Fanfics Brasil - Interferência Até que o Amor nos Separe (Faberry)

Fanfic: Até que o Amor nos Separe (Faberry) | Tema: Glee


Capítulo: Interferência

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Significado de Interferência


Ação ou efeito de intervir, de interferir no desenvolvimento de alguma coisa; intervenção, interposição. Conjunção de uma coisa e outra que, simultaneamente, produzem um novo efeito.


 


—Sei que não queria vir... –Começou Quinn.


—Não queria mesmo!


—Mas eu te agradeço mesmo assim –Quinn afagou a mão da esposa.


Rachel respirou fundo. Depois de toda a cena na festa de noivado que os amigos da Quinn organizaram, agora estava sendo carregada para outra festa com aquela gente. Desta vez não havia Camila, ou Kurt para distrai–lá. Era somente ela e Quinn contra aquelas pessoas que odiava encontrar.


Rachel olhou para a roupa, devia ter pensado melhor antes de escolher aquele vestido. Era o tipo de seu vestido favorito, preso no busto e rodado na saia. E por ser seu favorito sabia que não estaria a altura dos amigos de Quinn, sempre trajados de marcas, ou estilistas famosos.


Apesar de que a própria Quinn parecia descontraída. Usava uma calça social preta, uma camisa social branca com seus três primeiros botões abertos. Parecia descolada, mas ainda parecia rica.


E linda. Rachel não tinha como negar que Quinn ficava linda com facilidade.


—Lembra do que me prometeu –disse Rachel quando chegaram a porta do salão de evento.


—Não vou me distrair com ninguém, ficarei do seu lado e mesmo se a Scarlet Johansson me chamar pra dar uma rapidinha eu vou recusar –A última parte Quinn inventou na tentativa de fazer Rachel rir.


Funcionou.


—Eu só não quero que eles me humilhem como antes –murmurou um poucos menos irritada.


—Isso não vai acontecer –garantiu Quinn seria. –Confie em mim.


Rachel olhou para Quinn. Ela confiava na palavra da esposa.


Já estavam casadas há duas semanas. A rotina que estabelecerem se tornou confortável, até mesmo agradável. Ficavam fora o dia inteiro, mas sempre voltavam em casa para jantar. Comiam juntas, conversavam sobre o dia e depois bebiam um pouco de vinho ou levava Eros para passearem.


Eram também o novo casal sensação da américa. Sempre surgia fotos das duas em revistas de fofoca e todo mundo realmente acreditava que eram o casal mais apaixonado do mundo.


Rachel até poderia pensar assim com algumas atitudes de Quinn. A loira sempre deixava algum colar ou brinco de presente para ela, e já passeavam de mãos dadas nos lugares.


E isso deixava Rachel confusa. Quinn não iria se apaixonar, mas agia como se estivesse. Já Rachel não tinha aquela trava e era difícil em alguns momentos esconder que as ações da loira não a deixavam encantada.


Pare Rachel, pediu para si mesma, pare de ser tão iludida.


—Então, vamos! – disse Rachel por fim segurando a mão de Quinn e adentrando a festa.


A festa era na mansão de Kitty e Marley Wilde. Rachel não queria parecer soberba, mas o lugar era menor que a mansão Berry e isso trouxe um sorriso em seus lábios já que Kitty sempre fora a amiga de Quinn que tinha o ar superior.


A noite flua bem, para a surpresa de Rachel. Kitty e Marley as cumprimentou logo que chegaram, no entanto não havia mais amigos de Quinn ali, pelo menos ninguém do clubinho. Os outros convidados quase batalhavam para falar com Quinn, era como se o presidente tivesse chegado na festa.


O problema era que Rachel não era tratada como primeira dama. Na verdade até um vaso seria mais visto que ela. Poucas pessoas percebiam que Quinn estava de mãos dadas com alguém, e teve algumas que descaradamente a ignorou. Quinn dava um sorriso de desculpa sempre que podia, mas não tinha como Rachel não se sentir horrível com aquela situação.


Chegou um momento que Rachel soltou–se de Quinn para ir ao banheiro, respirar fundo e tentar não se descontrolar com aquela situação. Sua vontade era mandar todo mundo a merda. Porém se aquela era a vida de Quinn, que era sua esposa, teria que arrumar um jeito de lidar com a situação.


