Fanfic: Até que o Amor nos Separe (Faberry) | Tema: Glee
Amor, eu tenho feridas
Apenas você pode curar
Você pode curar
Acho que isso é amor
Não consigo fingir
Quando chegaram na mansão Fabray a equipe medica já estava a prontos para analisar Rachel.
Quinn foi obrigada a se retirar, pois não teria serventia alguma ali, e para se distrair foi até o escritório.
Santana e Brittany foram pra casa, após muita insistência de Quinn, e agora sozinha a Fabray poderia pensar no que fazer.
Apesar de parecer que foi um assalto tinha algo dentro de Quinn que suspeitava de tudo. Se fosse um assalto teriam sido discretos, ou então rápidos. Por que demorar tanto? Se Santana não tivesse encontrado Rachel o que teriam feito? Não era só pelo colar...
Quinn sabia de uma pessoa que poderia conseguir as respostas. Um velho trunfo na manga.
Quinn pegou seu telefone e discou o número. Foi atendido no primeiro toque.
—Eu não esperava receber uma ligação sua tão cedo— disse a voz com desdém do outro lado da linha.
—Queria não precisar de você tão cedo, Sue –Quinn respirou com frustração.
—O que foi agora, Fabray? Qual empresário se meteu em seu caminho?—Sue deu uma risada. –Ou vai me pedir pra descobrir as traições de Mercedes Jones de novo?
—Não é Mercedes. É sobre Rachel.
—Sua noivinha sem graça?—Sue gargalhou.
—Ela é minha esposa e exijo respeito! –Quinn segurou para não desligar na cara da mulher.
—Calma, bravinha. Além disso era você quem a chamou assim quando me pediu informações sobre ela—Sue comentou.
Era verdade. Depois da ideia do noivado, quando Quinn consolidava seu nome no mercado, usava constantemente o contato que tinha com Sue Sylvester para descobrir informações a sua volta. Sue era uma antiga espiã, de origem desconhecida, e a melhor no ramo de colher informações sobre alguém.
Com suas informações sempre conseguia vantagem sobre os acionistas, sobre seus adversários no ramo e quem quer que fosse significante o suficiente para Quinn importar a saber algo.
E após comprometer–se em casar com Rachel Berry tinha que conhecer quem teria seu sobrenome.
Não havia nada de escandaloso, nem de assustador na conduta de Rachel. Era exatamente aquilo que dizia ser. E fora um namoro patético com Finn Hudson ela nunca escondia nada.
Pensando na situação atual ter sempre Sue contando sobre Rachel a tirou o interesse de conversar com a morena, conhece–lá de verdade.
Gastou cinco anos de noivado acreditando que Rachel não valia seu tempo e agora passou a noite desesperada para não perde–lá.
Quinn disse pra si mesma era só porque Rachel era uma boa pessoa, e queria sua amizade, seu sorriso, seu corpo... Nada além disso. Nada que envolvesse amor.
—O que quer saber de sua esposa? Acha que ela está a traindo?—Sue perguntou, provavelmente anotando.
—Não. Ela foi sequestrada hoje, aparentemente por causa de um diamante que usava, mas não tenho certeza –Quinn passou a mão nos cabelos. –Quero que descubra quem foi e o porquê.
—A essa altura o diamante já deve ter sido vendido ao mercado negro.
—Não é o diamante que me interessa, é a motivação. Se for só ladrões colocamos na cadeia e pronto.
—Está dizendo que ocorreu uma tentativa de homicídio...
—Estou dizendo que tudo é muito estranho.
—Tem alguns suspeitos? Alguém que esteve com vocês neste local?
Quinn pensou nos nomes e em suas motivações.
—Tem Kitty Wilde; minha amiga, Antoine Germanotta; o dono do evento –Quinn pensou nas pessoas que não estavam lá. –Finn Hudson; ex-namorado de Rachel...
Quinn não queria dizer o ultimo nome, mas no momento era uma grande possibilidade.
