Fanfics Brasil - Escuridão profunda Até que o Amor nos Separe (Faberry)

Fanfic: Até que o Amor nos Separe (Faberry) | Tema: Glee


Capítulo: Escuridão profunda

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Agora há uma escuridão profunda em mim
Eu continuo adormecer
Para esses sonhos maus
Não posso lutar contra a escuridão dentro de mim
É onde ela gosta de manter
Assombrando meus sonhos maus


 


Já se passavam três horas e ninguém tinha notícias. As câmeras não pegavam depois das área do jardim e o último registro de Rachel mostrava–a realmente saído com Jesse St. James do salão.


Cogitou chamar a polícia, mas Antoine logo se opôs, com medo do escândalo. Então, passou a ordenar que todos os funcionários fossem a procura, deixando os convidados apreensivos com toda a movimentação.


Quinn continuava sua busca, mas em vez de sair sem rumo pensou em questionar uma de suas suspeitas.


Encurralou Kitty em um corredor e confirmou que ao redor delas ninguém conhecido iria escutá-las.


A loira então foi direto ao ponto:


—Foi alguém do nosso clube?


Kitty arregalou os olhos em choque, mas Quinn não pensava ser tão improvável. Aquelas pessoas tinham dinheiro, e eram mesquinhas, egoístas e principalmente ciumentas. Elas abusavam de seus contatos e algumas brincadeirinhas já tinham passado do ponto em outras situações.


Odiava pensar que seus amigos seriam capazes de algo assim, no entanto não descartava a possibilidade.


—Não.


—Tem certeza?


—Claro, Quinn. Nós não ferimos um dos nossos e nem aqueles que amamos –Kitty recitou a regra fundamental –Eu sei da sua condição de não amar ninguém, mas ela é sua esposa. Ninguém seria tão doido.


—Mercedes? –dizer o nome dela a irritava e Quinn deixou transparecer isso ao fazer careta.


—Ela é uma vaca egoísta, mas não ao ponto de machucar alguém. Principalmente arriscar de perder os privilégios que tem com você. –Kitty estava certa –Não consegue pensar em ninguém que tenha irritado nos últimos tempos?


—Não. Fiz algumas inimizades, mas duvido que alguém iria tão longe –Eram só questões no trabalho, alguns empresários ressentidos por não ter parceiras, outros que fingiram ser amigos de Quinn e ela usou até conseguir o que queria e cortar a relação. Se queriam vingança seria no âmbito profissional.


Alguém que envolve uma esposa tem a motivação de arrancar dinheiro ou um motivo pessoal.


—Eu acusaria Antoine se ele não estivesse tão desesperado para recuperar seu colar – as duas olharam para o homem, comandando os empregados e andando de um lado para outro.


Seu desespero era nítido, não com Rachel, claro, mas com o colar de meio milhão no pescoço da esposa de Quinn.


Porque na visão de pessoas como ele o material é mais valioso do que qualquer vida.


—E apesar de Jesse ser um tormento os sentimentos dele por Rachel são fortes demais para fazer mal a ela –Kitty pontuou olhando o homem conversando com Marley.


Aquilo já irritou Quinn. Era uma coincidência desgraçada que Jesse tenha sido o melhor amigo de Rachel, e que a morena goste tanto do homem a ponto de ter ido conversar com ele pelas costas dela. Arrumaria algo pra ele negociar com urgência, de preferência do outro lado do mundo.


—Estou aqui pro que precisar, Fabray – Kitty acariciou seu ombro.


Apesar de ser difícil de lidar, Kitty era do grupo dos herdeiros, e sua lealdade era notória. Claro que quando se tratava de mulheres as duas competiam, porém se ajudavam no momento que a outra pedisse e por isso o clube dos herdeiros era bastante famoso: um sempre leal ao outro.


Quinn agradeceu com um aceno de cabeça e Kitty voltou para Marley.


