Fanfic: Metido de terno e gravata -Adaptada Laliter- | Tema: Laliter
No dia seguinte, consegui tirar Mariana da cabeça, mas duas manhãs depois, a obsessão voltou com força total.O trem estava particularmente cheio, e eu não encontrei um assento vago. Segurando uma das barras de metal para me equilibrar, olhei em volta.
Quase nunca prestava atenção às pessoas no trem, e agora lembrava por quê.Gente bizarra.Em um momento, olhei para o chão, para o pé de uma mulher do outro lado do corredor. Meu coração disparou quando vi a tatuagem de pena igual à de Mariana. As unhas dos pés estavam pintadas com o mesmo tom de vermelho.Puta merda.Era ela.Ela pegava o mesmo trem! Deve ter sido assim que ela encontrou meu telefone.Eu não podia levantar a cabeça. Não queria me decepcionar. Seria muito melhor só manter a fantasia sem ter que encarar a realidade.Mas, Deus, eu tinha que olhar.Precisava saber como ela era.Contei até dez lentamente e deixei meus olhos subirem por suas pernas, que estavam cruzadas. Saia de couro preto,bolsa de estampa de leopardo, camisa decotada roxa mostrando ao vivo o material com o qual eu havia fantasiado. Meus olhos finalmente ultrapassaram o pescoço.
Porra. Porra. Porra.
Ela olhava para a frente. Cabelo preto,liso e sedoso, com as pontas pintadas de vermelho e preso em um rabo de cavalo, expondo o pescoço longo e delicado. Batom vermelho brilhante na boca formando uma curva perfeita. Nariz empinado. Olhos castanhos e enormes. Quem poderia imaginar, o diabo tinha cara de anjo. De fato, Mariana Esposito era um arraso. Senti o movimento empolgado dentro da calça. Se antes eu tentava esquecer essa mulher, agora seria impossível.Quando ela virou e me viu olhando para ela, nossos olhares se cruzaram. Sem saber se ela me reconheceu, senti o coração acelerar. Em seguida, ela simplesmente desviou o olhar e, indiferente, se virou para a janela do trem.Ela sabia como eu era?Tentei lembrar de alguma coisa. Tinha só umas duas fotos minhas no telefone, nas quais eu aparecia vestido de um jeitocasual durante uma visita à minha avó.
Talvez ela não tivesse visto as fotos. Não, Mariana Esposito com certeza teria aberto a boca grande, se houvesse me reconhecido.Ela não sabia.Suspirei aliviado e continuei olhando para aquele rosto bonito, fascinado por ela ser a mesma pessoa que virou minha vida de cabeça para baixo no outro dia. Um assento vago chamou minha atenção. Eu me sentei, peguei o celular e procurei o nome dela nos contatos.Isso seria divertido.
Peter: Seu cabelo é comprido ou curto?
Era a coisa mais inofensiva que euconseguia pensar em dizer. Imaginei que, se começasse contando o que tinha fantasiado no chuveiro naquela manhã – untar com óleo aqueles seios grandes, incríveis, e escorregar meu pinto para dentro e para fora –, ela poderia não responder de novo.
Mariana: Você tem alguma preferência?
Peter: Comprido. Adoro mulher de cabelo comprido.
Não podia olhar para ela, mas percebi que, se olhasse para a janela, veria seu reflexo. Ela levantou a cabeça e olhou em minha direção antes de olhar de novo para o telefone.
Mariana: Curto. Tenho cabelo bem curto.
Mentirosa.Depois de mandar a mensagem, ela deu um sorrisinho maldoso.Eu daria um jeito nela.
Peter : Que pena. Passei o dia inteiro ontem imaginando que seu cabelo era comprido o suficiente para enrolar na minha cintura.
Eu me diverti vendo o sorriso desaparecer. Seus lábios se entreabriram, e tive certeza de que, se estivesse mais perto, ouvira o barulho da inspiração chocada. Ela se mexeu no assento por um minuto antes de responder.
Mariana: Desculpa. Não vai rolar. Estou proibida de me envolver em qualquer atividade oral por um tempo.
Quê?
Peter: Com quem?
Mariana: Por quem. A pergunta deveria ser por quem.
Peter: Etiqueta de mensagem de texto vinda de uma mulher que manda pornô para desconhecidos.
Mariana: Eu não mando pornô para desconhecidos. Você me deixou furiosa, só isso. Queria mostrar o que estava perdendo ao se recusar a sair do seu trono e me receber.
Peter: Se esse é o resultado, vou te deixar furiosa de novo. Muitas vezes.Ela olhou para a janela por um tempo.
Eu estava me aproximando da minha parada. Essa mulher mexia comigo, e eu sabia que não ia conseguir me concentrarna reunião das oito horas com esse comentário sobre a restrição de atividade oral pairando no ar. Por isso cedi.
Peter: Por quem?
Mariana: Euge.
Porra.
Ela era lésbica. Essa possibilidade nem havia passado pela minha cabeça. Que tipo de lésbica manda aquelas fotos para um homem?
Peter: Você é gay?
O trem reduziu a velocidade para parar. Se eu não tivesse uma reunião importante, teria ficado só para ver onde ela descia. Contrariando minha decisão sensata, olhei para ela antes de me levantar. Ela estava de cabeça baixa respondendo à mensagem, mas vi um sorriso em seu rosto. Um sorriso lindo, verdadeiro. Não era um daqueles sorrisos ensaiados na frente do espelho que muitas mulheres com quem saí costumavam dar. Não. Mariana Esposito sorria de verdade. Era um sorriso meio de lado e absurdamente bonito.Meu telefone piscou anunciando a chegada de uma nova mensagem. Por sorte, ele me fez desviar o olhar dela antes de ser pego.
Mariana: HAHAHA. Não, não sou gay. Euge furou minha língua há dois dias. Daí a proibição de atividades orais até o fim da cicatrização.
Cacete.
Fechei os olhos para tentar me acalmar, mas isso só piorou as coisas. Uma imagem daquele rostinho lindo e da língua com um piercing descendo sobre o meu pau me fez abrir os olhos de repente.Completamente distraído, quase não consegui sair do trem antes de a porta fechar. Como eu ia conseguir fazer alguma coisa hoje depois dessa nova informação?
Continua....
Autor(a): jucinairaespozani
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