Fanfics Brasil - Jogos Doentios Até que o Amor nos Separe (Faberry)

Fanfic: Até que o Amor nos Separe (Faberry) | Tema: Glee


Capítulo: Jogos Doentios

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Que jogo doentio de se jogar, fazer-me sentir assim


Que coisa doentia de se fazer, permitir que sonhe contigo


Que coisa doentia de se dizer, que nunca sentiu-se assim


Que coisa doentia de se fazer, me fez sonhar contigo


Não, não quero apaixonar-me


(Este mundo só irá partir seu coração)


 


Rachel olhou-se para sua imagem no espelho. Um belo vestido, que teria a alegrado em outro momento, mas exclusivamente naquela noite sentia-se que estava enfeitada como um presente. Um presente a ser entregue a Quinn Fabray.


Os pais ficaram eufóricos quando Quinn enviou um convite para um jantar em sua mansão.


Hiram estava esperançoso que finalmente a Fabray tenha decidido a data do casamento.


Rachel sabia que o pai estava certo, afinal no escritório Quinn tinha dito que precisava do casamento para ganhar credibilidade.


E Rachel via que o futuro que tanto temeu estava mais próximo que imaginou. E ela já não poderia evitar, ou adiar. Caminharia para aquele altar, como um condenado caminha a sua forca.


—Você está tão linda, querida! – disse a mãe quando a encontrou em seu quarto. –Quinn ira ficar sem folego.


—Acho que o objetivo de ficar cinco horas me arrumando é esse –Rachel deu um sorriso triste.


—Ser bonita o suficiente para Quinn não desistir do casamento.


Shelby juntou-se a filha e sua imagem foi refletida no espelho. Rachel e Shelby eram muitos


parecidas, excetos pelos olhos, e a diferença não era apenas a cor. Rachel tinha grandes olhos castanhos, cheios de esperança e vida. Algumas vezes uma doçura quase ingênua. Já Shelby refletia sua experiência com seu olhar, as vezes até mesmo um cansaço. Rachel não lembra de nenhum dia onde a mãe tinha sorrido de verdade, porque aquilo lhe daria rugas como a mesma disse. E quando sorria, era pra esconder a vontade de gritar.


E naquele momento, olhando para a mãe, Rachel sentia estar enxergando seu próprio futuro.


—Não fique preocupada, Quinn não adiou o casamento por sua causa –Shelby acariciou os cabelos da filha. –Ela queria aproveitar a liberdade da vida de solteiro. Mesmo que tenha nascido mulher, Russel lhe deu todas as vantagens de um herdeiro e Quinn quis aproveitar.


—E por que papai nunca me tratou da mesma maneira? –A testa de Rachel criou um finco. –Sou sua única filha, portanto sou sua herdeira.


—Querida – Shelby crispou os lábios. –Claro que irá herdar todo o dinheiro do seu pai quando morrermos. Mas a empresa... Ira ao seu tio, e mais tardar, a seu primo Noah.


Rachel sentiu o fervor da indignação em seu peito crescer. Claro. Seu pai, tradicional demais para deixar uma mulher na liderança da empresa, já havia escolhido um homem para o substituir. Ele nem mesmo se preocupou em qualificar Rachel para seguir seus passos, a deixou se formar em música na faculdade mesmo considerando uma perda de tempo.


Porque os planos para Rachel era o casamento, e a aliança com os Fabray.


—Se eu desistisse do casamento –Rachel virou-se em direção a mãe. Precisava enxergar a verdade no olhar dela. –Você me odiaria?


—É claro que não, meu amor! –Shelby segurou o rosto da filha com as duas mãos. –Nada nesse mundo me faria te odiar, Rachel. E, se eu fosse um pouco mais forte a libertaria desse compromisso.


Shelby então a soltou, e se afastou para olhar a filha melhor. Estava adulta agora, e Deus sabe o quanto a mãe tentou protege-la das projeções que Hiram tinha a ela.


