Fanfic: Até que o Amor nos Separe (Faberry) | Tema: Glee
Isso não me machuca
Você quer sentir como eu me sinto?
Você quer saber que não me machuca?
Você quer escutar sobre o trato que eu estou fazendo?
Você, eu e você
–O que está te incomodando? –Sam perguntou parando ao lado de Quinn.
Rachel estava estranha desde que viu seu pai naquela festa. Apesar de ter cumprimentado a todos, conversou pouco com seus funcionários, mal deu atenção a seus amigos e parecia que algo prendia sua atenção na mesa de Hiram Berry.
Depois, foi até eles e agora estava sentada ao lado de Jesse e falava alguma coisa com o homem e o pai.
Esse não era o plano de Quinn, e não tinha nada mais que a deixava fora de si do que as coisas acontecerem fora de seus planos.
Era por isso que olhava com raiva pra mesa da sua esposa, e fuzilava especificamente o maldito Jesse St. James.
–Tudo aquilo. Como uma visão de um maldito futuro –Quinn sinalizou com um aceno, depois deu um longo suspiro frustrado –Ou da vida que Rachel merecia ter.
–Nossa, pensei que Rachel fosse legal –Sam comentou fazendo uma careta.
–Mas ela é!
–Então por que a está condenando com uma vida miserável ao lado de Jesse St James? –Sam perguntou em um tom brincalhão. Apesar disso a amiga não esboçou nenhu, sorriso. Sam percebeu que o negócio era sério. –Quinn, isso é sua insegurança falando. Você é anos-luz melhor que Jesse e não digo isso só porque somos amigos.
–Será que ela pensa assim? –Quinn estava incerta sobre até onde ia a amizade que Rachel sentia por Jesse. Apesar de terem incluído na lista de suspeitos o modo como estava agindo aquela noite, fazendo questão de estar perto de Jesse e do pai...
Talvez esteja pensando que com ele não teria uma ameaça de morte pairando ao seu redor.
–Aquele não é o garoto que implicava com você no internato? –Frannie se aproximou, apontando discretamente (ou o que Frannie considerava discreto) pro Jesse.
–Sim –Quinn respondeu categoricamente.
Frannie e o pai foram convocados no internato duas vezes quando Quinn apareceu com um olho roxo e marcas vermelhas pelo corpo, e a denúncia sequer partiu de Quinn. Jesse foi denunciado como líder do grupo que fez isso com ela. Quinn não confirmou, nem negou, mas sua omissão só deu a Jesse uma suspenção e não expulsão.
Quinn não queria mostrar a ele que estava com medo dele. Ela nunca recuava de uma batalha mesmo que estivesse em desvantagem.
Claro que Frannie já não conseguia ser tão fria quanto a irmã. Olhava pra Jesse com tanta raiva que se estivesse armada Jesse já teria perdido a cabeça.
–E por que Rachel está flertando com ele? –questionou a irmã entre dentes, observando quando Rachel tocou no ombro de Jesse de forma carinhosa.
Quinn decidiu que era hora de sair do lado de Frannie, ou então encontraria uma arma e faria o que Frannie queria naquele momento.
E o que ela quis por muitos anos: matar o maldito Jesse fucking James!
(...)
Quinn observou Rachel caminhar pra fora do salão de festas, em direção a sua sala. Pronta para questionar seu pai.
Entendeu o porquê de Rachel estar estranha, e não gostou de vê-la tramando planos sem a incluir. Também não gostou do modo como falou com Lauren... Enfim ela não gostava de nada daquela situação toda!
Mas sabia que Rachel precisava questionar Hiram. E confiava que a esposa sabia o que estava fazendo.
Rachel perguntou se Quinn confiava nela. Claro que sim. Nunca teria contado sobre Judy, ou Terry e o bebe... Naquele instante Quinn percebeu que Rachel era a pessoa que a mais conhecia na vida. Sabia seus segredos obscuros, seu maior trauma.
Quinn não confiava em si mesma, e de que Rachel não pensaria melhor e desistiria de alguém tão quebrado.
Mas se Rachel estava procurando o pai para colher informações sobre quem estava atrás dela Quinn não ficaria parada sem ajuda-la. Ou sem pelo menos cuidar de outro assunto que pairava sob elas.