A loira pegou seu telefone e discou para o gerente do setor financeiro dos fundos pessoais da família Fabray. Desde sua mãe, sempre havia um dinheiro guardado para qual fosse a emergência. E caso fosse um sequestro queria estar preparada para liberar o dinheiro que precisasse.


—Liberem os fundos de resgate –Quinn nem mesmo cumprimentou antes de mandar.


—Mas, Sra. Fabray… –murmurou Shelly –Ocorreu um sequestro? Qual foi o valor solicitado pelo resgate?


— Não sei quem está com a minha esposa –Quinn disse com impaciente. –mas se pedirem resgate quero ficar preparada.


—Mas Sra. Fabray se o resgate não foi solicitado…


—Eu dei uma ordem. Execute–a agora! –Quinn desligou o telefone, pronto para ataca-lo em qualquer lugar.


Ela aceitava que os acionistas, investidores receassem ao ouvir uma ordem dela. Era nova, era mulher, e certamente não era dada a sorrisos como seu pai era quando comandava. Agora seus empregados, pessoas que trabalhavam para ela, duvidar de sua capacidade era humilhante.
Quinn não ficou surpresa ao ver a tela do telefone piscar e o nome do pai aparecer.


—Quinn –o pai disse cheio de preocupação quando ela atendeu.


—Oi pai.


—O que aconteceu? O gerente do nosso fundo me ligou preocupado. Disse que está agitada –A voz de Russel ficou contida–Esta tomando seus remédios?


—Rachel. Ela sumiu –Quinn respondeu brava.


Tudo que não queria era que seu pai soubesse dessa situação. Logo estaria ali, comandando tudo, mais perdido que ela e atrapalhando qualquer autocontrole que estava tentando manter.


—Tem certeza? –Russel pareceu assombrado.


—Claro que tenho –respondeu entredentes.
Quem mais do que ela teria a certeza de que sua esposa está desaparecida?


—Onde vocês estão?


—Na mansão do Antoine. Não precisa vir, pai, eu...


—Irei preparar o fundo –Russel a interrompeu – chego em trinta minutos.


Antes que pudesse retrucar Russel encerrou a ligação. Ótimo. Tudo que não precisava era de Russel atrapalhando em vez de ajudar.


Ela não conversava com ele desde o incidente do noivado, e naquela noite não queria lidar com ele.


Ela quase arrancou seu cabelo ao tentar segurar aquele mar de fúria que tomava seu corpo. Nada poderia ser tranquilo com ela, não mesmo. Não poderia ir a um baile com sua esposa, ter uma noite agradável, voltar pra sua casa e depois passar alguns bons momentos sozinhas.


Normalidade é impossível na vida de Quinn Fabray.


Quinn foi até Santana no hall de entrada, onde estava Brit e Marley conversando com Jesse em um sofá vermelho. Sua raiva, em seu ápice, fez com que perde–se o controle ao vê–lo.


Se não tivesse a arrastado pra fora, com certeza pra dizer mentiras sobre ela, Rachel estaria ali.


—Por que ainda está aqui?! –Quinn questionou dando passos irritados até ele.


—Não vou embora até saber que ela está bem –Jesse levantou, mostrando firmeza.


—É uma terrível coincidência que algo assim tenha acontecido com a sua volta –Os olhos verdes de Quinn escureciam conforme fixava em Jesse.


—É uma terrível coincidência que uma coisa assim só aconteceu com Rachel após ela se tornar sua esposa!


—Controle–se, St. James –Pediu Santana ficando ao lado de Quinn.


—Sempre acontece algo ruim quando se casam com um Fabray. Você tentou apagar isso, mas sabe que é verdade –Jesse acusou apontando o dedo para Quinn.


Pronto. O mar de fúria a dominou. Era como um blackout, algo se apagava em sua mente, sua válvula de controle. Ela não escuta quem está ao seu redor, nem mede as consequências de suas ações.


Quando deu por si já estava em cima de Jesse, tinha o derrubado no sofá, com uma mão segurava sua camisa, enquanto a outra estava parada no ar depois de dar um bom soco em sua cara arrogante.


