Fanfic: Até que o Amor nos Separe (Faberry) | Tema: Glee
Eu fecho os meus olhos, apenas feche a porta
Você quer um minuto, eu te darei mais
Talvez eu não queira o que você quer
Nós estamos inquietos, criaturas noturnas
Pregadores da sombra, criaturas noturnas
Você me faz querer amar, odiar, chorar, pegar cada parte de você
—Responda, Rachel! –Quinn exigiu quando um tempo passou sem que Rachel falasse nada.
Rachel estremeceu com o grito. A expressão de Quinn era a mesma do baile, quando Kitty estava prestes a apanhar. A raiva que ela tentava controlar antes de soltar a fúria que guardava.
A morena mordeu o lábio inferior, um sinal que fazia quando estava ansiosa. O que dizer para Quinn não se estressar mais?
—Frannie. Foi ela, não foi? –Quinn inspirou pelo nariz. Rachel não teve a coragem de negar, nem de apontar a culpa para Frannie –Incrível, foi a mim que você prometeu lealdade mas está aí firmemente protegendo minha irmã.
Rachel continuou a encarando em pânico. Elas discutiam bastante, mas Rachel sempre tinha um ponto para se defender. Agora Quinn estava tão aborrecida que talvez não fosse o momento de retrucar. Quando a abordou em momento assim ela a deixou na estrada sozinha...
—Por isso estava estranha… E a pergunta sobre minha mãe? O que ela te contou? –Quinn deu um passo à frente. Rachel continuou quieta. –Rachel, eu juro por Deus que estou me esforçando muito pra não te sacudir até sair alguma palavra da sua boca!
—Ela não me disse nada sobre sua mãe. Só me contou do seu problema pra dormir –Rachel explicou calmamente.
—Ela não devia. Ela não devia se meter…
—Por que você não me contou?
—Porque ainda não era hora!
—Não confia em mim? –Rachel deu um passo pra frente, encontrando seu argumento.
—Sabe muito bem que confio.
—Não a ponto de contar algo tão importante. Você estava com dor, Quinn, estava chorando… –Rachel olhou horrorizada pra cama, onde minutos atrás viu a esposa em um momento de angustia e de dor porque não teve coragem de dizer o que estava acontecendo.
—Chega –Quinn ergueu sua mão, seu sinal para encerrar o assunto.
E teria funcionado com seus funcionários, os amigos e qualquer outro que soubesse que quando Quinn dava uma discussão encerrada era melhor atende-la.
Mas Rachel não era nenhum deles.
—Eu sou sua esposa! Eu tenho que saber! –Rachel foi até ela e cutucou seu ombro com o dedo para enfatizar sua frase.
—Pare de ser dramática! –Quinn agarrou seu punho com força.
—Não me chame disso –A intensidade no olhar de Rachel deixou Quinn transtornada.
Hiram sempre menosprezava os sentimentos de Rachel dizendo que ela era “dramática”. Rachel odiava aquela palavra.
—Quer cobrar confiança? Bem, você me traiu também. Conspirou nas minhas costas com a minha irmã, mentiu quando perguntei se alguma coisa tinha acontecido.
—Ela só está preocupada e eu…
—Tinha que ter me contado. Me confrontado! Você sempre me confronta sobre tudo! Mas agora parece que está realmente se tornando uma Fabray: esconde e mente como uma pelo menos.
Rachel deixou o queixo caiu, estupefata. Quem escondeu um problema por meses foi Quinn! E mesmo que não tenha contado depois do jantar o que era uma noite comparado a meses que deixou Rachel totalmente atônica ao que acontecia todas as noites?
—Se estou assim é porque devo ter aprendido com você, esposa.
O golpe foi certeiro. Rachel viu através dos olhos verdes, que assim como Quinn, Rachel tinha o poder de afeta-la. E esse era o medo de Quinn o tempo todo. Por isso insistia em dizer que Rachel não tinha que se tornar uma Fabray, que não era algo bom. E apesar de não ter visto esse lado em Frannie nem em Russel talvez eles fossem disfuncionais tanto quanto a família Berry.
