Fanfics Brasil - Capitulo 6 Metido de terno e gravata -Adaptada Laliter-

Fanfic: Metido de terno e gravata -Adaptada Laliter- | Tema: Laliter


Capítulo: Capitulo 6

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Peter


 


Meu dia tinha sido dominado por um par de seios sem rosto e uma tatuagem de pena. Pior, eles falavam.
E de todas as coisas que ela poderia ter escrito para mandar junto com aquelas fotos de partes do corpo, escolheu aquelas palavras. Ela mandou a única mensagem que me faria desabar e acabaria com o resto do meu dia. Da semana, talvez.


 


Sua mãe deve sentir vergonha de você.


 


Foda-se, Mariana Esposito. Foda-se, porque você está certa.
Essa desconhecida havia me atingido. Ela havia dito seu nome apenas uma vez pelo interfone, mas não esqueci. Normalmente, nomes entravam por um ouvido e saíam pelo outro.
Mariana Esposito.
Bom, tecnicamente, o nome completo
era Mariana De Nada Babaca Esposito.
Como ela achou meu telefone?
A mensagem continuou me atormentando e eu a li várias vezes.


 



Sua mãe deve sentir vergonha de você.


 


Cada vez que eu lia, ficava com mais raiva que na vez anterior, porque, no fundo, sabia que não existiam palavras mais verdadeiras. Minha mãe teria se envergonhado de mim pela maneira como eu tratava as pessoas diariamente.
Cada pessoa lida de um jeito diferente com a tragédia. Depois que minha mãe morreu, escolhi afastar todos de minha vida, concentrando toda energia nos estudos e na carreira. Não queria sentir mais nada, não queria me conectar com ninguém. O jeito mais fácil de garantir isso era afugentando as pessoas. Se ser um babaca fosse uma forma de arte, eu a dominava. Quanto mais bem-sucedido eu era, mais fácil ficava.
É impressionante o que um homem na minha posição e com a minha aparência pode conseguir.Quase ninguém chamava minha atenção pelas bobagens que eu fazia ou me questionava por elas.
Simplesmente aceitavam. Em todos esses anos, ninguém havia falado comigo em meu local de trabalho como Mariana Esposito tinha feito hoje. Ninguém.
Sua atitude corajosa pelo interfoneme impressionou, mas quase esqueci por completo essa história até Ava, a recepcionista, bater na porta da minha sala para me entregar o celular.


 


E agora, horas mais tarde, eu ainda estava ali sentado e totalmente obcecado com a profunda constatação que vinha das palavras de Mariana. E obcecado também com o par de mamilos salientes embaixo de um vestido que tinha a cor do demônio.
Apropriado.
Mariana era um diabinho.
Ela me impediu de prestar atenção ao trabalho, por isso, cancelei uma reunião à tarde e deixei o escritório.


 



Em casa, fiquei sentado no sofá bebendo conhaque enquanto continuava ruminando. Sentindo que alguma coisa estava errada comigo, meu West Highland Terrier, Blackie, ficou sentado aos meus pés, sem nem se incomodar em tentar me convencer a brincar com ele.


 


Meu apartamento no Upper West Side tinha vista para o skyline de Manhattan.
Agora estava escuro, com as luzes da cidade iluminando o céu noturno.Quanto mais eu bebia, mais as luzes pareciam brilhar, e mais minhas inibições desapareciam. Em algum lugar na cidade grande, Mariana devia estar satisfeita com sua atuação, sem saber que havia me destruído com ela.


 



Olhei de novo para a imagem da pena tatuada no pé dela e pensei que, se não havia mostrado o rosto, provavelmente era porque era feia como o demônio. O pensamento me arrancou uma gargalhada que ecoou na sala fria e vazia. Queria saber como ela era. Queria ter aberto a porta do escritório só para ter
podido fechá-la na cara dela.


 



Meu dedo se aproximou do nome que gravou. De Nada, Babaca. Queria fazer essa mulher se sentir tão mal quanto ela fez a mim. Nada me impedia de tentar. E tentei. Respondi à mensagem de texto.


 



Minha mãe morreu, na verdade. Mas, sim,
acho que ela teria sentido vergonha.


 


Acho que uns cinco minutos passaram
antes do celular apitar.


 


Mariana: Sinto muito.



Peter:Que bom.


 


Eu devia encerrar a conversa por aí.
Ela já devia se sentir bem mal, e isso podia ser o fim da história. Mas eu estava alterado. E cheio de tesão. Passar o dia todo olhando para os seios, as pernas e a bunda dela tinha mexido comigo.


 



Peter: O que está vestindo, Mariana?



Mariana: É sério?


 



Peter: Você estragou meu dia. Está me
devendo uma.


 


Mariana: Eu não te devo nada,pervertido de
merda.


 


Peter:Diz a mulher que me mandou uma
foto do decote. Belos peitos, aliás. São tão
grandes que, quando olhei pela primeira vez, achei que fosse uma bunda.


 


Mariana: Você é que é um bundão.


 


Peter: Mostra seu rosto.


 


Mariana: Porquê?


 


Peter: Porque quero ver se ele combina
com sua personalidade.


 


Mariana: E isso significaria o quê?


 


Peter: Bom, não seria nada bom para você.


 


Mariana:Não vai ver meu rosto nunca.


 


Peter: Talvez seja melhor. Vai, me dá uma
dica do que está vestindo.


 


Mariana: É vermelho.


 



Peter: Ainda está com o mesmo vestido?


 


Mariana: Não, estou pelada, com tinta
escorrendo pelo corpo e a língua latejando,
graças a você.


 



Esse comentário foi bem esquisito.


 



Peter: A imagem que isso sugere é bem
interessante.


 



Mariana: Você é maluco, cara.


 



Peter: Eu sou um pouco maluco, na verdade. Provavelmente, preciso de um psiquiatra, porque passei o dia todo fantasiando com uma pessoa sem cabeça.


 


Mariana: Bom, nem adianta pedir um nude.
Não vai rolar.


 



Peter: E se eu mandar primeiro?


 



Ela deve ter ficado chocada, porque não respondeu mais. Decidi parar de atormentar a mulher, joguei o celular em cima do sofá, peguei Blackie e o coloquei sobre meu peito nu, onde ele ficou até eu dormir.


 


Continua...



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Autor(a): jucinairaespozani

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