Fanfic: Até que o Amor nos Separe (Faberry) | Tema: Glee
Atrás de cada porta é uma queda, uma queda e
Ninguém está aqui para dormir
Você sempre foi mais rápido do que eu
Eu nunca vou alcançar você, você
Oh, eu posso os sentir vindo por mim
Rachel tinha que admitir para si mesma que estava gostando da atenção que estava ganhando aquela noite.
Ninguém fingia que ela não existia, como era com o pai, e ninguém questionava sua beleza como acontecia quando acompanhava Quinn. As pessoas sussurravam seu nome, não o “filha de alguém, esposa de alguém”. Ela era Rachel Berry Fabray. E aquilo aumentava sua autoestima como nunca tinha sentido.
Era bonita e o mundo passara a reconhecer isso.
—Rachel, você nunca esteve tão linda –Brittany tocou seu braço e deu um sorriso orgulho.
A esposa de sua prima, Brittany S. Pierce, estivera presente na vida de Rachel desde a adolescência.
Após o “rompimento” de Santana com a família para poder namorar Brittany sem o julgamento deles, Rachel ainda a via constantemente, e isso incluía Brittany. As duas se davam muito bem e Rachel foi a única da família a presenteá–las quando se casaram.
Foi uma pena ter que se afastar delas por implicância do Finn. E agora, era maravilhoso tê–las em sua vida de novo.
—Estou me sentindo como uma atriz de cinema –Rachel confessou com um sorriso tímido. –E tão diferente não ser ofuscada por alguém.
—Nem imagino como deve ter sido pra você, crescer sendo filha do Hiram –Brittany estremeceu. –Tenho que confessar que sinto um pouco de medo dele.
—Eu também sinto, mesmo sendo meu pai –Rachel confessou em tom baixo. –Tinha mais medo ainda de me relacionar com alguém como ele, e pior, de ser como ele.
—Isso é impossível –Brittany afirmou. –Quinn tem esse jeito mais árduo de ser, mas é dedicada as pessoas ao seu redor. E você, Rach, você é a pessoa mais generosa que conheço, no dicionário do seu pai duvido que exija a palavra “generosidade”.
—Ele nunca nem ouviu essa palavra –Rachel brincou.
As duas riram juntas. Continuaram a andar até encontrarem Quinn e Marley na ala de fumantes.
Rachel observou as duas conversando, parecendo tão intimas, e sentiu um aperto no coração. Agora que sabia sobre o envolvimento das duas no passado, mesmo que Marley tenha negado que ajudou Rachel por Quinn, ainda estava lá algo que Rachel queria ignorar, mas era impossível... O ciúmes.
Ela tinha ciúmes de Quinn.
Principalmente de alguém que não era só um caso. Marley também fazia parte do grupo dos herdeiros.
Rachel não queria mais observar a cena, tampouco iria se intrometer e deixar claro seu ciúmes.
Deu um passo para trás, mas desequilibrou–se com a barra do vestido. Mãos firmes a impediram de cair, e sentiu um peitoral duro em suas costas.
—Me desculpe, eu não… –Rachel falava virando–se para se desculpar. Porem ao ver seu salvador reconheceu imediatamente aquele rosto. – Jesse?
—Rachel –O homem piscou algumas vezes, perplexo. –Rachel Berry?
Um sorriso enorme surgiu nos lábios de Rachel. Jesse St. James era filho de Brian St. James, um dos investidores da Berry Enterprise. Os dois cresceram juntos, foram melhores amigos por anos até Jesse ser mandado para uma escola privada e perderam o contato.
Mas não o carinho. Rachel o adorava.
—Oh meu Deus, Jesse! Que saudade! –A mulher pulou no colo dele, com os braços ao redor de seus ombros.
Ele a segurou com força e olhares foi transferido aos dois. Era incomum aquele tipo de demonstração de afeto em bailes como aquele, principalmente uma recém casada e um solteiro. Muitos olhos assistiam a cena com curiosidade.
