Fanfics Brasil - Discipulos Lenda.... O quê? Gc Revolution - A saga dos 12

Fanfic: Gc Revolution - A saga dos 12 | Tema: aventura, literatura infanto-juvenil, super-heróis, gospel, drama, amizade, superação, fé, luta, apo


Capítulo: Discipulos Lenda.... O quê?

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  Aquele portal parecia que tragaria a todos nós. Meu líder, meus irmãos, meu melhor amigo e as crianças encaravam aquele vortex de poder opressivo com nítido pavor...Mas espera aí! Isso não é jeito de se começar uma história, não é? Deixe-me contar o que aconteceu antes e também quem eu sou.


  Tudo começou há cerca de mais ou menos duas horas atrás.


  ― IRMÃO! A GENTE VAI LEVAR O MAIOR ESPORRO DE NOVO! ― gritou Felipe sem o menor remorso estampado naquela cara de pau. Na verdade, ele sorria sentindo o golpe de vento quente do deserto bem no rosto.


  ― Eu vou colocar a culpa em você como sempre! ― eu dirigia ao seu lado. Cada um de nós estava pilotando um jipe ( eu tenho carteira e posso provar) e estávamos adorando passar pelas densas dunas do deserto de Ginzé no Egito. ― Até porque sabemos quem é a moça da dupla, né?


  ― Ah! Cala a boca!


  Rimos e continuamos dirigindo à 80km/h em direção à uma grande pirâmide. Nosso líder e irmãos estavam a nossa espera e estávamos meio atrasados. Nosso líder é pastor e um renomado arqueólogo que não resiste ao ver um conjunto de quinquilharias. Imaginem como ele fica quando vai nas festas da família e vê minha bisa? Ele fica doido.


  ― Espero que seja o último dia! ― Felipe muchecheou. ― Era para estarmos em Israel agora! Ele escolheu essa caravana só para passar aqui.


  ― Deixa de reclamar, afinal, não teríamos como pagar uma viagem dessas, senão fossemos...


  Até então, o ronco do motor e o soprar do vento haviam tapado os meus ouvidos, mas eu ouvi um som diferente que vinha da parte detrás do jipe. Eu fui desacelerando e Felipe estranhou que eu fui ficando para trás.


  ― Algum problema?


  ― Ouvi um som estranho... ― eu estacionei e desci do carro. As areias estavam quentes para burro, então corri para ver o que era antes que tivesse as maiores bolhas do mundo. ― Mas o quê?


  Quando levantei o pano que cobria a parte detrás do jipe, eu encontrei três figurinhas muito das repetidas. Se tratavam de três meninos que tinham entre dez e doze anos.


  ― A idéia foi do Igor! ― dois deles apontavam para um menino de corpo esguio, pele branca, cabelo ralo, liso e preto com um baita nariz arrebitado.


  ― Traidores!


  ― O que vocês estão fazendo aqui? ― cruzei os braços e encarei eles seriamente.


  O mais novo deles me encarou com cara de choro. Ele tinha pele bem branca e bochechas gordinhas que ficaram avermelhadas rapidamente, enquanto o choro foi se concentrando em seus olhos. Ele baixou a cabeça e seus cabelos lisos e em formato de cuia, caíram para frente.


  ― Mike, como sempre, um bebê chorão! ― Igor ralhou.


 ― Não seja mal com ele, Igor! ― repreendeu o outro menino de pele bem branca, cabelos claros e cacheados. Parecia um anjo adolescente.


 ― O.k Junior! ― eu interrompi. ― Ainda não me disseram o que vieram fazer aqui.


 ― Não acredito que você trouxe seus garotos! ― disse Felipe me repreendendo. ― Estamos atrasados.


 ― Não vai dar tempo de levá-los de volta... ― suspirei, decepcionado. ― Vou levá-los, mas não toquem em nada, não falem e não façam nada que parecer tentador. Estamos indo explorar uma pirâmide e podem haver armadilhas para todos os lados.


  Os olhos do trio começaram a brilhar e rapidamente eles subiram na garupa do jipe e voltamos a correr pelas dunas do deserto.


  Acabei esquecendo. Eu sou Diego. Tenho dezesseis anos e sou negro, assim como meu irmão Felipe que possui a mesma idade que eu. Estamos há um ano treinando muito duro para realizar o nosso sonho em comum que é ser um discípulo...



