Fanfics Brasil - Me puxe para fora do desastre Até que o Amor nos Separe (Faberry)

Fanfic: Até que o Amor nos Separe (Faberry) | Tema: Glee


Capítulo: Me puxe para fora do desastre

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Me puxe para fora do desastre


 


—Vai me dizer o que quer ou só vai me assistir a noite toda? –Rachel questionou quando se passou dez minutos e Quinn continuava parada na sua porta.


A rotina delas estava uma loucura. Depois que Quinn se tornou dona, o Instituto Berry passou a receber atenção e muita doação. Tanta doação que Rachel poderia até mesmo pensar em abrir outro. E devido a demanda, o Instituto passava por uma contratação que particularmente dava Rachel uma tremenda dor de cabeça.


Pois agora até mesmo professores de música da França gostaria de se envolver no projeto. Associar–se a Quinn Fabray era quase tocar Midas.


Mas o problema de Rachel não era o instituto. E sim o insuportável Sebastian Smythe – o diretor de marketing da Lux.


O homem enviou quinhentas páginas de protótipo do projeto que Quinn convidou que ela estampasse. E Rachel enlouquecia ao tentar entender todo o arquivo.


—Qualquer outra não me negaria tão rispidamente –Quinn avançou alguns passou e colocou as mãos no ombro rígido da esposa.


—Mas não está casada com qualquer outra –Rachel ergueu a cabeça para olhar a esposa. –Preciso que demita Sebastian.


Quinn gargalhou alto.


—Estou falando sério, esse homem é louco! –Rachel choramingou. –Nem mesmo no Instituto preciso ler tanto. E ele quer minha resposta hoje!


—Rachel –Quinn começou a massagear os ombros da esposa. –Você sabe que é praticamente chefe dele, não sabe?


Rachel respondeu com um murmuro. Estava aproveitando a habilidade de Quinn.


Apesar da rotina maluca ela e Quinn nunca estiveram tão bem. O combinado de jantar juntas era uma regra inquebrável. Depois passeavam com Eros até as dez horas da noite. Quando voltavam, Quinn sempre arrumava um jeito de arrastar Rachel para seu quarto. A amava com as mãos, com a boca, com o pênis e quando não queria sexo simplesmente prendia Rachel na cama com conversas sobre o dia a dia e seus planos para o instituto.


Quando dava conta tinha adormecido nos braços de Quinn. Rachel acordava e assistia a esposa em um sono profundo. Com os braços ao redor do seu corpo firmes como correntes. Tal como um bebe precisa de seu manto favorito, Quinn precisava de Rachel.


—Então, como chefe –Quinn beijou a curva do pescoço de Rachel. –Pode mandar Sebastian ir se ferrar e aproveitar o resto da noite comigo.


—Por que não demiti-lo? –Rachel sugeriu com um sorriso travesso nos lábios.


—Porque apesar de ser mala, o cara é bom –Quinn mordiscou a orelha dela. –E se depois de te irritar eu o demitir vão pensar que me tem pela coleira.


—E não é exatamente assim? –Rachel segurou o rosto da esposa e arrancou–lhe um beijo intenso.


Quando separaram, aquele olhar predatório que Quinn dava toda vez que estava dominada pelo tesão fez Rachel se arrepiar.


—Me coloque uma coleira e me chame de Cadelinha por Rachel Berry –Quinn pegou os braços da cadeira e a virou em sua direção com força.


Rachel assistiu quando a esposa se ajoelhou na sua frente e lentamente abriu suas pernas.


Quinn beijou o interior da coxa torneada de Rachel. A morena suspirou alto.


—Eu gostaria de te ver de coleira – Rachel provocou enrolando os cachos loiros em seus dedos.


—Será que me casei com uma dominatrix?


Quinn mordeu a perna de Rachel. Aquilo fez que Rachel umedecesse a calcinha, pronta para receber o que a esposa quisesse lhe dar.