—Mercedes Jones –disse com tristeza.
—Acha que sua ex foi atrás da sua atual?—Sue perguntou cheia de humor.
—Ela não aceitou bem quando anunciei o casamento –Quinn estremeceu ao lembrar da briga que tiveram. –Não quero pensar que seria vingativa, mas de todos é a única que sei ter aversão a Rachel.
—Rachel tem algum inimigo?—Sue questionou. –Ou talvez o pai dela?
Fabray pensou um pouco. Ao que conhecia de seu sogro ele era um líder implacável, tal como ela. Mas enquanto Rachel estava sob sua tutela nada tinha acontecido. Então por que iriam feri–la agora?
—Acredito que não. De qualquer forma descubra.
—Conte comigo, Fabray.
A ligação foi encerrada. Logo Quinn saberia a verdade, quer gostasse ou não.
(...)
Depois de uma hora, Quinn esperava notícias na sala quando seu pai entrou na sua casa sem ser anunciado. Ela odiava isso, odiava intromissão e principalmente odiava não ter tido tempo para esconder o carrinho de bebidas.
—Soube a acharam –disse o homem assim que avistou a filha sentada. Ele sentou–se ao seu lado. –Como está?
—Voltando a consciência –Quinn contou. –O médico está lá em cima.
—Então foi pelo colar? –Russel largou a maleta que segurava. Provavelmente ali estava o dinheiro do fundo de resgate –Se ela não estivesse o usando teria sido outra pessoa.
—Não precisa me acalmar –Quinn deu um olhar frio. –Sequer precisa estar aqui.
—Sei que está chateada com o que aconteceu no noivado... –Russel começou, cabisbaixo.
—Chateada? –Quinn perguntou, indignada. –Você quase arruinou tudo! O Sr. Berry me intimou, ele não confia que cuidarei de Rachel.
E quando soubesse daquela noite teria a certeza disso, Quinn pensou amarga.
—Hiram é um velho lobo superprotetor –Russel desdenhou. –E apesar de protetor ele não faria nada que intervisse no casamento de Rachel. Afinal foi ele impôs esse pedido.
—Isso não apaga o que você disse –Quinn rebateu com magoa.
—Quieta, Frannie! –a repreensão de Russel foi dura demais. –Vocês duas são minhas filhas, e eu as amo, mas todos tem defeitos. Rachel precisava saber quem Quinn é. –O homem olhou para Rachel. –Querida, espero que tenha diploma em psicologia porque minha filha é fodida da cabeça!
O que ele disse ficou em sua mente, até mesmo nos momentos felizes com Rachel sempre surgia a voz do pai, a assombrando.
Quinn não era de esquecer, e tampouco perdoar.
—Digo coisas estupidas quando bebo.
—Eu sei. Sei disso desde os meus sete anos –Quinn levantou–se. –Quem não deveria saber disso eram a família de Rachel, quem não deveria ter uma pressão maior para lidar com isso é a minha mulher. Russel eu sei suas humilhações de bêbado, e a maioria delas são dita porque você não consegue lidar com o fracasso de ter um menino.
—Quinn, sabe que não é isso – o homem tentou argumentar.
Mas qualquer paciência que Quinn tinha já estava esgotada.
—Não quero lidar com você, pelo menos não hoje –Quinn levantou–se pronta pra subir ao quarto de Rachel.
Só que antes de sair algo veio em sua mente. Algo que Jesse a fez lembrar naquela noite.
—Por que você não se casou? Depois da mamãe? –Quinn virou–se em direção ao pai.
O homem pareceu surpreso com a pergunta.
—Não pensei... Não quis... Não queria que sentissem que coloquei alguém no lugar dela.
—Foi só por isso? –Quinn estranhou.
—Por que não seria?
—Nada –Quinn achou melhor não trazer à tona o que sabia. Russel iria querer discutir sobre quem contou aquilo pra ela e realmente ela não tinha tempo para escuta–lo. –Boa noite, pai. Obrigada por vir até aqui.