 


 ― Chegamos! ― gritou Felipe.


  Havíamos chegado a pirâmide demarcada em nosso mapa, porém não havia ninguém esperando por nós. Desembarcamos com as crianças e encaramos aquela imensa entrada tomada por um breu sinistro.


  ― Não acredito que não esperaram pela gente! ― Felipe ergueu uma sobrancelha. ― Só porque nos atrasamos míseras duas horas.


  ― Você é uma moça! ― ralhou Igor.


  Eu ri, confesso. Depois de separar os dois, decidimos adentrar a construção milenar. Os meninos estavam eufóricos, enquanto eu e Felipe caminhávamos de olhos abertos até onde a luz do dia podia iluminar. Para o nosso alívio, deixaram penduradas nas paredes um par de tochas acesas, assim poderíamos enxergar o nosso nariz no meio da escuridão.


 ― Vocês vão lutar contra algum monstro hoje? ― perguntou Igor ansioso.


 ― Espero que não!


 ― Mas nós queremos ver vocês em ação! Vocês são os nossos heróis!


  Eles estranharam quando eu parei de caminhar, me virei para eles e me abaixei para ficar da altura deles. As chamas iluminaram o meu rosto e eles me encararam atentamente.


 ― Nós não somos como aqueles heróis da televisão! Nós temos uma missão muito especial e só temos permissão de usar as nossas habilidades, quando o mundo está em perigo.


 ― Mas vocês tem poderes não têm? ― perguntou Mike.


 ― Sim e não! ― respondeu Felipe. ― Está com ela aí?


 ― Sempre!


  Dei a tocha para Junior e eles ficaram me esperando achar algo em minha mochila. Eu tirei um livro antigo, cujas folhas estavam amareladas. Sua capa preta era de brochura e no mínimo uns dez boletins, marca textos de papel e um cartão com tickets de descontos para comer no Mc Donalds caíram dela.


  ― Por isso está engordando!


  ― Não me obrigue a te xingar com a minha bíblia na mão! ― comecei a folheá-la e lá para o final, eu achei o texto que queria. ― Aqui está.


  ― Vocês estão descritos na palavra? ― disse Junior admirado.


  ― Esse texto está no livro de Hebreus. Ele fala de homens que foram provados e demonstraram grande habilidades nos tempos de crise. Eles despertaram poderes incríveis através de sua fé.


  ― Então, vocês... ― Igor ligava os pontos. ― São os...


  ― Discípulos lendários! ― adorávamos dizer isso juntos.


  De repente, toda aquela atmosfera foi rompida por um vento mórbido que soprou por todo aquele corredor. Felipe e eu nos viramos protegendo a nossa única iluminação e encaramos a escuridão com apreensão.


  ― Meninos fiquem aqui. Sinto que temos que ir ajudar os nossos irmãos!


 ― Eu sabia que veríamos ação hoje! ― disse Igor correndo em disparada. ― EU NÃO VOU FICAR DE FORA!


  Todos começamos a correr atrás do pré-adolescente rebelde que ria da nossa cara, até que ele parou ao ouvir um assobio sinistro. Um vento começou a soprar e girar ao nosso redor. O chão que era de rocha calcárea começou a se dissolver até virar areia. Os meninos se desesperaram quando seus pés começaram a afundar, rapidamente. Eu e Felipe tentamos nos libertar, mas quanto mais nos mexíamos, mais afundávamos.


  Eu fiquei louco, quando vi os três sumindo na areia movediça aos gritos e choro. Encarei meu melhor amigo e me entreguei. Segurei a respiração e senti a areia me envolver. Devo ter ficado submerso por cerca de segundos até cair sentado numa superfície lisa e gelada, e escorregar em alta velocidade em direção ao fundo da pirâmide. Eu caí de cara num solo lamacento e arenoso com Felipe caindo bem às minhas costas e por últimos os três moleques travessos.


  Vou ficar prostrado em cima de uma cama por uma semana depois disso.


― PODEMOS FAZER DE NOVO? ― gritaram os três em uníssono.


― Ora, ora, olha só quem apareceu!


   Eu e Felipe sentimos as nossas espinhas ouriçarem-se ao reconhecer aquela voz agúda, mas cheia de autoridade. Levantamos a cabeça e vimos aquele homem de cerca de um metro e setenta e poucos nos encarando por detrás do seu par de óculos quadradões. Ele tinha um binóculo pendurado ao pescoço e estava no maior estilo árqueólogo.