Com impaciência para entrar logo em Rachel, Quinn a ergueu em seus braços, colocando-a no colo. Rachel ficou chocada pela força de Quinn. Mas apesar do corpo parecer delicado sabia que aqueles punhos foram usados muitas vezes, então uma força contida era guardada em Quinn Fabray.


Quinn as levou para sala, onde um tapete de veludo negro era macio o suficiente para deitarem. Ela deitou Rachel com lentidão e deslumbrou a esposa com os cabelos soltos, o roupão aberto e sua intimidade esposa.


Quinn saboreou Rachel antes de entrar nela. Chupou seus seios com vontade, depois desceu até seu centro e se banqueteou com a umidade de Rachel. Amava ouvir os gemidos da esposa, a mão em seu cabelo, os murmúrios pedindo mais.


E depois de ter aproveitado o máximo que podia decidiu que não aguentaria mais e soltou seu próprio roupão para se colocar em cima de Rachel.


Não pensou em procurar camisinha, apesar de juntas decidirem que não queriam filhos no momento. No entanto Rachel passou a tomar anticoncepcional depois que voltaram de Aspen então a preocupação de Quinn não era tanta.


E se acontecesse de Rachel engravidar... Bem, Quinn não podia negar que a deixaria feliz.


As duas gemiam em sincronia enquanto Quinn entrava e saia de Rachel. A morena prendeu o corpo da esposa com suas pernas e mordeu o ombro de Quinn quando sentiu o ápice chegando.


Depois de mais algumas estocadas Quinn também se desfez. E cansada, deitou ao lado de Rachel com um sorriso eufórico.


—Sexo preguiçoso na sala é tão... Coisa de casal –Quinn comentou em voz alta.


—Eu não sei se reparou Quinn, mas nós somos casadas –Rachel balançou os dedos, fazendo o pequeno diamante no dedo anelar brilhar.


—Mas não imaginei que faria coisas de casada com você –Quinn pegou a mão dela e beijou seus dedos.


—Outch. Se quer me dispensar, arruma um jeito mais gentil... –Rachel fez sinal para se levantar, mas Quinn aprendeu com força em um abraço de urso.


—Pare de ser boba. Só estou divagando. 


Quinn colocou a cabeça em cima do seio de Rachel, e a morena afundou sua mão nos cachos loiros. Apesar de estar relaxa Quinn tinha uma expressão pensativa.


—Estou quase ouvindo as engrenagens trabalhando na sua cabeça –Rachel puxou seu cabelo para força–lá a olhar pra cima –Daqui a pouco sai fumaça em seus ouvidos. 


—Você é muito diretora de escola. 


—Quinn –Rachel procurou a resposta de sua preocupação em seus olhos verdes. – Me conta o que está pensando. 


—Estou pensando... –Quinn mordeu o lábio interior. –Que poderíamos convidar minha irmã pra jantar aqui. 


—Por que isso te preocupa tanto? –Rachel acariciou o ombro dela.


—Frannie nunca veio aqui. Ela ficou afastada da cidade por muito tempo. 


—Por que?


—Frannie nunca gostou de toda essa agitação, da vida estilo Fabray –Quinn fez uma careta de desdém.


—Com muito dinheiro e ser paparicada por todo canto?


—Ser o centro das atenções –Quinn passou lentamente os dedos pela barriga lisa de Rachel   –Era esperado que Frannie se animasse em ser a chefe. Afinal quando descobriram que eu não era bem o herdeiro que procuravam o foco dos meus pais, bem do meu pai, voltou todo a Frannie. 


—Deixa eu adivinhar: ela nunca quis assumir o posto de seu pai, certo?


—Está correta, Sra. Fabray –Quinn deu um beijo entre os seios de Rachel –Ela é agricultora, pelo amor de Deus! Frannie saiu completamente dos planos do papai. E se mostrando ainda mais esquisita comprou uma fazenda na divisa da cidade e não sai de lá desde então. 


