Fanfics Brasil - Histórinha antes de dormir |Cont. *~ εїз ~* (DyP - TRENDY)

Fanfic: *~ εїз ~* (DyP - TRENDY)


Capítulo: Histórinha antes de dormir |Cont.

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Aquele gorducho metido já não existia mais. Agora era um adolescente no alto de seus 13 anos, magrelo, de aparelho nos dentes e uma espinha aqui, outra acolá. E não fiquei atrás; eu estava naquela fase que a maioria das garotas parece mais uma tábua com os inseparáveis sutiãs com enchimento (ok, este último detalhe me acompanhou SEMPRE, mas abafemos o caso... ).
O que interessa é que quando o vi pela janela do meu quarto, senti os mesmo comichões na barriga que sentia quando criança. E naquela época isso sempre acontecia quando estávamos juntos. Mas eu achava que era de raiva, ou resultado de algo que eu tinha comido e que não caiu muito bem.


×~×~×

Mas não era nada disso. E eu estava começando a descobrir...

×~×~×

- Tá, daí ele voltou e pediu pra ser seu namorado? -com os olhinhos brilhando.

- Haha... Não tão rápido, meu amor...

- Mas vocês não namoraram?

- Claro que sim! Mas tudo tem seu tempo, e o nosso não foi assim, com tanta pressa...

- Então... -fazendo um gesto para que eu continuasse a história.

×~×~×

Então que ele voltou, meu coração estava praticamente pulando da boca, minha respiração falhando e meu intestino querendo não me obedecer. Eu não poderia ficar ali, parada na janela, parecendo uma estátua de jardim. Eu precisava agir. E nada melhor que inventar algum pretexto para ir lá fora.
Corri pela casa pra ver se me vinha alguma idéia. Apelei até pra ajuda divina, se bobear. Afinal, eu não poderia aparecer do nada na varanda, ele acharia que era o motivo disso. É, era ele mesmo, mas eu não daria esse gostinho praquele metido! NÃO MESMO. Nenhum lixo pra ser colocado na calçada, nenhum jardim pra ser regado, e nem pro meu pai assinar um mísero jornal!
Mas algo dentro de mim MANDAVA que eu fosse ao encontro dele. E foi o que fiz, com cara e coragem. Tudo bem, quase nada de cara, e muito menos de coragem.
Lá estava ele, parado na calçada da frente, conversando com a mãe e uma tia. Absolutamente estava diferente; nem mais bonito, nem mais feio, DIFERENTE.


×~×~×

Diferente talvez nem tanto aos olhos, e sim ao coração...

×~×~×

A cada passo avançado, mais minhas mãos foram congelando, e por um segundo achei que havia sofrido uma paralisia facial, já que, não sei porque, era como seu eu não sentisse mais as funções de meu rosto. Não “respirava”, não “enxergava” mais nada à minha frente, a não ser o... E também nem consegui abrir a boca, sequer. Eu estava assim: . Paralisada, sem reação. Algo que nunca havia acontecido comigo, nem nos piores pesadelos, daqueles que nos fazem grudar inconscientemente na cama e não ter forças suficientes pra despertar.
Nem caí em mim que eu estava abrindo a caixinha do correio, em busca de qualquer coisa que me ajudasse. Por sorte (ou nem tanto) havia alguns envelopes, e pelo pouco que minha visão embaçada me deixou perceber, se tratava de contas. Folheei cada um dos papéis, tentando desviar a minha atenção da outra calçada, quando um “vento”
(um “vento” = minhas mãos trêmulas ) traiçoeiramente acabou por derrubá-los na calçada. A merda estava feita; as contas todas espalhadas no chão, com riscos de vir algum vento literalmente falando e fazer com que voassem para longe e eu ali, estática, com as mãos suspensas no ar, sem saber o que fazer.

×~×~×

Céus,o que estava acontecendo comigo?!

×~×~×

Minha mente nada brilhante ainda estava em processo de funcionamento quando vi a mãe dele apontando em minha direção, com uma risadinha estampada no rosto. Pronto, agora além de retardada pra mim mesma, seria pros vizinhos! Como desgraça pouca é bobagem, assim que a mãe dele sinalizou pra mim, ele, em um momento inesquecível para a minha cabeça “recém-adolescente”, se virou e fez com que os nossos olhares se cruzassem. Aí, nesse momento, eu já não tinha mais vontade de fazer nada, a não ser enfiar minha cara no buraco de esgoto no meio da rua.

×~×~×

Acho que foi a partir daí que comecei a perceber as minhas reais perspectivas e sensações perante algumas coisas da vida. Timidamente ele sorriu e cruzou a rua. “Que diabos ele pensa que está fazendo?!”, pensei comigo. Agora, além de tudo, já não sentia o chão sob os meus pés. Parecia que eu estava caindo no abismo da minha vergonha.

×~×~×

- Dulce? -não era mais o mesmo gorducho, e muito menos a mesma voz.

- O-Oi? -me fiz de desentendida. Na verdade, não tinha a MÍNIMA idéia do que fazer.

- Não se lembra de mim? -gentilmente, ele recolheu as cartas da calçada e juntou-as nas mãos.

- Deveria?

- Talvez sim, talvez não... Sou o Alfonso, que brincava com você há uns anos, e depois fui pra Espanha, lembra?

- Ah! Sim, sim! Poncho!
-esse era o apelido dele. *-*

- Isso mesmo! Voltei hoje...

- Hum... -E agora? O que eu falaria? O assunto estacionou!
 
- Acho que isso é seu, né? -passando as contas pela grade.

- É! Acho que sim... -engoli seco. Ele tentava puxar assunto, mas eu, com minha estranheza fidamãe, não conseguia prolongá-lo.

- Quer dizer, dos seus pais, já que são apenas contas, né?

- Uhum...
-idiota, idiota, idiota! Mil vezes idiota!

- Acho que já vou, tenho que ir ao aeroporto com a minha mãe...

- Ok...

- Então tchau!

- Tchau!

Ele se preparava pra atravessar a rua, quando tive uma reação, ainda que meio tardia.

- Poncho!

- Oi?

- Até quando você fica... aqui? -minha única esperança era ouvir algo que agradasse aos meus ouvidos, e ao meu coração.

- Se meus pais continuarem numa boa, sem ter que apelar pra justiça de novo, acho que fico definitivamente... -ele sorriu, reluzindo aquele aparelho ortodôntico com borrachinhas pretas.

- Hum... Legal. -retribuí o gesto.

- Dulce?

- Fala! -e logo!

- Queria só dizer que você pode ter se esquecido de mim, mas eu não me esqueci de você... Nenhum dia sequer...
 

 



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Autor(a): perfectgirl

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