Se o medo de Rachel era que Quinn fosse igual a Hiram, o de Quinn deveria ser que Rachel agisse na suas costas tal como a família Fabray.
Antes que Rachel pudesse dizer que entendia seu medo, que ela não era como sua família, Quinn reagiu. Ela soltou o braço de Rachel e se afastou com as mãos tremendo.
—Sai do meu quarto –ordenou impiedosamente.
—O que? –Rachel sussurrou sem folego.
—Não me faça repetir –Quinn deu–lhe as costas, encarando a imensa janela que refletia o céu noturno.
—Mas como vai dormir? –Rachel olhou para os fracos que colocou na cama. Eles não funcionariam por muito tempo, tinha dito Frannie.
E apesar da raiva pelo modo que foi tratada começar a surgir seu primeiro pensamento foi o medo de que Quinn voltasse a sofrer com seu pânico noturno.
—Me virei muito bem sem você durante dois meses –A voz cortante de Quinn deixou claro que não iria mais. – Agora saia.
(...)
Rachel tomou café sozinha no dia seguinte.
Bem, não tão sozinha, Eros ficava no seu pé. Com seus pulinhos e latidos. Como se tentasse animar a cara triste de sua dona.
Rachel o pegou no colo e beijou entre suas orelhas.
—Você é meu morador favorito dessa casa – murmurou beijando outra vez.
Interrompendo o silencio, Quinn surge já arrumada para trabalhar. Rachel não quis olha–la. Não conseguia esquecer dela a expulsando de seu quarto, quando tudo que queria fazer era ajudar.
—Sebastian precisa da sua resposta até hoje –Quinn ainda usava o tom frio.
—Envio quando eu quiser –Rachel rebateu no mesmo tom.
Quinn apertou os olhos em sua direção.
—Ótimo –falou com ironia.
—Ótimo –Rachel por fim a encarou, sem desfazer a carranca.
—Tchau
—Tchau.
Quinn deu-lhe as costas e Rachel colocou Eros no chão.
Sentindo que aquele era o começo de uma guerra fria entre elas.
(...)
—Rachel, está tudo bem? –Kurt perguntou.
Rachel raramente trabalhava de mal humor. Depois de Camila, Rachel era a pessoa mais alegre dos adultos que trabalhavam no instituto. Toda vez que passava da porta um sorriso enorme surgia nos lábios da morena.
Uma pessoa diferente estava na sala da direção, rasgando todos os papeis antigos que ninguém queria organizar. E seus lábios apertados estava muito longe de sorrir.
—Está – a mulher respondeu rasgando outro papel.
—Precisa de ajuda? –Kurt olhou para as pilhas de caixas que estava no chão.
—Preciso que ninguém me interrompa hoje! –Rachel olhou para o homem com aborrecimento. Quando se deu conta que foi rude logo tratou de dizer –Desculpe Kurt.
—Está tudo bem com você e Quinn? –Kurt sentou no diva da sala de Rachel.
—Não.
—É hora da nossa conversa –Kurt bateu no lugar vago ao seu lado.
Rachel saiu de sua mesa e foi até o homem. E despejou tudo o que aconteceu.
—Caramba –Kurt disse no final.
—Esperava que dissesse mais que caramba –Rachel resmungou.
—É uma situação complicada. Eu entendo você estar brava com ela por não ter dito. Mas também entendo ela. Cinco meses atrás vocês eram completamente estranhas uma a outra. Se Quinn tem problemas em se abrir claro que não gostaria de saber que a irmã dela está contando seus segredos pelas costas –Kurt ficaria tão irritado quanto Quinn se alguém fizesse isso com ele.
—Ela quem devia me contar!
—Rach, nem todos são tão abertos ao que sentem quanto você. O que é fácil pra você pode não ser pra ela. E se pressionar que ela te conte tudo pode ser que em vez de se aproximarem isso a afaste –Kurt tocou no ombro da amiga.