Avistou Marley na mesa mais afastada, passando o dedo na borda de uma taça de champanhe vazia. Quinn foi até ela e parou em suas costas. Lentamente colocou a mão no ombro da mulher.
–Foram só quatro taças! –Marley exclamou largando o objeto de vidro e erguendo as mãos.
–Sou eu –Quinn segurou a risada e sentou a cadeira ao lado.
–Desculpa, pensei que fosse Kitty me podando de quando devo beber –Marley revirou os olhos e pegou a taça de novo.
–E foram sete taças –Quinn tinha visto Marley esconder as outras duas debaixo da mesa. Kitty revirou os olhos –Por que está aqui sozinha?
–Kitty foi toda animadinha com a amiga de Rachel "conhecer" o instituto. Como se ela se interessasse por algo além de dela mesma –Marley virou o liquido que restava na taça em sua boca de uma vez. –Talvez tenha ido comer a garota em cima da pintura das crianças.
Quinn observou a modelo. Quando Kitty apresentou Marley ao grupo não tardou que Quinn quisesse a mulher pra ela. Kitty e Quinn competiam pra ver quem levava a mais bonita pra cama. Marley era uma visão sem igual, e não permitiria que Kitty ficasse
Repensando em sua trajetória sentiu vergonha do que fez. Não toleraria que qualquer amigo Foi uma péssima amiga a Kitty, mesmo que a loira não fosse digna de respeito. Não quando já traiu Marley na frente de Quinn inúmeras vezes.
Porém a situação era diferente. Agora que era casada sabia que jamais perdoaria um amigo se fizesse tal coisa com ela.
–Quero me desculpar pelo que fiz com você e Kitty no passado –Quinn falou com sinceridade
–O que? –Marley piscou atordoada. –Devo estar muito bêbada se ouvi Quinn Fabray pedindo desculpas.
–Duvido que fique tão bêbada só champanhe, já vi beber coisa muito mais forte –Quinn sorriu envergonhada.
–Então realmente está se desculpando? –Marley deixou o queixo cair. –Caramba, quando dizem que o amor nos transforma é verdade. Você é a prova viva.
–Não é nada disso –Negou revirando os olhos. –Só que eu nunca pensei nos danos que causei as pessoas. Agora me imagino nas situações que criei, sendo vítima... é uma droga.
–A palavra que descreve isso é empatia –Marley pegou as mãos de Quinn e apertou. –E uma pitada de preocupação já que tem algo a perder agora.
–Ficaria louca se Rachel se relacionasse com outra pessoa –Quinn não queria nem imaginar Kitty tocando em Rachel. –Não porque tenho posse por ela, mas se envolver com outra pessoa significaria que eu não sou o suficiente pra ela.
Marley engoliu seco. Quinn não percebeu que suas palavras era a descrição do relacionamento de Marley.
–Desculpa.
–Por que? Você tá certa –Marley deu um longo suspiro –Recentemente eu tenho entendido isso também. E eu quero mais que pousar do lado de alguém, ser procurada apenas em festas ou reuniões. Você e Rachel criou uma vontade em mim que eu não sabia que existia e eu prefiro mil vezes um casamento como o seu do que como o meu.
O estranho de tudo é que no começo, quando determinou que iriam casar, Quinn acreditou que teria o casamento como de Kitty e Marley: apena aparências e sem nenhum compromisso. Ao seu ver o casamento das amigas dava certo: elas honravam com o compromisso de parecer um casal, mas não tinham a lealdade esperada de um.
E agora, apesar de não ser perfeito, ela não trocaria o que tinha com Rachel por uma relação igual a delas.
–Vai conseguir, com Kitty ou com outra pessoa. Se precisar, estarei do seu lado –Quinn beijou a testa da amiga.
Chegou a pensar o pior de Marley quando Kitty a apresentou. Mais uma modelo ambiciosa e louca pra subir de nível. Depois entendeu que a morena não era cruel, mas também não era alguém que atraísse sua atenção, com quem quisesse trocar mais do que algumas salivas e horas de sexo.
Agora vendo o relato de Marley pode entender porque Rachel conversava com Marley mais do que os outros membros do Clube dos Herdeiros; ela viu uma profundidade em Marley maior do que aqueles que andavam com ela.
Rachel, sua Rachel, tinha tanto que se orgulhar dela.
