Fanfic: Bebê secreto (Adaptada) ♡AyA♡ | Tema: AyA

Anahi respirou  fundo  e  forçou-se  a  relaxar.  Um  dia  de  cada  vez,  um  passo  de cada  vez.  Tinha  chegado  até  lá,  podia  ir  o  resto  do  caminho...  Mesmo  se  levasse  meses para  realizar  o  que  um  herdeiro  herrera  rico  e  poderoso  podia  realizar  praticamente  da noite para o  dia.

-  Tudo  bem. -  Preciso  voltar  para  casa, a fim  de  lidar  com  alguns  assuntos  da  companhia.

-  Oh.  -  Os  olhos  azuis  se  arregalaram em  surpresa. Ela  havia  se  acostumado  tanto  com  a  presença  de  poncho  que  a  idéia  de  ele partindo  á  pegou  desprevenida.  Irônico,  considerando  o  quanto  quisera  que  ele voltasse  para  Pittsburgh  logo  que  ele  chegara.  Agora,  todavia,  era  difícil  imaginar  a padaria, ou seu dia a  dia,  sem poncho. Reprimindo  os  pensamentos  reveladores,  ela  assentiu em  aceitação.

-  Claro,  sem  problemas.  Entendo  que  você  tem  trabalho  importante  na  cidade grande,  e  certamente já  fez  mais  que  o  bastante enquanto  esteve  aqui. Um  sorriso  se  abriu  no  rosto  dele,  e  a  pulsação  de  Anahi acelerou.  Aquele  não era um  sorriso  feliz,  mas  um  que  dizia

: Eu sei  de  alguma coisa que  você  não sabe.

-  O  quê?  -  perguntou  ela,  dando  pequenos  passos  para trás,  em  cautela. 

-  Você  acha que  vou simplesmente me  levantar  e  ir  embora, não  é? Ela achava. Ou,  talvez,  estivesse  desejando  que  assim  fosse.

-  Está  tudo  bem,  eu  entendo  -  disse  Anahi novamente.  Gesticulando  um  braço para  englobar  as  redondezas,  acrescentou:   Isso  tudo  é  incrível,  um  começo maravilhoso. Tia  Helen  e  eu podemos  certamente assumir  o  comando  a partir daqui. O  sorriso  de  poncho  se  ampliou,  revelando  dentes  brancos,  e  uma  sensação  de medo  a inundou.

-  Tenho  certeza que tia Helen terá grande  prazer  em  iniciar  o  novo  trabalho. Mas isso  terá de  esperar  até que  nós  voltemos. Anahi  piscou,  repassando  aquelas  palavras  em  sua  cabeça.  A  sensação  de  medo começou  a  se  dissipar,  o  que  era  bom  -  exceto  que  parecia  estar  se  transformando numa  espécie  de  entorpecimento  que  não  permitia  o  funcionamento  adequado  de  seu cérebro. Ela pigarreou.

-  Nós? Poncho  inclinou a cabeça. -  Quero  que  você  e Alan  retornem  a  Pittsburgh  comigo,  de  modo  de  eu  possa apresentar  minha família ao  meu filho. 

-  Não. Virando-se,  Anahi saiu  andando,  deixando  poncho com  aquela  resposta  fria  e seca.   Certo,  então  ele  não  tinha  esperado  que  ela  pulasse  de  alegria  diante  da perspectiva  de  voltar  com  ele,  mas  acreditara  que  ela  pelo  menos  seria  razoável  sobre aquilo. Com  um  suspiro  de  resignação,  ele  a  seguiu  para  a  porta  e  passou  para  o  lado  da padaria.  Ela  já  estava  fora  de  vista,  provavelmente  na  cozinha,  o  que  significava  que tinha quase  corrido  para lá. Poncho  levantou  uma  das  mãos  para  empurrar  a  porta  vaivém,  apenas  para  tê-la empurrada  de  volta  na  sua  direção,  à  madeira  quase  batendo  no  seu  rosto.  Os  olhos azuis  de  tia  Helen  se  arregalaram  quando  ela  o  viu,  mas  a  mulher  mais  velha  não  disse uma palavra, apenas  ergueu  o  queixo  e  foi para o  balcão da frente. Nenhum  sentimento  positivo  ali;  pensou  ele  entrando  na  cozinha  e  encontrando Anahi exatamente  onde  esperara...  De  pé  diante  de  uma  das  grandes  ilhas  centrais, aparentemente ocupada com  mais  preparação de  alimentos.

-  Anahi  -  começou ele.

