Pov Jessy

Jessy: O que aconteceu foi que logo depois que você esteve aqui Dulce, eu obriguei Heigl a marcar uma consulta no dia seguinte com a paciente que deveria ter passado pelo procedimento, a moça tem 18 anos e veio acompanhada da mãe, e eu tinha obrigação de contar a ela o que houve, disse que o hospital se encarregaria de arcar com todas as despesas hospitalares dela, e que se desejasse realizar o procedimento novamente, eu mesma me encarregaria de acompanhar todo o processo para que não houvesse erros foi aí que as coisas ficaram estranhas...

Flashback On

Depois que disse tudo à moça, e garanti que ela poderia fazer a inseminação de novo sem custo eu reparei que a mãe dela ficou pálida na hora, e a moça começou a chorar desesperadamente, Heigl que estava me acompanhando por ter sido a médica responsável pelo erro, parecia se sentir culpada, eu particularmente achei estranho uma reação tão extrema, nem mesmo a Dulce que em teoria foi a mais prejudicada reagiu assim.

Garota: Como pode ter feito isso doutora (perguntou a paciente chorosa a Heigl, e ela não soube o que dizer simplesmente andou até a cadeira em que a moça estava sentada, se agachando até que ficassem na mesma altura e disse)

Kath: Eu sei que cometi um erro, mas prometo que se quiser farei de tudo para que tenha seu bebe.

Garota: Você não entende.

Kath: Acredite querida eu entendo, ainda terá seu bebe e... (a Heigl não conseguiu nem ao menos completar a frase a garota levantou abruptamente, derrubando a minha funcionária e gritando).

Garota: VOCÊ NÃO ENTENDE, DESTRUIU MINHA CHANCE (após a explosão de raiva abaixou-se na altura de Heigl a puxando violentamente pelos ombros fazendo com que ficasse em pé desferiu um soco no rosto da médica morena que a olhou chocada e apavorada. Nesse momento tive que interferir, ameacei chamar a segurança se ela não se acalmasse, a jovem estava descontrolada e partiu para cima de mim, tentei segurá-la e consegui imobilizar suas mãos e dei ordens para a Heigl que continuava parada em choque que chamasse a segurança, ela saiu do transe e correu ao telefone discando em seguida o ramal, depois que eles a imobilizaram não tive muita escolha a não ser seda-la, afinal ela era perigosa já tinha agredido uma médica e tentado agredir outra, dei ordens para que a paciente ficasse contida e sob vigilância. Minha sala estava uma bagunça, e só quando olhei em volta notei que a mãe da moça permanecia parada olhando tudo como se estivesse em outro mundo, ela se quer reagiu quando a filha foi dominada pelos seguranças, me aproximei cautelosa dela e quando toquei em seu braço ela pareceu acordar seus olhos estavam tão ferozes quanto os da filha, mas ela parecia saber se controlar melhor).

Mulher: Vocês, destruíram a vida da minha filha (ela falou com tom de voz frio).

Jessy: É melhor tomar cuidado com o que diz senhora sua filha acabou de agredir uma médica em seu local de trabalho, se eu quiser posso garantir que ela fique presa por um bom tempo (eu sabia que não estava em condições de ameaça-la, afinal se ela quisesse podia processar o hospital pelo erro da Heigl, mas parece que a ameaça surtiu efeito, pois ele ficou tensa quando falei em cadeia, tive certeza então que aquelas duas estavam envolvidas em alguma coisa muito séria) Pense bem senhora, se eu desejar chamar a polícia haverá uma investigação completa sobre tudo que aconteceu aqui, acredite mesmo que o nome do hospital seja envolvido em um escândalo de erro médico, temos recursos e ótimos advogados a nosso dispor, e a senhora será que vai gostar que soubessem sua participação e de sua filha no caso? Se bem me lembro o laboratório de onde veio o material não tinha nenhuma ligação com esse, hospital, o que me faz questionar, o que descobrirei se colocar um detetive particular para descobrir mais sobre o doador? (ela ficou lívida na hora e soube que tinha fisgado uma picareta). Bom, se me der licença vou ver como esta minha funcionária e depois acionarei a polícia tenho certeza que farão uma limpa nessa história... (ela me interrompe).