A admiração silenciosa de Quinn foi interrompida quando Jane Howard, namorada do Jesse, passou por elas com um ar de deboche estampado no rosto.
–Que sorrisinho ridículo foi aquele? –Marley fechou a cara e cruzou os braços.
A mente de Quinn começou a trabalhar. Se Rachel estava usando aquela noite para ajuda-las a descobrir quem estava por trás do bolo envenenado Quinn também começaria a agir.
Olhou pra Marley e ergueu sua mão, a convidando:
–Você me ajuda em uma coisa?
(...)
Marley andava pelo salão com duas taças. Já que Kitty estava longe podia beber o quanto queria. Até que tropeçou em seu próprio vestido e derrubou uma das taças em uma mulher.
A mulher que era seu alvo.
–Tome cuidado! –exclamou Jane com a cara irritada.
–Estou tonta por causa do champanhe –Marley deu seu melhor sorriso de desculpas.
–Percebi.
–Acho que vou vomitar e se Kitty souber vai ser uma cena terrível –Marley tapou a boca com a mão. –Pode me ajudar?
–Claro –a mulher não tinha um pingo de vontade, mas não podia negar o pedido da esposa de Kitty Ward.
As duas foram juntas até uma sala de aula aberta, na verdade era um estúdio de pintura.
–Acho que essa sala é um bom lugar pra me esconder até ficar mais sóbria, certo? –Marley parou no meio da sala, com Jane ao seu lado.
–Se conseguir fazer isso –Respondeu com careta enojada.
–Olhe só esses quadros! –Marley correu até as telas na lateral da sala e fingiu admirar os quadros. –Essas crianças são tão talentosas.
Marley admirava cada um até que finalmente chegou a porta e antes de sair avisou:
–Ah, só um aviso Jane –Marley arrumou o próprio vestido e bebeu o liquido da taça restante de uma vez. –Eu já desfilei bêbada na Paris Fashion Week e ninguém notou. Achou mesmo que eu seria atrapalha o suficiente pra tropeçar em você?
Marley soltou uma risada alta e saiu. Antes que Jane pudesse segui-la uma voz ecoou na sala:
–Sabe, eu nunca pensei que Marley já bebeu em muitas festas e nunca se desequilibrou –Quinn saiu de trás das telas e parou na frente de Jane. –Isso é um talento, concorda?
Jane encarou Quinn com suspeita. Quinn pediu para sua amiga a levar até ali, no entanto da ultima vez que estiveram juntas Quinn a deixou beijando o vazio.
–Se arrependeu e agora quer me beijar de verdade? –Jane sorriu com arrogância.
–Nem em pesadelo quero sua boca perto da minha de novo –Quinn apontou para a cadeira central, onde o professor coordenava as crianças –Senta.
Jane cruzou os braços e fez um beicinho.
–Não vou pedir duas vezes –Quinn não disfarçou sua impaciência. –E deve saber que não encaro meus inimigos muito bem. Jesse provavelmente já chorou no seu ouvido com a historinha do que fiz a ele.
O silencio de Jane foi sua resposta.
–Bem então o que acha que eu faria com você, Jane Meloy –A menção ao sobrenome verdadeiro fez a mulher paralisar. –Seu pai está envolvido em um escândalo de corrupção e sua família já hipotecou todos os imóveis que tinha. Imagino que não seja informações agradáveis pra se ter em histórico e por isso mudou seu nome.
Jane caminhou até o banco e sentou. Com o rosto pálido, balbuciou:
–Como sabe...
–A pergunta não é como, é o que eu farei com essas informações –Quinn pegou um dos bancos de madeira onde as crianças ficam de pé e sentou na frente de Jane –Pra quantas agências posso ligar e dizer pra nunca te contratarem?
–O que eu te fiz? –A morena chispou os olhos.
–Se aliou ao pior ser dessa cidade e tentou me enganar. Qualquer que seja o plano seu e dele não funcionou
–Está errada –Jane sorriu com arrogância –O plano dele funcionou perfeitamente.
–Eu não beijei você.
–Isso é o de menos –Ela deu de ombros –Ele mostrou a sua mulher quem você é.