  Imaginem o Indiana Jones com cento e vinte quilos.


 ― Oi pai, tudo bem? ― cumprimentei-o com aquele sorriso amarelo e a cara cheia de terra. ― Como pode ver estamos um pouco atrasados!


  Ele lançou um olhar pesaroso sobre nós e virou as costas. Os meninos se levantaram e por conta da admiração deles, eu e Felipe começamos a analisar onde havíamos caído. Era uma câmara gigantesca. Acho que caberia um campo de futebol do tamanho do Maracanã aqui.


  Mas esse nem era o detalhe mais grotesco. O que mais chamava a atenção eram as milhares estátuas de guerreiros esculpidas em ambos os lados que formavam um caminho até uma espécie de altar pagão com vários hierógrifos esculpidos.


  ― Este é o salão dos soldados de barro! ― anunciou o pastor. ― A lenda diz que o antigo faraó Manassés tinha um lendário exército. Era o mais poderoso de toda a Terra, porém um desses soldados traiu o antigo faraó e por conta disso, o Egito perdeu uma guerra importante. Manassés nunca conseguiu descobrir qual dos seus homens que o traiu, então ele amaldiçoou todo o seu exército.


  ― Ei, pai! Vocês sentiram aquela opressão que passou mais cedo?


  ― Sim! ― ele respondeu sem ao menos me olhar. ― Seus irmãos já estão investigando isso.


  Os meninos gritaram quando viram alguns vultos cruzando o ar. Em segundos, o pastor não estava mais sozinho. Haviam dez homens enfileirados formando um muro às suas costas. Eles eram de diferentes etnias, idades e estilos. Uns nos encaravam com um sorriso aberto, outros com seriedade e alguns olhavam aleatoriamente para algum ponto qualquer.


  ― Diga-me, André! ― um homem alto de pele parda e cabelos lisos se aproximou. Na hora, eu e Felipe podíamos ver algo dourado cobrindo a pele de André. ― O que descobriram?


  ― Assim como a opressão surgiu, ela desapareceu sem deixar rastros. Meus poderes não conseguiram descobrir a sua fonte.


  ― AH-HÁ! ― gritou Igor apontando para o meu rosto. ― Eu disse que vocês tinham poderes!


  ― Diego! Você não achou que era meio irresponsável trazer esses meninos contigo?


  ― Não, André! Eles se infiltraram no meu jipe e...


  ― Esse é um dos porquês que você não herdará o Miracle lendário esse ano. Você precisa amadurecer muito ainda!


 ― Pai ! ― Felipe chamou. ― Ele está falando a verdade e...


 ― Basta!


  Eu segurei o pulso do Felipe e ele entendeu que não era para insistir. Assistimos o Pastor avançar pelo caminho dos soldados de barro e fomos caminhando atrás. De repente, eu senti uma mãozinha fina segurando a minha mão e me surpreendi ao ver que se tratava do Mike.


 ― Por quê você deixa ele falar assim com você?


 ― Ele é meu discípulador, Mike! Ele é responsável por mim, espiritualmente. E nem sempre o que nos faz crescer são as palavras doces.


 ― Mas mesmo assim, eu acho que ele está errado. Você cuida da gente muito bem! Seria um líder perfeito.


 ― Discípulado é diferente do culto infantil lá na igreja, Mike, mas muito obrigado por me animar.


  O pequeno me abraçou, mas novamente todos sentimos aquela energia sinistrar voltar. Os meninos se amontoaram atrás de mim e Felipe correu para junto do pastor e dos outros discípulos. Uma risada sinistra ecoou no ar e os meninos se abaixaram amedrontados.


  ― Revele-se! ― o pastor exigiu.


  ― Eu tenho muitos nomes! Mas vocês devem me conhecer como uma das doze regências malignas... Eu prometo que farei dessa câmara o túmulo de vocês.


 ― Está blefando! ― o pastor vociferou. ― Ainda está muito cedo. Nem fizeram quatro gerações desde que os últimos discípulos lendários despertaram.


  ― Então mostrarei uma prova do meu poder! O poder de um Faraó!


  Os meninos soltaram um grito sinistro, quando todas as estátuas dos soldados de barros foram atingidas por uma energia opressiva avassaladora. Relâmpagos negros as envolviam como correntes elétricas.


