Fanfics Brasil - O golpe mais profundo Até que o Amor nos Separe (Faberry)

Fanfic: Até que o Amor nos Separe (Faberry) | Tema: Glee


Capítulo: O golpe mais profundo

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 Na vida, no amor, não posso me dar ao luxo de perder


Por um, por todos, eu farei o que tiver que fazer


Você não consegue entender, é tudo parte do plano


 


 


—Rachel, desfaça essa cara emburrada –Quinn mandou enquanto as duas desciam a escada.


Rachel revirou os olhos, era impossível disfarçar sua insatisfação.


—Isso é besteira!


—É pra sua segurança –insistiu a Fabray.


—Se eu não for pra rua com seu colar caro de meio milhão não tem porque precisar de segurança.


Quinn pensava o contrário. O colar provavelmente não era o alvo aquela noite.


—Isso não me interessa, não é uma discussão se você vai ter ou não –Quinn falou com tom imperialista.


—Você pode ser mandona lá no seu escritório. Aqui estamos em igualdade –Assim que chegaram no térreo Rachel cruzou os braços e deu seu olhar determinado a questionar.


—Rachel... –Quinn suspirou. Não adiantaria medir força com a esposa   –Por favor?


—Tudo bem –Rachel se deu por vencida. Se Quinn estava insistindo no assunto era porque estava preocupada.


Foram juntas até a sala, onde um homem alto as esperava. Rachel ficou um pouco assustada com a carranca rígida do segurança.


—Olá Karofsky –Quinn cumprimentou com cordialidade.


—Oi –Rachel acenou tímida.


—Sras. Fabray –O homem fez um movimento com a cabeça –É uma honra prestar serviços a vocês.


—O serviço será somente Rachel –Quinn passou seu braço ao redor da mulher.


—Vai descobrir que eu sou a pessoa mais sem graça que irá proteger –Rachel comentou sem ânimo.


—Querida, explique os lugares e as pessoas que costuma visitar a Karofsky por favor –Quinn beijou o rosto da esposa.


—Claro –Rachel revirou os olhos   –Até porque sou uma pessoa tão ocupada socialmente.


Quinn não escondeu o sorriso, Rachel era uma graça mal humorada.


—Tchau, querida –Quinn se afastou e pegou suas chaves.


—Tchau mandona –Rachel acenou e pode escutar a risada de Quinn ecoar.


A porta bateu e era hora de Rachel também ir.


—Podemos ir? –ela perguntou sem jeito.


—A senhora é quem manda – o homem se esforçou para dar um sorriso simpático.


—Pelo visto não –Respondeu com sarcasmo.


(...)


 


Rachel esperava uma retaliação.


Claro que Hiram não admitiria sua exposição, um enfrentamento, sem revidar. Mesmo que estivesse errado. Mesmo que ele lhe devesse desculpas.


Rachel esperava a vingança do pai a cada dia. Pensou em ligar pra mãe, sondar, no entanto se Shelby não ligou para se desculpar por esconder o que sabia sobre Finn então não seria Rachel a dar o primeiro passo. Então se passou duas, semanas, até estar próximo de completar um mês. Continuou a planejar os eventos do instituto, as meninas foram a sua competição de dança e o musical sobrevivera a certos cortes no orçamento. Talvez ela estivesse errada a final, talvez o pai entendera que estava errado. Passou a torcer por isso, mesmo que parece improvável.


Desconfiou que a vingança viria no orçamento, conforme se aproximava da reunião mensal esperou o contragolpe.


Até que um dia, ao chegar no instituto e ligar sua tv para se atualizar das notícias mundiais um anuncio a fez parar de respirar:


“HIRAM BERRY POE A VENDA AÇÕES DA EMPRESA DA FILHA”


Rachel colocou a mão sob a boca, as lagrimas chegando aos olhos. Na TV, a repórter dizia:



“A manhã de Chicago iniciou–se agitada quando no mercado de ações foi anunciado que 80% das ações do Instituto Berry está à disposição para quem quiser adquirir. O instituto é uma organização beneficente comandada por Rachel Berry, filha do Hiram Berry e recém casada com Quinn Fabray. Ao que descobrimos essa organização teria sido um presente do pai há cinco anos e sua base de orçamento controlada pela Berry interprese. Seria então um rompimento entre pai e filha? Quinn Fabray irá comprar a empresa esposa ou algum interessado tomaria o controle do projeto da nova Sra. Fabray. Aguardaremos por mais notícias”.