Talvez ele não soubesse... Ou mentiu pra ela. Não seria a primeira vez.
De qualquer forma Russel não mudaria a situação. O que Quinn precisaria pensar era se Rachel estava em perigo por ser sua esposa.
Pois se estivesse, logo deixaria de ser.
(...)
—Estou bem, pela decima vez – insistiu Rachel sentindo–se impaciente.
O médico já tinha colhido todos os fluidos possíveis, e mais uma vez, escutava seu coração. Sim, aquela noite foi um tremendo susto. Quando chegaram na mansão já tinha uma equipe medica de prontidão no quarto de Rachel e ela já tinha tomado soro o suficiente para uma vida.
Estava quase amanhecendo e ela tinha que ir trabalhar. Como não estava tonta, nem enjoada e não apresentou sintomas preocupantes tudo que ela queria fazer é dormir.
—Como ela está, doutor? –Quinn questionou, ignorando a esposa.
Ela ainda estava com o terno da festa e constante tinha a mão no queixo, mostrando–se pensativa.
—Aparentemente nada foi comprometido. Acredito ter sido dopada com sonífero, mas terei certeza depois do resultado do exame –O doutor Figgins apontou para a maleta –Assim que o resultado sair informo a você. Mas indico que fique em repouso por dois dias.
—Não posso, eu tenho uma peça pra organizar, figurinos que irão chegar amanhã…
—Fique tranquilo, doutor, ela não irá sair dessa cama –Quinn garantiu apertando a mão do homem. – Obrigada por ter vindo.
O homem se despediu de Rachel, que continuava seu protesto.
—O que? Pro inferno que vou ficar aqui! –Rachel se levantou da cama em um impulso, e logo a esposa tratou de empurra–lá de volta para cama. –Quinn, pare!
—Des–can–se –Quinn a obrigou a deitar e ajeitou seus travesseiros.
A cara dela de pura concentração, era assim que ficava ao organizar projetos em sua empresa. Aquele era o modo Presidente. Mas Rachel não precisava de ordens. Queria conversar pra entender toda a confusão que aquela noite se tornou.
O perigo que correu…
—A gente não vai nem conversar sobre o que aconteceu? –Rachel segurou o punho de Quinn, fazendo–a parar.
Quinn finalmente desmanchou a expressão autoritária e deu lugar a Quinn que Rachel passou a gostar. Aquela que mostrava se importar.
—Alguém me drogou, Quinn –A morena continuou. – Roubou o colar do Antoine. Ele provavelmente me odeia.
—Eu já paguei pelo colar –Quinn acariciou o rosto dela. –E pode apostar, com o lucro que conseguiu hoje ele deveria beijar seus pés.
—Então significa que eu te devo milhões –Rachel mordeu os lábios. –Nem sei como começar a juntar esse dinheiro...
—Cala a boca, Rachel –Quinn riu da sua expressão de medo.
A loira deitou ao seu lado e apoiou–se em seu cotovelo para poder observar seu rosto.
Corada. Intacta. Segura. Tudo que dava a Quinn um pouco de alivio.
—Tem ideia de quem fez isso? –Rachel a imitou e estudou suas expressões.
Parecia tão preocupada. Tão cansada... Aquela noite custou muito de sua sanidade.
—Não –Quinn negou com a cabeça. –Quero pensar que a causa foi só o colar, mas algo me diz que não.
—E o que vamos fazer?
—Vou contratar um segurança pra você –Quinn falou decidida.
—Não!
—Ficara vinte quatros horas e não tem discussão –Quinn a olhou com impaciência. Não cederia nenhum decimo.
—Como você é teimosa! –Rachel ralhou.
—Sou, principalmente quando se trata da segurança de alguém importante pra mim –A loira suspirou alto. –Tem ideia que hoje eu quase aprisionei membros da alta sociedade inteira porque eu não conseguia te encontrar. Imagine se todos me acusassem de cárcere privado, provavelmente quebraria.
