Fanfic: Até que o Amor nos Separe (Faberry) | Tema: Glee
Mentiras, não quero saber, não quero saber
Eu não consigo te deixar ir, não consigo te deixar ir
Eu apenas queria que fosse perfeito
Acreditar que valeu a pena lutar por tudo
Mentiras, não quero saber, não quero saber
–Cuidado! Cuidado, crianças! –Rachel gritava quando os pequenos corriam até seus pais.
O presente de Quinn foi aproveitado com gosto. As crianças se divertiram o dia todo. Quinn não só pagou pelos ingressos como pagou por um dia exclusivo as crianças e os professores do Instituto Berry. Os funcionários do parque os ajudaram a ficar de olho em todas e, claro, o lanche também estava garantido.
Se o segredo de Quinn não estivesse tão atralado a sua mente estaria voando pra NY apenas pra lhe agradecer.
–Tia Rach –Ana foi até ela, enquanto sua mãe esperava–a.
–Sim, Ana? –Rachel abaixou na frente da menina e sorriu com carinho.
–Foi muito legal hoje, né –os olhos da menina brilhavam de felicidade.
–Foi sim –Rachel apertou seu narizinho –prometo que iremos mais vezes.
–Só faltou uma coisinha –A menina fez um lindo beicinho.
–O que?
–A tia Quinn –aqueles olhos castanhos encaram Quinn com genuína tristeza.
–Ela queria muito vir –Rachel acariciou os cachos de Ana. Depois sussurrou pra menina –mas a Tia Quinn tem problema com altura.
–Então a gente vai no parque aquático! Lá e só piscina e é bem lá pra baixo –Ana demonstrou com a mão.
–Ótima ideia, querida –Rachel não conteve o sorriso. Crianças, sempre muito criativas. –Ela vai ir na próxima, está bem.
–Tá bem! Tchau, Tia Rach –A menina deixou um beijo rápido na bochecha de Rachel e depois acenou pro homem já parado ao lado da mulher. –Tchau, tio Kurt.
Ana saiu em disparado aos braços da mãe. Rachel ainda sorria com carinho enquanto observava a interação de mãe e filha.
–Quinn Fabray conquista até criancinhas. Aquela mulher tem pacto, só pode! –Kurt comentou abraçando a cintura de Rachel.
–Deus tem seus favoritos, Kurt. –Rachel disfarçou o aborrecimento ao mencionar o nome de Quinn.
–Pois é, rica, bonita e agora filantrópica. E não só te da joias maravilhosas e a mansão da Barbie, mas te ajuda a cuidar do seu sonho.
–Sou uma sortuda –dessa vez a voz saiu robotizada. Era o que respondia no passado, no noivado estranho que tiveram. Ela sempre foi a sortuda que conseguiu fisgar Quinn Fabray, nunca foi o contrário.
–E por causa dela eu conheci Blaine e Camila conheceu Lauren. Tantos anos solteiros e finalmente encontramos o amor.
–Fico muito feliz por vocês –Rachel foi sincera e olhou pro amigo com mais ternura.
–Por nós, Rachel –Kurt apertou seu braço pra que ela também vibrasse de animação –Do jeito que Quinn te trata duvido muito que não é mais feliz que todos juntos.
Ele não poderia estar mais errado. Ela não estava feliz com Quinn, não naquele momento.
Mas cuidando do seu segredo mais pesado, Rachel deu o maior sorriso do mundo e mentiu para o melhor amigo ao dizer:
–Não sabe como sou feliz, Kurt.
(...)
Rachel tinha que ver a mãe.
Principalmente depois da história de Quinn a ausência da mãe em sua vida pesou profundamente em seu coração. Mesmo com todos os erros e encobrindo as atitudes de Hiram, Shelby amava profundamente sua filha e Rachel retribuía esse amor.
Por isso marcou uma reunião, no restaurante Nobu. Saiu do Instituto e foi diretamente pro lugar. Quando viu a mãe não segurou a emoção e praticamente correu pro seus braços.
–Mamãe – o abraço apertado da mais nova surpreendeu a mãe.
E mesmo não gostando de afeto em público Shelby retribuiu o aperto da filha.