Assim que outra notícia entrou em foco Camila, Kurt, Mike, Tina e outros professores adentraram em sua sala, com o desespero estampado em seus rostos.


—Não! Ele não pode fazer isso! –gritou Camila aos prantos.


—Ele fez! Já está no mercado de ações –Kurt exibiu o tablet a Rachel. –Em um valor muito baixo.


—Quinn irá comprar, com certeza – garantiu Tina.


—Então ela precisa agir nesse instante ou outro pode tomar a frente – Mike argumentou.


Rachel continuava em estado catatônico, absorvendo as informações. Ele... Ele tirou o instituto dela. Apesar dos 20% que estava no nome de Rachel ela era a acionista minoritária. Tudo estava nas mãos dele.


E em seu golpe mais profundo ele estava disposto a fazê–la perder a única coisa que dava sentido a sua vida.


—Rachel –Camila murmurou. –O que vamos fazer?


—Me deixe sozinha – murmurou Rachel fechando os olhos. Não suportava olha–los, ver o medo deles, a decepção.


Se eles sentiam–se assim ela estava perto a desmoronar. O choque espantado em se rosto e o tremor percorrendo o corpo todo. Parecia que entraria em combustão. Kurt tentou falar com ela mais uma vez.


—Rach...


—SAIAM AGORA! –Rachel socou a mesa, em um ataque de fúria digno de Quinn Fabray.


Todos saíram sem discussão. E a raiva urrou em seu peito. Em um modo de extravasar Rachel deu um grito tão profundo que todos no instituto ouviu.


Como o grito de uma banshee. Decretando a morte de seu sonho.


(...)


Quinn olhou pra noticia horrorizada. Ela e Rachel aguardaram sua vingança pela afronta da filha há semanas, e apesar de Rachel ainda continuar temerosa chegou um período que Quinn acreditou que o homem não teria coragem de fazer nada. Afinal ele estava errado. Ele tinha mentido, enganado e machucando–a além do limite. Por que puni–la ainda mais?


Agora era obvio que ele feriu Rachel como ninguém imaginou.


—Como ele pode? –Lauren sussurrou espantada.


—Esse é Hiram Berry, em sua pura essência –Santana respondeu com rancor –Ele nunca admitiria que Rachel o desafiasse sem retaliação.


—Oras, compre logo essas ações! –Lauren olhou pra Quinn. – Essa não é a melhor solução pra todos?


—Rachel nunca iria permitir –Santana explicou. –Hiram usava o instituto como uma coleira para manter a filha na linha. O que pensará se sua esposa tiver a única coisa que pode controla–la?


—Ela não tem muita escolha! Ou o instituto é de Quinn ou então ela fecha as portas. Duvido que alguém compre um instituto não rentável, e se comprarem não a deixarão fazer o que quiser –Lauren soou aborrecida. – Não é hora do orgulho falar mais alto.


—Compre anonimamente e depois dê a ela –Sugeriu Lauren cruzando os braços.


—Ele destruiu a reputação dela. Se retirando dessa maneira praticamente a declarou inútil da atenção de qualquer investimento –Santana mordeu o lábio inferior, imaginando o estado de Rachel. –Como ela vai se manter? Quinn a bancaria vida toda? Isso a destruiria.


—Preciso vê–la –Foi tudo que Quinn disse.


Depois levantou–se e saiu da sua sala com urgência. Ela foi tão rápido pro instituto que tinha certeza que receberia uma multa logo. Mas sua urgência a fez nem se importar com isso. Assim que chegou no local percebeu a expressão desolada de todos e Camila, que sempre tinha um sorriso no rosto, era consolada por Kurt. Quinn entendeu que Rachel estava sozinha, e aquilo doeu em seu coração.