Mas não podia. Não em um mundo onde Hiram Berry era praticamente o dono delas e assim como ele dava, ele tira.


—Seu pai –começou Shelby. –Ele nunca aceitaria, Rachel. E não digo que ele agiria contra sua vida.... Mas certamente iria querer lhe ensinar uma lição.


Rachel assentiu com a cabeça baixa. Ela sempre soube disso. Hiram foi claro no dia da assinatura do contrato que a colocaria para fora de casa, sem nada, caso se negasse.


E depois de três anos o medo de Rachel já não era por ela. E sim pelo Instituto, por todas as crianças que iam as aulas de músicas esquecer dos problemas de seu mundo. Os professores que precisavam do trabalho para sustentar suas famílias. Kurt, que dedicava quase todo seu tempo a aquele lugar, e até mesmo Camilla, que teria dificuldade para encontrar um chefe que aceitasse seu jeito excêntrico.


Por eles Rachel ergueu o rosto e deu seu melhor sorriso a mãe. Como a mãe, ela também sabia esconder sua frustração.


—Essa é a minha menininha –concordou Shelby segurando as mãos de Rachel. –Vamos enfrentar isso juntas!


E de mãos dadas as duas foram para a entrada, onde Hiram as esperavas para partirem.


—As mulheres da minha vida! –Hiram deu um grande sorriso a filha, significando que aprovou a imagem da filha. –Está pronta para conhecer sua nova casa, Rachel?


—Então essa não será mais minha casa? –Rachel deu um sorriso irônico ao pai.


O pai lhe deu um olhar enigmático. Rachel tinha herdado os olhos castanhos do pai, mas nunca saberia lê-los.


—Não se fizer tudo certo.


E Rachel quase ouviu a ameaça implícita na frase: E não voltará se fizer tudo errado.


(...)


Rachel tinha que reconhecer, a mansão Fabray era fantástica.


Era afastada da cidade, e não tinha vizinhos ao redor. Ao contrário de todo ricaço, Quinn não


ostentava seus bens no bairro mais caro de Chicago. Porém não havia dúvidas que a Fabray


gostava de um casarão. Rachel tentou ser otimista, mas pensar em nela e Quinn sozinhas ali, isoladas do mundo, era um tanto desconfortante.


O que só piorou o seu mau-humor.


Ao chegarem na entrada foram recepcionadas pela própria Quinn, que exibia um sorriso cordial. A loira apertou a mão de Hiram, depositou um beijo na bochecha de Shelby, mas ao chegar em Rachel as duas trocaram um longo olhar.


Quinn não se atreveu tocar na Berry, a ira de Rachel estava escancarada nos seus olhos.


—Geoffrey, guie Sr. E Sra. Berry até a sala de jantar, por favor –pediu Quinn chamando um de seus empregados. –Acompanharei Rachel.


Os pais de Rachel seguirem o homem, encantados com a decoração interna do lugar. Quinn ofereceu seu braço de modo cortes para guiar Rachel, no entanto Rachel começou a andar na frente deixando claro que não queria tocar na loira.


—Você está brava? –questionou Quinn tentando acompanha-la.


—Não. – respondeu irônica. -Estou radiante.


—Queria ter conversado com você antes de decidir a data, mas seu pai...


—Poupe-me de suas desculpas. –Rachel parou e encarou Quinn –Nem mesmo consigo dizer o que estou sentindo a seu respeito.


—Aposto que não é sentimentos bons.


—Não mesmo.


—Isso ia acontecer -Quinn disse o obvio.


—Não tão cedo. –Rebateu.


—Era necessário.


—Pra você. –Acusou Rachel.


—Rachel...


—Fabray.


Rachel deu alguns passos, mas depois voltou e questionou a Fabray:


—Custava ter dado um telefonema? –Rachel jogou as mãos no ar. –Eu vou participar desse casamento, caso você não tenha percebido. E avisar meus pais primeiro...