Rachel não teve como segurar a risada. Deve ter sido uma cena impagável.
—E Jesse –Quinn chegou mais perto e tirou o cabelo do rosto dela. –Além de cárcere com certeza iria cometer assassinato. Teria que me visitar na cadeia.
—Com certeza não faria isso –Rachel acariciou o braço de Quinn –Meu pai me casou com uma empresaria, não com uma criminosa.
—Todos os crimes seria por você, querida –Quinn roubou um beijo fugaz.
Falava a verdade. Em cada palavra. E se realmente fosse para cadeia seria ótimo saber que foi porque matou Jesse St. James.
E manteve Rachel segura, claro.
—Quinn, dorme comigo hoje? –Rachel pediu tocando seu nariz no de Quinn.
—Claro –Quinn sorriu com carinho.
Ela ajeitou os travesseiros e deitou, esperando Rachel se alinhar a ela. A morena deixou em seu peito e respirou fundo enquanto a abraçava.
—Obrigada por se importar comigo –Rachel disse antes de adormecer.
—É impossível não me importar com você, Rachel Berry –Sussurrou.
Sabendo que Rachel não saberia daquelas palavras.
(...)
Rachel sentiu algo quente e confortável embaixo do corpo. Passou os braços por toda a extensão do tronco, encontrando pele sedosa, camisola de seda e o começo de uma bunda redonda.
A morena abriu os olhos para observar sua esposa. Não tinha como aquele rosto não ser esculpido por alguma divindade. Talvez a reencarnação de uma deusa, com certeza...
—Isso é esquisito –Quinn resmungou sentindo o olhar de Rachel em seu rosto.
—Desculpa, é que você é muito linda dormindo –Rach continuou acariciando a lateral de seu corpo.
—Eu sou linda o dia todo –Quinn deu um sorriso presunçoso –Agora feche os olhos e aproveite o momento.
—Não posso, tenho que ir no instituto... –Rachel sentou na cama e começou a se alongar.
—O que? –Quinn abriu os olhos no mesmo instante.
—Tenho que fazer o planejamento da peça com o Mike e os figurinos...
—Você não vai trabalhar. Fim da conversa.
—E quem vai cuidar de tudo...
—Eu vou.
—Isso é sério? –Rachel tentou disfarçar o tom de descrença.
—Consigo dirigir uma multinacional com mais de três mil funcionários. Da pra dirigir um instituto de arte facilmente.
—Aham –Rachel não acreditou por um segundo que Quinn fosse dar conta de lidar com crianças – Melhor não, eu vou...
—Rachel –Quinn a agarrou pela cintura e a jogou na cama. Depois subiu em cima de seu colo e prendeu suas mãos. –ou você fica nessa cama e me deixa te ajudar no instituto, ou fico com você nessa cama te segurando pra não erguer esse corpinho gostoso nenhum centímetro que seja.
—A segunda opção não parece tão ruim assim –Rachel mordeu o lábio inferior.
Quinn estava muito sexy com o cabelo desgrenhado e sua cara irritada. Também tinha algo interessante como um volume parecia crescer no centro de Quinn. Rachel a olhou de cima a baixo e seu íntimo começou a ficar em chamas.
Queria Quinn. Queria muito Quinn.
—Se continuar provocando seu instituto não vai ter nenhuma de nós duas hoje –Quinn percebeu como a esposa estava excitada e para provoca–lá abaixou seu tronco até que seu rosto ficasse próximo ao pescoço de Rachel.
E deu uma lenta e sensual lambida no pescoço de Rachel.
A morena arrepiou–se debaixo de Quinn e aquilo só animou mais a loira. Sua excitação era evidente e seu pênis estava ansioso para brincar.
—Não, não. Se você não vai me deixar ir, é melhor que supervisione. Camilla e Kurt são ótimos, porém não entendem nada de finanças –Rachel a afastou, lamentando muito por ter que fazer isso –Não precisa ficar o dia todo, só receba o figurino e aprove o que Mike quiser.
