Fanfic: Até que o Amor nos Separe (Faberry) | Tema: Glee
Eu quero o seu amor e eu quero sua vingança
Você e eu poderíamos escrever um romance ruim
—Rachel Barbra Berry, onde você está?—Camila soou nervosa –Falta dois dias pra estreia e todos estão surtando! Querem saber de figurinos, a iluminação e eu não sei cuidar disso! Fora um tal de Sebastian que está te caçando pra saber quais são as cores de uma campanha e já gritou comigo duas vezes! Me diz que está vindo pra cá.
—Eu chego ai em uma hora, Camila. Só preciso resolver uma coisa e já estou ai –Rachel saiu do seu carro e observou a mansão discreta que a avó mantinha em um dos bairros mais caros de Chicago.
—Tá bom, vou tentar segurar as pontas—sua assistente soou cansada.
—Obrigada, Camz. Prometo que te recompenso –Depois de garantir Rachel desligou.
Rachel respirou fundo. Não estava muito animada pra conversar com a vovó Berry.
A matriarca era um terror com sua sinceridade e comentários maldosos. Santana tinha herdado isso e Rachel era sensível demais pra não se importar com o que a matriarca dizia.
Mas naquele dia não era só uma neta conversando com a avó. Estava ali para ajudar Quinn com a lista de suspeitos e agora tinha um sobrenome diferente para ficar temendo qualquer represália da sua família.
Rachel foi bem recebida pelos empregados e foi avisada que a avó esperava na sala.
O cabelo braço da vovó Berry foi erguido em um coque elegante e a mulher segurava uma xicara de chá.
—Fiquei surpresa quando avisou que vinha –Falou a velha sem enrolações. –Pensei que estivesse muito ocupada com seu centro de caridade pra perder tempo com essa pobre velha.
—A senhora nunca foi pobre –Rachel sentou no sofá do lado e pegou o chá que já estava servido. –Porque se fosse saberia reconhecer a diferença entre um instituto de música e um centro de caridade.
A Sra. Berry piscou algumas vezes, surpresa.
Até Rachel estava um pouco espantada com sua coragem. Nunca respondeu uma provocação da avó. Nem Hiram era tão audacioso a esse ponto.
Afinal Virginia Berry era líder da família, portanto tinha muita voz sobre o destino de cada um.
Mas não mais o de Rachel.
—Claro, porque alguns premiozinhos tornou um lugar mais que um centro de alojamento de crianças pobres –Virginia provocou mais uma vez, bebericando o chá em seguida.
—Eu não vou aceitar mais nenhum de vocês desdenhando do meu trabalho. Faço muito mais que ganhar alguns “premiozinhos”. Eu mudo vidas –Rachel respondeu entre dentes –Deixei uma marca no mundo muito melhor que vender prédios pra outros esnobes egoístas.
Ao contrário do que a menina esperava, Virginia sorriu com orgulho. Largou o pires no carrinho de chá e sacudiu o ombro da neta.
—Finalmente! O orgulho Berry. –A avó sorria de orelha a orelha –Sinceramente querida tudo que eu via em você era uma garota melindrosa que nunca ousaria sair debaixo das asas do pai. Tão tola quanto Tiana ou Helena. Mas aí está, o olhar que eu mesma sustentei por anos quando qualquer um ameaçou tirar minhas empresas. Esse olhar que levou os Berrys ao topo.
—Eu sempre enfrentei Hiram –murmurou sentindo as bochechas esquentarem.
—Uma faísca. E no final sempre ganhava o que quer apenas pra Hiram impedir uma discussão mais ardua –Virginia deu ombros –Afinal como ganhou seu instituto?
—Como é tão contra o que ele faz e ainda sim permite que ele seja o presidente da empreiteira?
—Nenhum outro Berry seria. Quando tive seu pai e seu tio vi que teria problema quanto ao líder da próxima geração. Esperei que Santana, ou até mesmo você, fosse as herdeiras que eu sempre quis.
—Não tenho nenhum interesse na presidência –Rachel explicou. –Duvido que Santana também tenha.
—Lamentável –Virginia soltou um suspiro pesado. –Mas enfim, me diga porque veio.
Rachel contou tudo a avó. Sabia que Virginia não contaria algo a Hiram que o faria agir imprudentemente e sujar o nome Berry. Também garantia com o orgulho da avó para que ela a ajudasse. Afinal, uma Berry ferida não seria algo bom a família e Virginia presava as aparências.