Rachel deu um sorriso calmo. Era bom ver Quinn disposta a contar as coisas, compartilhar sua vida.


—E por que quer convidar ela agora?


—Porque... –Um tom rosado coloriu as bochechas da loira. –Frannie foi quase uma mãe depois que a nossa morreu. Ela se preocupa demais. Odiava minha vida festeira e se preocupava mais que o necessário comigo. Agora eu me sinto... bem. Com você. Quero que ela veja isso e sinta um pouco de paz.


Quinn reconhecia que não era fácil ser irmã dela. Frannie era mais calma, franca até o ultimo e nunca deu nenhum trabalho. Já Quinn, temperamental e até mesmo mimada desafiou a sanidade da mãe e depois da sua partida se tornou o grande problema de Russel.


E quando ele bebia deixava bem claro o que ele pensava de Quinn.


Por isso chamaria apenas Frannie. Seu pai, apesar de ter se mostrado preocupado quando Rachel sumiu, não merecia fazer parte daquela nova etapa da vida de Quinn.


—Quinn, sabe o que eu percebi? Você quase nunca menciona a sua mãe –Rachel questionou com curiosidade.


Apesar de alguns comentários aqui e ali Quinn não dizia como era antes da mãe partir. Nem como ela morreu.


—Falar dela é difícil –Quinn olhou pra cima.


—Desculpa –Rachel acariciou o rosto dela.


Rachel não queria ser invasiva. Mas era tão difícil saber o que se passava na mente de Quinn. O que habitava no interior daquele ser tão belo. Era uma Quinn carinhosa e dedicada pra ela, uma chefe rígida e imponente para a sociedade, uma amiga requisitada para seu ciclo... E ainda tinha aquele lado descontrolado quando provocada.


Não se tratava apenas de amor. No entanto Rachel estava na casa de Quinn, e o Instituto agora pertencia a Fabray. Mesmo com Quinn mais confortável, tinha medo de estar iludida pela Quinn gentil e amorosa que se mostrava agora, e depois usaria o instituto como arma para obrigar Rachel a fazer o que não queria. Como Hiram fez.


Pois tal como Hiram, Quinn não mostrava suas reais intenções por trás dos planos que traçava.


E enquanto Rachel era favorecida, poderia muito bem no futuro estar em desvantagem naquele casamento.


Odiava pensar nelas desse jeito. Mas um contrato pairava sob elas o tempo todo.


Quando sentiu Quinn ressonar, lentamente saiu dos braços dela. Iria até a cozinha beber agua e pegar um travesseiro para as duas.


Mas antes que pudesse sair uma mão agarrou seu pulso com força.


—Não! –Quinn a olhava alarmada, tal como um animal com medo de ser abatido.


—Calma –Rachel ajoelhou–se e segurou seu rosto.


—Onde ia? –Os olhos verdes transbordando, o desespero. Rachel ficou assustada.


—Tomar um copo d’agua.


—Vou com você –Quinn se colocou de pé e procurou seu roupão.


—Você está bem? –Rachel também se levantou e a olhou com espanto.


—Vou com você –Foi tudo que Quinn respondeu.


—Tudo bem –Rachel respondeu segurando a mão dela e guiando–a.


O que estava acontecendo com Quinn?


(...)


Frannie e Cassandra aceitaram o convite no dia seguinte e a noite foram a mansão Fabray sem hesitar.


Ambas foram recebidas com grande sorrisos e abraços. Cassandra não deixava de comentar como cada canto daquele lugar era grande e lindo, e Rachel a levou para conhecer a casa. Theo, para a surpresa de todos, pulou no colo de Rachel sem intenção de descer. E a morena, com sua habilidade com crianças, o entretinha brincadeiras enquanto andava com Cassandra.


Quinn levou a irmã mais velha para seu canto favorito da casa: o jardim.