–Rach, querida
–Sinto sua falta –Rachel puxou ela para a cadeira ao seu lado e sentaram com as mãos dadas.
–Eu também, meu bem –Shelby arrumou uma mecha de cabelo atrás da orelha de Rachel –Me desculpe por não ter ido na estreia. O seu pai me disse que precisava falar com você a sós, e levou aquele homem.
–Está tudo bem, mamãe. Eu e Hiram... –Rachel preferiu concertar a frase, se queria demonstrar que a relação com Hiram voltou a ser boa precisaria agir como uma filha amorosa –Eu e papai nos acertamos. Eu entendo as razões dele.
–Estou tão feliz! –os olhos de Shelby brilhavam como cristais. –Ele também disse que logo tudo estará resolvido com Quinn.
–Como assim?
–Ela não serve pra você, Rach. Percebi isso no dia daquela confusão no noivado –Shelby negou com a cabeça, os lábios crispados em reprovação.
–mas você apoiava o casamento –Rachel apertou os olhos. –O que te fez mudar de ideia?
A pergunta de Rachel ficou no ar, a mãe de Rachel afastado seu rosto para evitar responder.
Antes teria ignorado, entendido que a mãe lhe contaria na hora certa. Mas precisava de todas as respostas e faria o necessário para tê–las.
–Mamãe, meu casamento está deteriorando –Rachel apelou pra uma situação que Shelby vivia bem, e odiava cada segundo. Contando que isso fizesse a mãe ficar vulnerável. –Acho que Quinn está me traindo. Ela foi pra NY e me deixou, mesmo eu insistindo pra ir. Ela esconde o telefone, passa algumas noites fora. Preciso que me diga o que está acontecendo. Você sabe como é estar no meu lugar.
–Eu sei, querida –A mãe alisou o rosto da filha, realmente apiedando–se do seu suplico. Conhecia Rachel o suficiente pra saber que ela jamais mostraria fragilidade se não estivesse tão desesperada. Shelby não podia guardar segredo daqueles olhos tão ansiosos por ajuda –Eu vou contar.
(...)
–Quinn ameaçou a vovó Berry? –Noah exclamou depois que Rachel contou sobre a ameaça de Quinn aos Berrys –Ela tem colhões.
–Minha mãe disse que Santana estava na reunião –Rachel andava pelos corredores enquanto retornava pra sua sala. Seus passos eram tão frenéticos que ecoavam pelo corredor todo. Ainda bem que sua pressa não era dedurada já que a conversação das crianças era ainda mais alta.
–Claro, ela é o braço direito de Quinn – Noah respondeu –Se ela pudesse destruir os Berry um por um ela faria isso.
–O assunto não é sobre Santana –Rachel nem sentia surpresa de Santana esconder outro assunto dela. A prima servia ao seus próprios interesses, com exceção aos de Quinn pelo que parece. Precisava focar em outra revelação –Você fez sua parte?
–Pois é, eu até que fui no babaca do seu ex, mas ele só vai falar qualquer coisa se for pra você.
–Ai que meleca! –Rachel soltou passando por um grupo de crianças e se desculpando quando foi repreendidas por eles.
–Você falou meleca? –Noah gargalhou.
–Eu trabalho com crianças, não posso falar palavras improprias –Rachel revirou os olhos.
Não gostava de palavrões antes mesmo do instituto. Não é digno de uma dama que xingue feito um mendigo,dizia Shelby toda vez que flagrava Rachel soltando até o misero "merda". Rachel odiava a comparação da mãe, até porque já vira muitas vezes o próprio pai xingar. Mas era sempre fácil pra família criticar qualquer um de fora e não olhar pro que tem dentro.
–Tudo bem, amanhã eu saio daqui mais cedo e vamos juntos ver Finn –Um longo suspiro foi dado.
–Hey, eu trabalho sabia!
–Noah você já faltou uma semana comemorando seu aniversário em St. Tropez–Rachel fez careta –Eu estou te pedindo. Não consigo fazer isso sozinha.
–Tudo bem –Resmungou o primo perdendo no argumento –Mas só se me fizer um favor depois.
Rachel sorriu contra o telefone. Ele é um bom Berry, Rachel disse pra si mesma, nunca faz nada sem ganhar algo em troca.