—Oh céus – A avó murmurou. –Não faço ideia se seu pai fez alguma besteira pra alguém tentar se vingar dessa forma. E bem, a família Fabray nunca teve sorte quando se trata de suas esposas.
Então ela sabia o que tinha acontecido a mãe de Quinn!
—Vovó, meu pai sabia sobre o que aconteceu com a mãe de Quinn? –Rachel perguntou –Ele sabia que eu corria perigo me tornando uma Fabray?
—Sabia. – A avó ao menos se mostrou envergonhada -Ele nunca mudaria de ideia sobre o contrato.
—Claro. Não sei porque estou surpresa –Rachel sorriu com amargura.
Ele colocou a vontade dela, a segurança, em risco apenas pra ter o que queria. Seu pai talvez era um inimigo pior do que aquele que agia nas sombras.
—Me avise se souber de alguma coisa –Rachel se levantou, pronta pra partir.
—Querida –A avó segurou sua mão. –Seu pai fez coisas terríveis, mas ele ama você. Sei que nossa família é complicada, mas tenha a certeza que iremos cuidar de você.
Rachel só queria que aquela preocupação fosse mais do que apenas proteger o nome.
E não que culpasse Quinn por toda a situação, nem mesmo sentia raiva de ter sido jogada em uma situação que arriscava sua vida...
Só queria que o amor do pai fosse maior do que a colocar em perigo tornando-a uma Fabray.
(...)
No dia seguinte, mesmo faltando apenas um dia para a peça, Rachel precisou ir até a Lux.
Se o seu instituto estava borbulhando pela expectativa, a empresa de Quinn estava pegando fogo. Depois do roubo dos projetos precisavam lançar a campanha em tempo Record, ou então teriam um grande prejuízo com os materiais já prontos e mais uma série de coisas que Quinn explicou a Rachel na noite anterior.
Quinn não queria afastar Rachel do Instituto naquele momento, mas precisava de fotos para os primeiros anúncios. Rachel não podia negar um pedido a Quinn, não quando a loira já tinha feito tanto.
Estava preocupada. Com tudo que acontecia, com o instituto perto de um evento... Mas a maior preocupação era aquela que a mantinha no telefone.
—Ele apresentou melhora—Explicou Figens do outro lado da linha. –Ainda não se mantem muito tempo de pé, mas acredito que mais alguns dias com a medicação e alimentação e ele já se sinta forte pra tentar de novo.
—E ai ele vai voltar pra casa, né? –Rachel segurou a voz de choro.
Toda vez que chegava em casa e não era recepcionada com os latidos empolgados de Eros seu peito afundava de tristeza. Sabia que Quinn sentia-se do mesmo jeito. Já flagrou a loira procurando Eros assim que passava pela porta, e depois lembrava que ele não estava ali.
—Sim, Sra. Fabray— o médico respondeu com calma –Seu garoto é forte. E está ansioso pra vê-las.
—Eu irei vê-lo no sábado –Rachel avisou. Queria ir antes, mas aquela semana estava agitada. –Obrigada pela paciência e por salva-lo, doutor.
—É sempre um prazer servir a uma Fabray.
Claro, Rachel pensou, tudo pra servir uma Fabray.
Desligou o telefone e voltou a ala de fotos. Os funcionários corriam agitados, arrumando as câmeras e o ângulo. Identificou o homem no centro, coordenando tudo, como Sebastian - o irritante coordenador de arte – que não a deixou em paz até que estivesse ali.
—Você chegou! –comemorou Blaine a surpreendendo.
Rachel deu um rápido abraço no homem.
—E você já está aqui! –Rachel sorriu de orelha a orelha.
—Não posso perder um trabalho desse –Blaine olhou ao redor maravilhado. –Vão colocar meu instagram nas fotos de divulgação. Trabalhar pra você tem sido ótimo pra minha imagem.
—Fico feliz por isso.
Os dois foram interrompidos por Sebastian. Os olhos azuis do homem encararam a dupla com superioridade.
Rachel já não gostou dele.
—-Sebastian, oi –Rachel o cumprimentou.
—Sra. Fabray, está atrasada –O homem deu um sorriso sinico.