Abriu a porta da sala da esposa sem anunciar–se e deparou–se com uma das cenas mais tristes que já tinha visto. Rachel estava praticamente deitada em sua cadeira, com o braço escondendo o rosto enquanto chorava descontroladamente. Quinn sequer imaginava a dor dela. Apesar de ter que provar ao pai que merecia a presidência da Lux não enfrentou dificuldades após a assumir o cargo e nunca teve medo de perde–lo. E não dedicava nem metade do esforço de Rachel, nem todo o amor. O sonho dela, a razão para ter aceitado se casar contra sua vontade, jogados fora pelo pai como se não valessem nada.


A raiva subiu à cabeça de Quinn e se Hiram Berry aparecesse na sua frente Quinn perderia o controle facilmente. No entanto não era momento para aquilo e sua esposa precisava de alguém para abraça–la.


Quinn foi até ela e virou a cadeira para poder se posicionar na sua frente. Rachel limpou as lagrimas antes de abrir os olhos e encontrar Quinn na sua frente, com os olhos carregados.


—Eu dei tudo... Eu casei com você. Eu dei tudo e ainda sim... –A voz de Rachel falhou. Seu pai. Aquele homem a colocou no mundo, que conhecia seu sonho, sua fraqueza. Que sabia a dor que isso a causaria o fez sem nenhum remorso. Sem sequer notifica–la.


A traição era tanta que voltou a chorar com força e Quinn a fez abraçar sua cintura. Ficou ali, por um bom tempo, enquanto pacientemente Quinn acariciava seus cabelos.


—Conversarei com ele –Quinn sussurrou tentando acalma–la.


Porém aquela frase não era certa pro momento. Rachel se afastou dela, com um olhar endurecido. 


—Claro, porque vocês poderosos se entendem –Rachel levantou de sua cadeira e pegou seu casaco. –Porque mesmo se eu implorasse de joelhos nada mudaria, mas o mundo se dobra a sua vontade. Afinal quem negaria um pedido de Quinn Fabray?    


—Rachel –Quinn tentou argumentar.


—Quero ficar sozinha –ela saiu em disparado, deixando Quinn sozinha.


(...)


Rachel foi até um parque que ficava na esquina do instituto, com Karofsky ficando a poucos metros de distância.


 Fugia pra lá toda vez que enfrentava problemas, pra poder espairecer a mente e reorganizar suas táticas. Naquele instante pensava em qualquer um que ajudasse restabelecer o instituto. Pensou em pedir pra Jesse St. James, o que provavelmente causaria uma magoa em Quinn. De qualquer forma ela não poderia confiar plenamente em Jesse já que há anos eles não se falam, não dava pra saber qual seria sua intenção...


—Rachel – chamou alguém interrompendo seus pensamentos.


—Era só o que faltava –murmurou aborrecida, erguendo–se do banco de madeira.


Finn Hudson parou na sua frente, com as mãos nos bolsos e um olhar preocupado. Rachel quase acreditou que ele realmente sentisse alguma emoção por ela, mas então lembrou do que ele fez e do quanto a enganou no namoro deles. Sua tristeza sumiu enquanto sua raiva ressurgia.


—Você está bem? Eu li sobre o instituto...


—Não fala comigo, seu vendido de merda! –Rachel o fuzilava com o olhar. –Você me enganou, todo esse tempo. Eu me esforçava pra esconder você, pra te proteger dele e todo o tempo você recebia pra namorar comigo!


—Ele não me pagava pra namorar você –Finn justificou, aflito –Ele queria informações suas.


—Claro, como se isso me fizesse sentir menos traída. –Rachel jogou as mãos no ar –Honestamente eu esperava isso dele. Hiram foi terrível a minha vida toda, agora você... Não tem uma relação da minha vida que seja real.


—Me desculpe –Sua voz soou chorosa –Eu sei que não quer escutar nenhuma desculpa minha...


—Tem razão, não quero.


—Mas eu não quero que cometa o mesmo erro que antes.


—O que quer dizer com isso?