Rachel iria rebater, e no momento que abriu a boca a porta de sua sala foi aberta. Uma Camila com uma careta preocupada colocou metade do corpo para dentro.
—Rachel, Kurt, alguém precisa conversar com Mike sobre os passos doidos que ele quer implantar no musical –Falou Camila.
—Eu vou –Kurt deu um beijo na testa de Rachel. – Pensa no que eu te disse, tá bom?
Rachel assentiu.
—Só pra te animar um pouco –O homem disse antes de sair da sala –Acho que vai gostar de saber que Blaine me chamou pra sair.
O sorriso iluminado de Rachel surgiu.
—Me anima muito! –Rachel juntou as mãos. –Finalmente meu amigo vai desencalhar.
—Cala a boca, Berry! –Kurt revirou os olhos e saiu.
Assim que Kurt saiu da sala o celular de Rachel vibrou em seu bolso.
Era Jesse:
Oi, RB. Jantar hoje, na minha casa. Não aceito não como resposta.
Droga, aquele jantar não poderia ter saído em pior hora, lamentou Rachel.
(...)
Quinn estava prestes a cometer um assassinato.
Nada em sua vida poderia ser normal. Quando estava indo bem em seu casamento descobriu que sua irmã a dedurou em suas costas para a esposa, e a esposa sequer a contou sobre isso. Também descobriu que o colar
E ainda tinha que lidar com Santana e Lauren a analisando enquanto trabalhava.
—O que ela tem? –Lauren perguntou apertando os olhos.
—Será que Rachel amarrou as bolas dela? –Santana se inclinou pra frente, analisando cada centímetro do rosto de Quinn.
Era incrível como a amiga tentava afinco fingir não estar aborrecida com as amigas ali.
—Credo, por que me fez imaginar isso? –Lauren fez uma cara enojada.
—Qual deve ser a sensação de ter um pau? –divagou Santana.
—Sei lá, mas queria um só pra poder fazer xixi mais rápido. Imagina, vir de body e só colocar pro lado, sem ter que se curvar toda e abrir as pregas…
—Chega. Vocês são insuportáveis –Quinn exclamou fechando o notebook e encarando as duas.
—Então responde nossa pergunta –insistiu Lauren.
—Ter um pau é maravilhoso, nunca tenho problema com body.
—Engraçadinha –Santana revirou os olhos.
—O que aconteceu? –Lauren perguntou com impaciência.
Quinn contou as amigas, esforçando–se pra não deixar a raiva tomar conta de seu relato. Toda vez que pensava que Frannie foi capaz de falar pra Rachel mesmo depois de Quinn dizer que não iria contar lhe dava vontade de dirigir até a fazenda ridícula de Frannie e a bater repetidamente.
—Caramba… –Murmurou Lauren. Conhecendo Quinn do jeito que conhecia sabia que a loira odiava quando Frannie agia em seu nome.
—Agora o tempo fechou –Santana comentou.
—O que mais dói foi que Frannie e sua maldita mania de se meter na minha vida tirou a confiança que eu tinha em Rachel –Quinn olhou para o quadro em cima da sua mesa, a foto dela e de Rachel no parque.
Sua Rachel, que nunca temeu falar nada a ela. Nem mesmo para pedir que anulasse o casamento. Será possível que cinco meses no mundo de Quinn foi o suficiente para mudar aquela garota?
—Epa, também não é assim. Rachel vacilou, mas não é como ela te traísse, ou vendesse sua linha pra marca concorrente. Ela quis te ajudar, ela cuidou de você –Lauren respondeu defendendo a esposa de Quinn.
—Sei que estou em débito pra falar sobre esconder alguma coisa. Mas sempre contei tudo a Britt–Santana interviu, colocando–se do lado de Quinn – E Ela não contou pra Quinn o que Frannie disse.