—Desculpa, minhas crianças estreiam uma peça amanhã –Rachel justificou. Mas agora estou aqui.
—Quem é esse? –Sebastian apontou para Blaine.
—Este é Blaine, meu consultor de moda –Rachel sorriu com orgulho ao amigo– Ele vai me ajudar a escolher os vestidos que vou usar.
—Claro –Sebastian fez careta –Posso dar uma palavrinha com você? –Rachel caminhou com ele até um canto afastado –Querida, eu sei que é a mulher da chefe, mas o nosso tempo é apertado então eu não vou conseguir explicar tudo pra você. Já selecionamos as melhores cores e cuidamos do tema pra você. Só precisa comparecer com seu rostinho lindo.
—Sebastian –Rachel falou lentamente. Sorrindo da mesma maneira que ele –Como bem fez questão de lembrar: eu sou a mulher da chefe. É meu nome que querem usar pra promover a Lux. Sei do tempo, por isso creio que Blaine ira ser mais útil que eu já que ele entende mais dessa área de moda. Mas esteja claro que eu não irei fazer nada que me represente ou que eu não acredito. Se não concordar com isso sugiro ligar pra Quinn e pedir pra ela mudar de ideia.
Não sentia-se bem em tratar Sebastian daquela maneira. Não era algo que faria antes. Mas estava claro que o homem estava acostumado a ser obedecido e ela não iria se submeter a ordens em uma campanha que estamparia seu rosto.
—Não será necessário –Sebastian engoliu seco.
Aquela não era só uma modelo contratada. Era a esposa da dona, percebeu que teria que trata-la como uma rainha.
Sebastian deixou Rachel para cuidar do resto do cenário.
Tinha uma lista de vestidos pré-selecionados que Rachel deveria decidir. Todos em cores próximas, mas uns mais fendados ou decotados que outros.
—Blaine eu trabalho com crianças e adolescentes –Rachel explicou sob o ombro do homem –Eles me verão em outdoors e propagandas. Não quero algo escandoloso ou sexy. Quero que se inspirem e que usem a maquiagem pra agradar apenas a eles mesmos.
—Não será difícil fazer isso, Rachel. Você tem esse efeito nas pessoas –O homem sorriu com confiança –Trás a tona o melhor lado delas.
—De todas menos de Sebastian –ambos olharam para o homem gritando com os funcionários da iluminação.
—Acho que ele não tem um lado bom. – Blaine fez careta.
(...)
A sessão foi interrompida quando Rachel foi avisada que um homem a esperava na ala de descanso.
Rachel foi até lá, mesmo vestida. Temendo que fosse alguém do instituto.
—Noah! –Rachel não disfarçou a surpresa.
—Uau! –Noah assobiou –Nunca te vi tão bonita.
—Obrigada. O que faz aqui?
—A vovó me mandou.
Rachel sentou ao seu lado, em alerta.
—Por que? –não controlou o tom desconfiado.
—Ela me disse pra ser seu aliado. Que você precisa ter um Berry por perto.
—Eu já tenho uma Berry por perto –Rebateu –Santana.
—Ela é do time da Quinn. Você precisa ter um time seu!
—Você também é do time da Quinn –afinal ele pertencia ao clube dos herdeiros.
—Agora sou um agente duplo –Puck deu uma piscadela –E sabe que entre Quinn e a Vovó Berry a velha dá muito mais medo.
—E também tem muito mais peso no conselho-Rachel sabia que o primo era um oportunista, que sua motivação era estar no time vencedor. Se ele estava a serviços da Vovó era porque viu que Hiram podia cair e assim tomaria seu lugar. Ela não ficou feliz em se envolver nessa trama de família, mas com sua vida em jogo não estava disposta a dar as costas. Mesmo que ferisse algum de seus princípios. –Certo, Noah, aceito sua ajuda.
Noah sorriu confiante. Apesar de não saber o que levou Rachel a pedir ajuda da avó era bom ter a prima como aliada.
–Fiquei surpresa quando me pediu pra te contar o que vou contar –Noah sussurrou olhando ao redor para garantir que ninguém escutasse –E tenho que te dizer que os motivos da vovó não são só pra te proteger.
—Não entendi.
—Você disse que não quer participar de nenhuma conspiração contra seu pai e eu respeito isso –Noah se referenciou a última conversa que os dois tiveram –Só acho que ele já está conspirando contra você. Ou contra Quinn.