—Não confie em Quinn. Ela é igual ao seu pai, senão pior. Ela não vai te amar do jeito que você merece – Ele trincou o queixo, inspirando pesado.


—O que você pode falar sobre amor Finn? O que você realmente amou? Por a mim que não foi –balanço a cabeça negativamente    –Você ama o dinheiro. Sempre amou. E eu tentava me convencer que tudo que fazia era correr atrás dos seus sonhos, como eu. Nunca foi isso, sempre foi o dinheiro –Ela fez uma careta enojada –Quinn pode ser o que quiser, mas ela não mente pra mim.


—Não mente? Ela te contou que...


—Não fale mais da minha esposa! –Rachel ergueu a mão. Ele não colocaria Quinn na conversa pra justificar o seus erros. – Não quero ouvir sua voz, ou ver você. Então faça o possível e impossível pra sair da minha vida.


—Aquela vadia já fez sua cabeça tanto assim? –Finn deu um passo em direção a ela.


Porém Rachel agiu mais rápida. Transferiu um soco bem no meio do rosto do homem, o fazendo cambalear. Finn apertava seu nariz e a olhava com puro choque. Algumas pessoas do parque pararam pra assistir a cena.


—Ofenda minha mulher de novo e vai ganhar outro desse –Rachel ameaçou com o punho erguido. – Se eu tivesse dinheiro até te pagaria pra fazer isso, porém meu pai me tirou tudo.


—Fique tranquila, já fui pago pra isso –Finn ficou enraivecido.


—Então honre seu verdadeiro amor –dizendo isso deu as costas.


Nunca pensou que agiria com violência, principalmente com Finn. Quinn estava sendo uma péssima influencia. Mas apesar da mão dolorida e da raiva cega Rachel não se arrependia. Pela primeira vez estava segura de enfrentar suas batalhas.


E agora Finn sabia que não era só as mãos de Quinn que ele deveria temer.


—Belo soco –comentou Karofsky quando Rachel se aproximou dele.


—Aprendi com a minha mulher –Um sorriso orgulhoso surgiu nos lábios de Rachel.


(...)


—Sra. Berry –Quinn deu um sorriso falso quando a mulher atravessou sua porta.


Assim que saiu do instituto resolveu que não deixaria aquele assunto apenas a cargo de Rachel. A morena estava perdida, traída, e precisava de um tempo para assimilar tudo. Já Quinn, que sempre manteve suas emoções contidas, sabia que precisava agir o quanto antes.


Com seu plano em ação, decidiu que precisava conversar com uma pessoa muito importante da família Fabray. E essa pessoa não era Hiram.


A mãe de Rachel sentou–se em sua frente e foi impossível pra Quinn não perceber a semelhança entre sua esposa e sua sogra. Os belos traços que tanto admirava em Rachel estavam ali; exceto pelos olhos castanhos dos Berrys. Também havia uma frieza na postura de Shelby que não era encontrada na filha, uma perfeição em seu andar e no seu modo de sentar que indicava anos e anos de etiqueta. Uma perfeita esposa–troféu, que tantos empresários e CEO’s exibiam em bailes.


Quinn agradeceu silenciosamente por Rachel não ser nada como a mãe nesse quesito. Particularmente Quinn achava essas mulheres um tremendo tedio.


Apesar de naquele momento Shelby teria uma função a ela.


—Quinn –Shelby deu um sorriso educado –Imagino o porquê me chamou. Infelizmente não tenho muito o que dizer, nem eu sabia o que Hiram iria fazer. Sempre disse a Rachel para se controlar, não confrontar seu pai. Hiram não é tolerante com insultos.


—Ele a insultou primeiro –Quinn respondeu esquiva  –E ao que parece não só com a situação com Finn.


—Pensei que as coisas entre eles melhorariam após o casamento –a mulher lamentou – Hiram ficou tão orgulhoso no dia que a levou até você.


—Você concorda com o que ele fez?


—Não –Shelby arregalou os olhos –Aquele lugar é o sonho da minha filha. Confesso que não entendo seu apreço por esse projeto, no começo tentei persuadi–la para se aventurar em outra coisa.