—Eu errei –admitiu Quinn. –Devia ter te ligado.


—Tem muitas coisas que você devia ter feito, Fabray –Rachel deu as costas e passou a seguir os pais.


A admissão de Quinn não ajudava em nada e Rachel duvidou que algo pudesse lhe ajudar a ficar feliz com aquela situação.


(...)


—Quinn, você tem uma casa maravilhosa! -Elogiou Shelby com um sorriso orgulhoso.


Os Berry e Quinn estavam jantando um delicioso prato preparado pela chef particular de Quinn. Quinn tinha sido delicada o suficiente para solicitar uma serie de pratos veganos para Rachel. Isso surpreendeu a Berry por um momento, pois nunca conversou com Quinn sobre seus gostos culinários, e Quinn havia acertado em tudo.


A comida ao menos seria algo que Rachel gostaria de aproveitar no casamento.


—Tem um ótimo gosto. –Continuou Hiram –Acredito que Rachel será feliz aqui.


—Não proporcionarei menos do que sua filha está acostumada, Sr. Hiram. -Prometeu Quinn.


—Isso me deixa feliz. –O homem respondeu.


—Sorte sua. –Rachel deixou escapar.


Os pais lhe encararam com seriedade, enquanto Quinn deu um leve sorriso. Nem mesmo com os pais Rachel deixava de ser ousada. Quinn a adorou por isso.


—Rachel, me conte mais sobre o instituto? De onde surgiu a ideia? –Questionou Quinn deixando os talheres de lado e apoiando seu queixo nas mãos.


Era como uma criança esperando uma história.


—Conte, filha. É uma historia tão bonita – incentivou Shelby.


Não foi possível deixar de perceber que Hiram remexeu-se incomodado na cadeira. Rachel deu um longo suspiro, e então começou:


—Eu estava voltando pra casa, depois da faculdade. Era o terceiro semestre. Meu carro estava no conserto então tive que usar o metro. Estava quase chegando no metro quando ouvi um trio de crianças, cantando. E muito bem. Fui até elas e ofereci dinheiro. Eles recusaram. Não estavam cantando porque queriam dinheiro. Era uma distração, uma brincadeira. Porque a mãe estava procurando emprego na cidade e eles não tinham com quem ficar. –A voz de Rachel estava carregada de emoção, e seus olhos nublado pelas lagrimas. Ela não conseguia controlar a tristeza que sentiu ao ver aquela situação. –May, Leo e Francis. Fiquei com eles a tarde inteira. A mãe voltou desolada, porém tinha conseguido o emprego. E eu pensei, que aquelas crianças ficariam sozinhas enquanto a mãe trabalhava. E eu quis ajuda-las.


Rachel limpou uma lagrima que escapou e Quinn apoiou sua mão em cima da dela, dando-lhe conforto. Rachel continuou:


—Inicialmente aluguel um salão, pequeno. No bairro. E no primeiro dia os três foram, e levaram seus primos. Era só eu e as crianças, cantando a tarde toda. Tentei ensinar o que eu sabia sobre música, mas era limitado. Mesmo assim era tudo para aquelas crianças. –Ela deu um sorriso amoroso – E minhas “aulas” foram crescendo, a turma também. Logo os pais confiavam em mim para deixar os filhos, mas eu precisava de um espaço decente e de dinheiro.


—E então veio o aniversário dela –completou a mãe.


—Pedi que meu pai construísse uma escola. Uma escola de música –Rachel deu um olhar receoso ao pai.


Quinn presumiu que o pai não foi um grande apoiador dos planos da filha.


—Foi um projeto caro. –Hiram comentou.


—Que salva vidas –retrucou Rachel. –May está na faculdade agora! Juliard! ganhou uma bolsa em música. E tem os outros, Mike..