Rachel saiu do banheiro mais calma, só que a tranquilidade esvaiu–se no momento que flagrou uma mulher com os dedos nos botões da camisa de Quinn. A loira não retribuía a audácia, ao que parecia Quinn estava negando–lhe alguma coisa e tentando educadamente se afastar.


Já Rachel não seria tão educada assim.


—Com licença, mas acho que está assediando minha esposa – falou cutucando a mulher.


—Desculpa. Você... –A mulher se afastou de Quinn e a encarou com raiva.


—Sim, Rachel Berry Fabray – Era a primeira vez que Rachel dissera seu nome de casada. E no contexto teve que reconhecer que era bom. – E você quem é?


—Harmony. Amiga de Quinn –A mulher empinou o queixou.


—Ela nunca me falou sobre você. – desdenhou Rachel cruzando os braços –Acho que não são tão próximas assim.


—Querida, por que você não dança comigo? –Interrompeu Quinn antes que Harmony pudesse responder.


—Claro, mas antes... –Rachel segurou o rosto de Quinn e juntou seus lábios.


A loira tinha sido pega de surpresa agora. E ao contrário do primeiro beijo delas, Rachel não a deixou absorver o choque. Sua língua reivindicou a língua de Quinn, que passou a agir, de forma voraz. Quinn segurou a cintura da esposa, e Rachel segurou seu cabelo com uma mão.


As duas já não conseguiam esconder a vontade que tinham de se beijarem. Depois da cena na mesa do café da manhã, o beijo não tinha acontecido. E ali, a chama reacendeu ainda mais forte que antes.


O problema era que estavam em uma festa, com muitas pessoas as observando naquele momento. Isso fez Rachel se afastar e pode ver a careta que Quinn fez. Ao olhar ao redor percebeu que estava certa, não só Harmony as encarava, como o restante da festa inteira.


—Agora podemos ir –murmurou pegando a mão de Quinn e a arrastando para o centro da sala, onde outros casais dançavam.


Rachel colocou seus braços ao redor de Quinn, e a esposa a contornou pela cintura. Estavam coladas, Rachel podia sentir os seios de Quinn nos dela, o hálito em seu pescoço. Aquilo não ajudava a morena, só a deixava mais excitada que antes.


—Eu não vim pra te ver se engraçando com essas... –Rachel não conseguiu xingar. Por mais que Harmony merecesse, já que Quinn é uma mulher casada, não conseguia xingar outra mulher assim.


—Me lembre de te deixar com ciúmes mais vezes – Quinn sorriu.


—Por que? Quer mais beijos como esse, Fabray? –Rachel se afastou um pouco para poder olhar na cara da esposa.


—Sempre. A questão é que não sei até onde você quer... Até onde posso ir –Quinn acariciou o rosto de Rachel. –Você é quem determina o que seremos nessa relação, Rach.


Rachel não teve chance de questionar aquela fala antes de serem interrompidas por um amigo entusiasmado de Quinn. Não era do clube dos herdeiros, apesar disso Quinn ficou animada em vê–lo.


—Rach, só irei até a garagem de Kitty e já volto, tudo bem? –perguntou Quinn.


—Tudo bem.


A loira saiu em partida com o homem. Rachel olhou ao redor e não reconheceu ninguém ali para conversar. Então foi até o bar e pediu uma taça de vinho para bebericar enquanto Quinn não voltava.


—Sua mulher finalmente se desgarrou de você? – questionou Kitty sentando na cadeira ao seu lado.


O tom de Kitty era claro que desaprovava isso.


—Eu não pedi pra ela ficar tão grudada em mim –Rachel bebeu outro gole de vinho.


—Quinn é assim mesmo. Quando tem carne nova fica em cima igual abutre –Kitty deu um sorriso irônico. –Mas assim que terminar com você, logo vai correr pra outra pessoa.


—Kitty, não te pedi pra me fazer companhia – Rachel foi ríspida. –Se é pra soltar seu veneno vá procurar outra pessoa.