(...)
–Está tudo bem mesmo? –insistiu Rachel equilibrando o telefone entre o ombro e a orelha.
Quinn já estava em New York há duas semanas.
A pior parte de tudo era fingir que não sabia de nada e tratar Quinn da mesma forma, sem dar nenhuma pista de sua raiva interna. Uma parte dela queria permanecer na ignorância, dizer a si mesma que o pai mentiu e voltar a crer que sua esposa não agiria em suas costas. Era fácil agir assim quando Quinn a abraçava a noite, quando a convidou para viajarem e principalmente nos beijos cheios de claro que a loira lhe dava.
Porém a distância e a ausência da loira era difícil esquecer o que Quinn aprontou. Que ela ameaçou sua família e não lhe contou, que subornou Finn na suas costas.
E seu pior pesadelo tornou–se sua realidade: estava vivendo um casamento como o de seus pais. Cheios de mentiras, teatros e enganações.
Como agora, com Quinn tentando convencê–la que está conseguindo dormir tranquilamente.
–Rachel, eu juro que estou sendo sincera –A voz de Quinn era cansada, depois de repetir pela decima vez que não teve nenhum problema de sono sem Rachel ao seu lado.
E Rachel não acreditou nela nenhuma vez.
–E os remédios? Eles tem ajudado? –Não temeu soar cansativa. Queria arrancar uma confissão de sua esposa mentirosa e negligente com a própria saúde.
–Sim, é só a longo prazo que tudo fica ruim.
–Não está mentindo pra mim, né? –a voz da morena saiu aborrecida.
–Rachel...
–Quinn!
–Tem algo além do meu sono que pode te preocupar –Quinn deu um longo suspiro e Rachel endireitou-se na cadeira, aguardando o pior –Eu meio que mandei Jesse pra longe. Ele vai ficar em Washington por um tempo.
Rachel mordeu o lábio, pensando sobre o assunto. Quinn manteve Jesse na Europa por anos, tudo porque não suportava trabalhar com ele. Agora que ele rondava Rachel e era um dos acusados de ferir Eros claro que Quinn o manteria o mais longe possível.
–Desculpa se isso te magoou –Quinn acrescentou depois de ter o silencio como resposta.
–A empresa é sua, Quinn, não vou dizer o que fazer com ela –Rachel não soou ríspida. Tal como a ordem de Camila não agradou Lauren e Rachel ficou aborrecida por Lauren intervir, Rachel jamais faria isso com Quinn. Quinn sabia o que era melhor a Lux e Rachel sabia que o que era melhor pro Instituto. Ainda sim tinha ressalvas, e compartilha–as com Quinn. – Só fico pensando se não estamos o julgando mal e ele não tem envolvimento com você sabe o que.
–Ele ainda quer você e isso já é o suficiente pra querer ele na Antártica! –Quinn bateu em alguma coisa, provavelmente sua mesa já que raramente deixava de trabalhar desde que foi.
–Você é tão ciumenta, Fabray!
–Só estou protegendo o que é meu.
–Sua especialidade –Rachel deixou escapar, pensando no suborno.
Infelizmente não era sempre que conseguia ser tão fria quanto a mãe.
–Me desculpa se meu ciúmes a incomoda –Quinn soou receosa, não esperava pelo comentário ácido da esposa. –Vou tentar me controlar.
–Não é isso, Quinn... –Rachel mordeu o lábio.
Aquele não era o momento de discutirem isso. Se aguardou duas semanas pra tirar a história a limpo com Finn e depois enfrentar Quinn não colocaria tudo a perder em um telefonema.
–Então o que é? –insistiu Quinn preocupada.
–Nos falamos a noite, se cuida –Rachel desligou antes que a loira insistisse no assunto.
Cuide–se, pensou Rachel com sarcasmo, ela realmente tem que se cuidar se Finn confirmar o tal suborno.
(...)
Chegou o momento de saber a verdade.
Rachel abraçou o próprio corpo quando desceu na frente da fábrica de Finn.
Vestia um casaco bege, uma blusa branca, calça jeans preta e uma bota longa. Os ventos de outono ainda batiam em seu rosto, anunciando que a mudança de estação estava próxima.