—Você está linda. Caramba –Jesse a afastou para poder vê–la melhor. – Me deixe olhar pra você.
—Por onde esteve? Por que sumiu? –questionou com magoa. –Você só me mandou aquela carta e nunca mais deu notícias.
—E uma longa história que espero ter outra oportunidade para te contar –Jesse deu um sorriso de desculpas. –Recentemente estava na Europa, trabalhando pra… ela.
Jesse sinalizou com a cabeça e Rachel virou–se para saber quem era. E então encontrou Quinn, vindo em direção deles. A expressão de Quinn era fechada e os olhos encaravam Jesse de forma quase assassina.
Mas não nisso que Rachel notou.
—Você trabalha para Quinn? –Rachel perguntou para Jesse. –Não sabia que se conheciam.
—Infelizmente sim –Quem respondeu foi Quinn, a segurando ela cintura e a afastando de Jesse. –Só não entendo como você pode conhecê–lo.
Jesse trincou o queixo ao observar a mão possessiva de Quinn na cintura de Rachel, e notou que a morena não a afastou. Sabia do casamento das duas, assim como o mundo todo, mas não imaginava que eram intimas.
—Nossa pais são grandes amigos –Explicou Rachel estranhando a reação de Quinn. –Jesse foi meu melhor amigo de infância e um pouco da adolescência até o pai manda–lo para o internato. Infelizmente perdemos contato depois disso.
—Eu sinto muito por isso, RB –Jesse olhou pra Rachel com os olhos cheios de remorso. –Quero muito que entenda porque te deixei.
—Vamos conversar sobre isso, JJ –Rachel respondeu apertando a mão dele com carinho.
—St. James, vem –Quinn andou em passos firmes até o canto do salão.
Nem mesmo virou–se para confirmar se Jesse a segui, pois tinha certeza que ele não hesitaria em obedece–la. Afinal ele servia a ela.
—Quinn, não exiba sua personalidade primitiva, por favor –Jesse disse quando Quinn parou e o encarou.
—Não se atreva a tocar na minha esposa, ou eu acabo com o que sobrou de você –Quinn disse em um tom tão irritada que Jesse mal pode escuta–la.
—Ai, Quinn, como esta agressiva –Jesse fez um beicinho. –Por que era pra Rachel ser minha? Por que eu quem merecia estar na cadeira e não você?
—Poupe–me de sua inveja, St. James. Já mostrei que não tenho paciência pra lidar com você quando o mandei para Europa –Quinn ergueu o queixo.
—Ainda tão transtornada com a minha presença, Fabray. Achei que já tivesse superado nossas briguinhas de escola.
—Não se trata do passado e sim do que vai ser o seu futuro se cruzar meu caminho de novo –Quinn deixou sua ameaça explicita, e ele, mais do que ninguém no mundo sabia que ela cumpria suas palavras.
Quinn estava dando as costas quando ouvir Jesse dizer
—Ou está assim porque viu que Rachel e eu temos uma ligação?
A mulher voltou em passos largos, com o punho fechado e pronta para afundar na cara do maldito Jesse. St James. Até que seu campo de visão foi invadido pela única pessoa que Quinn nunca teria coragem de bater.
—Quinn, querida, pode me acompanhar até o jardim? –Rachel deu um sorriso nervoso e tocou em seu punho com cuidado. –Queria tanto ver as luzes lá fora.
Quinn viu nos olhos castanhos de sua mulher o medo, a preocupação. Isso a fez esfriar, sua fúria retroceder. Não queria ver Rachel assustada, principalmente por causa dela. Então assentiu com a cabeça, sem conseguir dizer alguma coisa.
Rachel puxou–a pelo braço, em direção ao jardim. Agradeceu que Quinn não mostrou alguma resistência, ou então não sabia como agir. Encontrou um banco onde se sentaram e assim pode perguntar
—O que tem entre você e Jesse? –Rachel perguntou em um tom baixo. Apesar de aparentemente estarem sozinhas não confiava em um lugar cheio de pessoas sedentas por uma fofoca.