—O que?
—Há três semanas ele se encontrou com Jesse St. James em NY.
—Como sabem disso? –Rachel estreitou os olhos.
—Se seu pai fosse mais esperto teria trocado os funcionários depois que assumiu a liderança. A velha tem olhos por todas as empresas Berry e nada lhe escapa. Ela não avisou pois não pensou que fosse relevante. Mas após sua visita, e o que quer que tenha procurado com a vovó, o encontro deixou de ser mero acontecimento.
Até então acreditou que pela paranoia de Quinn e seu ciúmes Jesse merecesse seu lugar na lista. Tentou se convencer que Jesse nunca faria tal coisa... Mas por que procuraria o pai dela? O que teriam em comum? Será que o pai estava envolvido na história?
—Quando Quinn souber... –Noah começou.
—Não conte nada a ela. Não ainda –Rachel segurou a mão dele, os olhos castanhos arregalados pela urgência.
—Por que? –Noah não escondeu a suspeita.
Quinn era impulsiva quando se tratava das pessoas que amava e não toleraria saber que Jesse se encontrou no com pai dela. Mas isso era só o que tinham: um encontro. Não sabiam sobre o que era, se ao menos se tratava das duas. Quinn não pensaria duas vezes com uma razão, mesmo que mínima, pra mandar Jesse pra longe.
—Ela demitiria Jesse na mesma hora. Ou pior –Rachel pensou em Sue e nos tipos de serviços que ela poderia oferecer. –Um encontro não é a certeza de nada.
—Rachel, o cara quer você! Ele procurou seu pai! É claro que pra ver se Hiram pode te tirar do contrato e colocar no colo dele.
—Não temos certeza –Rachel insistiu -Se for isso, como vamos responsabiliza-los? Tem alguma prova? Alguma gravação?
Noah não podia discordar da prima, mas sabia que deixar Quinn de fora podia ser um problema.
—Quinn não vai gostar de saber que está o protegendo.
—-Não estou, Noah. Se for ele vou ter imenso prazer de fazê-lo pagar. Mas da maneira certa –Sem Sue, Rachel determinou em silencio.
—Quinn nunca precisou de provas pra arruinar alguém –Puck rebateu. Sabia de algumas histórias cabreiras sobre a esposa de Rachel.
—O que eu não consigo entender nessa história é por que Hiram iria se virar contra nós? –Rachel soou pensativa. –Ele insistiu no contrato por anos. O que fez mudar de ideia?
—Não sei se consigo entender o que se passa pela cabeça do seu pai.
—Pensei que você o adorasse –Rachel ficou surpresa. –Ele te escolheu pra ser seu sucessor. O trata como um filho.
—Exatamente. Sabe mais que ninguém o quanto ele gosta de controlar sua prole.
O tom duro de Noah chamou a atenção de Rachel. Noah sequer demonstrou reprovar qualquer atitude de Hiram. E agora parecia tão bravo...
—O que ele fez com você?
—Eu... voltei com a Zizes um pouco depois que ela passou a representa-la na indústria Berry –Puck ficou envergonhado por ceder aos encantos da ex, mas não conseguia conter a paixão que aquela mulher causava –Era segredo. Pra dar certo nós queríamos que ninguém se envolvesse. Sabe como é minha mãe...
Rachel sabia. Adelaine Berry Puckerman, mãe de Puck, foi o grande destaque na alta sociedade em sua juventude. Sua beleza notória, que o filho herdou, chamou atenção de muitos magnatas. Dentre todos, Adelaine foi obrigada por seus pais a se casar com George Puckmann. Um velho, e rico, amigo da família. Infelizmente, foi descoberto um grande esquema de corrupção entre o marido e membros do governo e George afim de evitar um processo e uma possível prisão fugiu para alguma ilha que ninguém conseguia acha-lo, nem mesmo Adelaine ou Puck.
Mas a mãe do Puck não foi tão prejudicada. Depois de inocentadas pelas acusações ao marido – que realizou os crimes quando Adelaine ainda era uma criança – Adelaine luxava do sobrenome mesmo que manchado e se sustentava pelo apoio que a família Berry fornecia.
Já Puck não poderia herdar a empresa do pai, nem todos seus problemas, então voltou os olhos ao lugar vazio e cobiçado de herdeiro da empreiteira Berry.