—Chega, Rachel. Esse jantar não se trata de seu instituto estupido! – exclamou o pai batendo com os talheres no prato. Depois de perceber que não estava na sua casa, Hiram olhou para Quinn. -Perdoe, Quinn, Rachel divaga algumas vezes sobre o assunto.


—Não se preocupe, Sr. Berry, eu realmente me interesso no Instituto –Quinn apertou os dedos de Rachel. -Mas tem razão, Rachel e eu conversaremos muito sobre ele quando formos casadas.


Rachel observou a loira, um tanto surpresa. Esperava que Quinn concordasse com o pai, que o Instituto fosse perda de tempo e nem mesmo se interessasse em saber dele. Mas nestes cinco anos de noivado, nas poucas vezes que esteve com Quinn, sabia que a loira não dizia nada em vão. Suas palavras eram como promessas e Rachel acreditou que Quinn realmente estava interessada no Instituto.


Mesmo que odiasse a situação de ser forçada a se casar, Rachel não podia odiar que Quinn ajudasse seu projeto. Tudo valia a pena quando se tratava de ajudar crianças a expressarem sua arte.


—Estou bastante animada! –exclamou a mãe sobre o casamento. Onde será? Podemos fazer uma festa enorme, alugar um country club...


—Não! Quero pequeno, poucas pessoas, e discreto –pediu Rachel implorando para Quinn com o olhar.


A mãe iria querer um espetáculo, e o pai não iria se opor. Para eles seriam a finalização de um ótimo negócio. Para Rachel seria como um leilão de cavalos, e ela era o garanhão premiado.


—Não posso concordar mais –Quinn assentiu com a cabeça, fazendo os Berry olharem surpresos.


Rachel e Quinn não eram um casal de noivas apaixonadas, entretanto havia uma parceria ali. Um complemento de ideias que os pais de Rachel não podiam corromper. Quinn faria o que Rachel queria, e o que Rachel queria era ser totalmente contraria ao seus pais.


Percebendo que todos tinham terminado, e antes de criar um clima desconfortável com seus futuros sogros, Quinn teve uma ideia.


—Querem conhecer o resto da casa?


(...)


Rachel não queria admitir, mas estava perdida.


Se afastou do tour de Quinn por sua mansão em alguns minutos pois precisou ir ao banheiro e agora não conseguia saber onde os pais ou Quinn estavam. Rachel estava abrindo a porta de todos os quartos até que encontrou algo peculiar no último. O quarto era o maior do corredor, mas a decoração era padronizada. O que fez Rachel parar para observa-lo foi que este tinha uma parede de vidro, que refletia uma área exterior. Um jardim.


Rachel sabia que estava sendo intrometida, porém seu instinto curioso era mais forte. Ela atravessou o quarto e tocou no vidro. O mesmo deveria funcionar com um tipo de sensor, pois se abriu automaticamente, dando acesso ao jardim.


Era lindo. Quase encantado. Havia uma plantação de rosas ao redor, e as paredes eram cobertas por trepadeiras. Uma arvore estava no centro, e nela, um balanço que Rachel estava quase acreditando ser de ouro.


Quinn tinha criado um cenário de contos de fadas ali. E era até estranho associar aquele espaço ao resto da casa. Era estranho imaginar Quinn Fabray, toda seria e rígida, ali se balançando.


Rachel não resistiu e sentou-se no balanço. Ela lembrou do tempo que Caroline a levava para um parque perto da mansão Berry, e as duas ficavam a tarde toda brincando. Rachel adorava o balanço. Fechou os olhos e começou a se balançar, era como ter um pedaço da infância ali.


Tudo era tão fácil...


Alguém coçou a garganta atrás de Rachel e ela abriu os olhos pousando a mão no peito.


—Seus pais estão explorando cada canto da casa. Enquanto você prefere se esconder aqui –Quinn estava sorrindo observando Rachel.


Ela deu um suspiro para acalmar seu coração. Ao que parecia Quinn não iria brigar com Rachel por ter xeretado demais e ter encontrado seu jardim particular.