—Você conhece Quinn? Acha que é fácil contar uma coisa dessa sem a esquentadinha surtar e quebrar o jogo de jantar? –Lauren apontou para a loira –Qual é, gente! Rachel nem sabe desse rolo fodido da sua família. E nem posso dizer que a intenção de Frannie foi má.
—Que lado você está? –Santana fuzilou Lauren.
—Do lado da verdade –Lauren encarou Quinn com olhos irritados –Você é doida da cabeça. Isso é fato. Sua irmã vem se dedicando anos pra você não fazer alguma besteira como pular de um precipício sem paraquedas. Então ela age com a melhor intenção, procura sua esposa. Se elas insistem em te ajudar é porque se importam com você, idiota.
—E bem não é como se você fosse o melhor exemplo de verdade. Tem a cláusula do contrato e o suborno ao Finn –Santana colocou a mão no queixo.
—Você é minha advogada! –Quinn exclamou.
—E Rachel é da minha família. Tem conflito de interesses.
—Escuta, não estamos dizendo que o que a Berry fez foi cem por cento certo. Você tem o direito de estar irritada. Mas não se feche totalmente pra ela. Sabe que ela não merece isso –Lauren pediu.
Lauren era a mais calma das três amigas, por isso era sempre a conselheira do grupo. Santana era explosiva e sempre usava como arma sua língua. Ainda assim, Santana perdoava quando sentia verdade nas palavras e era mais aberta a conversar.
Já Quinn, bem, ela sempre foi difícil. Para tornarem sua amiga precisou de dois anos no internato. Tudo começou quando Lauren e Santana defenderam a Fabray do grupo de garotos que a assediava no pátio. E em vez de agradece–las, Quinn ficou tão aborrecida que brigou com elas. Depois de alguns socos e ligações furiosas dos pais, as três se aliaram ao ver que não conseguiriam enfrentar aquele lugar monstruoso sem o apoio das outras.
Com a animosidade de Quinn, a honestidade dolorosa de Santana e o sarcasmo de Lauren as três eram chamadas de: as filhas de Lucifer.
Depois de algum tempo sendo amiga de Quinn, Lauren foi capaz de entender porque Quinn ficou brava com Santana e com ela por a defenderem. Quinn era orgulhosa até o ultimo fio de cabelo e nada era mais insultuoso do que a considerar fraca.
Por isso se aborrecera com Frannie e agora não sabia como encarar Rachel. Sua irmã expos a maior fraqueza pra pessoa que Quinn mais queria admirar. E se Rachel passasse a tratar Quinn com pena, como se fosse quebrar, Quinn surtaria.
—Você perdeu dinheiro com engenharia. Direito é mais sua cara –Santana bateu no ombro de Lauren.
—Como essas duas estou mais pra conselheira matrimonial –Lauren piscou para amiga.
—Nossa, então é outra coisa que você é ruim – Santana provocou. – Além de engenharia e de conseguir levar Camila pra cama.
—Vai se foder, Satanás. Mulher chata da porra…
(...)
Quinn chegou em casa disposta a conversar com Rachel. Depois de um bom banho para ficar relaxada foi até o quarto da esposa e girou maçaneta.
Toda sua tranquilidade foi por água baixo quando viu Rachel pronta para sair.
—Onde você vai?
—Jesse St. James nos convidou pra um jantar –Rachel sequer se virou para olha–la.
Quinn trincou os dentes. A palavra “nós” foi usada, mas Quinn não foi notificada em nenhum momento. E se o convite não foi pra ela com certeza foi pra Rachel. Apesar do nós era Rachel quem Jesse St. James gostaria da presença.
—Por que não me disse nada? –Quinn não conseguiu disfarçar a rispidez.
—Teria dito se tivesse olhado pra mim hoje de manhã –Rachel a encarou com frieza através do espelho. Se a loira demonstrava estar chateada, Rachel também demonstraria. –Vou entender se não quiser ir.
Rachel prendeu o colar no pescoço e arrumou a manga do vestido. Em um vestido vinho e o cabelo solto Rachel não estava com um vestido de gala de baile, mas não tão simples para não parecer atraente.