—Olhe pra você, Rachel. Sinceramente não se parece com uma Fabray. Não está nem a altura de ser casada com uma. Se não fosse o papai ter feito um bom contrato com o pai de Quinn ela nunca teria se casado com você –Kitty a olhou de cima abaixo –Ela não a escolheria. Em nenhuma hipótese.


—Não vou mudar pra fazer Quinn me amar – foi o que Rachel conseguiu responder. A ofensa tinha sido forte... e certa. Ela nunca seria uma mulher como Harmony, como as exs que viu na revista.


Quinn nunca a escolheria fora daquele contrato.


—Amar você? Meu Deus –Kitty gargalhou –Que contos de fadas você vive? Quinn Fabray não ama. Ela usa e joga fora. Com você não vai poder fazer isso literalmente, claro, mas logo vai perceber que é difícil mantê–la entretida por tanto tempo.


—Pensei que fossem amigas. Que tipo de amiga fala isso da outra? –Rachel não imaginava Camila ou Kurt agindo daquela forma. Estava claro que Kitty não gostava de Quinn e muito menos de Rachel.


—O tipo que conhece a amiga que tem –Kitty deu um sorriso arrogante. – Ao contrário de você que nem conhece a própria esposa.


—Não conhecemos a mesma Quinn então –Rachel levantou–se, não ficaria ali ouvindo Kitty ser ridícula. –E não importa o que diga, eu sou a esposa de Quinn. Limite–se em ser apenas a amiga.


Kitty não encarou bem a afronta. Então dissimuladamente ela bateu a mão na taça de vinho que estava no balcão, fazendo o liquido cair em cima do vestido de Rachel.


A loira só levantou–se e se retirou com um vestido satisfeito. Rachel não teve reação a não ser sentar–se novamente, fervilhando de ódio. Kitty era pior que as crianças com quem trabalha. Era uma riquinha mimada que odiava ser contrariada, tão infantil a ponto de sujar o vestido de alguém de propósito. Ainda sim não conseguiu segurar as lagrimas pela humilhação.


Rachel procurou Quinn com os olhos, mas a loira ainda não tinha voltado. Não queria correr o risco de virar alvos de gargalhadas das outras pessoas, por isso sentada e molhada, Rachel esperou sua esposa lembrar que ela estava ali na festa.


—Tome – Marley surgiu em sua frente, oferecendo uma toalha branca. –Eu vi a ceninha da Kitty.


—Sua esposa é uma pessoa cruel –Rachel aceitou a oferta e começou a secar o liquido que escorria em suas pernas.


—Kitty acha que qualquer ato que faça é perdoável já que é sobrinha do presidente. Por isso raramente se preocupa se está ferindo o sentimento dos outros –Marley percebeu que Rachel estava chorando e deu–lhe um olhar penoso.


—Ela também te trata mal? –


—Sim –Marley sentou–se na cadeira onde Kitty estava.


—E por que continua casada?


—Por tudo isso –Marley girou o dedo apontando para toda a mansão. –Eu era uma mera modelo antes de me casar com ela. Agora todos me conhecem, me respeitam, querem estar próximas da esposa de Kitty Wilde. Será assim com você também.


—Essa não é a vida que eu quero pra mim –negou com a cabeça e secou o rosto com a toalha.


—É vida que terá, querida. Pode fugir disso; e então a perseguirão com comentários maldosos de como a esposa de Quinn Fabray se exclui da sociedade, deixando sua esposa livre para receber flertes de alquimista sociais... Ou, pode ser a melhor de todas nós. A mais desejada. Combinaria perfeitamente com a sua esposa que também tem esse título.


—Acha que sendo “a melhor” vai me fazer evitar comentários como de Kitty?


—Sim. Todos vão querer você, ser você e ter você –Marley acariciou a perna de Rachel –Se eu tivesse Fabray no meu nome, Deus sabe que já o teria tatuado na testa.


—É terrível vivermos em um mundo onde nosso maior prestígio é ser esposa de alguém.


—Nós trabalhamos com o que temos na mão. –A modelo deu de ombros –E você pode se beneficiar com isso.


—Já ouvi essa frase antes – Quinn tinha dito a mesma coisa no dia do casamento delas.


—É sério, me escuta, Kitty me disse que você tem um instinto para mendigos


—É uma escola de música para crianças –corrigiu Rachel cheia de fúria.