—Nada –Quinn resmungou apoiando a cabeça nas mãos.
—Estamos juntas há praticamente dois meses e antes disso tivemos um noivado de cinco anos, eu sei reconhecer quando está à beira de um ataque de fúria.
—Talvez você não devesse perder tanto tempo me olhando –Quinn levantou–se em um rompante.
Rachel a olhou com incredulidade. Como que a pessoa agradável do começo da festa tinha se tornado tão ríspida em pouco tempo?
Então Rachel percebeu um padrão. Quando alguém provocava a ponto de perder a cabeça Quinn se fechava. E nas duas vezes anteriores que isso aconteceu, com Kitty e com o pai dela, Rachel fora conversar com ela. E para afasta–la, e talvez fugir do assunto, Quinn era grossa.
No entanto daquela vez Rachel estava determinada a não deixar Quinn fugir sem lhe responder.
—Sendo ríspida comigo, ok, o negócio é sério –Comentou cruzando as pernas. – E eu não vou sair daqui até me contar.
—Ficaremos a noite toda aqui –Quinn cruzou os braços e a encarou.
—Eu não me importo –Rachel ergueu os ombros.
—Você ficou toda soltinha com ele.
—Como é?
—Cheia de sorrisinhos, e toques…
—É ciúmes então –Rachel riu com incredulidade.
—Pensei que você só tivesse se relacionado com Finn –Quinn resmungou.
—Pensei que não gostasse de conversar sobre exs. Afinal não falou comigo sobre a Mercedes –Rachel acusou erguendo as sobrancelhas.
—Então ele é seu ex?
—Ele é um amigo. Muito importante –especificou lentamente. – Se sua crise é por ciúmes ou algo mais, trate de controlar porque se machucar Jesse vai me machucar também e vai ver que eu não perdoo quando se trata de machucar meus amigos.
—Prometi que não iríamos brigar.
—Então cumpra sua promessa –Rachel se levantou e ficou em sua frente. –Eu sou casada com você e prometemos fidelidade ao nosso relacionamento. Sou fiel a isso.
Quinn acreditou nela. Rachel não era menos do que sincera em cada palavra que dizia.
—Nunca imaginei que iria ser tão grata por estar com você –Quinn acariciou o rosto de Rachel.
Eram em momentos como aquele que tornavam impossível Rachel não sentir nada por Quinn. Ninguém a tratou com tanta prioridade, como se fosse única. Para seu pai e Finn os negócios eram tudo, sua verdadeira paixão. Eles passavam por cima de qualquer coisa importante para Rachel e seus sentimentos eram totalmente descartados no processo.
Talvez a verdade era que Rachel sentia–se carente de atenção, e o que Quinn lhe dava a fazia sentir–se mais especial que devia.
Mas não conseguia mentir para si mesma e dizer que aquilo não abalava seus sentimentos pela esposa.
Pois abalava. Muito.
—Vamos voltar, querida –Rachel deu um sorriso falso para disfarçar seus pensamentos. –Ainda temos um baile para terminar.
—Quem diria que Rachel Berry estaria ansiosa para voltar ao baile –Quinn entrelaçou suas mãos e sorriu para esposa.
—Sou uma Fabray agora –Rachel sussurrou quase arrastando Quinn de volta.
E de novo a menção ao sobrenome, ao que ele carregava, arrepiou Quinn. Decidiu que não gostava de Rachel estar tão empenhada para mostrar–se uma Fabray.
Não gostava nenhum pouco.
(...)
—Então, Quinn, repensou sobre a parceria? – insistiu Antoine.
Quinn respirou fundo. Ela e Rachel estavam andando pelo salão juntas quando foram interrompidas pelo anfitrião. A loira já aguardava que ele a abordasse, Antoine estava insistindo por uma reunião há semanas e Quinn adiu todas.