Mulher: NÃO (ela gritou em desespero, e um sorriso presunçoso se formou em meu rosto). Eu conto tudo que queira saber se deixar minha filha fora dessa história.

Jessy: Vamos ver, vai depender do que vai me contar.

Mulher: Bem... (ela dá uma pausa respira fundo e diz) tudo começou há 8 anos (disse ela se sentando). Eu trabalhava como recepcionista em um banco de sêmen, meu marido tinha me deixado sozinha com uma menina de 10 anos para criar, o salário era razoável dava para que vivêssemos decentemente, mas sem nenhum conforto, um dia entrou um grupo de jovens na recepção pareciam universitários e com dinheiro, vestiam roupas caras e tinham aquele jeito de eu sou dono do mundo entende? (apenas assenti pedindo para ela continuar, e me sentei em uma das poltronas próximo a ela). Eles começaram a falar todos ao mesmo tempo coisas que não entendi e que um deles ia doar esperma, eu pedi que ficassem calmos e perguntei qual deles iria fazer a doação e todos apontaram para um loiro de cara amarrada, então entreguei as fichas de preenchimento padrão para ele e pedi que sentasse em uma das poltronas da recepção e depois de preenchidas me devolvesse, os rapazes fizeram isso ele começou a escrever nos papeis que dei a ele enquanto seus amigos ficavam envolta falando besteiras para ele e tirando sarro da sua cara (eu ainda não tinha entendido até o momento o porquê de toda aquela história, mas pela expressão que ela fazia o significado era muito importante, então deixei que continuasse seu relato sem interromper). Na verdade eu nem estava ligando muito para o que eles estavam fazendo, não era incomum universitários irem ao laboratório para fazer doação, então nem prestava mais atenção quando isso acontecia, simplesmente continuei meu trabalho, e o rapaz voltou com a papelada toda em ordem então o levei até a sala de coleta entregando o material necessário para ele e voltei para recepção, um tempo depois ele voltou com o material e eu fiz o de praxe registrei no sistema e despachei para a sala de criogenia. Os rapazes foram embora e eu terminei meu turno normalmente e fui para casa, minha filha não estava sozinha me esperando o dono do apartamento que eu alugava estava com ela, ele era um senhor bondoso, mas tinha suas responsabilidades também, ele tinha ido me cobrar o aluguel disse que já estávamos devendo seis meses de aluguel, eu disse que era impossível, mas ele me mostrou os extratos de aluguel, meu marido estava roubando o dinheiro do aluguel para pagar suas dívidas de jogo (quando ela começou a chorar depois de contar isso, confesso que me compadeci da situação dela, uma mulher sozinha com uma criança e tendo que lidar com problemas causados por outra pessoa. Esperei pacientemente que ela cessasse o choro e continuasse seu relato, oferecendo um lenço para mesma). Ele me disse que não tinha o que fazer se eu não arrumasse o dinheiro em dois meses teria que sair do apartamento, eu não podia deixar minha filha na rua, tinha que dobrar minhas horas no trabalho e fazer todo o possível para conseguir o dinheiro, no dia seguinte sai de casa mais cedo para ir ao trabalho e fiz minha rotina diária quando cheguei ao laboratório uma amiga me mostrou uma reportagem no jornal que dizia que um dois herdeiros jovens de uma das famílias mais ricas de Los Angeles tinham sido flagrados em uma briga de bar, quando olhei a foto reconheci os rapazes estavam no grupo que tinha ido a clínica na noite anterior e um deles era o jovem Christopher Uckermann o loiro que tinha doado o material, então eu tive a ideia iria usar o sêmen dele para fazer uma inseminação artificial, trabalhava ali há muito tempo sabia como manter o material viável e como fazer em casa (quando ela me disse aquilo eu fiquei chocada, eu entendia o desespero dela, mas usar uma criança só para tirar dinheiro dos outros era muito baixo). Entraria no laboratório, roubaria uma parte do material, depois mudaria os dados no sistema para ninguém perceber que faltava alguma coisa, como não poderia sair até o fim do meu turno usaria uma câmara criogênica que eu sabia que ninguém verificaria naquele dia para manter o esperma viável, já tinha planejado tudo ia fazer a inseminação assim que chegasse em casa naquela noite, mas chegou um homem se apresentando como advogado pediu para falar com a responsável pela clínica, os dois conversaram por uma hora e depois minha chefe me chamou perguntou sobre a doação da noite anterior pediu que verificasse o registro de um doador, e era ele o herdeiro Uckermann, ela me mandou informar ao laboratório que todo o material deveria ser destruído, mas eu não podia deixar então falei que iria pessoalmente levar a ordem assinada pela diretora ao laboratório, a verdade é que eu dei sorte, os outros técnicos estavam no horário de almoço só tinha uma pessoa trabalhando no momento, ela era minha amiga então disse que tinha alguém querendo falar com ela nos fundos e que parecia importante ela não questionou apenas pediu para que eu ficasse ali e lhe desse cobertura se alguém aparecesse, eu tinha poucos minutos até que ela voltasse então fiz o que tinha que fazer, peguei um dos frascos com material e escondi em uma das câmaras, quando ela voltou entreguei a ordem da chefe para ela fui embora, não poderia mais levar o material naquele dia seria perigoso então no fim do meu turno fui para casa (em nenhum momento ela parecia estar arrependida do que tinha feito, mas muita coisa na história não fazia sentido).