Quinn respirou fundo. Não era o seu melhor dia e seria ainda pior se fosse obrigada a estar no mesmo lugar que Jesse St. James. No entanto a opção de deixar Rachel ir sozinha a enlouquecia.
Engolindo seu orgulho, Quinn falou:
—Eu vou.
Rachel assentiu lentamente, terminando de se arrumar. Se estivessem bem diria a Quinn para ficar, afinal estava claro que Jesse e Quinn tinham magoas profundas e Rachel não queria reviver um momento doloroso a Quinn.
Mas ai a morena pensou melhor. Lembrou de todos os bailes que foi obrigada a ir porque Quinn compareceria. Das vezes que ficou sozinha em uma mesa pois Quinn estava ocupada dando atenção a seus amigos.
Talvez ela merecesse um pouco de provação.
E Rachel não se sentiria nenhum pouco mal por isso.
(...)
O caminho até a mansão de Jesse foi silencioso. Quando chegaram, Quinn pegou sua mão para ajudar Rachel a descer. Mas nenhum olhar foi trocado e as mãos se separaram assim que a ajuda passou a ser desnecessária.
A casa de Jesse era menor que a mansão Fabray, e Quinn deu um sorriso arrogante quanto a isso. A família de Jesse sempre foi uma sombra atrás da Família Fabray. Os “St. James” participaram da Lux em sua criação, por isso sempre teriam um lugar ao conselho. E por anos tentaram arrancar os Fabrays da presidência, não importava que argumento utilizassem.
Jesse quase fez isso com Quinn. Porém a sagacidade de Quinn era algo notório e além de conseguir o cargo maior ainda deixou Jesse debaixo de seus pés, obedecendo cada ordem.
Sua permanência em Chicago só era permitida porque o homem realmente cumpriu sua função na filial da Europa. E também havia o fato de que Rachel defendia aquele idiota e Quinn odiaria magoar a esposa afastando seu amigo.
Quinn balançou a cabeça. Estava se tornando ridículo as coisas que estava aceitando por Rachel Berry.
Quinn a olhou de soslaio enquanto esperavam serem recebidas. O jeito que falou com ela... Estava arrependida assim que Rachel saiu pela porta na noite passada, mas o que Lauren tinha dito ficou em sua cabeça: Então ela age com a melhor intenção, procura sua esposa. Se elas insistem em te ajudar é porque se importam com você, idiota.
Mas admitir que estava errada, que foi uma babaca...
—Me deixe arrumar seu terno –Rachel disse observando Quinn através do reflexo da porta.
Quinn virou em sua direção e Rachel passou as mãos pela lapela do terno. Sempre gostou do quão elegante era as roupas de Quinn. Que seu amor por ternos a deixava ainda mais sexy.
E mesmo com o coração magoado pela loira tudo que Rachel queria fazer era beija–la até esquecer de tudo.
—Está linda –Quinn elogiou olhando o rosto de Rachel.
—Obrigada –Rachel ergueu o olhar para Quinn.
Rachel quase chorou ao ver que a frieza da noite passada não estava mais lá. Que Quinn demonstrava arrependimento, um pedido silencioso de desculpas.
Quinn preparava–se pra dizer alguma coisa quando a porta se abriu e Jesse St. James surgiu em seu campo de visão.
—Rachel, você veio!
Jesse ergueu Rachel em seus braços, num abraço de urso. Quinn ficou parada lutando contra o instinto de afastar Rachel dele e quebrar seus braços ousados.
Quando Jesse finalmente soltou Rachel, uma mulher surgiu do corredor e parou ao lado de Jesse. Jesse trocou um olhar ríspido com Quinn e depois passou a mão ao redor da cintura da mulher.
—Olá Jane –Rachel a cumprimentou com um beijo no rosto. Essa é Quinn, minha esposa.
—É um prazer conhece–la, Sra. Fabray –Jane foi até Quinn e a beijou rapidamente.
—Só Quinn, por favor –Quinn pediu com um sorriso embaraçado.
