Fanfics Brasil - Capitulo 5 Metido de terno e gravata -Adaptada Laliter-

Fanfic: Metido de terno e gravata -Adaptada Laliter- | Tema: Laliter


Capítulo: Capitulo 5

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A Lanzani Financial Holdings ocupava todo o vigésimo andar, de acordo com a placa no saguão. Meu estômago roncou enquanto esperava o elevador. Como havia acabado de tomar café, deduzi que era de nervoso, e isso me irritou. Por que a ideia de ficar cara a cara com esse babaca me deixava nervosa? A aparência.


No fundo, eu sabia que era por causa
da aparência, e isso me deixava nervosa.
Eu não era uma pessoa superficial, mas não conseguia impedir que uma parte de mim suspirasse por esse cretino. E essa parte precisava ficar quieta agora.


O elevador fez um barulhinho de campainha e abriu a porta. Entrei acompanhada por um homem mais velho com jeito de empresário. Éramos só nós dois lá dentro quando a porta fechou.
Quando ele coçou o saco, olhei para tatuagem de pena no meu pé para me distrair. Por que eu estava sempre atraindo homens que coçavam suas partes? Felizmente, cheguei bem depressa ao vigésimo andar. Saí do elevador, deixando o homem à vontade para se esfregar com privacidade.


Havia uma placa preta com letras douradas sobre a porta de vidro transparente. Lanzani Financial Holdings.



Respirei fundo, ajeitei o vestido vermelho e entrei. Sim, paguei caro por essa merda. Sem julgamentos.



Uma recepcionista jovem e ruiva sorriu para mim.



— Pois não?



— Estou procurando o sr.Peter Lanzani



Ela olhou para mim como se fosse gargalhar.



— Ele está esperando por você?



— Não.



— O sr. Lanzani não atende ninguém sem hora marcada.



— Bom, tenho uma coisa muito importante que é dele, por isso preciso vê-lo.



— Como é seu nome?



— Mariana Esposito



— Pode soletrar o sobrenome, por favor? Esposito? Tipo esposo em
português?



— Não, é Es-po-si-to. Tem um IT no meio. E-S-P-O-S-I-T-O. — Se eu ganhasse cinco centavos por cada vez que alguém escreveu meu sobrenome errado... bom, seria mais rica que o sr. Peter Lanzani.



— Certo, srta. Esposito. Pode sentar-se ali, se quiser. Quando o sr.Lanzani chegar, pergunto se ele pode atender você.



— Obrigada.



Ajeitei o vestido e fui me sentar no sofá fofo de microfibra na frente da mesa da recepcionista. Não devia estar surpresa por saber que o sr. Grande Babaca ainda não havia chegado, já que ele não estava no trem habitual naquela manhã. Queria saber quanto tempo teria que esperar. Tinha tirado só meio dia de folga no trabalho, e teria que voltar depois da hora do almoço.



Estava folheando distraída algumas revistas sobre finanças, e quase nem levantei a cabeça quando a porta se abriu.



Meu coração disparou quando vi Peter, aparentemente mais furioso que nunca.



Ele vestia calça preta e camisa branca com as mangas dobradas. O relógio brilhava em seu pulso. Ele segurava uma gravata bordô em uma das mãos e um laptop na outra. Quando passou, uma onda intoxicante de perfume me atingiu como um soco no nariz. Ele olhava para frente, completamente indiferente a mim e a tudo que o cercava.


A recepcionista sorriu quando ele passou.



— Bom dia, sr. Lanzani.



Peter não respondeu. Só grunhiu baixinho e seguiu em frente pelo corredor.
Sério.



Olhei para ela.



— Por que não avisou que estou esperando por ele?



Ela riu.



— O sr. Lanzani precisa de um tempo para superar a pressão da manhã. Não
posso importuná-lo com uma visitante inesperada assim que ele chega.



— Bem, e quanto tempo vou ter que esperar?



— Vou falar com a secretária dele em meia hora, mais ou menos.



— Está de brincadeira?



— De jeito nenhum.



— Isso é ridículo. Vou demorar dois minutos para fazer o que tenho que fazer. Não posso esperar a manhã inteira. Vou me atrasar para o trabalho — Srta. Esposo...



— Es-po-si-to...



— Esposito. Desculpe. Existem certas regras aqui. Regra número um: a menos que o sr. Peter tenha uma reunião importante de manhã, ele não deve ser incomodado ao chegar.



— O que ele vai fazer, se o incomodar?



— Não quero descobrir.



— Bom, eu quero. — Levantei do sofá e me dirigi ao corredor com a ruiva
correndo atrás de mim.



