Fanfic: Juntos até o fim ↝ Livro 2 | Tema: Vondy
"𝓮𝓾 𝓪𝓻𝓻𝓲𝓼𝓺𝓾𝓮𝓲 𝓽𝓾𝓭𝓸, 𝓪𝓻𝓻𝓲𝓼𝓺𝓾𝓮𝓲 𝓽𝓾𝓭𝓸 𝓹𝓸𝓻 𝓫𝓮𝓼𝓽𝓮𝓲𝓻𝓪, 𝓪𝓱 𝓼𝓮 𝓪𝓻𝓻𝓮𝓹𝓮𝓷𝓭𝓲𝓶𝓮𝓷𝓽𝓸 𝓶𝓪𝓽𝓪-𝓼𝓮 𝓓𝓾𝓵𝓬𝓮 𝓜𝓪𝓻𝓲𝓪"
Cinco meses antes...
Sentei no banco do carro sentindo meu coração batendo em meu ouvido, a adrenalina se espalhando deliciosamente por todo meu corpo, uma sensação orgásmica, prazerosa, fechei os olhos e abri os lábios permitindo o ar entrar mais rápido em meus pulmões. Olhei para frente vendo o homem velho e barrigudo, vestindo seu terno caro entrando no carro de luxo. Segui o veículo de maneira cautelosa, o trajeto levou quase 10min, que merda! Que horas eu ia chegar em casa?
- Aqui está senhora, com as palavras do Sr. Guilhärde, uma ótima jogadora de poker. - apenas assenti, fechei as janelas e saí dali o mais rápido que eu pude.
Levei quase 30 min para voltar até o centro terapêutico, deixei o carro lá e entrei no meu, levando comigo a maleta com dinheiro. Ainda faltavam uns 20min até minha casa. No meu do trajeto meu telefone tocou, o celular conectado no "bluetooth" do carro fez com que o som soasse direto das caixas, sabia quem era, não precisa de nenhum esforço.
- Oi amor. - falei calma, tentando parecer que era só um dia comum.
- Dulce, são 23h cadê você? - olhei o celular e puta que pariu, como eu ia explicar. - Onde você está? - sua voz saiu séria e fria, anda Dulce pensa em algo.
- Agora indo para casa, eu estava no meu escritório, alguém da limpeza mexeu em meus arquivos e tudo ficou uma bagunça, quando me dei conta estava morrendo de fome. Resolvi passar em um drive-thru, como é sexta estava lotado. - falei a melhor desculpa que consegui.
- Podia ter me ligado. - sua voz agora trazia tristeza e um pouco de magoa.
- Eu sei amor, me perdoa eu já to na esquina te prometo. - desliguei e virei a esquina para entrar na rua de nosso condominio, o portão foi aberto automaticamente, respirei fundo ainda na garegem. Coloquei a mala embaixo do banco e saí, tentando não fazer barulho, meus filhos devem estar dormindo.
Quando cheguei no hall vi o brilho da TV, me aproximei e Manu estava deitado no colo de Christopher, quando seus olhos focaram me mim, minha bebê correu até estar em meu colo, meu marido levantou logo em seguida, com uma postura dura, aliás ele anda assim nos últimos tempos.
- o que faz acordada meu amor? - perguntei sentindo o cheirinho de neném de seus finos fios loiros.
- Ela estava te esperando. - Manu assentiu e senti ainda mais frieza na voz de Christopher. - Pode subir, vou terminar de organizar as coisas aqui e já me deito.
Parecia uma pedra de gelo, em que momento o meu amor descontraido havia se tornado um iceberg? Subi sem poder dizer nada, Manu fez um pouco de manha antes de dormir de vez, Roberta já dormia na cama ao lado, então apenas beijei sua cabeça, fiz o mesmo no outro quarto com Diego. Fui até a suíte a encontrando vazia, tirei meus saltos e fui para o banheiro, queria tomar um delicioso banho e, foi o que fiz. Quando retornei Christopher já estava deitado, lindamente, sem camisa e com o corpo coberto até a cintura.
- Vem deitar, quero te abraçar. - sua voz causou arrepios em minha nuca, ajeitei minha camisola e me deitei. - Tá tudo bem?
- Comigo sim, mas você parece que dormiu no congelador hoje. - senti seu corpo tensionar levemente, algo errado aconteceu. - Christopher, o que tá acontecendo?
- Um paciente meu cometeu suicídio hoje. - senti todo o ar do meu pulmão ir embora. - To me sentindo um merda de profissional. - seus olhos encheram de lágrimas e os meus também.
- Meu amor, porque não me ligou? Eu vinha correndo. - passei a mão levemente eu seus cabelos, agora bem curtinhos.
- Isso aconteceu ontem, hoje você sumiu e eu tive que lidar com as crianças, eu to esgotado Dulce. - agora quem se sentia uma merda era eu, nem pra reparar que meu marido não estava bem eu servia. - Não quis preocupar você.
- Me perdoa amor, eu não queria te deixar sobrecarregado. - ele negou com a cabeça e colocou o rosto em meu peito.
- Me deixa dormir aqui, já me faz todo o bem do mundo.
Nessa noite eu chorei baixinho, acariciando lentamente os cabelos de Christopher, enquanto eu sentia o prazer de apostar correndo em minhas veias ele estava em casa cuidando de tudo e querendo meu apoio. Mordi a dobra do meu dedo pra evitar gritar de raiva, senti o gosto de sangue e continuei apertando meus dentes contra a carne. O que você está fazendo Dulce Maria?
Apostar agora tinha outra significado, antes era quase para sobrevivência, agora era prazer, um prazer podre que eu não conseguia viver sem. Enquanto meu marido, meus filhos e meus amigos acham que eu sou responsável por um grupo de apoio de pessoas com ludomania, eu voltei a jogar, em cassinos clandestinos, metido com homens perigosas, ganhando dinheiro na mesma velocidade que perco. Desta vez eu não queria parar, ninguém podia descobrir, eu não aguentaria o olhar de decepçao de Christopher.
Autor(a): ssvonuck
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𝓞 𝓭𝓮𝓼𝓽𝓲𝓷𝓸 𝓮́ 𝓾𝓶 𝓼𝓪𝓬𝓸, 𝓭𝓮 𝓽𝓸𝓭𝓪𝓼 𝓪𝓼 𝓶𝓪𝓷𝓮𝓲𝓻𝓪𝓼 𝓸 𝓶𝓮𝓾 𝓽𝓮𝓷𝓽 ...
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