–Jesse e você tem uma péssima visão da minha esposa –Quinn suspirou melodramática –Rachel não é uma pobre donzela impressionável. Acredite, eu também pensava assim. E nada do que Jesse St. James possa falar será pior do que eu mesma mostrei pra ela. Fico surpresa que ela está comigo –A risada sem humor que deixou escapar era a prova de que estava sendo franca, exibindo aquela parte insegura que rondava seus pensamentos –E se eu não fui capaz de fazê-la fugir, não será Jesse St. James que consegue.
–Ela pode decidir ficar com você pelo seu dinheiro.
–Seria mais fácil se ela fosse esse tipo de mulher. –O tipo de mulher como Jane ou Marley, que toleraria qualquer ação sua se voltasse pra casa com diamantes. O tipo de mulher que Rachel se negava ser depois que viu a mãe sofrer nas mãos de seu pai –Enfim, não quero conselhos matrimonias. Quero contratar seus serviços.
–O que? –Jane piscou os olhos, conturbada.
–Espione Jesse, me conte tudo que descobrir sobre o que ele está planejando e a próxima campanha da Lux será estralada pelo seu rosto –Ofereceu Quinn.
Não a campanha de Rachel, claro, Quinn jamais obrigaria a mulher passar por isso. Mas uma campanha pequena, alguma coisa de alcance nacional, Quinn conseguia lhe dar.
–Isso iria te consolidar e posso te encaminhar pra alguns contatos –Ofereceu percebendo que a mulher coloca os prós e contras. –Sabe que Jesse não pode te oferecer mais do que eu. Ele não tem o sobrenome certo, nem a confiança no mercado como eu. Claro que não espera pelo amor dele.
–Não –Jane respondeu com amargura. –Ele está tão louco por sua mulher quanto você.
–Por que acha que estou louca por ela?
–Tudo que está fazendo, me pedindo pra espionar seu rival. É obvio que não quer correr o risco de perde-la –Jane ergueu o queixo. –E está claro que Jesse realmente pode tirar Rachel de você ou então não teria medo do que ele está armando.
O problema de saberem sua fraqueza é que nunca hesitariam em usar essa arma contra você. Foi o que Quinn notou da primeira vez que Jesse abaixou suas calças e ela se intimidou com o ato.
Sua intersexualidade era algo secreto, restrito apenas a família. Ela não sabia quem começou os boatos de que sua genitália era diferente. Talvez suspeitavam já que ela não tomava banho com as outras meninas e seu pai garantiu com uma mesada gorda que ela tivesse seu próprio quarto.
Depois que Jesse a expôs todos no internato a perseguiram. Porque gostavam da sua reação. Porque era bom saber que tinha machucado alguém.
Quinn se aperfeiçoou nessa arte e isso trouxe muitas vantagens. Sua questão biológica deixou de ser um problema quando mulheres passaram a se interessar por ela (ou por seu dinheiro) e nada que dissessem podia realmente feri-la.
Até Rachel. Ela era sua fraqueza, e seus inimigos a atacariam sem nenhum receio.
Usando sua cara de pouco amigos Quinn encarou Jane e falou:
–Aguardo informações.
Saiu antes que a mulher dissesse mais alguma coisa. E está claro que Jesse realmente pode tirar Rachel de você ou então não teria medo do que ele está armando. Que inferno! Agora ficaria com aquilo na cabeça, agora se preocuparia se Rachel realmente atuou naquela noite ou se queria um tempo com o St. James.
–E ai? –Marley surgiu ao seu lado, salvando Quinn de seus tormentos.
As duas voltavam para o salão principal e Marley entrelaçou seu braço no de Quinn.
–Ela está na minha mão.
–Isso foi tão excitante! –A modelo deu alguns pulinhos. –Me senti em um filme!
–Deveria tentar a carreira, você foi ótima –Quinn elogiou.
–Meu Deus, Fabray! Você nunca me elogiou.
–Claro que já te elogiei –Quinn revirou os olhos.
Por que as pessoas continuavam demonstrar surpresas quando Quinn fazia algo como elogiar ou então perdoar sua irmã? Era tão monstruosa que atitudes carinhosas deveria ser prestigiadas?
–Não, não elogiou –Quinn abriu a boca para insistir e Marley se adiantou. –Me chamar de gostosa não conta, você fala isso pra todo mundo.
Quinn não conseguia ficar sem rir perto de Marley. O jeito espontâneo da mulher era terrivel. De uma maneira boa.
Voltando ao salão Quinn e Marley conseguiam ouvir vozes exaltadas, de repente a voz de Sam se destacando entre elas.