—E elas são pobres. –Marley fez pouco caso –Kitty me disse que não tem nenhuma renda e na opinião dela é uma perca de tempo. Mas sabe o que esposas ricas adoram fazer: perder tempo e caridade. Se você ganhar o respeito delas uma parcela do dinheiro que gastam em joias e vestidos pode ir para seu instituto.


—Serio? – a ideia ascendeu na mente de Rachel.


Mais verba significava mais independência para o instituto. Não teria que se humilhar ao pai para bancar um novo projeto ou aprovar os gastos de um aluno enviado a uma competição.  


Mas o que teria que enfrentar era bajuladores de Quinn e festas como aquela, com pessoas que detestava... Será que valia a pena?


—Sim! É uma ideia boa, não acha? –Marley já se mostrava toda animada.


—Fantástica na verdade. –Rachel deu um sorriso largo a mulher.


—Kitty sempre diz que eu sou burra demais pra pensar em outras coisas que não sejam roupas e vestidos –Marley tentou soar brincalhona no entanto seu tom de voz dizia outra coisa.


—Você é muito melhor que isso, Marley –Rachel apoiou a mão no ombro dela.


Sim, de todo o grupo de Quinn, Marley estava se mostrando a única mais legal. Rachel se via animada com a aproximação de alguém do ciclo de Quinn.


Pois mais que diga que nunca quid fazer parte deles era terrível sentir–se excluída.


—Precisamos ir, está na hora da valsa – Marley segurou a mão de Rachel e a fez levantar.


—Não posso. Sua esposa me sujou com vinho tinto –Rachel segurou a toalha na frente do corpo, para esconder a mancha.


— Venha, eu tenho outro vestido – Marley lhe deu um sorriso carinhoso e a guiou para o segundo andar.


Rachel temeu que as roupas de Marley não fosse ao estilo dela, mas naquele momento não estava em condições de negar. Sem Quinn ali, só lhe restava aceita ajuda da modelo mesmo que algo lhe dizia que não ia gostar muito do empréstimo.


(...)


E ela tinha razão.


—Uma dica importante sempre ande com vestidos extras. Não se sabe se alguém vai jogar alguma coisa em você, ou se um garçom vai derramar a comida “acidentalmente em seu cabelo”. Praticamente levo um closet quando saio – tagarelava Marley enquanto elas desciam as escadas para retornar a festa.


—Está apertado – reclamou Rachel tentando manter o vestido abaixo de suas coxas.


O vestido era de modelo “tubinho”, tomara que caia e colado no corpo. O tecido em azul escuro brilhante, quase representando o céu noturno, e como o vinho tinha descido em suas pernas, Marley também lhe emprestou um sapato. Muito alto por sinal.


Rachel estava totalmente desconfortável, e queria urgentemente ir embora, mas tinha medo de magoar os sentimentos da Marley então guardou sua inquietação e tentou mostrar o mínimo de incomodo possível.


—Você é mais corpuda que eu e um pouco baixinha. –Marley bateu eu sua cabeça –Mas está muito sexy. Eu te pegaria muito com esse vestido.


—Não me sinto confortável – Rachel esboçou um sorriso que mais se parecia como uma careta.


—Não é pra se sentir confortável, é pra ficar bonita. Vem, vamos tirar algumas fotos! – Marley a puxou para um canto reservado para fotos, com um fotografo já posicionado.


Marley fez uma posse descontraída e Rachel a imitou com esforço. Marley e o fotografo gargalharam de sua tentativa, porém ao perceber que Rachel não sabia como se posicionar para foto Marley passou a guia–la e ensinar seus truques.


—Lindas, outra por favor Sra. Wilde –O fotografo já estava em extasie com as duas beldades. Marley era conhecida por todos ótimas, mas a morena exótica que estava com ela também estava chamando bastante atenção aparentando ser sexy e doce ao mesmo tempo   –E você é...


—Rachel Berry Fabray – respondeu Marley com orgulho, enquanto Rachel apenas assentiu envergonhada.


—Nossa. A mais nova Sra. Fabray! Está esplendida! – o homem ficou ainda mais empolgado. Com certeza conseguiria um bom lucro com a esposa da empresaria queridinha da América. –Gostaria muito de uma foto com sua esposa. Sabe onde ela está?