Com a mãe planejando dar uma esposa ao filho da mesma maneira que foi dada ao pai dele.
Os Berrys e seus malditos contratos de casamento.
—Ela não te apoiaria com Zizes –Rachel entendia a raiva de Puck.
—Ela prefere que eu gaste uma fortuna com mulheres do que ter apenas uma que me faça feliz –Noah soltou um suspiro frustrado. – Enfim, não foi uma reunião fácil pra escolher vender seu instituto. Muitos membros do conselho não queria atiçar a ira de Quinn Fabray, outros sequer se importaram em questionar Hiram.
—A minha mãe sabia? –O coração dela apertou em pensar que a mãe agiria nas costas dela daquele jeito.
Era por ter aquela dúvida que ainda não procurou Shelby para conversarem.
—Não –Noah negou com a cabeça. –O representante dela sequer telefonou. Mas uma pessoa tentou impedir com unhas e dentes: Zizes. Ela enfrentou seu pai na frente de todo mundo, e se eu já não estivesse apaixonado, naquele momento eu cairia em seus pés.
—Meu pai não encarou isso muito bem –Rachel presumiu.
—Ele a expulsou do prédio –Noah fechou os punhos e seu rosto esquentou. –Aquele merda não tolera nenhuma opinião diferente. Age como um maldito ditador e nós somos suas armas –Ele apontou pra ele mesmo e depois pra ela. –Eu tentei falar com ele, juro que tentei. Não entendo sua fissuração por esse projeto, mas respeito que tenha a coragem de lutar por ele. Não era certo simplesmente joga-lo fora sem que ao menos você soubesse.
—O que aconteceu depois? –Rachel não queria se aprofundar nisso.
—Bem, ele mandou todo mundo embora e na madrugada colocou o instituto a venda –Noah deixou os ombros caírem. – Zizes não quis mais me ver depois disso. Não acredita que eu não defendi o Instituto.
—Sinto muito por vocês dois –Rachel abraçou o primo, talvez pela primeira vez em anos.
Sentia pena de qualquer um que já esteve nas mãos de Hiram Berry.
Noah se afastou um pouco para olhar nos olhos de Rachel quando disse:
—Agora quero vingança, tirar o que ele tem. Não dá pra continuar fazendo isso com a gente com você –Noah acariciou o rosto dela com os nós dos dedos. –E não consigo sem você.
—Eu vou te ajudar –Rachel sussurrou. –Alguém precisa pará-lo.
Por mais que não quisesse. Por mais que doesse nela pensar que seria inimiga do próprio sangue.
Uma traidora do seu pai, mas aliada a sua família... Esconder tudo de Quinn... Quem ela seria no final de tudo?
A inquietação ficou com ela durante o ensaio todo. Noah foi embora depois que Sebastian começou um monologo sobre não terem tempo e precisarem continuar.
Rachel deixou ser maquiada, vestida e fotografada inúmeras vezes. Obedecia as ordens por ser profissional, mas sua cabeça não estava ali.
Precisava de ar.
Depois que vestiu o ultimo vestido decidiu que era hora de ter uma pausa.
—Já volto – sussurrou ao Blaine e continuou andando sem garantir se ele tinha escutado.
Foi até o elevador e apertou para o último andar. A sala de Quinn.
Ela foi alertada por Sebastian que Quinn não estava no prédio, então seria o lugar ideal para ficar um tempo sozinha.
Caminhava sem olhar para os lados até avisar Sugar. Se esforçou pra não revirar os olhos. Ela nunca gostaria daquela mulher!
—Essa é a sala da Sra. Fabray –Sugar se levantou pronto pra impedi-la.
—Eu sou a Sra. Fabray! –Rachel berrou entrando sem sequer bater. Já que Quinn não estava ali não tinha porque fazer cerimonias.
Passou pra dentro e encostou na porta assim que fechou. Esperando que sugar não ousasse incomodá-la outra vez.
Um tempo pra pensar. Um tempo pra aliviar o aperto que sentia em fazer algo escondido da esposa.
—Se escondendo, Sra. Fabray? –Quinn perguntou de sua cadeira, observando a esposa encostada na porta.
Rachel soltou um esquino e levou a mão ao peito. Ela estava ali! E provavelmente tinha escutado o que berrou a Sugar agora pouco.
As bochechas da morena pegaram fogo.