—Terei muito tempo pra entender esse labirinto que chama de casa. Além disso este é o canto mais interessante até agora -Rachel olhou ao redor, ainda admirada. –Qual design teve a ideia de criar esse jardim?


—A ideia foi minha –Quinn se aproximou, ficando ao lado de Rachel no balanço.


—Sua? –questionou Rachel incrédula. –Acho difícil.


Quinn sacudiu a cabeça, o tom de descrença de Rachel era sempre engraçado. A loira então se posicionou atrás da Berry, e suas mãos tocaram a lateral do corpo dela.


—O que está fazendo? –A voz de Rachel mostrou que estava amedrontada. Talvez Quinn lhe empurrasse por ter ofendido seu gosto.


—Calma –Quinn tocou no tronco de Rachel, e depois deu um leve empurrão que a fez ganhar impulso para balançar. –Estou apenas te ajudando a se balançar.


Rachel queria curtir o momento e relaxar. Normalmente teria feito isso. Mas não conseguia, seu coração batia rápido no peito e o estomago revirava. Não era uma crise de ansiedade, sua cabeça não estava vendo tudo rodopiar. Na verdade, em sua visão, Rachel enxergava tudo mais lindo, quase encantado. A lua, as estrelas, as luzes dos refletores do jardim... Até Quinn. Ela estava mais bonita aquela noite.


—Quando visitei a Turquia –começou Quinn, quase fazendo Rachel pular de surpresa. –Fui levada a uma antiga construção da Era Otomana. Sempre fui um pouco fascinada por história -Ela explicava de forma tão tranquila. Rachel não queria admitir, mas gostava de ouvir Quinn falar. –O castelo era lindo, mas o que realmente me impressionou foi o jardim. Era como este. Foi de lá que tirei a ideia de ter uma réplica em minha casa... Acho que não posso levar crédito pela decoração.


—Não, realmente não –As duas riram juntas. –Mas é muito tocante que tenha algo tão belo em sua casa. De tudo que vi, este é meu lugar favorito.


—Por que? –Perguntou Quinn com insegurança.


Rachel virou-se um pouco para poder olha-la. E concentrada naqueles olhos verdes, Rachel respondeu:


—Porque ele é o único que realmente reflete um gosto pessoal seu –Rachel lhe deu um sorriso.


E Quinn ficou atônica em alguns segundos. Até que retomou a compostura e disse:


—Poderá decorar a casa da maneira que quiser quando vir.


—Acha que isso me fará gostar da ideia de ter que morar aqui? –Rachel não conseguiu disfarçar seu tom de desgosto.


—Acho que nada te fará gostar da ideia de nos casarmos –Quinn sorriu com tristeza. –Só tenho a esperança de que fazendo isso te deixe menos infeliz.


Rachel virou-se para frente. Ficaram em silencio até que Quinn voltou a empurra-la.


Aquilo não estava certo. Quinn está tentando ser legal. Frustrada ou não, estava na hora de tratar Quinn melhor.


—Desculpa por ser tão mala –disse por fim. –Evitei essa história toda por cinco anos, na esperança de que chegasse um dia em que esse contrato sumisse. Agora que tudo está acontecendo, sinto que é muita coisa para lidar. Vir morar com você, ter que lidar com alguém que mal conheço todo dia... É aterrorizante.


—Sei o que está sentindo –Quinn parou de empurrar, e passo a massagear seus ombros. Rachel ficou arrepiada dos pés à cabeça.


Aquela mulher tinha mãos de fada!


—Não sou uma pessoa aberta. Para ser sincera tenho apenas duas amigas que me conhecem de verdade -Quinn revirou os olhos ao lembrar de Lauren e Santana. –E logo terei você aqui, e precisaremos aprender a conviver uma com a outra. Nos abrir...


Rachel tocou a mão dela e deu um leve aperto em seus dedos. Finalmente a morena sentia que Quinn entendia seus sentimentos. Que ela também os sentia.