Karofsky desceu para acompanha-la, mas Rachel virou-se e falou:
–Eu consigo lidar com ele, Karofsky. –Fez a melhor interpretação de alguém segura de si –Preciso falar sobre algumas coisas minha que ele ainda não devolveu. Será uma conversa rápida.
O segurança a olhou com receio, depois olhou em direção a fábrica.
–Te chamo se sentir que Finn vai fazer qualquer gracinha –A mulher barganhou com um sorriso charmoso. –E por favor, não diga nada a Quinn, sabe quanto ela é dramática quanto esse assunto.
–Como desejar, Sra. Fabray –o segurança concordou com a cabeça e recostou no carro.
Rachel se apresentou na recepção e deixou o segurança revista-la. Depois foi em direção a fábrica com as mãos nos bolsos.
Encontrou com Noah já dentro do edifício, igualmente vestido com um casaco longo. Rachel sentiu uma vibração de investigadores e se fosse no passado jamais imaginaria que Noah seria seu parceiro.
Situações desesperadas, medidas desesperadas.
–Ele realmente disse que não falaria com você? –Rachel queria confirmar se realmente precisava acompanhá–lo.
–Pois é, ninguém pode dizer que o Hudson não é um otário por querer isso –Puck a deu um olhar jovializado –Eu que não encararia uma mulher enfurecida.
–Mas já encarou –Rachel o empurrou com o ombro –Um dos poucos que fez isso e não sofreu consequências.
–Ela parou por você –Puck relembrou. Ela e Noah entraram no elevador que os levaria até a sala de Finn –Sinceramente se ela tivesse me batido eu não me sentiria tanta culpa pelas coisas que eu disse.
–Sinto muito –Rachel tocou seu braço, transmitindo desculpas no olhar.
Puck apenas ergueu os ombros.
–Relaxa, também não é como se a Fabray não precisasse escutar isso. Acho que se tivesse sido amigo de verdade teria dito aquilo bem antes, claro que de forma mais delicada.
O desejo de proteger Quinn surgiu, assim como no momento da briga entre os dois. Na verdade se Quinn não intervisse Rachel estava pronta pra mandar Noah embora. Ela viu na cara da sua esposa que cada palavra do amigo era como um soco em seu estomago.
Mas Puck estava a ajudando e nem tudo que falou sobre Quinn era mentira. E agora era com ele que iria saber se Quinn armou nas costas dela.
–Quando explicarmos o porquê disse aquilo, sei que voltaram a ser amigos –Preferiu não defendê–la naquele momento, pelo bem da parceira deles.
–Devia estar mais preocupada com vocês –Noah não deixou sua acidez de fora, ele conseguia ver o olhar reprovador que Rachel deu ao dizer que Quinn merecia escutar aquilo. Estava ansioso pra saber se ela teria aquele mesmo olhar depois da conversa com Finn. –Depois do que ouvir aqui acha que vocês vão ser alguma coisa?
Rachel abriu e fechou a boca.
–Vamos descobrir –foi tudo que conseguiu responder.
(...)
Rachel não podia deixar de reparar como tudo estava diferente.
Tudo estava diferente, a começar pela linha de produção. As maquinas de costura antiga foram substituídas por novas. Um segundo andar foi criado, onde algumas saletas estavam organizadas com cadeiras caras e alguns telões de demonstração. O projeto amador que o ex–namorado iniciou já não era tão amador assim.
Rachel tinha ideia de quem bancou o investimento pra que ele evoluísse assim.
Noah permanecia quieto ao lado da prima, deixando–a tomar as rédeas da situação. Não se tratava apenas de colher informações, era emoções conturbadas que viriam a tona. Ela não precisaria de alguém pra lhe torrar o juízo.
–Tenta não levar tão a sério o que ele disser, tudo bem? –Noah colocou a mão em seu ombro.
–Fique tranquilo, não sou a Quinn –Rachel soou defensiva.
–Exatamente, você é Rachel Berry –Noah continuou. –Não vai sair socando ninguém, mas o que escutar hoje pode te magoar. Muito. E isso não é o que eu quero.
–Obrigada por se importar com meus sentimentos –Apesar de ter soado irônica ela realmente apreciava Noah parecer tão preocupado.