—Ela está...  –Rachel não soube responder. Fazia um tempo desde o sumiço de Quinn.


Será que ela tinha a abandonado naquela festa? Rachel jamais a perdoaria se fizesse isso.


—Ali! Quinn! –Marley conseguiu enxerga–lá no centro do salão sendo mais alta que Rachel.


Quinn reconheceu a amiga e foi em sua direção, sua cara era de preocupação.


—Oi, Marley, você viu a Rach... Rachel?! – Quando Quinn reconheceu a esposa ao lado de Marley seus olhos aumentaram duas vezes de tamanho.


—Oi – respondeu Rachel sentindo as bochechas esquentarem.


—O que aconteceu com sua roupa? –questionou a loira mostrando aborrecimento.


Rachel estava muito... exposta. E claro que Quinn adoraria vê–la totalmente despida, entretanto estava bonita e sexy demais para seu próprio bem.


—Ela está linda, não é? Houve um acidente com a outra, então emprestei um de meus vestidos – Marley olhou para Rachel com os olhos cheios de orgulho.


—Tem certeza que isso cabe em você? – Quinn perguntou a Marley. –Já está pequeno nela.


—Não seja bobinha, Queen – Marley apertou as bochechas de Quinn.


—O fotografo está pedindo uma foto nossa – Rachel interrompeu não gostando muito da intimidade de Marley e Quinn.


—Claro, com todo prazer. –Quinn deixou Marley se retirar do espaço e ficou ao lado de Rachel.    –Venha, esposa.


Quinn passou seu braço ao redor da cintura de Rachel e colocou seus lábios na orelha da morena para sussurrar:


—Você está confortável vestida assim? Quer ir embora?


—Por que? Estou feia? –Rachel rebateu preocupada.


—Não. Nunca! –Quinn tratou de negar. –Só que sei que essa não é uma roupa que você gosta de usar.


—Parece que você não gostou –provocou Rachel sorrindo para Quinn.


—Não gostei do fato que todo mundo vai te desejar nessa festa –Quinn cheirou os cabelos da esposa. – que eles morram de inveja.


—Vocês são lindas! Agora um beijo –pediu o homem quase tento uma sincope de tanta demonstração amorosa.


O casal do momento todo apaixonadinho... ele iria lucrar o dobro.


Quinn então fez o que ele pediu e beijou Rachel com toda sua vontade. A morena passou seus braços em cima do combro da esposa, e a língua das duas começou a se cruzarem lentamente. Quinn não escondia o quanto estava bom, o quanto queria continuar...


—Chega, Quinn, daqui a pouco vai engolir Rachel! –disse Marley batendo palma para chamar atenção.


—Obrigada, Sras. Fabray – agradeceu o homem cheio de empolgação.


—–Eu que agradeço –respondeu Quinn sorrindo maliciosamente para Rachel.  


—Pronto Quinn, agora pode voltar a ficar com Kitty enquanto eu e Rachel vamos nos divertir – Marley surgiu ao lado de Rachel e a segurou pela mão.


—A Rachel não gosta do seu tipo de diversão. E tenho o maior prazer em ficar com a minha esposa –Quinn a segurou pela outra mão e a puxou para seu lado.


—Tá tudo bem, Quinn –Rachel queria encerrar o cabo de guerra. – Não quero que seus amigos fiquem chateados por não dar atenção a eles. Ficou comigo na festa de noivado, nada mais justo que você ficar com eles.


—A única coisa justa aqui é esse vestido –sussurrou Quinn aborrecida. Ela queria ficar com Rachel, queria terminar o beijo e além de tudo queria garantir que nenhum engraçadinho ousaria    –Tudo bem, só tenha cuidado. Não faça nada que eu faria.


—Chega, chega, vamos Rach! – Marley acenou para Quinn e puxou Rachel para longe.


Quinn suspirou alto. Tinha realmente se tornado quem mais temia: A pessoa que quer viver grudada com a esposa.


(...)


Marley e Rachel foram ao bar soadas e sorridentes. Dançaram por muito tempo, e Rachel tinha que dizer que fazia muito tempo que não se divertia tanto.


—Você é divertida, Rach. –disse Marley virando uma taça de champanhe.