O homem queria que ela incluísse sua nova coleção de joias em um comercial da Lux, promovendo–o ao mercado jovem.
Mas no passado, quando Quinn ainda começava a levantar o nome de Quinn e pediu por uma parceira com Antoine, ele recusou o convite e trabalhou com outra empresa, com mais renome.
Quinn não esqueceu, e não era conhecida por perdoar.
—Antoine você fez sua escolha quando decidiu trabalhar com a concorrência –Quinn fez uma expressão irônica –Nada do que fizer vai me fazer voltar atrás na minha decisão.
Rachel encarou a esposa, e sua expressão séria. Diferente de Hiram, Quinn não aceitava qualquer acordo. Para ela, honra era mais importante do que lucro.
—Já disse que estou arrependido. Você tem razão em me odiar, mas pense no lucro, Fabray. Pense em tudo que ganharia se deixasse de ser orgulhosa –O homem falava com empolgação, beirando ao desespero.
—Não gosto de traição, Antoine –Quinn estava ficando impaciente.
—Bem, vamos mudar de assunto então – Antoine então olhou para Rachel. – Sua bela Rachel. Não acha que está divina com o canto da sereia?
—Minha mulher fica linda com tudo, mais ainda nua, Antoine –Quinn a agarrou e beijou sua bochecha enquanto Rachel ficou atônica com a resposta. – Não precisa de fita pra presente quando já é o conteúdo principal.
—Uau, que mulher apaixonada –Antoine engoliu seco.
—Devotamente. Vamos querida –Quinn a arrastou para outro lugar.
Não gostava de Antoine, e se comentasse mais sobre Rachel não teria vergonha de demonstrar.
—Você não gosta dele –Rachel comentou enquanto andavam.
—Não.
—Falou sério sobre o colar? Eu gostei dele –Rachel tocou na pedra.
—Não gostou nada.
—Como sabe? –Rachel apertou os olhos.
—Rachel você mal usa acessórios. Se eu te comprar um desse é capaz de você vender no outro dia pra financiar ou concertar algo do instituto.
—Reparou que não uso assessórios – Rachel a encarou com intensidade.
—Você é minha esposa, tenho que reparar, não? –Quinn estranhou a surpresa.
—Meu pai nunca soube os gostos de minha mãe. Depois do sexto aniversário eu fiquei encarregada de comprar os presentes.
—Sou apenas detalhista –Quinn deu ombros, não fazendo grande caso da situação
—Sras, Está na hora da dança –Anunciou um dos garçons apontando para o grande salão.
O casal se dirigiu ao lugar, ficando em posição como os outros casais. Brittany e Santana estavam distantes, então não puderam ficar próximas.
—Não, está errado. Não podem dançar juntas –Antoine comentou ao verificar os pares.
—O que? –perguntou Quinn mais que irritada. Antoine era chato, só que naquele noite estava passando dos limites.
—É a regra da festa. Casais não dançam juntos –Ele tocou no ombro de Quinn para guiá–la para outra pessoa.
—Fique tranquila, eu me cuido –garantiu Rachel pedindo a Quinn que não fizesse cena.
A loira concordou contragosto e o homem a levou para bem distante da esposa. Quando passou por Santana, que também foi separada de Brittany, sussurrou no ouvido da amiga:
—Santana, pegue Rachel na hora da troca e não a deixe sair de perto, ouviu?
—Tudo bem, ciumenta –Santana deu uma piscadela para Quinn.
Quinn revirou os olhos para a amiga. Ela não estava sendo ciumenta. Estava sendo cuidadosa. Havia gaviões querendo sua esposa aquela noite: Kitty, Antoine, Jesse...
Da próxima vez Quinn optaria por levarem Eros para o parque.
(...)
Rachel assistiu Quinn ser arrastada até uma senhora que estava sem par e viu a careta furiosa que a esposa fazia. Pobrezinha da senhora, Rachel torceu para que Quinn não amasse seus dedos.