Frannie não conseguiu disfarçar a surpresa.


—Como é que eu não sabia que tinha algo assim aqui? –Frannie perguntou sem folego, se ajoelhando e tocando nos lírios.


—Bem, Theo já veio aqui. Vocês não –Quinn ergueu os ombros.


—Claro que não –Frannie censurou –Seus amigos transformava isso em um bordel. Sequer imaginava que podia ser uma casa decente.


—Esses dias já foram.


—De verdade? –Frannie pareceu surpresa. –Uau. Quem diria que Rachel Berry iria mudar minha irmã.


—Ela não me mudou! –A acusação, primeiro de Archie e agora de Frannie. Ela não tinha mudado! 


—Não fique bravinha. Você também mudou ela –Frannie ainda estava distraída pelas flores, mas deu a Quinn uma piscadela rápida.


—Você acha isso? –Quinn perguntou desconfortável.


—Todo mundo acha. Cass estava vendo um programa essa semana que analisava os looks de Rachel. Todo mundo concorda que ela se tornou muito mais refinada depois que se tornou uma Fabray.


—Não pedi pra ela mudar –murmurou a mais nova. Odiava pensar em si mesma como uma influência negativa a Rachel.


—Isso acontece quando sua vida impacta a de outra pessoa, é normal. –Frannie percebeu o receio da irmã   –Sei que você é teimosa, paranoica, ansiosa...


—Só tem adjetivos negativos pra me definir?


—Mas é uma boa pessoa –Frannie ergueu–se e de um sorriso sábio –Confesso, estava bem hesitante quanto a esse casamento. No entanto olhe pra vocês!


—Já imaginou como tudo seria diferente se você decidisse ser a CEO? –Quinn fez a pergunta, apesar de só imaginar a irmã casada com Rachel a fez estremecer.


Devia estar louca se até a irmã causava ciúmes.


—Esse mundo nunca foi pra mim –Frannie apontou para o interior da mansão, tão destoante da simplicidade do jardim. – Foi tão bom quando o papai entendeu isso. 


—Ele não aceitou tão fácil quando eu quis ser –Quinn fez careta. Ainda lembrava–se da relutância de Russel no começo quando ela e Frannie conversaram com ele sobre a diretriz da empresa.


Algo sobre o temperamento de Quinn ser impulsivo demais para a presidência.


Quinn amou fazê-lo engolir cada palavra.


—Não dá pra negar que você era a última pessoa que pensariam em colocar na presidência –Frannie ergueu os ombros. Ela sempre foi mais compreensiva com o pai.


—E você era a filha perfeita.


—Não sou não –a Fabray mais velha grasnou –E todo o trabalho que dá manter a aparência de tudo perfeito não me interessa nenhum pouco.


—Acha isso porque gosta de viver como uma maldita hippie. 


—Prefiro o descanso e felicidade do que todos esses dramas de rico. Você e a mamãe sempre foram melhores nisso do que eu e Russel.


—Não acabou muito bem pra ela –A lembrança de Judy atingiu Quinn.


Nunca superaria. Nunca esquecia de como Judy partiu deste mundo.


—Ainda tem pesadelos? –Frannie tocou no ombro de Quinn.


—Eles nunca me deixam.


—O que Rachel acha sobre isso?


—Ela... –Quinn respirou fundo. – Eu ainda não contei essa parte.


—Ela é sua esposa. Se quer ter uma relação saudável com ela tem que aprender a compartilhar as coisas, contar…


—E você tem que parar de dizer o que eu tenho que fazer. Tenho vinte quatros anos, não doze. Para de controlar minha vida assim –Quinn encarou a irmã com irritação.


—Estou cuidando de você, Lucy. Como faço desde que a mamãe morreu. 


—Eu sei, eu sei… –Murmurou contra gosto. Não queria ser má com Frannie, mas a irmã sempre achava que sua palavra é lei. Que estava sempre certa. Não queria ela dando palpites de como Quinn deveria se relacionar com sua esposa. – Desculpa. Vou ver o Theo um pouco. 