–Para de falar merda, Puck! –a voz grossa fez Quinn se preocupar.
Sam era a pessoa mais tranquila que conhecia. Se algo estava o estressando era porque Puck ultrapassou algum limite.
Isso fez Quinn andar com pressa até o grupo, a ponto de ouvir Noah falar:
–Só estou dizendo que Jesse é o cara ideal pra Rachel e se não fosse o contrato minha prima nunca teria escolhido Quinn–Puck estava de costas pra Quinn, argumentando com Sam.
Todos do grupo congelaram ao ver Quinn próxima deles. Kitty já tinha retornado de seu tuor pelo Instituto, e agora colocou as mãos no bolso e encarou Marley com frieza.
Quinn até explicaria a loira que não era o que ela estava pensando, mas estava abalada demais pra se concentrar em qualquer outro que não fosse Puck.
–O que disse, Puckmann? –A voz congelante de Quinn ecoou alta.
Lentamente o homem se virou e ergueu o queixo desafiante.
–Acho que você ouviu –Noah respondeu.
–Puck, ficou doido? –Marley interviu dando um passo a frente. –Não podemos falar do contrato, é uma regra.
Quinn explicou ao grupo sobre o noivado dela com Rachel, e como tudo não passava de um modo pra salvar a Lux. Nenhum deles estranhou a situação, afinal a mãe do Puck se casou por contrato, e concordaram em manter segredo absoluto.
Se tal informação vazasse a imprensa a reputação de ambas famílias seria destruídas.
Mas não era por isso que Quinn sentia a raiva cega vindo a tona. Era pela a opinião de Noah. Dele achar que alguém como Jesse St. James seria melhor pra Rachel. Ele, seu amigo, pensando tão mal dela.
E dizendo que Rachel não teria escolhido Quinn. O segundo golpe que tomou naquela noite.
–O que estava fazendo com Quinn? -Kitty andou até a esposa e a segurou pelo braço. Depois olhou na direção de Quinn e apontou -Se estiver comendo minha mulher, Fabray, saiba que tenho todo direito de ir atrás da sua!
– É, Kitty – Noah andou em direção a loira, que já o encarava com estranheza. Puck era conhecido por exagerar em festas, mas não na frente de sua família, principalmente de Hiram. - Lembra quando Quinn costumava comer Marley nas festas, mesmo com todas na mão dela.
–Puck, pelo que resta da nossa amizade eu sugiro que você cale a boca –Grunhiu Quinn em direção ao homem. Antes de se entender com ele tinha que salvar Marley do julgamento de Kitty. –Marley e eu estávamos conversando, eu não traio a minha esposa, Kitty.
–Não acredito nessa mudança milagrosa –Kitty lançou-lhe um olhar desconfiado.
–Ela só diz isso porque quer que Rachel acredite nesse teatrinho dela –Puck continuou usando seu tom cheio de veneno. –Não quer ser humilhada pela esposa a largando no primeiro ano do casamento.
–Puck, pare –Sam segurou o ombro do homem, e o olhou com reprovação.
–Qual é, Sam? Conte a ela o quanto odiava quando ela alterava o local das férias sem consultar o resto do grupo. E você, Archie –Puck sinalizou para o outro homem. –Ela te jogou pra escanteio depois que decidiu bancar a "esposinha perfeita".
Um soco depois do outro. As emoções de Quinn estavam sendo nocauteadas. Eles eram seus amigos há anos, e ela os tratou tão horrivelmente. Puck estava certo afinal.
Isso fez Quinn ficar paralisada enquanto escutava as afrontas dele.
–Chega, Noah –Rachel surgiu, olhando com repreensão ao primo. –Vá embora.
–E aqui a nova pessoa pra Quinn usar e jogar fora –Puck deu alguns passos em direção a Rachel, se preparando para continuar seu discurso de insultos.
Isso fez Quinn agir. A loira se entrepos entre Puck e Rachel e segurou o amigo pela camisa.
–Fique longe dela! –Quinn não toleraria que Puck falasse nada de negativo a Rachel.
Conseguia aguentar se fosse com ela, mas mexer com Rachel era uma história diferente.
–Vai, Quinn -Puck deu um sorriso macabro. –Mostra como trata quem fala a verdade sobre você.