—Você também! Fazia tempo que eu não dançava assim.


—Ainda bem que Quinn casou com você e não com Mercedes – Marley virou outra taça.


Porém Rachel não a acompanhou.


—Com quem?


—Mercedes, o grande amor dela.


—Quinn teve um amor? – Rachel ficou de queixo caído.


Pelo que investigou Quinn nunca teve um relacionamento fixo. Eram sempre casos de uma noite, no máximo duas. Nunca nem mesmo foi vista em companhia da mesma mulher mais de duas vezes. De onde surgiu aquela Mercedes? É será que por causa dela Quinn disse que não a amaria?


—Oh, vocês ainda não tiveram a conversa estranha sobre ex – Marley esboçou uma careta.


—Me conta –pediu Rachel desesperada.


—Não posso. Quinn ficaria furiosa! –Marley negou com a cabeça.


—Por favor!


—Rachel –Marley segurou Rachel pelos ombros. –Pergunte pra ela.  


—É isso que vou fazer –Rachel saiu em procura da esposa.


Rachel tremia, seu coração batia com força. Seu relacionamento com /Finn era tão calmo e seguro que Rachel nem conseguia assemelhar aquele sentimento a alguma situação que já viveu. Seria raiva? Estaria nervosa por Quinn não lhe dizer que não iria ama–la pois seu coração pertencia a outra. Seria ciúmes?


Ela não sabia responder, só tinha uma certeza em mente:  Quinn iria explicar aquela história.


(...)


Quinn observava o andar de baixo apoiada no parapeito. Se fosse antes estaria bebendo até cambalear e procuraria uma mulher para acompanha–lá até em casa. As festas da Kitty eram entediantes, principalmente se Sam ou Archie não iam. Se não houvesse ninguém que a interessasse sempre tinha Marley que estava ansiosa pela atenção de Quinn.


Tudo isso era antes. Antes de estar casada... Antes de Rachel.


 As duas se beijaram três vezes. Duas por causa de Quinn e uma por iniciativa de Rachel. Quinn não estava contado, seria patético se fizesse isso. Mas aqueles beijos deviam ser importantes, certo? Se Rachel queria ser só sua amiga não teria a beijado. Talvez se ousasse mais um pouco...


—Que foi? Encontrou um bom alvo? – Kitty surgiu ao seu lado interrompendo seus pensamentos.


—Não faço mais isso –Quinn respondeu aborrecida.


—É verdade! Agora você é uma mulher casada –Kitty virou uma taça cheia de vinho na boca e revirou os olhos.


—Não use esse tom.


—Que tom?


—De desdém. Não fale desse jeito sobre meu casamento, ou sobre Rachel –Quinn virou–se para ela, com o tom de voz duro como mármore.


—É que na minha opinião....


—Não te perguntei sua opinião.


—Quando foi que se tornou tão cadelinha de Rachel Berry? –Kitty virou–se também, encarando a Fabray com o queixo erguido.


—Ela é Fabray agora. E como minha esposa eu devo respeito a Rachel, Kitty.


—E por isso vai deixar de curtir com seus amigos? Vai ser fiel? – Kitty questionou com a voz carregada de sarcasmo.


—Vou. E honestamente Kitty, ouvir suas lamurias sobre seu fracasso em se candidatar como ministra e seu veneno sobre os outros não me parece tão atraente.


—E o que é atraente? A pequinês lá embaixo? –Kitty apontou para Rachel que estava andando ao lado de Marley. –Ela é tão insignificante que ninguém perderia tempo a olhando.


—Não fala dela assim! –Quinn segurou Kitty pela gola da camisa social.


Rachel e Marley assistiram a cena e subiram as escadas as presas. Chegando no segundo andar, Kitty foi até a esposa e Rachel tocou no braço de Quinn que ainda encarava Marley com fúria.


—Quinn –choramingou Rachel. –Solte ela.


—Vamos embora, Rach –Quinn soltou Marley e agarrou a mão de Rachel, a levando para fora.


Chegaram a entrada e Quinn estava frenética. Por isso se dirigiu ao chofer de maneira bruta:


—Meu carro, agora!


—Fale direito, ele não tem culpa da sua raiva! – Rachel esbravejou irritada.