—Tudo bem. Só me dê mais um beijo desse e eu vou pra lá.
—Tenha um bom dia, esposa.
(...)
—A Bela Adormecida esta acordada? –Santana perguntou enfiando a cabeça pela porta do quarto.
Rachel estava deitada, como uma boa paciente, revendo o filme de Les Miserables. O sorrido dela foi de orelha a orelha quando viu a prima.
—Santana, o que faz aqui?
—Bem, sua princesa de conto de fadas me pediu pra verificar se esta obedecendo suas ordens –Santana deitou ao lado dela na cama e roubou um punhado de sua pipoca.
—Quinn é tão paranoica.
—Concordo totalmente –Santana observou a prima, pelo que Quinn confirmou estava tudo bem com a morena. Ainda sim, não conseguia deixar de ficar preocupada. –Nos deu um susto ontem.
—Desculpa, não queria sair sendo dopada por ai de propósito –Rachel deu um sorriso fraco.
O celular da Berry vibrou e um nome brilhante apareceu na tela. Santana leu o nome e ficou surpresa.
—Jesse St. James? –Santana questionou com suspeita.
—Não sabia que ele tem meu número –Rachel comentou antes de atender.
Ela conversou com Jesse, que queria saber como ela estava. A conversa foi rápida e toda sob supervisão do olhar analisador de Santana. Quando terminou, Rachel adiantou–se dizendo:
—Eu não dei meu número antes que você diga a Quinn.
—É melhor ela nem saber disso –Santana coçou a nuca. Nunca era bom quando St James estava ao redor dos interesses de Quinn.
Ainda mais da esposa dela.
—Você não lembra dele?
—Não é uma pessoa que me traga algum interesse –Santana deu ombros.
—Santana, ele vivia lá em casa. Nossos pais são amigos dos pais dele!
—Sim, mas seu pai e amigo da metade de Chicago e ai?
—Ele meio que era minha paixão na adolescência –Rachel revelou em tom baixo.
—Serio? Pensei que fosse apaixonada pelo Finn a vida toda.
—Eu amava Finn, de verdade. Mas não sei se cheguei a ficar apaixonada por ele. Talvez isso explique o porquê o termino não foi tão doloroso pra mim.
—Rachel suspirou –Jesse sempre foi tão legal, tão interessado na música, tínhamos tanto em comum...
E ele queria casar com ela, pensou. A história de Jesse ainda estava em sua mente. Aquele detalhe, de que ele a queria, que queria ama–lá... Era impossível não comparar com a sua situação atual.
—Rachel –A voz de Santana foi dura, um alerta.
—O que?
—Você está casada. Sei que e uma situação difícil, e que você merecia estar com alguém que você escolhesse. Mas não muda o fato de ser uma Fabray e de ter uma esposa que surtou quando você desapareceu ontem.
—Eu sei –Rachel abaixou a cabeça –E de verdade eu gosto de estar com Quinn. O problema é que constantemente eu tenho que me lembrar que não posso ama–lá, porque ela não vai me retribuir desse jeito.
—Você já tentou fazer com que ela mudasse de ideia?
—Como assim?
—Escute, ninguém consegue controlar as emoções. Nem mesmo Quinn. Ela pode dizer que consegue, mas é mentira. Então se quer que Quinn a ame comece a lutar por isso.
Rachel pensou no conselho da prima. Talvez fosse isso que faltava em Quinn, alguém lutando para mostrar que estava errada. Alguém que ultrapasse aquele muro que ela construiu. Quinn poderia ama–la... Se ela mostrasse como era.
—Como sempre, você me acalmando, Santana –Rachel abraçou a prima.
—E como sempre você me torrando a paciência, Berry –Santana revirou os olhos e retribuiu o abraço –Mas eu não te amaria se fosse diferente.
(...)
—Caramba, sua esposa é tão neurótica por controle quanto você! –Lauren comentou xeretando o computador de Rachel por cima do ombro de Quinn.