E assim Quinn fugiu de mais comentários sobre Rachel ou sobre a mãe.


(...)


 


O jantar foi agradável. Cassandra era uma comedia e ela e Rachel se deram muito bem quando o assunto era artes. Frannie babava por cada frase da mulher enquanto ajudava Theo a comer e Quinn fazia o mesmo por Rachel. No fundo Quinn estava feliz pela cunhada gostar de sua esposa, Cassandra era o grande motivo pelo qual Frannie e Quinn não brigavam toda vez que se viam.


E ao que parecia Rachel arrumou uma cumplice para fazer a família Fabray se unir mais.


Depois do jantar Quinn e Cassandra levaram Theo a ala do jardim enquanto Rachel servia vinho ate elas voltar.


Sutilmente Frannie se aproximou da cunhada.


—Me desculpa por não chamar você e a Cassandra até a mansão antes –Rachel se desculpava oferecendo uma taça a mulher. – Estou tão ocupada com o instituto que nem vi o tempo voar, e agora já faz cinco meses que me casei com a sua irmã e não estou tratando a família dela bem…


—Calma, Rachel. Está tudo bem. Além disso Quinn nunca nos chamou na mansão de qualquer forma –Frannie bebeu um pouco e Rachel a imitou.  –Ela parece feliz agora. Fazia tempo que ela tinha aquele brilho no olhar.


Rachel sorriu com timidez.


—Quinn, como deve saber, é uma pessoa difícil de lidar –Frannie se apoiou no balcão da pia e olhou atentamente Rachel.–  Quem é próximo dela sabe disso, e acredito que com o casamento vocês tem se tornando cada vez mais próximas. 


—Sim. Eu tenho uma grande estima por ela –Apesar de ser estranho dizer, Rachel realmente tinha muitos sentimentos por Quinn.


—Bem, Quinn é mestre em esconder seus sentimentos. Sempre foi assim. Foi ferida a vida toda e sequer expressou sua dor quanto a isso. Mas tem algo que minha irmã expressa muito bem: a raiva. 


A lembrança empalideceu Rachel. Quinn avançando sobre Kitty, Quinn a deixando na estrada, os gritos que Quinn transferiu a Jesse quando a encontrou...


—Pela sua cara deve ter assistido alguns relapsos, além da briga com o meu pai no jantar de noivado –Frannie leu a expressão de medo da cunhada.


—Ela se descontrola fácil quando é provocada…


—Ela tem gatilhos. Honestamente não sei identificar todos e sequer acho que ela sabe, pois se recusa a ir em um psicólogo. 


Rachel ficou surpresa em ouvir aquilo.


—Quinn também tem um problema pra dormir. Ela… –Frannie pensou bem antes de continuar. Trairia a confiança de Quinn, mas odiava saber que a irmã sofria em silencio. E pelo olhar ansioso de Rachel percebeu que a irmã era importante para a esposa. Decidiu que confiaria em Rachel para ajudá–la com Quinn. –desde o acidente de minha mãe Quinn se tornou outra pessoa. Tudo foi traumático e conturbado. Meu pai não soube lidar bem e Quinn nunca lidou bem com tudo que aconteceu. Ela já te contou como minha mãe morreu?


—Não. Ela mal fala da mãe.  


—Então não entrarei em detalhes. É uma história que Quinn precisa compartilhar com você. O que eu venho pedir, e sei que ela me odiara por isso, é que durma com ela. 


—O que? –Rachel piscou algumas vezes. Tudo bem que já estivesse fazendo isso, mas desde quando aquilo era assunto que Frannie deveria saber?


—Dormir, no sentido literal da palavra –Explicou a Fabray mais velha ao ver a expressão conturbada de Rachel. – Que durma no mesmo quarto com ela. Se for possível na mesma cama, ela não ronca e se está com alguém dorme feito bebê. 