—Eu mato você. Fale da minha família de novo e eu mato você! –repetia o sacudindo.


Jesse apenas ria, com seus olhos verdes brilhando.


—Ai está, continua a mesma aberração de sempre – o homem parecia comemorar do descontrole de Quinn.


E por isso ganhou outro soco.


—Quinn, para –Santana a puxou pela cintura e a arrastou pra longe do Jesse.


—Se você se importa um pouco com Rachel liberte–a de você antes que seja tarde demais! –Jesse comentou massageando o maxilar.


—Jesse, cala a boca –Marley pedido com a cara fechada.


—Quinn… chega. Rachel. Ela é o que importa! –Santana a sacudia para voltar ao seu juízo.


—Será que é verdade? O que ele disse sobre minha família… Minha mãe, e Terry... –A dor profunda que Quinn sentia foi exposta em seu olhar.


—Tragédias acontecem com todo mundo. Não é porque sua mãe morreu que Rachel terá o mesmo destino –Santana ficou com o coração quebrado pela amiga. Aquele assunto era tão horrível...


—Minha mãe morreu assim, Santana, você sabe…


—Hey! Isso não vai acontecer com a minha prima. Nós vamos encontrá-la –Santana prometeu.


E se tem algo confiável em cada Berry era que eles cumpriam suas promessas.


(...)


Ela era muito bonita.


Não tão bonita quanto Quinn, era difícil superar Quinn no quesito beleza. Mas Rachel Berry não era uma mulher que passaria despercebido. Suas pernas torneadas, a pele dourada e principalmente lábios grossos.


Sabendo o histórico de Quinn ela não entrava no padrão das supermodelos famosas por sua beleza. Tudo bem que houve Mercedes, mas era de conhecimento geral o poder de persuasão que a mulher tinha e seria impossível Quinn resistir a isso.


Agora Rachel Berry, a filha sem graça de Hiram Berry, o que tinha de especial nela?


—Como Quinn está?


—Como uma loba feroz – disse a voz masculina um pouco abafada.
Ainda deveria estar com máscara –Prestes a matar o Sr. St James com as próprias mãos.


—Ótimo –A mulher sorriu, o famoso mau temperamento de Quinn nunca a decepcionava. –Por mim deixaríamos surtada por mais um tempinho.


—Tem dez minutos –lembrou o homem.


Aquele plano era ótimo, mas odiava trabalhar com o homem. Seu chefe deveria ter escolhido alguém com mais criatividade.


—Pequena Rachel Berry… Você é realmente uma coisinha bonita.


—Onde estou?


—Tomando um ar, querida –A mulher acariciou os cabelos de Rachel, tirando–os de seu belo rosto. – Vamos conversar um pouco sobre sua esposa.


—Quinn… –murmurou Rachel de novo.


—Ah, esse nome. Eu a chamava de Ly, sabe? Ela me dizia que era a única que a chamava assim –A mulher deu um sorriso sonhador.


—Quinn – a voz dela soou mais chorosa.


Por que ela continuava a chamando? As duas não eram de verdade, não podiam ser. Quinn estava com ela por contrato, foi o que ela disse, que nunca amaria Rachel. Aquilo era pela empresa, pela família dela...
Por que Rachel Berry continuava murmurando como se estivesse sentindo falta dela?


—Você não a merece, Berry. Não adianta fingir que pode entende–la ou que o casamento de vocês vai dar certo, porque é mentira. Quinn vai destruir você. É da sua natureza.


A morena murmurou alguma coisa.


—Vai me dizer que estou certa, um dia. Isso é, se conseguir lembrar dessa conversa –Ergueu o queixo dela e viu seus olhos revirarem. A dose foi exagerada –A mistura foi mais forte do que o esperado, mas talvez seja porque você quase não tem carne.