A morena nem percebeu quando alguém entrelaçou os dedos e a segurou pela cintura. Olhou surpresa para a pessoa e se espantou ainda mais ao encarar Jesse.
—Vamos fingir que isso é uma terrível coincidência –Rachel murmurou.
—Vamos –Jesse deu um sorriso charmoso. –Assim sua esposa não me mata.
—Ela te matará de qualquer jeito –Rachel respondeu. –Só gostaria de saber o porquê.
—Então venha comigo –Jesse a segurou pelo cotovelo.
Olhou ao redor e viu os casais iniciando os passos. A dança parecia patética comparado a descobrir o que estava acontecendo, então aceitou o convite de Jesse. Caminharam em passos apressados, e antes de sair do salão recolheu a taca que foi oferecida por um garçom e bebericou o liquido. Precisava de um pouco de coragem.
Rachel seguiu Jesse até a área externa, onde pilastras reluzentes iluminava o amplo jardim de rosas vermelhas. A morena estava nervosa por não avisar Quinn, mas sabia que Quinn não permitiria que acompanha–se Jesse. E Rachel precisava saber o que estava acontecendo.
Já que Quinn nunca dava sua versão ela tinha que recorrer ao outro lado.
—Aqui está bom –disse Rachel parando no jardim. –Agora comece a falar.
—Você está diferente, RB –Jesse tirou um cigarro do bolso e acendeu.–Não é mais a garota hiperativa que conheci.
—Espero que você não esteja diferente –Rachel cruzou os braços. –Ou que ainda seja capaz de me contar a verdade, como sempre fez.
—Você me contará a verdade? –rebateu Jesse.
—Eu não minto.
Jesse soltou a fumaça de seu cigarro e respirou fundo.
—Sua esposa... bem... Nós temos um passado conturbado –Jesse mudou o apoio do corpo. – Nos conhecemos no internato. Quinn era garota prodígio, boa em tudo. Tive inveja disso, confesso. –Ele riu. –E em uma atitude de moleque eu comecei a provoca–la.
—Você fez bullying com ela? –Rachel indignada.
—Eu comecei, com uma brincadeira idiota –Jesse admitiu cabisbaixo. –Mas os outros gostaram... E ela virou um alvo.
—Meu Deus, Jesse! –Ela se preparou para ir embora.
—Eu pedi desculpas –ele falou antes de Rachel se virar.
—Quantos anos você tinha? –Rachel quis saber antes de partir.
—Quatorze.
—E quantos ela tinha?
—Dez –respondeu cabisbaixo.
—Não quero mais saber –Rachel deu as costas.
—Nós éramos crianças!
—Isso não importa! –Rachel rebateu apontando pra ele. –Eu trabalho com crianças e muitas delas perderam a autoestima e a confiança pra serem quem são porque conheceram garotos como você. O Jesse que eu conhecia não me parecia cruel. Acho que me enganei.
—Quer falar de crueldade? –Jesse perguntou com indignação. –Está casada com a definição dessa palavra. Sim, fui cruel com Quinn no passado e quando me dei conta tentei me desculpar de inúmeras maneiras. Mas ela não aceitou e pode ter certeza que se vinga disso até hoje.
—Não vai me jogar contra Quinn –Rachel ergueu o queixo.
—Só me ouça –Jesse pediu se aproximando dela. –Pelos bons tempos que tivemos. Eu costumava pensar em você... como minha melhor amiga.
Rachel também pensava nele como um melhor amigo. Antes de Finn, e mesmo quando Santana fingia que ela não existia porque seus gostos não combinavam. Era Jesse que ia todos os dias na sua casa, assistia musicais com ela e foi todos os pares românticos em apresentações.
Ele foi gentil com ela. Ela devia isso a ele.
—Estou te ouvindo.