-  Não.  -  Ela  falou  a  palavra,  então  a  pontuou  com  uma  batida  do  rolo  de  massa sobre  o  balcão.  -  Não,  Alfonso.  Não  -  repetiu  com  igual  fervor,  virando-se  para  ele,  os dedos  de  uma  mão  apertada  ao  redor  do  rolo  para  massas. Não  voltarei  com  você para  lá.  Não  entrarei  naquele  museu  que  você  chama  de  lar  e  lidarei  com  sua  mãe,  que irá  me  olhar  com  aquela  arrogância  aristocrática  que  sempre  me  olhou.  E  quão  mais condescendente  acha  que  ela  será  quando  você  lhe  contar  que  eu tive  uma  criança  fora do  casamento?  O  fato  de Alan  ser  seu  não  terá  relevância.  Ela  irá  me  criticar  por não  ter  lhe  contado  no  minuto  que  descobri  sobre  a  gravidez.  Irá  me  acusar  de  ter prosseguido  com  o  divórcio  apesar  de  saber  que  estava  carregando  seu  bebê, privando-o  de  tempo  com  seu  filho  e  privando-a  de  tempo  com  o  neto.  Privando  o mundo  de  saber  sobre  a existência de  outro  maravilhoso  descendente herrera. Uma  vez  que  ele  a  acusara  praticamente  das  mesmas  coisas  ao  descobrir  sobre  a existência  de  Alan,  poncho não  sabia  bem  como  responder.  Especialmente  sabendo como  sua mãe  podia ser  arrogante,  às  vezes. Anahi suspirou,  então falou num tom  de  voz  mais  calmo:

-  Ou  isso,  ou  sua  mãe  negará  Alan completamente,  declarando  que  ele  não  é  um herrera,  porque  ela  sempre  me  acusou  de  ser  uma  farsante,  de  qualquer  forma.  Talvez ela  decida  não  declará-lo  como  herdeiro  herrera,  porque  nós  não  estávamos  casados  na ocasião  do  nascimento  de Alan. Anahi meneou a cabeça.

-  Não  passarei  por  aquilo  novamente,  poncho,  e  com  certeza,  eu  não  permitirei  que meu  filho  passe. Enrijecendo  o  maxilar, ele  respondeu :

-  Ele  é  meu filho  também, Anahi. 

-  Sim  -  concordou  ela,  assentindo  com  a  cabeça. Motivo  pelo  qual  você  deveria querer  protegê-lo,  também. De  tudo  e  de  todos. Soltando  o  rolo  de  massas,  ela  abriu  uma  das  mãos  sobre  a  ilha,  posicionando  a outra     no  quadril,  parecendo  uma  mãe  ursa  disposta  a  defender  sua  cria  a  qualquer custo.  Alan é  inocente.  Não  vou  permitir  que  alguém  o  faça  se  sentir  menos  que perfeito,  menos  que  maravilhoso.  Nunca. Nem  mesmo  a avó  dele. Poncho  pôs  as mãos  nos  quadris  e  inclinou a  cabeça. 

-  Eu não  tinha  idéia  de  que  você  a  odiava tanto.

-  Ela  foi  horrível  comigo  -  retorquiu  Anahi. Sua  mãe  transformou  minha  vida num  inferno  enquanto  estávamos  casados. Por  um  minuto,  ele não  disse  nada,  tentando  avaliar  a verdade  daquelas  palavras. Sua  mãe  realmente  tinha  sido  tão  horrível  com  ela  ou Anahi estava exagerando?   Ele  sabia  que  mulheres  nem  sempre  se  davam  bem  com  as  famílias  de  seus maridos,  e  que  relacionamentos  entre  sogra  e  nora podiam  ser  amargos. Deus  sabia  que  sua  mãe  não  era  exatamente  a  pessoa  mais  calorosa  do  mundo, mesmo  com  os  próprios  filhos,  mas  ela  havia  sido  tão  cruel  com Anahi quando  ele  não estivera por  perto? 

-  Lamento  que  se  sinta  assim  -  murmurou poncho cuidadosamente Más  eu  preciso voltar.  Não  por  muito  tempo...  Apenas  alguns  dias,  talvez  uma  semana.  E  eu  gostaria  de levar  Alan comigo. Com  isso,  Anahi abriu a boca e ele  soube  que outro  argumento  estava  vindo. 

-  Não  pode  me  impedir  de  levá-lo  -  disse poncho.  Alan é  meu  filho,  e  você  o manteve  escondido  de  mim...  E  de  minha  família...  Por  todo  esse  tempo.  Acho  que  eu mereço levá-lo  para casa por  um  tempo. Inclinando  a cabeça,  ele a olhou com  intensidade.   E  ambos  sabemos  que  não preciso  de  sua permissão. 

-  Você  está  ameaçando  tirar Alan de  mim?  -  perguntou ela numa voz  baixa. 

-  Eu preciso  fazer  isso?  -  respondeu poncho com  a mesma suavidade. Ele  podia  ver  a  pulsação  batendo  freneticamente  no  pescoço  de  Anahi,  e  os olhos  azuis  brilhando  com  emoção. 

-  É  apenas  por  alguns  dias  - poncho  assegurou  outra  vez,  sentindo  a  estranha necessidade  de  tirar-lhe  o  medo  e  as  lágrimas  dos  olhos.   No  máximo  uma  semana.  E você  é  mais  do  que  bem-vinda  para  nos  acompanhar,  ficar  de  olho  em  nós  dois.  Por  que acha que  eu  a convidei  em  primeiro  lugar? Ela umedeceu os  lábios,  engolindo  em  seco. 

-  Você  vai me  obrigar  a fazer  isso,  não vai?

-  Eu  irei  fazer  isso,  com  ou  sem  você.  Que  papel  quer  representar  na  situação,  e quão de  perto  quer  ficar  de  olho  em Alan,  depende  inteiramente de  você.