Ela iria fazer isso. Ela machucaria aquele rosto que costumava ser seu amigo. Aquele otário que tinha o sangue da sua mulher.
Porque enquanto encarava Puck lembranças invadiam sua mente. Quinn escutava cada comentário que já ouviu na vida. Os garotos a perseguindo no internato. Os olhares enojados que Jesse St. James lhe dava.
E fortaleceu seus punhos pra bater em quem ousasse humilha-la novamente.
No entanto, alguém ali não merecia sua fúria. Alguém que nunca lhe disse nada negativo. Alguém que ainda pensava que ela valia alguma coisa.
Se ela batesse em Noah naquele momento mostraria a Rachel que ela seria uma criatura degenerada pra sempre. E está claro que Jesse realmente pode tirar Rachel de você ou então não teria medo do que ele está armando. A voz de Jane retornou a sua cabeça. Não, decidiu Quinn naquele momento, ela seria uma pessoa boa, alguém pra se orgulhar, alguém que não amedrontaria Rachel e a faria ir embora.
Por isso decidiu parar e descer a mão.
Assistiu os olhos de Puck se arregalarem. Nada de medo e sim a mais profunda surpresa. Ele sabia que aquilo nunca tinha acontecido. Não importava quem era, ou o quão forte fosse. Quinn não tinha controle de seus punhos e era um fato.
Que surpresa o mundo teria ao ver Quinn Fabray desistir de bater em alguém.
–Eu nunca mais quero olhar pra você, Noah Puckermann – sussurrou com a fúria contida.
Soltando a camisa do homem, Quinn virou-se e olhou pra sua esposa.
Rachel, com os olhos cheios de lagrimas e carregado de uma emoção que Quinn não sabia definir, sussurrou-lhe:
–Vamos pra casa.
(...)
Na viagem de volta o casal preferiu não conversar, cada uma tentando acalmar os sentimentos despertados naquela noite.
Se tinha algo que Rachel aprendeu na marra naqueles meses é que tinham hora pra brigar e pra se calarem. Aquele era um momento que não adiantava jogar nada no colo de Quinn, era o momento de que fazer com que o silencio não significasse afastamento.
–Você parou –Rachel disse depois de um longo tempo de silencio.
–Parei –Quinn olhou pra própria mão. A fúria contida, e pela primeira vez, sem marcas pra mostrar como a extravasou.
–Você deve se importar muito com Noah –a voz de Rachel era cheia de pesar, lamentando pela briga de dois amigos.
–Não foi por ele que eu parei –Quinn buscou os olhos castanhos da esposa.
Não precisou dizer mais nada. Rachel entendeu o que motivou Quinn a não bater em seu primo.
–Obrigada –agradeceu em um sussurro emocionado.
Rachel retornou seu olhar a janela, talvez quisesse dizer mais alguma coisa e pensou pra fazer isso em outro momento.
Quinn agradeceu. Estava exausta de tantas emoções naquela noite.
(...)
–Só quero dormir por três dias –Rachel soltou quando adentraram pela porta principal.
–Bem, se certo alguém deixar... –Quinn respondeu, sorrindo sorrateiramente.
-Quem?
A pergunta de Rachel foi respondida com um latido. O latido muito reconhecível a elas. Rachel deixou escapar um gritinho quando encontrou o cachorro delas correndo no corredor, igualmente emocionado em encontra-las.
–Eros!–Rachel se ajoelhou pegou o cachorro nos braços.
Ela o beijou e cheirou entre suas orelhas. Quinn viu um liquido escorrer pelo braço da esposa, mas sabia que naquele momento Rachel só se importava com o animal em seus braços.
–Sua última surpresa –Quinn suspirou no ouvido da mulher e acariciou o animal com ternura.
Com a outra mão Quinn enlaçou a cintura Rachel e beijou seu cabelo.
Talvez estivessem certos, Quinn não merecia Rachel.
Mas não a perderia, por nada e por ninguém.
Autor(a): blacksweetheart
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E eu acho que você deveria saberQue eu não vou deixar pra láPensei que eu bastavaMas eu não quero dizer adeus Rachel estava parada no altar de uma igreja. Quinn sorriu pra esposa. Ela usava o vestido branco do casamento delas, e sorria de forma tão brilhante que iluminava o ambiente todo. Os amigos delas estavam lá, assim como os ...
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