—Quinn não é quem você pensa –Rachel ia contestar e Jesse a reprendeu com os olhos. –Eu sei que não consegue acreditar nisso. Você sempre foi assim, buscando o melhor das pessoas. Mas Quinn não é uma boa pessoa e acredito que ela não tem boas intenções com você. Ela sequer queria casar com você. O interesse só surgiu...
Jesse mordeu os lábios, não querendo terminar a frase.
—Não esconda nada de mim –Rachel mandou. –Se estou te ouvindo mereço saber de tudo.
—O plano de formar uma aliança com seu pai, de se casar com você... Foi meu.
—O que? –Rachel paralisou.
—Era pra mim ser o presidente da Lux. O conselho votou, meu pai, fez tudo pra que isso acontecesse –Jesse coçou a nuca. – Ele me preparou para assumir.
—A Lux pertence aos Fabray –Pelo menos foi o que Hiram dizia a ela.
—E isso não ia mudar. Nem o Russel queria Quinn como líder, e até certo ponto ela estava pronta para ceder. Ou foi isso que me fez acreditar.
—Como ela te fez acreditar nisso? –Rachel lhe deu um olhar desconfiado.
—Fingiu ser minha amiga. Fingiu me ajudar a conseguir o cargo. Então quando a ideia de salvar a Lux pedindo um empréstimo ao seu pai e…
—Me usando como garantia de pagamento –Rachel se afastou dele. – Então essa ideia veio de você.
—É diferente.
—Eu não teria escolha com ninguém. Não consigo ver diferença –os olhos dela ficaram marejados.
—Eu te amava. –Jesse disse desesperado –Eu sempre quis você. Aqueles anos no internato me confirmou isso. Mas aquela vadia agiu primeiro. Roubou minha ideia, meu cargo… roubou você.
Rachel odiou a palavra roubar naquela sentença. Como se Rachel não passasse de uma coisa tanto para Jesse, quanto para Quinn.
—Ela nunca vai te amar, Rachel –Jesse segurou seu braço. – Ela consegue fingir por um tempo, muito bem, ser o que você sonha. E então te destrói na primeira oportunidade.
—Como eu vou confiar em você? Depois dessa história eu só tive a certeza que você é igual ao meu pai, igual a ela. Que só me quer porque faço parte de sua fantasia estúpida. Sequer pensou se eu iria me casar com você, no que eu quero. Nenhum de vocês pensou nisso.
—Rachel…
—Quinn nunca mentiu ou tentou me enganar –Rachel despejou furiosa. –Ela sempre deixou claro que nunca irá se apaixonar por mim, então eu sei que cada palavra dela não tem pretensão alguma de que crie algum sentimento em mim. Já você –Rachel o olhou de cima a baixo. –Não sei se quero confiar em alguém que se diz apaixonado por mim, mas iria me prender em um contrato contra minha vontade.
Ela puxou seu braço da mão dele e se pôs a andar o mais longe que podia de Jesse. Ele não podia simplesmente voltar e despejar aquelas coisas sobre Quinn. Teve cinco anos de noivado para alerta–la, e com tantos meios de contato era impossível acreditar que ele foi impedido a fazer isso.
Tinha o lado de Quinn na história toda, um lado que seria difícil de descobrir, mas que empenharia a desvendar.
Ela parou quando mal dava pra ouvir o barulho da música e inspirou o ar da noite. Olhou para a taca em sua mão e engoliu o liquido de uma vez.
Foi então que tudo ficou turvo. Ela abriu a boca para falar, chamar por alguém, mas não conseguiu.
A última coisa que se lembra foi de alguém a segurando antes de cair no chão.
(...)
Quinn não conseguia encontrar Rachel em nenhum lugar, e já deixava transparecer sua raiva. As pessoas a abordavam e logo Quinn fugia das conversas ou felicitações sobre o casamento. Se alguém dissesse a Quinn que um dia estaria procurando Rachel Berry em uma festa daquelas Quinn teria chorado de tanto rir.