— Srta. Esposito. Você não sabe o que está fazendo. Volte aqui imediatamente! É sério.
Parei ao ver a porta de cerejeira escura com o nome de Peter Lanzani gravado em uma placa presa a ela. As persianas sobre as vidraças que cercavam a porta estavam fechadas.



— Cadê a secretária dele?



A jovem apontou para uma mesa vazia na frente da porta.



— Normalmente ela fica ali, mas parece que ainda não chegou. Mais um motivo para eu não incomodar o sr. Lanzani, porque ele deve estar zangado com isso.


Ela olhou para outra funcionária que trabalhava em um cubículo perto da antessala.



— Sabe por que Rebecca ainda não está aqui?



— Rebecca se demitiu. Estão procurando uma substituta.



— Que maravilha! — bufou a recepcionista. — E ela aguentou quanto...dois dias?



A mulher riu.



— Nada mal, considerando...



Que porcaria de pessoa era esse Peter Lanzani?



Quem ele achava que era?



De repente, fui invadida pela adrenalina. Cheguei perto da mesa da secretária e apertei o botão do interfone marcado com as letras PL.



— Que droga você pensa que é? O Mágico de Oz? Aposto que seria mais fácil se eu quisesse falar com a rainha Elizabeth.



O medo nos olhos da recepcionista era evidente, mas ela sabia que era tarde demais, por isso só ficou de lado observando.



Não houve resposta por cerca de um minuto. Depois, ouvi a voz profunda e penetrante.



— Quem é?



— Meu nome é Mariana Esposito.



— Esposito. — Ele repetiu meu nome com clareza. Diferente de todo mundo, não errou ao pronunciá-lo.



Ele não falou mais nada, e apertei o botão novamente.



— Estou esperando pacientemente para vê-lo, mas parece que você está aí dentro batendo uma, ou alguma coisa do tipo. Todo mundo morre de medo de você, e ninguém quer avisar que estou aqui. Tenho algo que imagino que esteja procurando.



A voz dele soou mais uma vez.



— Ah, é?



— Sim. E não vou entregar, a menos que abra a porta.



— Quero fazer uma pergunta, srta. Esposito.



— Faça.



— Essa coisa que diz que estou procurando. É a cura do câncer?



— Não.



— É um Shelby Cobra original?


Um o quê?



— Hum... não.



— Então, está enganada. Não tem nada que possa ter que eu esteja procurando e que faria valer a pena abrir essa porta e ter que lidar com você. Agora, por favor, retire-se do andar ou vou ter que chamar a segurança para acompanhá-la até lá fora.



Vai se ferrar.



Eu não ia mais aturar essa palhaçada. Não queria ter mais nenhuma ligação com ele de agora em diante, por isso decidi deixar a droga do telefone.



Com o meu celular na mão, tive uma ideia. Um presente de despedida. Tirei três fotos minhas: uma do decote com o dedo do meio bem no centro do quadro, uma das pernas e uma da bunda. Depois gravei meu número no celular dele, e no lugar do nome digitei De Nada, Babaca.
Escolhi não mostrar o rosto, porque não queria que ele me reconhecesse no trem.
Mandei as três fotos e uma mensagem.



Sua mãe deve sentir vergonha de você.



Dei o telefone à recepcionista e disse:



— Entregue o celular dele.



Saí de lá rebolando, apesar de me sentir um pouco derrotada e muito furiosa.
Meu humor havia piorado quando cheguei ao escritório. A única coisa boa era que Ida tinha uma reunião fora, e não precisei lidar com ela. Aproveitei para ir embora uma hora mais cedo.


Depois do trabalho, passei para ver Nico e sua esposa, Euge, antes de ir para casa. Ele e eu éramos melhores amigos desde crianças, crescemos na mesma rua.



Nico e Euge eram donos da Tig’s Tatoo and Piercing na Oitava Avenida.



Ouvi o barulho de agulha lá dentro.



Poncho estava com um cliente. Ele era o tatuador, e Euge era responsável pelos piercings. Sempre que eu ficava comesse humor instável, acabava agindo por impulso. Já havia decidido que hoje à noite, em casa, tingiria as pontas do cabelo de vermelho, mas não era o bastante para me deixar satisfeita.



— Euge, quero furar a língua.



— Sai daqui. — Ela balançou a mão ignorando minha declaração. Conhecia bem minhas oscilações de humor.



— É sério.



— Você disse que nunca colocaria um piercing. Não quero que volte aqui me culpando quando voltar ao normal.



— Bom, mudei de ideia. Agora eu quero um.



Nico ouviu a conversa e interrompeu o trabalho com o cliente por um segundo.



— Conheço você. Deve ter acontecido alguma merda hoje, para chegar aqui querendo furar a língua de repente.


Continua...



 Capa by: @jlaliter4eva 



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Autor(a): jucinairaespozani

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