não passavam pela triagem. As que teriam sido eliminadas de qualquer jeito.
Essas pessoas precisavam de um pouco de orientação, e eu achava que seria um desserviço ignorar seus pedidos de ajuda.
Descobri recentemente que meu marido tem uma coleção de pornô.
O que eu faço? – Trisha, Queens
Aproveita! Investe em um bom vibrador.
Não esquece de deixar tudo como
estava depois de se divertir enquanto
ele estiver no trabalho.
Fiquei bêbada em uma festa e beijei
o namorado da minha melhor amiga. Agora não consigo parar de pensar nele. Eu me sinto péssima, mas acho que posso estar me apaixonando por ele. Algum
comentário sensato? – Dana, Long
Island
Sim. Você é uma vadia. Até terça que
vem, Dana!
Meu namorado me pediu em casamento há pouco tempo. Eu aceitei. Ele é o homem mais doce e gentil que já conheci. O problema é que o diamante que ele me deu é menor do que eu esperava. Não
quero magoá-lo. Preciso encontrar
um jeito delicado de expressar
minha decepção. – Lori, Manhattan.
Deus tem o mesmo dilema com relação a você, querida. P.S.: Quando seu noivo chutar essa sua bunda egoísta, dá o número do meu telefone para ele.
Responder a alguns e-mails de um jeito honesto e direto sempre me deu a energia de que eu precisava para começar o dia. A manhã passou depressa. Na hora do almoço, o telefone do sr. Grande Babaca estava carregado, e o levei comigo para a sala de descanso. Eu tinha pedido comida tailandesa para nós duas.
Depois do almoço, Ida saiu da sala e me deu dez minutos de privacidade para bisbilhotar o celular. Por sorte, não era protegido por senha. Primeira parada: fotos. Não eram muitas, e se eu esperava poder encontrar alguma indicação de quem era esse homem olhando as fotos, fui surpreendida. A primeira era a de um cachorrinho branco e fofo. Parecia um tipo de terrier. A foto seguinte era dos seios nus de uma mulher com uma garrafa de champanhe entre eles. Eram claros, perfeitamente redondos e completamente falsos. Eca. Depois tinha mais fotos do cachorrinho, e a seguir uma de um grupo de idosas fazendo uma aula de ginástica com música, talvez. Mas que porra é essa? Não consegui segurar a gargalhada. A última foto era uma selfie dele com uma senhora. As roupas eram mais casuais, o cabelo estava meio bagunçado, e ele sorria. O cara estava lindo. Era difícil acreditar que esse era o mesmo sujeito esnobe de terno a bordo do trem, mas o belo rosto confirmava que era ele.
Mais cinco minutos, e eu teria que voltar à minha mesa. Não havia conta de e-mail conectada ao telefone, então abri a lista de contatos e decidi ligar para o primeiro nome na lista: Avery.
—Ora, ora, Peter Lanzani. Há quanto tempo. O que aconteceu? Já esgotou o alfabeto inteiro e vai começar tudo de novo? Não esqueceu que não sou um dos seus brinquedinhos, né? — Ouvi uma buzina e o ruído do tráfego ao fundo, depois a batida da porta de um carro que abafou os barulhos da cidade.
— Edifício Langston. E não vai pelo parque. As cerejeiras estão em flor, e não preciso da minha pele irritada antes de uma reunião. — Ela terminou de falar com o motorista e lembrou do telefone.
— E aí, Peter , o que você quer?
— Hum... oi. Não é o Peter, na verdade. Meu nome é Mariana.
— Ma... o quê?
— Ma-ri-a-na.
— Tanto faz, seja qual for seu nome, fala o que quer e por que está tomando meu precioso tempo. E por que está ligando do celular do Peter Lanzani?
Peter Lanzani. Até a porcaria do
nome é sexy. Faz sentido.
— Na verdade, encontrei este telefone no trem. Tenho certeza de que pertence a um homem que vi hoje de manhã. Quase trinta anos, talvez? Cabelo preto penteado para trás, meio comprido para um cara de terno, enrolado em cima do colarinho. Ele vestia um terno risca de giz azul-marinho. E tinha um relógio grande.
— Lindo, arrogante e furioso?
Ri baixinho.
— Isso, é ele.
— O nome dele é Peter Lanzani, e sei onde você deve levar o telefone.
Peguei uma caneta da bolsa.
— Tudo bem.
— Está perto da linha 1 do trem do metrô?
— Não muito longe.
— Muito bem. Pegue a 1 e vá até o centro. Depois da Rector, desça no South Ferry Terminal.
— Entendi.
— Quando descer do trem, vire à direita na Whitehall e depois à esquerda na South. Eu conhecia a área e tentei visualizar os prédios. Era uma região comercial.
— Esse não é o caminho para o East River?
— Exatamente. Jogue o telefone do babaca no rio e esqueça que um dia viu a cara dele.
Ela desligou.
Bom, isso foi interessante.
Continua...
Autor(a): jucinairaespozani
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