—Tudo bem, só Quinn –Jane ofereceu sua mão a Quinn. – Vamos, quero te apresentar a casa.
Quinn olhou com suspeita para Jesse. A namorada dele está querendo distrai–la enquanto ele fica sozinho com Rachel?
—Vamos, Rach –Quinn agarrou a cintura de Rachel e deu um sorriso forçado. –Sabemos o quanto você ama admirar mansões.
A esposa lhe fuzilou com os olhos, mas para a sorte de Quinn não contestou. Quinn se esforçou para não olhar na direção de Jesse e dar um sorriso vitorioso.
—Vamos então –Jesse segurou a mão ainda no ar da namorada e caminharam na frente do casal.
Quinn soltou Rachel, não querendo força–la a intimidade antes de conversarem.
No entanto Rachel interpretou a ação como um lembrete que na frente de todos deveriam aparentar serem o casal perfeito, mas nos bastidores Quinn sequer se esforçava para lhe dar a mão.
Sentindo–se ofendida Rachel andou na frente, puxando conversa com o casal, enquanto Quinn andava lentamente e afastada do grupo.
Péssima noite que não vejo a hora que acabe, Quinn concluiu.
(...)
Com o jantar servido, os casais se arrumaram a mesa. Jesse a ponta da mesa, como o dono da casa. Jane a sua direita e Rachel a sua esquerda, logo depois acompanhada de Quinn.
Jesse tagarelava com Rachel sobre os locais que visitou na Europa, dizendo quais Rachel deveria visitar. Rachel estava animada, amava compartilhar experiências de viagens. Mas sua atenção também estava em Quinn, que trocava algumas palavras com Jane com seu charme casual. A Berry não conseguia deixar de sentir magoada por Quinn estar tratando tão bem uma desconhecida.
—Fico feliz que tenha se dado bem com Jane, Quinn –Jesse puxando assunto com a Fabray pela primeira vez na noite. –Sabemos o quanto é raro gostar de alguém com tanta facilidade.
—Jesse –Rachel o censurou, colocando sua mão em cima da dele.
Os olhos de Quinn crisparam em chamas vivas. Não era conhecida por ser ciumenta, afinal até compartilhava seus casos com outros amigos. Contanto tudo que tratava de Rachel lhe causava uma insegurança que misturada a raiva a fazia parecer um animal protetor.
E quando via a esposa dedicar–se a pessoa que mais odiava no mundo a raiva transformava em ódio.
—Sim, está certo. Algumas pessoas não valem meu tempo – rebateu em um tom mais afiado que as facas que usava.
—Rachel, soube que tem uma escola de música –Jane cortou o assunto, em tentativa de aliviar o clima.
—Que agora é de Quinn –Jesse corrigiu bebendo vinho.
—Quinn é a dona majoritária, mas continuo sendo a diretora –Rachel se afastou de Jesse e deu um sorriso encabulado a Jane.
—E não me atreveria a alterar um lápis do lugar –Quinn apertou os dedos de Rachel. Em silencio dizendo que cada palavra era verdade.
O casal Fabray trocou olhares. Rachel sabia que Quinn não mudaria nada.
—Isso é lindo. A confiança que tem uma na outra –Jane ficou encantada com o carinho no olhar do casal.
—Obrigada –Quinn corou.
—Jesse, o que veio fazer nos EUA depois de tanto tempo? –Rachel perguntou.
—Bem, a parceria internacional foi um sucesso, e eu tinha um período de férias pendente –Em sua explicação, Jesse não retirava os olhos de Quinn. Sua chefe.
—Então ficará por pouco tempo?
—Receio que não. Após o anuncio da parceria com Antoine o conselho me encarregou de cuidar do desenvolvimento comercial aqui nos EUA primeiro –Jesse ergueu sua taça. –Devo agradecer você por isso, Quinn.
—Ótimo –Quinn ergueu a dela e depois despejou o liquido de uma vez na boca.