—Me disseram que não estava aqui – resmungou caminhando até a esposa.
—Pedi a Sugar que mentisse aos outros pra não ser incomodada. Mas gosto desse tipo de interrupção. –Quinn a olhou de cima a baixo -Porra, você está tão linda.
—Estou nervosa! –Rachel balançou os braços. –Sebastian é um tirano. É ainda pior que eu, e olha que já fiz muitas crianças chorarem...
Quinn a interrompeu com um beijo cheio de paixão. Segurou a cintura da esposa com força e enquanto a envolvia com o beijo guio-a até seu divã.
—Quinn... –Rachel resmungou, lembrando que não podia ficar tanto tempo ali.
E que estar perto de Quinn só aumentava o peso em sua consciência.
—Quieta, Rachel. Não estamos aqui lembra? –Quinn a deitou, e passou a beijar o pescoço da esposa.
—Alguém pode nos escutar... –sua mente já não se concentrava em sua culpa, e sim o quão gostoso era ter as mãos de Quinn em seu corpo. E sua boca quente em seu corpo.
—Então vou manter sua boca bem ocupada –Quinn respondeu se colocando entre as pernas de Rachel e a envolveu em mais um beijo ardente.
—Aposto que é especialista em trazer mulheres aqui –Rachel deixou escapar o pensamento.
Quinn parou no mesmo instante. Os olhos verdes encarando-a com intensidade.
—Nunca transei com ninguém em minha sala.
—Não minta –Rachel revirou os olhos.
—Rachel, não tenho problemas em me gabar sobre minhas façanhas sexuais –Quinn arrumou o cabelo da esposa para não ficar preso embaixo dela. –Já aluguei uma ilha onde fiquei com mulheres que sequer lembro o rosto. Participei de algumas orgias e pode ser que uma vez eu tenha tentado transar com um homem –Antes de Rachel perguntar quem era Quinn colocou o dedo em seus lábios. –Mas eu nunca trouxe ninguém pra minha sala.
—Por que? –Além de curiosa, a morena também sentiu especial.
—Porque ninguém me distraia do trabalho uma vez que estou aqui –Quinn desceu o rosto até sua boca ficar perto da orelha de Rachel. –Mas você me aparece aqui com esse vestido e tudo que penso é o quão ansiosa estou pra me afundar dentro de você.
Rachel não conseguiu pensar em mais nada. Nem em Sugar do lado de fora, ou da conversa que teve com Noah, dos problemas...
—Eu quero montar em você –disse com determinação.
Rachel a fez deitar no diva lentamente, enquanto afundava as mãos em seus ombros. Quinn tinha aquele brilho predatório nos olhos e suas mãos apertaram a bunda de Rachel com força. Rachel passou a mão lentamente pelo colo de Quinn, o pescoço branco, exposto. Depois abriu os primeiros botões de sua camisa. Quinn era tão sexy de social.
—Você está me enlouquecendo – choramingou Quinn se esfregando contra ela.
Sentia sua umidade tão perto, seu pênis latejava a ponto de doer.
Rachel ergueu o vestido de tulle enquanto Quinn abria sua calça.
Pra não ficar marcado, Rachel não estava usando calcinha, o que facilitou todo o processo. Quinn segurou pelas coxas e guiou Rachel lentamente até sua entrada encontrar o pênis ereto. As duas se olhavam enquanto Rachel descia cada vez mais. Por fim, Rachel arqueou quando chegou a base.
Passou a rebolar lentamente, sentindo Quinn cada vez mais fundo, mais dentro. Quinn estava lá, atrelada ao seu corpo. Não apenas no sexo. Em seu pensamento... Em seu coração.
O risco que corria, a bagunça de sua vida, valia a pena. Não apenas pra ter sexo com Quinn. Por ter a Quinn já bastava.
Por... Céus, ela nem poderia pensar nisso.
—O que está errado? –Quinn percebeu a careta que Rachel fez por um momento. –Se esta desconfortável, me diga...
—Só pensei... –Rachel pensou em uma desculpa rápida. –O quão bravo Sebastian vai estar quando eu voltar.
Quinn gargalhou. Sentou no divã, sem tirar Rachel do seu colo. Agora as duas estavam de frente uma a outra, compartilhando um longo olhar.
—Não se preocupe –Quinn garantiu. –Eu te protejo dele e de qualquer um que tentar te fazer mal, tudo bem?