—Mas por que?


—Isso tem haver com a morte da minha mãe e é só isso que posso contar. Mas Quinn dorme sozinha desde que assumiu o compromisso de se casar com você e pra conseguir descansar está tomando remédios. O problema é que depois de um período para de funcionar e ela volta a ter ataques de pânico. 


Agora fazia sentido a necessidade que Quinn tem mostrado para fazê–la dormir com ela. A forma como acordou com angustia na noite anterior quando não sentiu Rachel ao seu lado.


“Não consigo dormir se você não estiver nela” foi o que Quinn disse quando Noah foi visita–las. Que não conseguia dormir se Rachel não estivesse na cama.


Era verdade.


Mas Quinn não explicou que realmente era uma necessidade.


—Eu… Ela nunca me disse…


—Ela não vai dizer –Frannie ergueu os ombros. –Lucy odiaria que alguém fizesse algo por pena dela, e no seu caso ainda tem o fator que ela não quer te obrigar a mais nada.  Provavelmente ela vai me odiar por pedir isso a você, no entanto aceito o sentimento se for para mantê–la bem. Minha irmã já passou por tanta coisa.


—Eu queria que ela se abrisse e me dissesse tudo que ela enfrentou –Rachel não conseguia deixar de sentir–se magoada.


Pensava que ela e Quinn eram parceiras. Um verdadeiro casal. Agora com a questão do instituto acreditava que Quinn passaria a se abrir mais, a mostrar vulnerabilidade uma vez que Rachel estava completamente nas mãos dela.  Odiava estar enganada quanto a isso.


—Lucy –Frannie deu um suspiro longo. –Não é a pessoa mais fácil do mundo.


Rachel ficou em silencio. Realmente Quinn não era fácil. E pensar que elas iam tão bem...


—Escute, é só um pedido –Frannie tocou no ombro de Rachel. –Pode dizer não se quiser. Só porque você foi obrigada a se casar com Quinn não quer dizer que tem obrigação de ajuda–la. Vou entender se não o fizer. Mas como irmã dela, e porque sei que você também se importa, ajude Lucy. 


Rachel assentiu. É claro que faria alguma coisa.


A questão não era se Rachel ajudaria Quinn. Era se Quinn permitiria ajuda.


(...)


Depois que Frannie e Cass se despediram, com um Theo adormecido nos braços de Frannie, Rachel se jogou no sofá. Ainda pensando no que Frannie disse.


Por que Quinn nunca quis ir ao psicólogo? Por que ela sempre escolhia fugir do que encarar seus problemas?


—Foi uma noite boa. Theo não quis sair do balanço –Quinn deitou–se ao lado dela e pousou sua cabeça no colo de Rachel.


Rachel continuou com o olhar distante. Quinn estranhou quando a esposa não afagou seus cabelos como fazia toda vez que Quinn estava próximo dela.


—Você está quieta. Aconteceu alguma coisa? –Quinn a olhou com preocupação.


Passou mais tempo do que imaginava com Theo e Cassandra, enquanto Rachel ficou sozinha com Frannie. Será que a irmã disse alguma coisa que Rachel não gostou?


—Não. Desculpa, só estou cansada –Rachel sorriu, mas ao contrario dos outros este não iluminou seus olhos. –Estou pensando na apresentação, que está tão próxima...


—Imagino. Estou ansiosa –Quinn deu um sorriso amistoso. – Aquele ensaio me fez descobrir que ainda consigo chorar. 


Quinn tirou um dia da semana para visitar o instituto e pode ver Rachel em ação. A mulher era uma ótima diretora, segura e com ponto de vista único. A confiança que Quinn transbordava no escritório Rachel transbordava em um palco.


—Tenho que visitar minha mãe –Foi o que Rachel disse por final.