—Que vida imaginou pra Rachel?


—Oras, que ela se formasse. Quem sabe trabalhasse com o pai. Depois encontraria alguém e se cassasse. Ela sempre lidou bem com crianças, pensei que me daria netos cedo – um sorriso sonhador surgiu em Shelby.


—Rachel é a última pessoa que imagino como uma esposa–troféu –Quinn foi franca. Aquele futuro que sua mãe, e provavelmente seu pai, queriam pra ela nunca se realizaria no que dependesse de Quinn. Rachel era destinada a ser maior do que uma peça na mão de alguém.


—Sim –Shelby examinou Quinn  –ao que parece você e ela nasceram pra quebrar certos paradigmas de nossa sociedade.


—Vejo que a ama muito. E eu... –Quinn não conseguiu usar a palavra amor, mesmo que fosse para fingir. Tinha sentimentos fortes por Rachel, porém não usaria amor para descrevê-los –me importo com a sua filha. A respeito, principalmente a forma que ela luta por seus sonhos. Certamente irei fazer o que estiver ao meu alcance referente ao instituto, mas ainda estou me perguntando o que fazer sobre seu marido.


—O que? –Shelby ficou preocupada.


—O que ele fez não foi só uma bronca em sua filha. Ele atacou minha esposa. E deve ter ouvido sobre o que faço com quem me desafia, nesse quesito sou semelhante ao seu marido.


Quinn arrumou–se na cadeira, assumindo sua postura fria, a postura de uma líder que planejava um ataque.


—A diferença entre eu e ele, é que sou nova no mercado, minha empresa é uma das mais rentáveis do país e todo o mercado confia em minha palavra. O que já é diferente de vocês, Berrys –O tom dela foi desgostoso – Que tanto emprestaram, mas não recuperaram esses valores. Fizeram um investimento com poucos retornos e as alianças estão queimadas por conta do comportamento mesquinho de seu marido.


—Como sabe de tudo isso? –Shelby a olhava com espanto.


—Deixamos que Hiram vendesse a história de que os Fabrays precisava de seu dinheiro, mas a verdade era que vocês precisavam dessa aliança. Por isso a urgência de firmar uma parceria pelo sangue –Quinn ergueu a sobrancelha –usufruem do meu nome e de minha família em grande parte das negociações e por isso ganharam grande parte dos contratos nos últimos cincos anos. Com a promessa de que Rachel seria uma Fabray e sempre estariam em minha boa graça.


—Está certa –admitiu contra sua vontade.


—Uma aliança com vocês não me interessa. Aceitei porque meu pai me pediu –Quinn foi fria e impessoal. Precisava mostrar a Shelby que desdenhava daquele acordo –E não me desfiz do noivado porque tinha medo de seu marido vender Rachel a alguém muito pior que eu, que não a trataria com o mínimo de respeito que ela merece.


—Por que se casou então?


—Pelos interesses de minha empresa, e da visão que a sociedade tem de pessoas casadas. O que é um absurdo! Seu marido é a prova de que casamento não é sinônimo de bom caráter –Não conseguiu fingir a careta raivosa ao mencionar Hiram –Enfim, a mensagem que quero transmitir é que Rachel agora é uma Fabray. Qualquer ataque a ela, o mínimo que seja, será um ataque a mim.


—Deve avisar meu marido, não a mim.


—Acredito que Rachel tenha herdado a resiliência de você e não do pa. E reconheço que estar ao lado de alguém que machuca até a própria filha requer um grau de frieza ou de inteligência. De qualquer forma não me importa. A questão é que alertara a verdadeira líder dos Berrys, a vovó Berry, e que ela coloque juízo em seu neto.


Shelby mordeu o lábio. Quinn sabia que tinha pegado no ponto fraco, um segredo que a família guarda. Para descobrir esse segredo nem mesmo foi necessário contatar Sue. Rachel falava muito, e em uma das conversas desdenhou do fato do pai pedir permissão a tudo que faz para a vovó Berry. Claro que a senhora seria mais astuta que o neto e colocaria o orgulho de lado diante da ameaça. Shelby não contaria nada ao marido para não inflar mais sua raiva e faria tudo a suas costas. Logo Vovó Berry mandaria um presente a neta, como modo de desculpas e Hiram teria que engolir seu orgulho.