—Não devia ter perdido tanto tempo te evitando –Rachel negou com a cabeça. –Talvez se nos conhecêssemos melhor antes quando chegasse o casamento estaríamos mais calmas.


—Eu também deveria ter insistido mais em ter um relacionamento amistoso com você.


—Você tentou –Rachel levantou-se e deu um sorriso irônico para Fabray. –Todos os presentes que mandava pra mim ha cada mês. E eu os rejeitando...


—Na verdade eu sabia que você iria rejeita-los –Quinn olhou pra baixo e coçou a nuca.


—Como sabia? –Rachel arregalou os olhos.


—Eu os comprava errado de proposito – Quinn teve a decência de corar com sua admissão.


Rachel cerrou os olhos em direção a “noiva” dela. Ela devia ter desconfiado. Quinn errava em tudo, no álbum, nas flores, até mesmo quando inventou de enviar uma joia foi totalmente o oposto do gosto de Rachel. E em uma era onde tudo estava exposto em uma rede social não poderia ser uma simples coincidência que Quinn a irritasse com aqueles presentes.


Berry levantou-se de uma vez, deixando que o balanço separar as duas.


—Está querendo dizer que me enviou cada maldito presente apenas para me aborrecer?


—Não para aborrece-la –Quinn negou, mas suas bochechas ainda estavam vermelhas, o que Rachel aprendeu a captar que ficava assim quando estava mentindo. –Era um jeito de chamar sua atenção.


—Me fazendo ter vontade de bater em você com os presentes?


—Na verdade você já me bateu com um deles –Quinn deu um sorriso torto ao lembrar do evento. Rachel empurrou seu ombro. –E tenho que admitir que era um pouco engraçado te imaginar brava ao receber essas coisas.


— “Pouco engraçado” –Rachel contornou o balanço e empurrou Quinn com mais força. –Canalha! Loira de farmácia maldita, escrota...


Rachel continuava a xingar e a bater, mas Quinn não se importava nenhum pouco. Era tão interessante observar uma mulher tão brava daquele jeito, e ainda chocante perceber que Rachel não tinha nenhum temor dela, nem do que ela poderia fazer. Havia pessoas na empresa que nem mesmo encaravam Quinn nos olhos, com o medo do poder que sua posição trazia. Ainda sim, sua noiva, a mulher que logo dividia um teto não tinha medo de esbravejar sua ira, nem de mostrar sua insatisfação.


Porém o ombro de Quinn já estava doendo, então a loira segurou os pulsos da morena e juntou seus corpos para fazê-la parar.


—Desculpa, Rachel –Disse Quinn com sinceridade. –Desculpa pelos presentes, por não ter te consultado sobre a data do casamento... Por tudo.


Rachel viu a verdade em seus olhos verdes. Viu que Quinn sentia muito por tê-la magoado.


—Só não faça mais isso, tudo bem? Me consulte, me pergunte... Afinal esse casamento é nosso, não dos meus pais.


Quinn concordou com a cabeça.


As duas ficaram ali por um momento, se olhando como se fosse a primeira vez. E era, era a primeira vez que tinham uma conversa sincera. Era a primeira vez que entendiam que agora, com a data marcada, as duas teriam que se unir para enfrentar os desafios do casamento e o que viria depois dele.


E uma ponta de esperança surgiu, que a situação poderia ser um pouco melhor se conseguissem conversar como fizeram.


—Precisamos voltar –sussurrou Rachel quebrando o silêncio. –Meus pais podem pensar... que estamos...


—Oh, Deus me livre que meus sogros pensem isso! –Quinn ofereceu seu braço e pela primeira vez Rachel o aceitou. –Sabemos que só irei deflora-la depois do casamento.


Rachel gargalhou com a brincadeira de Quinn, e depois passou a pensar: Era uma brincadeira... Não era?



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Autor(a): blacksweetheart

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