A menção a mãe deixou Quinn tensa no sofá. Rachel pensou que fosse novamente Quinn odiando o assunto a ser mencionado.


Mas Quinn temia que Shelby Berry tivesse delatado sua ameaça de algumas semanas atrás.


—Ela te ligou? –Quinn perguntou com receio.


—Não. Mas deve sentir minha falta, só éramos eu e ela –Rachel explicou com um sorriso triste –Eu sei que tenho que ficar brava, mas ela é tão vítima dos planos do meu pai quando eu. 


—Está certa, e ela te ama –Quinn engoliu seco.  –Va, ou chame ela aqui. Da última vez que veio ela gostou tanto da sala. 


Rachel sentiu que aquele era um bom gancho pra abordar o assunto sobre a mãe de Quinn.


—Você sente falta da sua mãe? –Rachel a olhou com expectativa de que se abrisse.


—O tempo todo –a resposta fria deixou claro o desconforto de Quinn com o assunto.


—Nunca me disse, como…


Antes que pudesse terminar a frase o celular de Quinn vibrou em sua calça e quando Quinn pegou para ver quem era o nome SUE brilhou na tela.


—Desculpa, tenho que atender –a loira se levantou e correu pra outro cômodo.


Rachel ficou aborrecida. Quinn nunca atendia o telefone longe dela. E tinha que ser bem na hora que elas iriam conversar? Quem ligava depois das 22:00?


Porém o grande incomodo de Rachel era quem era a maldita SUE?


(...)


Rachel trancou–se no quarto depois que Quinn a deixou sozinha. 


Quinn tentou entrar, depois de girar a maçaneta e perceber que estava fechada não insistiu mais e foi embora. Pensou que Rachel estava cansada demais para lidar com Quinn aquela noite.


Quando na verdade Rachel pensava uma maneira de abordar o assunto. Tinha certeza que Quinn não agiria de forma amistosa, porém não conseguiria dormir sem terem conversado.


Rachel por fim decidiu que conversariam aquela noite, querendo Quinn ou não.


Mas quando chegou ao quarto da esposa ouviu murmúrios do lado de dentro:


—Mãe, mamãe… Não! Não toquem nela! Não! Mãe! –A voz de Quinn ficou mais alta.


Rachel adentrou no cômodo e flagrou Quinn se contorcendo entre os lencois. As luzes do abajur ligada e Eros estava ao lado dela, com o focinho em seu braço, como se tentasse acorda-la.


—Quinn, Quinn! –Rachel segurou seus ombros e sacudiu.


—Não, não… -Quinn negou com os olhos fechados.


—Está tudo bem, eu estou aqui. 


Quinn finalmente abriu os olhos, cheios d’agua, e encarou o rosto de Rachel.


—Desculpa ter te acordado. Me desculpa… -Quinn a abraçou com força.


—Está tudo bem –Rachel passou a alisar suas costas. –Quer que eu pegue seus remédios? 


Quinn só conseguiu assentir com a cabeça.


—Onde estão?


—Segunda gaveta. Banheiro –Orientou a loira soltando de Rachel e sentando na cama, ainda atordoada.


Rachel foi até o banheiro e encontrou dois frascos brancos. Sem saber qual era levou os dois.


E quando voltou ao quarto, Quinn já estava de pé, aparentemente sã. E seus olhos, os belos olhos verdes que olhavam Rachel sempre com ternura. Agora refletiam uma raiva bestial.


—Quinn? –a voz de Rachel saiu estremecida.


—Como você sabe dos remédios? 



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Autor(a): blacksweetheart

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Eu fecho os meus olhos, apenas feche a portaVocê quer um minuto, eu te darei maisTalvez eu não queira o que você querNós estamos inquietos, criaturas noturnasPregadores da sombra, criaturas noturnasVocê me faz querer amar, odiar, chorar, pegar cada parte de você     —Responda, Rachel! –Quinn exigiu quando um temp ...


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