  Seus olhos ascenderam como lâmpadas amareladas e assustadoramente, as estátuas estavam recuperando seus movimentos. Eu encarei o rosto do pastor que parecia estar vendo um programa muito sem graça, pois não esbossava qualquer reação. E eu pensei que ele só ficava assim diante do catálogo da Netflix.


  ― A prova de que você é um impostor é essa! Acha que esse show de mágica de quinta categoria pode parar o exército sagrado? ― foi então que ele sacou algo brilhante no ar.


  Para uma pessoa comum se tratava apenas de um celular. Quer dizer, o Igor esqueceu do pandemônio ao redor e gritou: “Oh! Um Iphone X”.


  Aquele era um dispositivo milenar que era passado de líder para discípulo. Era o contededor de uma energia sagrada que só podia ser liberada, quando o discípulo tinha uma aliança verdadeira com seu discípulador e com o consentimento do mesmo.


  ― Felipe e Diego! Acham que podem dar conta desse exército?


  Mike me encarou com preocupação e eu sorri para ele. Igor estava em polvorosa, enquanto Junior ainda estava chocado demais com tudo que estava acontecendo. Eu e Felipe nos colocamos de frente para aquele exército de barro. Homens que ainda usavam suas armaduras e braniram suas armas enferrujadas na nossa direção.


  ― Diego sai daí! ― Mike gritou. ― Você vai morrer!


  ― Miracle, Ativar! ― gritou o pastor sacando o dispositivo acima da sua cabeça.


  O miracle começou emetir uma forte luz e a mesma começou a envolver-nos. Eu me sentia boiando nas águas de um lago tranquilo. A sensação era quente e acalentadora. Era como se eu estivesse sendo embalado pelos braços mais amorosos do mundo.


  ― O que é aquilo na testa deles? ― perguntou Junior.


  O sinal dos escolhidos. A cruz brilhante com três estrelas de Davi ao redor. Esse era o símbolo dos discípulos lendários.


  ― Aquilo é um “cosmo”? ― perguntou Igor.


  ― “Ki”? ― sugeriu Mike.


  ― Chakra! ― afirmou Junior.


  ― UNÇÃO! ― gritamos eu e meu irmão.


  Quando a unção se dissipou, os soldados atacaram. Eu e Felipe avançamos com o sorriso da vitó- ria estampado em nossos rostos. O primeiro soldado a quem chamarei de Antônio, desferiu um golpe com sua poderosa lança. Eu desviei e arranquei a sua cabeça com um poderoso chute.


  Esse foi o fim de Antônio.


  Felipe, exibido como sempre, resolveu correr e agarrou um boneco, a quem chamerei de João, pelo pé direito e rebatia os amigos dele, usando o coitado. No final, João era apenas o seu pé.


  ― Eles tem super força! ― disse Igor admirado.


  ― Acabem logo com isso! Senão vamos perder o avião!


  Eu e Felipe assentimos e saltamos para perto dos nossos amigos. Nos entreolhamos, começamos a elevar a nossa unção ao mesmo tempo e uma cortina de poeira começou a subir e a se espalhar pela câmara. Ambos socamos o ar e uma massa de poder foi liberada, voando como um míssel. A energia chocou-se contra eles e uma grande explosão ocorreu. A câmara chacoalhou e muita terra caiu sobre nós, mas quando a poeira baixou, era possível ver um tapete de cacos de soldados.


  ― Então eles despertaram também? Quero ver se seus discípulos são fortes para enfrentar isso!


  A opressão voltou a girar e de repente um pequeno tornado se formou no meio do caco dos soldados de barro. A energia opressiva e a terra eram sugadas, dando forma a algo maior, mais maligno e consequentemente mais poderoso.


  Quando o vento se dissipou, eu e Felipe ficamos decepcionados porque encarávamos uma estátua de um metro e setenta. Era uma entidade com corpo humano, mas a cabeça era de leão...Leoa, na verdade. Ela estava de braços cruzados e empunhava nas mãos um par de foices douradas.


  ― SAIAM DAÍ DEPRESSA! ― gritou o pastor para nós.


  ― Mas por quê? ― foi tudo o que eu consegui dizer, antes de perceber que a ponta da lâmina dourada estava à centímetros do meu globo ocular.



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Autor(a): chander

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