Quinn era mestre em tramar planos para ter o resultado que queria. E o que queria de toda a situação é que Hiram implorasse o perdão de Rachel. De joelhos preferencialmente.


—Falarei com ela –Shelby levantou–se e caminhou até a porta.


—Não teremos essa conversa de novo, Shelby –Quinn alertou antes que ela fosse embora –Não retaliarei de imediato porque como eu disse, Rachel é importante pra mim, agora se eu sequer imaginar que seu marido voltou a magoa–lá, de qualquer forma, ele nunca mais conseguira um negócio nesta cidade. Tem minha palavra.


Viu Shelby estremecer, e ela estava certa em temer.


Nada era mais amedrontador que uma promessa de vingança vinda de Quinn Fabray.


—Só queria dizer que estou feliz por minha filha ter alguém tão leal a ela –Shelby deu um sorriso fraco, e Quinn percebeu que era verdadeiro –Hiram certamente não faria isso por mim.


—Eu não a mereço, de nenhuma forma –Quinn também foi verdadeira –mas serei leal a ela, sempre.


Shelby saiu sem dizer mais nada.


Quinn afundou na cadeira... Lamentando que teria outro segredo para esconder de Rachel.


Duvidava muito que sua esposa gostasse de saber que ameaçou sua mãe daquela forma.


(...)


Quando Quinn chegou em casa a governante logo lhe avisou que sua esposa não tinha comido nada e encontrava–se sentada no jardim.


Quinn preparou uma cesta com alguns pães e frutas e foi diretamente para o jardim. Rachel deitada na grama, olhando para a lua. Quinn percebeu, mesmo com a pouca iluminação, que seu rosto estava molhando. A cena apertou seu coração.


—Rachel, Martha me disse que não jantou –Quinn sentou ao seu lado.


—Estou sem fome –Rachel também sentou –desculpe–me por ter falado com você daquela maneira. A única que não merece meus gritos é você.


—No momento não –brincou pegando uma uva da cesta e colocando na boca da mulher –Mas tenho certeza que logo encontrará algum motivo pra gritar comigo.


Rachel deu um sorriso fraco e aceitou que Quinn a alimentasse aos poucos. Passou a observar como Quinn era carinhosa, mesmo fingindo pro resto do mundo, e até pra ela mesma, que não se importava com ela.


Tudo mentira. Quinn se importava com Rachel até mais do que as pessoas que conhecia há anos.


—Conversei com Finn hoje –Rachel contou. Ela não queria esconder nada de Quinn –Bem, não foi uma conversa.


—Gritou com ele? –Quinn a olhou com esperança.


—Pra caramba.


—Bom. Gostei disso –Ela deu um riso de lado.


—Acredita que eu bati nele? –Rachel tocou o ombro da loira.


—Serio?  –Quinn ficou ainda mais empolgada    –Me deixou mais feliz ainda.


—Como pude ser tão cega sobre ele? –sua pergunta foi retorica –Ele é tão baixo! Depois de tudo ainda teve a coragem de me dizer pra não confiar em você. Que você é igual ao meu pai.


A frase fez Quinn engolir seco. Sim, ela era, e aquilo estava a carregando de culpa. Apesar de Finn ser um lixo, e estar claramente descumprindo o acordo que fizera com ela, não podia desmenti–lo. Se fosse uma pessoa boa, a própria Quinn alertaria Rachel dos perigos de confiar nela.


—Então bateu nele por que ele me ofendeu? –Foi nítido o desaparecimento de sua empolgação na voz de Quinn.


—Claro –Rachel segurou o rosto dela com as duas mãos –Ao contrário de todos, você nunca me deu motivos pra não confiar em você. Foi honesta até mesmo em dizer que não me amaria, pra que não me decepcionasse com sua falta de sentimento. Só uma pessoa honesta diria isso para que o outro não se iludisse.