—Quinn –Era a única coisa que Rachel conseguia dizer.
Foi então que a mulher percebeu. Toda aquele chamado... Se não fosse um casamento real Rachel não estaria chamando Quinn incansavelmente. Era real. O casamento delas era real.
—Não é só um casamento de aparência. Ela tem sentimentos por Quinn! Por minha Quinn! –A mulher gritou desesperada pelo comunicador.


—Isso não importa, sabe que Quinn não vai corresponde-los! –o homem soou irritado.


—Seria tão fácil matá-la –Ela olhou para a corda que estava na mochila. Era para amarrar Rachel caso tivesse força para relutar.


Poderia usar a corda em seu pescoço...


—Quinn nunca te perdoaria –ele lembrou.


—Ela não iria saber. Iria sofrer um pouco, afinal, Quinn se importa com as pessoas. Mas depois… seguiria em frente e esqueceria...


—Como fez com você? –O comentário do homem a fez parar.


Quinn tinha a esquecido, a descartado... matar Rachel agora não faria Quinn pagar pelo que fez.


—Lembre–se que o líder vai fazer. Com você, com o resto de sua família… Nunca terá paz. Nunca terá Quinn –sussurrou no ouvido de Rachel. Que ela tivesse um pouquinho de consciência para entender suas palavras.


A mão da mulher foi em seu queixo e o apertou com força.


—E morrerá por isso.


Não naquele dia, nem tão próximo. Mas Rachel teria seu fim, isso era uma promessa.
A questão é que iria sofrer muito até que a morte viesse como misericórdia.


(...)


 


—Você tem certeza que ela não está com você? –Quinn insistiu mais uma vez.


—Da última vez que conferi ela era sua esposa, Fabray. –Finn respondeu cheio de revolta.


Era uma humilhação ter que ligar para Finn, entretanto seu desespero acreditava em qualquer coisa. Talvez Rachel precisava conversar com ele, ou ele de alguma forma a atraiu para lá.


Ela até torcia para que fosse e assim sua preocupação acabasse.


—Se estiver mentindo…


—Entendo desconfiar de mim, agora se conhecesse um pouco Rachel saberia que ela nunca deixaria alguém preocupada –Finn soou firme.


E estava certo. Rachel não a deixaria tão aflita de propósito.


—Certo. Desculpe tomar seu tempo.


—Me avise se tiver notícias… por favor –Ele murmurou a ultima parte.


Teria que avisa-lo para sua infelicidade.


—Adeus, Hudson.


Quando Quinn desligou percebeu uma movimentação no hall de entrada, e todos saindo da festa normalmente.


—O que estão fazendo? –Quinn foi até a entrada e perguntou ao segurança.


—Liberando os convidados.


—O que?


—Revistamos os carros e perguntamos sobre sua esposa. É melhor eliminar a maior parte para nos concentramos em acha-la –explicou calmamente.


Uma senhora viu Quinn e foi até ela, olhando–a com preocupação.


—Oh querida, estarei preocupada com a jovem senhora Fabray –A senhora segurou sua mão –Já não basta o que aconteceu com Judy… Sua família não tem sorte.


A mulher foi embora, mas Quinn continuou parada. O que era um sussurro na sua cabeça se tornou então um grito de culpa.


Santana viu a cena e temeu por Quinn, porém a loira já tinha se retirado, voltando a entrar na mansão.


—Quinn. Quinn! – Santana a chamou mais alto, mas a loira já estava longe.


Cada minuto que Rachel não aparecia era como uma bomba relógio prestes a explodir. A bomba Quinn Fabray.



(...)


Quinn tinha sempre um comprimido de seu remédio para tais emergências. Suas mãos, sua respiração, tudo fora de controle. Ele tinha que estar ali, tinha que estar.


Ela adentrou o primeiro toalete que encontrou e procurou nos bolsos escondidos do seu paletó e não encontrou. Porra!


Escutava as vozes de Jesse, da senhora e dos outros em sua cabeça, dizendo aquela verdade cruel. Ela não deveria ter se casado. Não deveria ter aceitado Rachel em sua vida.


Era culpa dela. Era culpa dela.