E um pouco presunçoso. Ela não era mais a Rachel Berry que ele conhecia.
Chegaram a sala de Finn. Na porta escrita "CEO – Finn Hudon" em uma placa dourada. Noah olhou-a e revirou os olhos. Rachel também não controlou a careta.
Noah deu dois toques na porta e ouviram Finn gritar entra. Com uma última respiração longa e alterando sua face pra uma mascará fria e distante Rachel entrou na frente, sendo seguida por Noah.
–Rachel –O homem levantou–se de sua cadeira e quase correu em direção a ela.
–Hey, não se empolga não –Puck entrou na frente de Rachel e o empurrou com uma mão só.
Se olhar matasse Puck estaria morto depois da encarada de Finn.
–Meu primo disse que não falaria nada se eu viesse –Rachel decidiu chamar atenção pra si antes que começassem a brigar –Bem, estou aqui, Finn.
–Você tá tão diferente –Finn fez careta.
–Isso não é um encontro, Hudson –Noah alertou com irritação –Você recebeu ou não dinheiro da Quinn pra ficar longe da Rachel?
Olhando diretamente pra Rachel, pros olhos da garota por quem ele foi apaixonado a vida toda. Que aceitou namorar com ele aos dezesseis anos. Leais aos que amava, com sentimentos demais pra tratar a situação com frieza.
Ela não tinha mais dezesseis. E Finn sabia o que a verdade custaria.
–Sim –sussurrou pra ela, lançando um olhar de lamentação. –Eu recebi.
–Vamos embora, Noah –Rachel segurou o braço do primo e se virou pra sair.
Finn atravessou a sala e se colocou entre ela e a porta.
–Rachel, me deixe explicar.
–Explicar o que? –vociferou a mulher. –Que você é um vendido que aceita qualquer quantia pra fazerem o que quiserem comigo?!
–Eu não queria, juro –Ele levantou as mãos, implorando –Ela me procurou. Veio até aqui com uma mala cheio de dinheiro, não sei como, mas ela já sabia que seu pai me pagava.
Rachel olhou com irritação ao Noah. Ele costumava ser o menino de recados do pai dela, e claro que sabia sobre Finn, assim como todos da família Berry. Era amigo de Quinn também. O mais provável era que ele tivesse contado.
–Não fui eu –Noah ergueu as mãos, entendendo o raciocínio de Rachel. –Eu não era o único Berry com quem Quinn falava.
–Santana –Rachel murmurou pra si mesma. Claro que Santana ajudaria Quinn, sempre foi mais leal a Fabray do que jamais foi a família.
Mas aquele não era o momento de pensar na lealdade de Santana. Rachel queria saber de tudo. A começar quando Quinn decidiu que não confiava em Rachel pra manter o contrato então comprou Finn pra assegurar que não a abandonaria por ele.
–Ela veio aqui antes do casamento? –Rachel questionou ao Finn.
–Sim –Ele assentiu com a cabeça –Foi até mesmo antes da festa que a gente se viu. Eu ia te contar naquela noite.
–Que você estava bêbado e me machucou –Rachel cruzou os braços.
–Eu sinto muito.
–Sabe, até consigo entender os motivos da Quinn –Puck interrompeu, dando um passo a frente. –Ela queria garantir que você não atrapalharia o casamento delas. Um contrato já é ruim o suficiente para começar um casamento, com um ex rodeando tornaria tudo pior. Agora você, que diz amar tanto minha prima, aceitou facilmente que ela te comprasse desse jeito?
–Eu precisava da grana! –O rosto de Finn ganhou tom vermelho.
Rachel soltou uma exclamação de indignação. Se Finn vendia seus segredos des dos dezesseis "grana" então nunca era o suficiente pra ele.
–E eu ia contar pra Rachel –O homem balançou o braço na direção dela –Pergunta pra ela! Eu fui te contar, quando o Instituto foi colocado à venda. Temi que ela comprasse e assim estaria totalmente nas mãos dela.
–Isso foi um ato de amor? –A voz de Rachel foi carregada de indignação.
–De certa forma –Finn fungou –O instituto era o meio que seu pai usava pra te controlar, sabia que Quinn faria o mesmo. Nunca devia ter se casado com essa mulher.