—Podemos ir até a Broadway assistir aquele novo musical... –Jesse se dirigiu a Rachel.
—Hamiltons? –Rachel iluminou–se como arvore de natal. Os olhos dela brilharam de animação. – Jesse, eu estou louca pra ir!
Quinn a olhou taciturna. Por que Rachel não disse isso a ela?
—Esses dois e seus musicais. Provavelmente irão só falar disso –Jane desdenhou com a mão. –Quer ir se distrair comigo?
Quinn cogitou negar. Mas ao observar Rachel tão animada com Jesse, fazendo planos, além do ciúmes o sentimento de tristeza a invadiu. Quinn era a culpada por eles não terem se casado. E essa culpa nunca a atingiu até aquele momento. Teria Rachel sido mais feliz se fosse esposa de Jesse? Os dois fariam planos de musicais e Rachel não cogitaria romper o contrato. Jesse era um egocêntrico maldito, e provavelmente não incomodaria Rachel. Eles viveriam felizes ali na casa de Jesse e em vez de enfrentar Hiram, Jesse bajularia o homem e os dois seriam grandes amigos.
Quanto mais assistia a interação dos dois mais a visão de um futuro perfeito pra Rachel a machucava.
Então decidiu que nada adiantaria ficar ali.
—Já volto –Quinn avisou levantando da mesa.
—Tudo bem –Rachel mal olhou pra ela e logo voltou sua atenção ao Jesse.
Quinn foi até Jane, antes de sair da sala de jantar se virou para olha–los. Rachel gargalhando com algo que o homem disse, enquanto Jesse a olhava com paixão... Quinn engoliu seco.
Você não a merece, a vozinha sussurrou em sua cabeça, e nunca irá merece–la.
(...)
—Conseguiu trazê–la –Jesse disse um pouco depois que Quinn saiu.
—Sim –Rachel assentiu.
—Mas conheço sua cara –Jesse encheu sua taça e a de Rachel. –Vocês não parecem tão bem.
Rachel mordeu o lábio. Não queria dizer nada a Jesse sobre a briga dela e de Quinn. Principalmente o homem que Quinn odiava.
—Rachel. Eu te conheço. E conheço ela –Jesse suspirou alto –Não da forma floreada e bajuladora que todos os outros dizem. Conheço–a de verdade. Quinn pode ser charmosa e no segundo seguinte te considerar o pior inimigo, onde o único foco será sua destruição.
—Como a conhece tão bem? Do tempo que torturava ela? –Rachel deu olhar endurecido.
—Quinn passou anos no internato. Assim como eu –Jesse começou a contar –No começo confesso ter sido cruel. Como te contei, fiz bullyng quando ela chegou no internato. Estava com raiva do meu pai por me afastar de você e quando encontrei uma turma de garotos cruéis me deixei levar pela influência. Nos batíamos e perseguíamos Quinn. Tudo isso durou dois anos.
Rachel estremeceu. Dois anos de tortura.
—De verdade, sinto muito pelo que fiz. Me separei dos garotos quando vi que nada daquilo fazia sentido. Mas eles não pararam. Quinn aguentou calada, nunca nos dedurou –Jesse negou com a cabeça –Honestamente não sei como conseguiu. Quando fez treze ela entrou em nosso time de hóquei, o treinador a colocou no time principal logo no seu primeiro mês. A garota tinha talento.
Rachel sorriu ao imaginar Quinn com uniforme do time.
—Mas os outros garotos não gostaram. Era nosso último ano e a novata roubada o holofote. Então um dia, na quadra, após fazer o gol da vitória o time fingiu comemorar. Eles a pegaram no colo e abaixaram sua calça.
A mulher elevou a taça de vinho aos seus lábios. Precisava aguentar até o final daquela historia sem surtar com Jesse. Pobre Quinn.