Honesta, Quinn quase riu de sua ingenuidade. Pagou seu ex namorado pra se afastar dela, escondia uma clausula no contrato delas que poderia libera–la, ameaçara sua mãe e sua família... E agora deixava Rachel acreditar que Quinn era uma heroína para sua trágica história.


Quando na verdade era sua vilã. Uma desgraçada que não merecia um terço daquela mulher linda.


—Você não é um problema –Rachel comentou se afastando e abaixando a cabeça. – Não sei o que farei com o instituto, Quinn.


Quinn ergueu seu rosto com a mão, querendo que Rachel visse a inteção por trás de seus olhos quando disse:


—Rachel... Eu posso comprar as ações e o instituto... Seria meu.


Ela compraria, daria o valor de orçamento que fosse justo, mas nunca, nunca, iria ter poder sobre aquele lugar. Seria dela, só dela.


—Não tem outra escolha. Se qualquer outro compra, e se junta ao acionistas da empresa que seu pai comanda, eles podem fechar o instituto –Quinn explicou. –Por ora eu teria que ser declarada dona...


—Porque se comprar e depois me dar, eu ainda estaria queimada perante todos –Depois de toda a polemica com a venda do pai poucos investidores acreditariam que é um negócio seguro. –Sendo seu, de uma Fabray, as pessoas até mesmo ficariam dispostas a doar mais. Todos querem estar em sua boa graça.


E por fim ela estaria nas mãos de Quinn, totalmente. Temeu que com seu comportamento volátil Quinn pudesse afetar o instituto de alguma forma. Assim como seu pai fazia.


Mas precisava confiar... Na verdade, ela já não tinha outra escolha além dessa.


—Compre –Rachel aceitou a derrota –Depois anuncie e diga que é seu. Coloque seu nome.


—Rach, não quero fazer isso –Quinn acariciou seu rosto, assistindo seus olhos nublarem.


—Quinn estou cansada de lutar contra ele. Meu pai arruinou qualquer chance minha de conseguir investidor. Mas com você, com seu nome, as pessoas vão ajudar.


—Isso aqui é mera formalidade. O instituto é seu, eu nunca vou quere–lo –garantiu com toda certeza do mundo.


—Vou comprar de você –Rachel prometeu com um sorriso triste –No tempo certo. O melhor que faço agora é aceitar minha derrota e garantir que todo meu trabalho não seja perdido.


Foi impossível não sentir–se como uma perdedora, um nada. Era desse jeito que o pai queria que se sentisse, era essa sua lição. Ela sempre seria um nada se não tivesse ele, se não tivesse Quinn. Que se quisesse ter seu instituto passaria a vida toda implorando migalhas aos outros, porque nunca seria capaz de salva–lo por conta própria.


Não segurou as lagrimas que escorriam em seu rosto, e abraçou seu próprio corpo como se tentasse se proteger da dor. Seria tão fácil desistir do instituto, dar–se por vencida e se acomodar com a vida de esposa–troféu que Quinn com certeza lhe proporcionaria. Ir a eventos fúteis, a bailes desinteressantes, sorrir e ser linda a maior parte do tempo para manter Quinn feliz.


Mas ela acreditava que musica salvava vidas. A música foi o que trazia felicidade na vida que seu pai lhe dava, e quando via as crianças no instituto sabia que também fazia diferença na vida delas.


Ela não podia desistir. Não para mostrar ao seu pai que estava errado, ou provar pra Quinn que ela conseguia, tudo era em prol de uma vontade que nasceu em seu coração quando viu três crianças precisando de ajuda. E agora ela ajudava quase duas centenas a mais de crianças.


Logo viria outras, talvez de outros países... E isso trouxe a vontade de continuar, custe o que custar.


—Vem cá –Quinn a abraçou com carinho.


Rachel deixou que ela a mimasse, que afastasse sua dor com suas mãos.


Porque agora a única coisa que podia fazer é ter a esperança de que Quinn fosse melhor que seu pai.



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Autor(a): blacksweetheart

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