Quinn fez algo que queria muito fazer: bater em si mesma.


Para sua infelizmente só conseguia socar com força o espelho.


Os cacos caíram na pia.


—Quinn! –Exclamou Marley observando toda a cena. – Sua mão!


Ela tinha seguido Quinn quando a viu entrar ali tão atordoada e estava chocada com tudo que viu. Quinn tinha se ferido!


—Não é nada –Quinn olhou para o sangue escorrendo entre os dedos.


—Espera –Marley a fez sentar na banqueta perto da parede da pia. E pegou um pedaço de papel, molhou, e depois foi até Quinn para limpar sua mão –Quando encontrarmos a Rachel ela vai querer te matar por fazer isso com si mesma –Carinhosamente, ela passava o papel entre as feridas. –Ela se importa com você, sabe? Não com o seu dinheiro, ou com o que ganha sendo sua esposa.


—Eu sei –Quinn murmurou –Seria mais fácil se ela fosse mais como você.


Marley entendeu o que ela quis dizer, ainda sim aquilo a machucou. O casamento de Kitty e Marley não veio do amor; foi somente uma necessidade carnal e de Kitty ser integrada a sociedade parlamentar com uma esposa para acompanha–la. Marley era exatamente o que uma esposa–troféu deveria ser: linda, obediente e principalmente manipulável.


Kitty provavelmente não se importaria se ela sumisse. Não ficaria tão desnorteada quanto Quinn.


Era interessante que fosse Quinn quem jurou não se apaixonar, mas demonstrava mais sentimento em três meses do que Kitty e Marley demonstrou por anos.


—Casamento não é fácil de nenhuma maneira –Marley argumentou com um suspiro –Nem mesmo tão prático quanto o meu.


—Pelo menos Kitty não é uma paranoica com excesso de raiva –Quinn deu um sorriso amargo.


—Sempre me perguntei o porquê você ser assim –Marley olhou para a mão de Quinn, ainda vermelha e com alguns rasgos por conta do vidro. Mãos tão delicadas e prontas para fazer estrago –Pronta pra sair socando o mundo todo. No começo me assustava. Kitty nunca se importou, na verdade ela até achava graça quando as pessoas passaram a teme-la. Mas depois percebi que esse é o seu modo de se proteger. Atacar antes de ser atacada.


—Eu era muito vulnerável quando criança –Quinn contou olhando pra longe. –Cada palavra, sendo boa ou má, me atingia com força. Minha mãe era a única que me compreendia, que tinha cuidado com o que dizia. Mas meu pai não tinha... Ele nunca fez questão de esconder o quão decepcionante foi ver que seu filho, seu herdeiro, na verdade era uma menina. Dormi em um quarto com decoração masculina até meus quinze anos.


Marley engoliu seco. Imaginou uma garotinha loira, pequena, que tinha uma parte dela que ninguém entendia muito e procurava desesperadamente ser compreendida.


—Quando ela morreu ele não sabia como lidar comigo. Frannie era muito nova, não tinha voz o suficiente para impedi-lo –Quinn ergueu os olhos para afastar as lagrimas. –Então me mandou para a escola interna.


—Foi onde conheceu Jesse –Marley lembrou de Jesse comentando que Quinn e ele estudaram juntos.


—Ele era ruim, mas não era o pior –Quinn abriu e fechou a mão –Quando descobriram sobre minha condição fizeram um inferno.


—Crianças são cruéis.


—Crianças ricas são piores ainda. Aconteceu uma coisa, que não estou pronta pra contar ainda. Só que sai muito machucada, pensei que iria morrer. Em alguns momentos desejei que morrer mesmo –Quinn respirou fundo –Só que eu não podia dar esse gosto aqueles malditos. Não podia dar esse gosto ao meu pai. Infelizmente sabia que se quisesse sobreviver não poderia mais ser fraca. Teria que ser dura, fria, tão cruel quanto esse mundo é. Acabei me tornando a melhor nisso.