—A condição de Quinn era um mero boato naquela época. Ninguém tinha provas se ela tinha genitália masculina ou feminina. Os garotos estavam dispostos a exibi–la, pra ridiculariza–la na frente de todos –Jesse abaixou a cabeça com vergonha –Quando as calças dela foram abaixadas a arena ficou em silencio. Quinn ficou vermelha até os cabelos e eu até me levantei para retira–la dali. Até que rapidamente ela subiu as calças e usando o bastão de hóquei atingiu o rosto de Fred, o capitão do time e mandante daquele plano ridículo.
A história que o pai de Quinn contou no noivado. “uma vez bateu com um bastão de hóquei no colega de time porque ele a ofendeu.” Disse Hiram. O que ele esqueceu de falar é que não foi uma mera ofensa. Foi humilhação. Foi o modo que Quinn encontrou de reagir a um momento terrível.
A informação clareou a cabeça de Rachel: Quinn reagia a violência toda vez que era exposta a humilhação. Esse era um gatilho pra ela.
—Atingiu várias vezes –Continuou Jesse –Com força e precisão. Nenhum jogador ousou se aproximar dela, foi necessário que os funcionários do internato intervissem. Quinn não suporta que firam o ego dela.
Rachel anuiu.
—O pai dela abafou o caso, pagou quem podia pagar para manter a história morta. Des daquele dia decidi que não a queria como inimiga. Ela tinha influencia e um mau temperamento. Nos encontramos em uma festa anos depois e Quinn parecia disposta a esquecer aqueles anos. Concidentemente naquela época meu pai tornou–se membro do conselho da Lux e estava me encaminhando para ter uma posição na empresa. Penso que Quinn sabia disso, por isso fingiu aproximação.
Jesse bebeu um grande gole do vinho.
—Enquanto cursava a faculdade ela fingia me motivar para o cargo da presidência. Dizia que não tinha pessoa melhor para liderar a Lux, mentiu quando perguntei se ela não queria o cargo do pai. Então me enchi de planos, me candidatei, pensei uma maneira de salvar a empresa na época aliando a Lux a sua família.
A ideia maldita que veio dele. A ideia que a colocou na situação atual.
—E o golpe veio. Quinn passou a frequentar a casa dos acionistas nas minhas costas, fez amizade com as filhos deles, prometeu vantagens caso apoiassem sua candidatura. Quando foi feita a votação fiquei perplexo por perder –Jesse tremeu de ódio –E o sorriso triunfante dela... Entendi que ela nunca tinha me perdoado. Que tudo foi sua vingança. Era ela batendo com o taco de hóquei na minha cara, pro meu azar não literalmente.
Jesse encarou Rachel e seus olhos esbanjavam magoa.
—Ela aceitou casar com você, porque me ouvia te admirando quando conversávamos. –o tom de Jesse era triste –Me mandou para Europa pra me manter longe de você o máximo que podia. Eu sou o exemplo perfeito do que acontece quando Quinn Fabray quer destruir alguém.
Rachel não sabia o que dizer. Não duvidava da capacidade de Quinn ter feito tudo aquilo. Seu coração estava em dúvida se concordava com Quinn por ter magoado Jesse ou se a achava cruel...
—Imagina o que ela fara com o instituto se não for a esposa perfeita? O que não fará com você? –Jesse segurou as mãos dela, com urgência.
—Ela jamais me machucaria –Rachel negou com cabeça.
—Tem certeza disso? Já arriscou decepciona–la alguma vez?
Rachel pensou na noite anterior, o olhar de Quinn... Bem, poderia acontecer de ofender Quinn de maneira não intencional, como foi com o que Frannie lhe contou. Mas Quinn jamais usaria o instituto para machuca–la, certo?
Só o fato de não poder ter certeza daquilo estremeceu Rachel até os ossos.
Autor(a): blacksweetheart
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Nós lutamos todas as noites por algo Quando o Sol se põe somos ambos os mesmos Metade nas sombras Metade queimados em chamas Não podemos olhar para trás por nada Pegue o que você precisa, diga suas despedidas Eu te dei tudo E é um belo crime Jane levou Quinn a pequena exposição de quadros da famíli ...
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