Quinn deu um sorriso orgulhoso. Rachel deixava tudo tão organizado que nem precisou de muito tempo para situar–se da situação do instituto. Ela era organizada, cirúrgica, todos os contratos em dias, todos os pagamentos quitados, algumas vezes os orçamentos estourados e ela retirada da sua própria poupança para cobrir. A pendencia ali era o orçamento do musical Les miserables, cujo Mike estava incumbido de realizar, e a questão de ter que aguardar era porque o homem não tinha chegado.
Foi Kurt que a recebeu, e depois de uma explicação previa sobre o que aconteceu, o homem a acomodou na sala de Rachel e a deixou se situar.
Quinn ligou para Lauren, querendo deixa–la ciente do seu atraso, e a amiga mudou seu percurso para o instituto na mesma hora.
Claro que não era pra apenas acompanhar a amiga.
—Caramba, Camila está atrasada –Lauren olhou pro relógio.
—Deixou–a cansada ontem à noite? –Quinn ergueu a sobrancelha.
Lauren sentou à sua frente e passou a mão no cabelo.
—Não seja nojenta, Fabray. Eu e Camila somos amigas.
—Hum... –Quinn foi interrompida quando alguém abriu a porta com força.
—Rachel, você está bem? Fiquei surtando quando Lauren me contou... –Camila paralisou quando olhou para as mulheres.
—Oi Camila –Lauren deu um sorriso derretido.
—Estou sonhando? –Ela murmurou beliscando seu braço.
—Não. Rachel não está se sentindo bem hoje, então eu vou ajuda–lá com algumas coisas hoje –Quinn explicou.
—Como ela está? O que aconteceu? –Camila sentou na cadeira ao lado de Lauren e olhava pra Quinn com seus olhos preocupados.
Quinn contou a história toda, com Lauren tensa e Camila prestes a chorar. Quando terminou, Camila disse:
—Meu Deus, a Rach não tem sorte com esses bailes. Vivia reclamando que odiava ir e era obrigada a comparecer porque você vivia nesses eventos. Ai ela ia e ficava excluída porque ninguém se importava com a noivinha patética da Quinn Fabray.
Ao perceber a expressão chocada de Quinn, a Srta. Cabelo acrescentou:
—Oh, desculpa. Falei demais.
—Vamos voltar por trabalho –Quinn pediu querendo desviar do assunto. Ela se ressentia pelo modo que tratou Rachel no noivado, faria tudo pra corrigir seu erro.
—Tudo bem... Mike já chegou, quer que eu o chame? –Camila questionou.
—Por favor.
—Quando é seu almoço? –Lauren sussurrou para a morena.
—Lauren –Camila olhou para Quinn. –O que sua chefe vai pensar?
—Que Rachel já avisou sobre isso e se Lauren bagunçar com você não quero estar perto quando minha esposa destruir você –Quinn disse olhando Lauren com aviso.
—Bem, contra minha chefe eu não tenho como argumentar –Camila ergueu as mãos para Lauren.
—Vai pro inferno, e leva a Sra. Fabray junto –Lauren disse pra Quinn.
Quinn deu um sorriso sacana e voltou a ler os documentos de Rachel.
Camila ficou sentada, olhando diretamente pra Quinn, e assim que a loira percebeu trocou um olhar com Lauren.
—Tem algo que você queira falar pra mim, Camila?
—Ela vai me odiar por isso –Camila olhou pra foto de Rachel criança na mesa e suspirou. –Mas é pelo bem dela.
Camila então começou a contar que teriam que cancelar o musical Les miserables antes mesmo que saísse o valor do orçamento disponibilizado de Hiram, porque um grupo de meninas passou para a fase eliminatória de dança e a competição seria em Moscou. O custo da viagem comprometeria o valor e era regra do instituto que premiações eram tratadas com prioridade pois assim trazia mais nome ao instituto.
O cancelamento da peça deixaria Rachel em pedaços.