Rachel sabia que era verdade. Quinn faria isso. E ela também. Mesmo que isso a tornasse mentirosa, ou alguém que sempre lutou contra...
Por Quinn ela iria até o fim.
—E também...
—Shiii –Rachel colocou seu dedo nos lábios da Fabray. –Estamos escondidas, lembra?
Dessa vez foi ela quem calou a boca da Quinn com sua boca.
(...)
Rachel não sabia quanto tempo ficaram na sala, mas tinha certeza que Sebastian estaria furioso.
—Eles não podem te dispensar, Rachel –Quinn dizia enquanto ajeitavam as roupas. –Já está anunciado a sua campanha. E você é a dona, pelo amor de Deus.
—Não quero que pensem que não sou profissional, Quinn –Rachel ajeitou o vestido e o cabelo.
—E eles vão reclamar pra quem que você não foi profissional? Pra mim? –Quinn penteou o cabelo com os dedos. –Ao meu ver você estava prestando um ótimo serviço a Lux.
—Deixa de ser canalha –Rachel bateu no ombro dela.
—Rachel? –a voz de Jesse soou na porta.
Quinn e Rachel trocaram olhares alarmados. Rachel estava mais arrumada, mas Quinn ainda tinha o cabelo despenteado e sem a calça.
—Eu vou na frente –Rachel sussurrou. –E nem pense em se trancar nessa sala. Você que vai falar com Sebastian!
—Meu problema não é Sebastian, é esse ser que está lá fora!
—Rachel, esta tudo bem? A Sugar disse que veio pra cá...
—Droga! –Rachel bufou. –Um dia eu mato sua secretaria.
Rachel saiu da sala antes que Jesse decidisse entrar. O homem sorriu de orelha a orelha ao vê-la.
—Está magnifica –Ele beijou sua bochecha –O vestido ficou perfeito como imaginei.
—Obrigada, Jesse –Rachel deu um sorriso sem graça.
Não sabia como agir ou falar tranquilamente quando sabia que ele estava maquinando alguma coisa com seu pai.
—Sebastian me pediu ajuda pra te localizar e pedir pra que volte ao set de fotos –Jesse deu um sorriso charmoso.
—Não sei porque Sebastian cogitou que você tivesse alguma influência sobre ela –Quinn surgiu ao lado de Rachel. O cabelo molhado para controlar o volume e um sorriso arrogante no rosto. –Ela é a maior influência aqui.
—Disseram que não estava aqui –Jesse estreitou o olhar.
—Não queria visitas indesejáveis hoje –Quinn olhou pra Rachel. –Claro que minha mulher não está nessa lista.
Rachel não sabia como Quinn conseguia dominar o ambiente com tanta confiança. Ali estava o homem que talvez tenha ferido Eros, e a loira não deixava transparecer nada, nenhuma desconfiança.
Rachel tinha tanto a aprender com ela.
—É melhor irmos, Sebastian se torna cada segundo mais insuportável –Jesse ofereceu sua mão a Rachel. –Acho que vou roubar sua esposa por um momento, Quinn.
—Na verdade não vai –Quinn segurou a cintura de Rachel com força -Eu vou coordenar o projeto.
—Pensei que não se envolveria no projeto. Faz eras que não participa ativamente de um –Jesse fez cara de espanto.
—Mas esse não é qualquer projeto. E me sinto inspirada essa tarde –o olhar de Quinn foi carregado de desejo. -Isso tem muito haver com Rachel sendo minha musa inspiradora.
—Quinn, vai me deixar sem graça –Rachel sentiu as bochechas corarem.
—Mantenha esse tom vermelho. Vai ficar lindo nas fotos –Quinn acariciou a bochecha de Rachel.
Ignorando a presença de Jesse, Quinn passou a guia-las pelo lugar. Sem retirar sua mão da cintura de sua esposa, Quinn se virou dramaticamente.
—Ah, Jesse –o homem olhou atentamente para elas –Aprovo a escolha do vestido. Ele é bem... versátil.
Uma piscada no final e a mão apoiada na base do quadril de Rachel, Quinn deixava claro seu lugar.
Que Jesse tentasse o que ele podia. Mas sua empresa, sua vida e sua mulher eram algo que Jesse nunca teria.
Autor(a): blacksweetheart
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