–Acha que me separando dela eu vou correr pra você?
–Não! Depois da nossa última conversa eu entendi que você e eu acabamos. Estou namorando agora.
–Fico... –Feliz era uma palavra muito forte pra usar com alguém que foi a pior traição que teve na vida. Quinn errou uma mês, já Finn... Ele não merecia que ela desejasse sua felicidade. Preferiu ser franca: – É bom que tenha seguido em frente, Finn.
–Eu te amei muito, Rach. Você foi minha melhor amiga –Finn avançou mais perto dela, e apesar de ter mencionado o namoro era claro que o homem nutria sentimentos pela Berry.
–Caramba, em vez de empresário você deveria ser ator –Noah não conseguiu segurar o comentário.
Finn fechou os punhos.
–Me ajuda entender uma coisa: como foi que meu pai soube sobre o suborno de Quinn? –Era a segunda pergunta que rondava a cabeça de Rachel. Muito mais importante que as provocações de Puck.
–Depois que me deu o soco, eu o procurei –Finn explicou, concentrando-se nela –Queria que ele repensasse e comprasse o instituto de volta. Ele se recusou, claro, me disse que eu só estava emburrado por ter perdido sua confiança. Contei a ele, sobre o que ela fez, mas no final ele não pareceu surpreso. Tal como o Puck ele entendeu os motivos dela.
–Ele com certeza teria feito o mesmo. Ou pior –Noah disse tocando no ombro de Rachel –Lembra do caso da Tia Sônia?
O affair da tia Sonia ameaçou expor o caso dos dois a mídia e arruinar o nome da família. O homem queria dinheiro. Mas Hiram não aceitou bem ser chantageado e cuidou pra que o homem sumisse de suas vidas.
Talvez de forma não tão lucrativa como Quinn fez.
–Não é difícil saber que um merda como você é fácil de comprar –Puck não escondeu o nojo em sua voz.
–Olha quem fala, se não fosse Hiram você com certeza já estaria na cadeia pra pagar pelo dinheiro que seu pai roubou!
–Cuidado com o que diz pra mim, Hudson!
–Parem! –Rachel olhou aborrecida aos dois. –O problema aqui é minha esposa e meu pai negociando minha vida. Não o ego inflado de vocês! Vamos embora, Noah, já escutei tudo.
–Espere – o primo pediu, se aproximando de Finn. Noah cruzou os músculos braços que intimidaram Finn. –Vocês não se viram depois de ter falado o que Quinn fez?
Finn respirou fundo, o olhar raivoso em direção ao Noah era intenso, mas nenhuma palavra saiu de sua boca.
–Hudson! –Finn apertou os lábios. Puck, sem paciência, agarrou o colarinho do homem com força.
–Ele veio há algumas semanas... –Finn deixou escapar com receio depois de perceber que estava prestes a apanhar.
–O que ele disse? –Noah o sacudiu.
Finn não disse mais nada.
–Noah, solte ele! –O primo a obedeceu. Rachel entendeu. Só o dinheiro inspiraria Finn a ficar quieto. – Hiram comprou seu silencio. Quanto? Eu pago o dobro.
–Rach –Finn choramingou. Puck a obedeceu e se afastou pra que a prima pudesse cuidar disso.
–Tudo bem, o triplo –Ela abriu sua bolsa pra pegar o cheque.
–Rachel... –Ele deu as costas pra ela.
–Você tem que me contar! –Dessa vez foi ela que avançou nele. Não agarrou seu pescoço, mas sim sua camisa já amaçada e suplicou ao homem –Você viu o que eu passei com ele, como ele controlava tudo ao meu redor e isso me sufocava! Eu quase morri por isso e o único que estava comigo era você. Ninguém no mundo sabe a dor que ele me causou além de você e agora ele está fazendo tudo de novo. Se alguma coisa do nosso tempo juntos foi verdade, por favor, me ajude.