—Rachel fica muito magoada quando isso acontece. Por ela todos os projetos seriam realizados, todo mundo teria sua oportunidade de brilhar. Mas o pai sempre arranja o jeito de dar menos do que prometeu e como Rachel se recusa a cobrar mensalidade dos alunos ela praticamente tira do próprio dinheiro para manter o instituto de pé.
—Não pensei que a falta de fundos era tanta. Rachel nunca me falou sobre isso –Quinn ficou triste pela situação.
E Quinn tendo tanto a dar... Era realmente louvável que Rachel tenha rejeitado sua ajuda quando precisa tanto dela.
—Rachel é assim mesmo. Acha que consegue lidar com tudo sozinha e detesta parecer fraca. Tem haver com o modo de como os Berry odeiam fraqueza.
—Amiga orgulhosa? Sei como é –Lauren comentou apontando pra loira.
–Já me ofereci para ajudar e ela rejeitou. Prefere que eu não me envolva na questão financeira de sua vida.
—Ela não quer que pense que vai se aproveitar de você –Camila disse.
—É a primeira mulher que você se envolve que pensa assim. Uma vez Quinn dormiu com uma mulher e depois que Quinn dormiu a mulher roubou um quadro milionário da casa dela –Lauren lembrou.
—Conseguiu recuperar? –Camila questionou a Lauren.
—Ela nem denunciou.
—Não me fez falta de qualquer forma –Quinn deu ombros. O quadro era feio e ela quase agradeceu por ter sido tirado de sua casa.
—Olha, eu não vim aqui te pedir ajuda só porque é a esposa de Rachel. Mas minha intuição diz que você é uma boa pessoa. E precisamos de ajuda. Aquelas crianças são tão lindas, e tem olhos grandes e pidões. É uma tortura negar algo a eles. E sinto que Rachel pode ficar muito mal.
—Camila, fique tranquila. Será um prazer ajudar –Quinn garantiu.
—E nem vai coçar o bolso dela. Essa aí nada no dinheiro igual o tio Patinhas –Lauren desdenhou.
—Não exagere, Lauren. Só peço que não conte nada a Rach ainda.
—Ótimo! Obrigada, Quinn –Camila foi até a mulher e lhe deu um abraço apertado.
Aquilo surpreendeu Quinn. Mesmo com Lauren e Santana sendo próximas nunca eram afetuosas no ambiente de trabalho. Pra não parecer grossa esforçou–se ao máximo para retribuir.
Camila deu um sorriso animado e se preparou para sair da sala.
—Tchau, Camis –Lauren se despediu com a voz dengosa.
—Tchau... mulherenga –Camila lhe deu uma piscadela e se retirou da sala.
—Que suspiro foi esse? –Quinn zombou da amiga.
—Ela é muito…
—Estranha?
—Maravilhosa.
—Está de quatro por ela, Lauren?
—Eu hein, nem vem. E outra, é você quem vai fazer uma doação anônima bolada pra sua esposa. Claro que vai apelar pra um dos seus amiguinhos do grupinho–Lauren viu a cara de surpresa de Quinn ao ser flagrada sobre seus planos –Sim, Fabray, eu leio mentes.
—Hey, você combina com Camilla –Quinn respondeu – Duas esquisitas.
—Cala a boca!
As duas foram interrompidas quando Camila retornou a sala, pálida como um papel.
—A reunião com o Mike terá que ser adiada –Camila mordeu o lábio inferior. –Outra emergência surgiu.
—O que? –Quinn se colocou de pé.
—Hiram Berry está aqui. E ele quer ver Rachel.
Autor(a): blacksweetheart
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Não, ele não consegue decifrar a minha cara de paisagem (Ela me tem como ninguém) —Ele nunca, nunca vem aqui –Camila começou a andar de um lado pro outro. –Sequer compareceu a inauguração. Será que é uma vistoria? Será que ele vai dar uma notícia ruim... —Lauren –Qu ...
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