Jessy: Então porque não fez a inseminação depois? (eu perguntei o que não saia da minha cabeça).

Mulher: Porque eu fui burra (ela respondeu com um sorriso sarcástico).

Jessy: Como?

Mulher: Naquele dia meu ex-marido tinha voltado para casa, disse que tinha mudado que queria voltar a ter sua família de volta e eu acreditei, ele tinha até mesmo quitado o aluguel.

Jessy: Então porque guardou o material genético do Uckermann se não precisava mais (ela me olhou como se eu fosse à pessoa mais ingênua da face da Terra).

Mulher: Sério que se você tivesse a lâmpada dos desejos na mão faria apenas três pedidos e libertaria o gênio (ela respondeu sarcástica, aquela mulher já estava me tirando à paciência).

Jessy: Se meus desejos futuros fossem obtidos através do sacrifício de outras pessoas, certamente escolheria libertar o gênio (eu respondi impaciente).

Mulher: Essa é a diferença entre nós, você vive em um mundo onde seus desejos podem virar realidade, já eu vivo onde a realidade é carente de desejos atendidos.

Jessy: Isso não justifica o que fez, se todos resolvessem seus problemas atirando pedras nos outros em pouco tempo todo mundo teria morrido apedrejado. O que aconteceu depois?

Mulher: Dois meses depois que ele voltou eu engravidei (eu arregalei os olhos esperando o pior dessa revelação, afinal quem poderia saber o quanto do material genético do Ucker ela roubou)

Jessy: E quem é o pai da criança?

Mulher: Quem você acha que seria? É claro que era do meu marido (na hora que ela me disse aquilo não pude conter o suspiro de alivio).

Jessy: O que esperava que pensasse, você roubou material genético de um banco de esperma, então me perdoe se duvidei de seu bom caráter (eu respondi com sarcasmos aquela mulher era muito cansativa. Ela apenas revirou os olhos e continuou contando sua história).

Mulher: Quando descobri que estava grávida, não posso dizer que fiquei feliz, meu marido tinha voltado aos seus antigos hábitos e sabia que não demoraria muito até que se cansasse de nós e fosse embora, então fiz o que tinha que ser feito.

Jessy: Está me dizendo que abortou a criança, mas como não é permitido pela lei, além dos casos especiais é claro.

Mulher: Você é muito ingênua para alguém da sua idade (ela me respondeu com desdém, minha vontade na hora foi virar a mão na cara dela, pela ofensa).