—Rach –Marley surgiu perto delas, segurando uma sacola da gucci  –Seu vestido. Pensei que iria querer de volta.


—Obrigada, Marley. Eu me diverti muito –Rachel tentou demonstrar seu carinho mesmo que estivesse irritada com Quinn.


Marley tinha sido divertida e de grande ajuda com a ideia de fazer o ciclo das ricas adotarem a ideia de ajudar o instituto.


—Também gostei de ficar um tempo com você. Vamos fazer mais vezes! –pediu Marley empolgada.


—Dá um tempo, Marley! –Vociferou Quinn andando de um lado pro outro.


—Quinn! –Rachou Rachel indignada –Me desculpe...


—Está tudo bem. Queen está irritada, já lidei com isso. Boa sorte, vai ser sua primeira vez.


—Vamos, Berry! – Chamou Quinn quando o carro delas foi estacionado.


—Tchau –despediu–se Rachel beijando a bochecha de Marley.


—Rachel, só um conselho –Marley segurou seus ombros e sussurrou em seu ouvido  –Quanto mais cedo você aceitar que sua vida não é um conto de fadas, e que Quinn não vai ser seu príncipe encantado é melhor pra você.


Marley voltou a festa logo depois. Rachel voltou ao carro, porém em sua mente estava o que Marley disse. Por que ela diria aquilo?


Quinn deu partida e começou a dirigir para longe da mansão em uma velocidade mediana. Por mais que estivessem em uma BMW e até Rachel dirigiria mais rápido, percebeu que Quinn era contida com o limite de velocidade e que ficava tensa ao volante.


Mas algo além de como Quinn diria irritava Rachel naquele momento.


—Nossa... Agora eu sou Berry pra você? –questionou sobre o fato de Quinn ter usado seu sobrenome de solteira.


—Desculpa.


—O que aconteceu com Kitty?


—Ela estava sendo escrota. Como sempre.


—Marley é legal... Gostei dela.


—Marley é conveniente quando quer.


—Ela me ajudou com o vestido –pontuou Rachel segurando a sacola.


—Obvio porque ela quer ficar próxima de você, pra que eu fique feliz com ela.


—Nem todo mundo quer agradar você.


—Ela quer.


A certeza na voz de Quinn, o conselho de Marley... Rachel rapidamente chegou a conclusão:


—Porque vocês já transaram.


O silencio de Quinn foi sua afirmação.


—Não devia estar surpresa –Rachel revirou os olhos. Que tola ao pensar que alguém ali seria legal sem ter nenhum interesse em Quinn.


—Não devia mesmo. Sabe que eu me relacionei com outras pessoas.


—Sei bem –Só não sabia de uma.   –E sobre Mercedes? O que me diz dela?


Quinn ficou ainda mais tensa no banco de motorista. Prendeu a respiração. E depois de alguns minutos para se recuperar disse em voz baixa:


—Não quero falar sobre ela.


—Marley me contou que você a amava...


—Marley fala demais.


—Você não negou.


—Rachel, nós vamos brigar? Porque honestamente não estou com cabeça pra isso!  


—Tem razão, não devemos brigar. –Rachel engoliu seco e disse –Pare o carro.  


Quinn obedeceu o pedido dela, mesmo sem entender. Talvez Rachel tenha ficado com medo da sua reação estourada.


—Rachel, eu consigo dirigir...


—Pra não brigar eu preciso estar longe de você –Rachel saiu do carro  –Então eu vou embora sozinha.


—Para de graça, entra no carro –Quinn a olhou espantada. Aquela mulher era doida!


—Não! Eu disse que não ia ser uma esposa troféu caladinha que você pode controlar.


—A gente vai conversar, Rachel, pelo amor de Deus entre na droga desse carro! –Quinn estava a ponto de perder a cabeça. 


—Eu não vou entrar –Rachel bateu o pé e deu as costas a Quinn.


—Tem certeza? –perguntou uma última vez.


—Tenho!


—Então nos vemos em casa –Quinn fechou a porta e deu partida no carro.


Rachel arregalou os olhos quando viu o carro se afastando. Ela tinha ido embora. Ela realmente tinha isso embora.


—Ela me deixou aqui?!



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Autor(a): blacksweetheart

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