—Sinto muito. –Marley foi sincera. Ela realmente sentia que Quinn tenha passado por uma situação horrível.


—Eu não brigo com todos porque gosto da violência, Marley –Quinn levantou–se e estralou sua mão machucada. Era como se a dor desaparecesse e ela preparava–se para outra luta –Eu brigo pra me defender... Queria ter sido assim antes.


(...)


 


Santana enfrentava Quinn sem piedade, fazia confrontar seus sentimentos, suas decisões e também dizia o que Quinn precisava ouvir, não importa o quão ruim fosse. No entanto naquele momento Quinn precisava de apoio, de alguém que conseguisse trazer uma solução em meio ao caos.
E pra isso tinha um nome.
A pessoa atendeu no primeiro toque.
—Pelo amor de Deus, Quinn, eu vou acabar com a sua raça se eu tiver que bancar o chofer de novo! –berrou Lauren do outro lado da linha.


—É a Santana.


—Satã, me deixe em paz!


—É uma emergência –Santana suspirou, era melhor ir direto ao assunto. – Rachel sumiu na festa


—Ela fugiu? –Lauren ficou alarmada.


—Não. Desapareceu. E Quinn está surtando –Observou a amiga andando de um lado pro outro no salão, berrando no telefone –Você sempre foi a amiga que lida com as crises dela. E pra ser sincera estou nervosa também. Tem como vir pra cá?


—Agora não posso… estou com Camila –Uma voz de mulher falou ao fundo – Espere um pouco


—Ela está com Camila? –Perguntou Brittany com empolgação. –Bem que eu percebi um clima entre elas.


—Não fala nada –Santana pediu colocando no mudo. –Se Quinn é fria feito gelo, Lauren é arisca como um gato quando está gostando de alguém. Essas duas tem que dar as mãos e ir pra terapia.


—Camila tem algo que pode ajudar –Lauren disse no telefone. –Disse que Rachel estava preocupada com os brincos, então os colocou no seguro.


—E…


—Eles tem rastreador. Ela está ligando pra companhia agora.


—Santa Camilla Cabelo –Brit disse com um sorriso, afinal depois de tanto tempo era bom terem uma notícia boa.


—Depois precisamos conversar sobre o porquê está na casa dela –Santana comentou.


—Sua função é cuidar da vida de Quinn, não da minha –Lauren respondeu com rispidez –Pronto. Temos a localização. Está a duzentos metros sudeste da casa onde estão.


—Brit chame Quinn! –Santana pediu pra esposa. Ela olhou para os dois seguranças e chamou –Vocês venham comigo.


—Me ligue depois, Santana –pediu Lauren aflita.


—Obrigada vocês duas, se der certo quero ser madrinha.


—Vai se foder –Lauren desligou o celular.


Santana e os seguranças correram na direção indicada por Lauren, e logo quando a grama cortada terminava puderam perceber uma mulher desacordada no chão e alguém mascarado a acariciando


—Hey! –Santana gritou correndo mais rápido –Fique longe dela!


A pessoa ergueu a cabeça, assustada, e logo pegou uma mochila ao lado e Rachel e começou a correr para dentro das arvores. Os seguranças apertaram mais o passo, correndo o máximo que podiam, enquanto Santana ao chegar perto de Rachel se ajoelhou ao lado dela e começou a procurar se tinha algum ferimento.


—Rach –chamava enquanto verificava seu corpo. Ainda respirava e aparentemente nenhum ferimento.


—Santana –respondeu grogue. Ela tentou erguer a mão, mas não teve força. –Eu estou com frio.


—Vamos te levar pra dentro, querida.


Os seguranças retornaram, informando que não puderam alcançar quem quer fosse. Santana pediu para que ajudassem a levar Rachel para dentro e assim que um deles a colocou em seus braços Santana percebeu a ausência de algo brilhante no pescoço de Rachel.


—O colar, levaram o colar.


(...)


—Agora está tudo bem. Você está segura agora –Quinn repetia acariciando o rosto da esposa.