A urgência nos olhos da Rachel, o desespero. Finn viu esse olhar apenas uma vez ao longo da relação deles: quando o pai disse que se ela não assinasse o contrato ele retiraria tudo dela. Ali ela não teve escolha, não tinha saída. Finn não conseguia sustenta–la na época e ela nunca teria qualquer negócio, Hiram com certeza garantiria isso. Antes disso o pai da Rachel o procurou, orientou que fizesse ela aceitar a situação e o relembrou que tinha contatos por todo estado e Finn nunca conseguiria vender se Hiram quisesse destruí-lo. Portanto ele ficou ao lado de Rachel, assistindo seu sofrimento, vendo–a debater como um peixe e nunca sobreviver das garras
Agora ela estava ali de novo, pedindo sua ajuda porque não sabia como lidar com o pai. Porque novamente Hiram queria prende-la em suas garras.
Mas dessa vez Finn iria ajudá-la a se libertar daquela prisão.
–Ele ofereceu uma alta quantia pra que eu a convencesse a separar de Quinn –Contou Finn assistindo Rachel ficar surpresa. –Ele sabia que você viria me procurar depois de revelar o que Quinn fez. Era pra te dizer coisas horríveis sobre ela, dizer que ela foi violenta e que falasse como ela queria assegurar que o "produto" dela não fosse tocado por mais ninguém. Eu recusei, porque você não merece passar por isso. Eu já te causei dor o suficiente.
Ela deixou as lagrimas fugirem de seus olhos.
–Obrigada –sussurrou com toda a sinceridade que restava.
–Eu só queria uma chance, Rach. De ter tudo que você tem –ele enxugou seu rosto com as costas da mão. Sempre odiou vê–la chorar.
–O que eu tenho, Finn? –Sua voz era quebrada. Toda aquela confusão, o jeito que cada um brincava com a vida dela. Não era justo. –Um pai que me manipula, uma esposa que mente pra mim, um amigo que traiu os meus segredos. Não tenho nada além de uma vida digna de pena.
E ainda entorpecida, deixou que Finn a abraçasse. Ele afinal não era diferente de sua família, ou de Quinn. Também a usou, mentiu e acreditava que era pro bem dela.
Quando na verdade tudo que faziam era machuca–la mais e mais.
Foi ali que decidiu que era hora de tomar o controle de sua vida nas mãos.
(...)
–Sra. Fabray, é um prazer conhece–la –Bestie cumprindo–a com um aperto forte.
No dia seguinte a visita ao Finn e de saber toda a verdade, Rachel ligou para sua avó pedindo um favor. Não sabia que Virginia lhe responderia tão rápido.
Ficou feliz por Noah e a avó se mostrarem aliados valiosos.
–O prazer é meu –Rachel sorriu ao advogado e sinalizou para a cadeira a frente de sua mesa –Sente–se, por favor.
–Achei seu pedido um tanto peculiar. Me apresentar como doador de sua escola –O advogado torceu o nariz, examinando a sala de Rachel.
Advogados caros como Bestie gostavam de encontros em restaurantes caros, geralmente pago por seus clientes. Não era à toa que estava torcendo o raiz.
–Não quero que saibam que estou me consultando com um advogado –Rachel se desculpou com um sorriso tímido.
–É muito bem vinda ao meu escritório.
–Não posso. Meu segurança... –Rachel apontou para o Karofsky do lado de fora da porta fechada. – Suspeito que ele responda a minha esposa. Nossos encontros precisam ser aqui e totalmente particular.
–Presto serviços a sua avó. Jamais trairia a confiança dela ou a sua –deixou claro, os olhos azuis carregando devoção.
Era o advogado particular da avó, não da Empreiteira Berry. Alguém que guardou os segredos de Virginia e agora guardaria os dela.
–Ótimo –Rachel retirou uma pasta da gaveta de seu gabinete e encontrou ao homem. –Preciso que revise meu contrato de casamento. Quero saber qualquer brecha que tenha, alguma clausula que podemos usar pra me favorecer caso eu decida rompê–lo.
Autor(a): blacksweetheart
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–Spencer! –Exclamou a loira quando Spencer Poter se aproximou de sua mesa no terraço. Quinn usava o personagem carismático, a versão que fechava contrato e acordos com quem odiava, mas sabia que precisava. Reservou uma mesa no restaurante mais caro de New York, demonstrando uma importância que Spencer Poter não mereci ...
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