Ela bebia com os amigos, conseguia uma mulher pra trepar no banheiro e depois fechava alguma parceria milionária. Aqueles eventos eram perfeitos para promover seu nome e sua marca.
Mas agora ela não conseguia sequer pensar em fazer alguma coisa sem saber onde Rachel estava.
Ela sumiu... E Jesse St. James também.
—Quinn, nós não achamos –disse Brittany a encontrando no meio do salão.
—Você está exagerando –desdenhou Santana. –Ela provavelmente quer um tempo longe de você e não quis falar.
—Santana –Quinn a olhou com um olhar assassino. –Agora não.
—Por favor, Sant –Pediu Brittany tocando em seu ombro. –Não vê que Quinn está ansiosa? Não a provoque desse jeito.
—Ansiosa por que? Ela já abandonou Rachel em uma rua deserta –Santana revirou os olhos. –O único perigo que Rachel corre aqui e se perder na boca do Jesse St. James.
Quinn enrijeceu com o pensamento. A raiva tão cólera surgia, e suas mãos passaram a tremer. Ela e Santana já saíram no soco muitas vezes, sabia que a morena dava conta e naquele momento ela merecia algumas marcas naquela boca enorme por dizer tanta besteira.
Mas não podia perder tempo brigando com Santana, não quando ainda não vira o rosto de Rachel e nem de Jesse.
—Não tenho tempo pra lidar com você –Quinn ameaçou com sua voz fria como gelo. –Mas não pense que vou esquecer o que falou.
—Está acontecendo alguma coisa? –Kitty chegou, acompanhada de Marley, olhando para a cena com um sorriso. –Parece que Quinn vai pular no seu pescoço, Santana. Consigo reconhecer esse olhar.
—É alguma brincadeirinha sua? –Quinn perguntou ríspida. –Porque se for eu furo por Deus...
—Do que você está falando? –Kitty questionou.
—Não conseguimos encontrar Rachel – explicou Brittany.
—Nossa, nem dois meses e a Berry já fugiu de você, Fabray? –provocou Kitty.
—Meu amor –Marley tocou no ombro de Kitty. –É melhor deixa–la em paz agora.
—E você? –Quinn apontou para Marley. –Isso é plano daquele seu amiguinho ridículo?
—Não –Marley negou com a cabeça. –Estávamos com Jesse agora pouco.
—Onde? –Santana quis saber.
—Ali –Marley apontou para a galeria de joias.
Quinn andou em passos largos na direção que Marley indicou, escutando todas as outras seguirem. Jesse conversava com outro homem quando Quinn o segurou pelo colarinho e bateu com suas costas na vidraça das joias.
—Cadê a minha mulher?!
—O que? –Jesse perguntou assustado.
—Eu vou acabar com sua existência desgraçada se não me contar onde ela esta!
—Eu não sei! Rachel está desaparecida?
—Quando foi a última vez que a viu? Ela estava dançando com você.
—Nós fomos pra fora, para conversar. Ela... –Jesse piscou atordoado. –Se irritou com algo que eu disse e então saiu. Pensei que tivesse voltado pra cá.
—Uma noite, uma única noite que você volta e minha vida se torna um inferno. Vou ter que te matar? –Quinn o empurrou de novo contra o vidro.
Jesse podia revidar, mas aquela mulher louca de fúria era sua chefe, retinha suas ações. Ele a olhava com fúria, seu punho estava fechado, mas faltava coragem de reagir.
—Faça isso em outra noite –Santana se intrometeu a afastando do homem. –Hoje temos que encontrar Rachel.
A menção ao nome da esposa fez sua raiva sumir e o desespero tomou conta. Rachel poderia estar ferida, poderia estar...
—Diga a Antoine que ninguém sai dessa festa até que eu encontre minha esposa –Quinn ordenou a Santana.
E ninguém arriscou dizer algo contrário. A fama pressentia Quinn por ser implacável e quando se tratava de quem se importava nem mesmo o diabo seria capaz de impedi-la.
Autor(a): blacksweetheart
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