Jessy: Ora sua... (ela me interrompeu e continuou).

Mulher: Eu fui a uma clínica clandestina, peguei um empréstimo com uma amiga e fiz o procedimento, o lugar como você deve imaginar não tinha nenhum tipo de esterilização e acabei pegando uma infecção, pena que só percebi isso alguns dias depois, quando os sintomas começaram, fiquei internada por um mês, meu marido foi embora depois que descobriu sobre o aborto ficou com medo de ser preso, por sorte não perdi meu emprego, mas acabei ficando estéril (nessa altura eu já tinha entendido o que ela planeja só precisava que ela mesma me confirmasse).

Jessy: O que houve depois?

Mulher: Continuei trabalhando no banco de esperma, e mantive o material armazenado.

Jessy: Como conseguiu isso, digo como ninguém desconfiou de um material sem identificação?

Mulher: Como disse antes eu era responsável por fazer o registro das amostras no sistema da empresa, sempre que alguém começava a desconfiar de alguma coisa eu mudava o registro no sistema.

Jessy: Devo admitir o seu plano foi diabolicamente brilhante, guardou durante 8 anos o material, para que sua filha pudesse utiliza-lo.

Mulher: Foi a herança que eu pude deixar, mas vocês estragaram tudo, depois de todos esses anos, todo os sacrifícios que fiz, uma médica idiota jogou fora o futuro da minha filha (disse com desgosto e raiva contida).

Jessy: Só não entendo porque agora (ela me olhou confusa). Sua filha só tem 18 anos é ainda uma menina descobrindo a vida, porque não esperar até que ficasse mais velha?

Mulher: Fui despedida há 6 meses, o laboratório estava fazendo cortes no pessoal e acabei sendo um dos “felizardos” (ela disse ironicamente) tive que cumprir três meses de aviso prévio, que usei para dar um jeito de levar o esperma comigo, arrumei outra clínica para armazenar, mas as mensalidades eram muito caras, não tive escolha.

Jessy: Entendo, creio que sabe que terei que comunicar o laboratório em que trabalhou e o jovem Christopher sobre o que fez.

Mulher: E a polícia?

Jessy: Bem, chamar a polícia ou não ficara a cargo do senhor Uckermann (ela me olhou deu um sorriso estranho e se levantou).

Mulher: Quero ver minha filha agora.

Jessy: Poderá vê-la, mas ela ficara no hospital sobe cuidados médicos até que o senhor Uckermann descida se prestará queixa ou não.

Mulher: Você não pode fazer isso, exijo levar minha filha para casa (ela vociferou).

Jessy: Pense bem, se tirar sua filha daqui é o que realmente deseja, ela agrediu uma médica e pode sair direto daqui para cadeia (ameacei com um sorriso de lado, a outra ficou lívida por um segundo logo se recuperando me dando um sorriso de escárnio disse).

Mulher: Esperta, assim garante que eu não fuja até que o Uckermann saiba, pois bem será como deseja posso ver minha filha agora?

Jessy: Pedirei que uma enfermeira a leve até o quarto em que está internada (em nenhum momento ela desgrudou os olhos de mim nem mesmo quando disquei o ramal e pedi que me enviassem uma enfermeira. Quando a mesma chegou dei ordens para que a levassem até a filha, e a enfermeira seguida da senhora saiu de minha sala, eu podia jurar que a ouvi sussurrar algo, mas estava tão cansada de tudo aquilo que não dei atenção).

Flashback off

Jessy: Depois disso como podem imaginar falei com Heigl, para saber se ela tinha descartado os restos de amostra e o material usados no procedimento, e para nossa sorte ela os tinha guardado, ainda tinha que ter certeza que o Ucker era o dono do esperma então fiz o DNA e o resultado... (dou uma pausa e digo) bom está em suas mãos (conclui apontado para o papel nas mãos do meu afilhado).

Continuaaaaaaaaaaaa...

Já, já posto um poste com Novos personagens da Web...

E os 2 capítulos prometidos de hoje...

Só vou tomar um banho e comer algo e volto...

Aguardemmmmm