Todos estavam no hall de entrada, esperando que Rachel acordasse. Mas a morena estava grogue, chamando–a sem parar e reclamava do frio. Se estava lá fora todo este tempo poderia ter ficado com febre, ou pneumonia...


—Deviam ter pegado quem fez isso –Quinn murmurou irritada, encarando Santana.


—Me desculpa, eu gritei na hora –Santana apertou o ombro da amiga –Não suportei ver que ele estava tocando seu rosto.


Isso fez Quinn estremecer. O que podiam ter feito, o que poderia ter acontecido com Rachel inconsciente, sozinha... Teve que lembrar–se que não era o momento para se descontrolar.


O que ficou de difícil quando Antoine se aproximou e não viu o Canto da Sereia no pescoço de Rachel.


—O colar. Não está com ela! Você achou, achou o colar? –Antoine se virou para um de seus seguranças.


—Não tinha colar nenhum –O homem respondeu.


—Fabray, esse colar é uma fortuna! Não posso ficar com esse prejuízo! – Antoine continuou a guinchar alto.


Até mesmo Marley e Kitty ficaram aborrecidas. Aquele não era o momento para isso.


—Que droga! Santana assine o cheque a essa matraca e peça pra ele ficar bem longe de mim senão eu enfio a cara dele na parede –Quinn preferiu nem olhar para o homem senão sua ameaça se tornaria real.


—Você ouviu –Santana tentou empurra-lo pra longe.


—Vou querer a parceria também! – insistiu recusando–se a ir. – Tanto escândalo pra acha-la no jardim desmaiada.


Bem, ela tinha avisado. Quinn pegou um objeto de vidro que estava no criado mudo e lançou em direção a porta. Graças ao reflexo rápido de Santana o vaso não quebrou na cabeça de Antoine e Quinn lamentou por isso.


—SAI DAQUI! –berrou apontando para fora.


Santana praticamente o jogou para fora do cômodo, sem mais nenhum protesto por parte do homem.


—E VOCÊ TAMBÉM! –Quinn apontou para Jesse. – NÃO QUERO VOCÊ NEM PERTO DA MULHER.


—Quinn…


—Estou aqui, querida. Estou com você.


—Vou ligar para o doutor Harrison.


—Diga para me encontrar em casa. E arranje um jeito de sairmos daqui discretamente, Santana.


—Quinn, não me deixe.


—Não vou, querida. Prometo que não vou.


Ao que tudo indicava a causa era o colar. Poderia acontecer com qualquer pessoa que estivesse o usando. Rachel não era uma alvo, não era nenhuma vingança pessoal contra Quinn...


Pelo menos era isso que Quinn tentava se convencer.


(...)


 


O helicóptero voou sob sua cabeça, levando Quinn e Rachel.


Droga, queria ter a visto, pelo menos um pouco. Não era pra maldita Santana aparecer naquela hora. Esperava que Quinn encontra–se a esposa. Para ao menos ter um vislumbre de seu rosto...


Mas infelizmente foi uma oportunidade interrompida.


—Tome seu colar – a mulher deu a Antoine quando o mesmo se aproximou dela já distante de sua mansão.


—Obrigado. –Antoine pegou a joia como se estivesse nas mãos algo divino. Depois sorriu com arrogância –Nem acredito que Quinn realmente pagou por ele.


—Nós dissemos que só teria a ganhar nos ajudando –ela lembrou.


—Mas o que vão fazer contra Quinn Fabray? Quem é o seu chefe? –Antoine questionou com curiosidade.


—É uma vingança pessoal. Lembre–se de ficar com o bico fechado –Ela alertou apontando pra ele.


—Não contarei a ninguém –Prometeu erguendo as mãos –E aprovo o que forem fazer. Aquela prepotente da Fabray merece tudo de ruim que lhe acontecer.


A mulher deu um sorriso eufórico e respondeu:


—Pode ter certeza que muita coisa de ruim vai acontecer com Quinn Fabray.



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Autor(a): blacksweetheart

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