Fanfics Brasil - Somos apenas estranhas Até que o Amor nos Separe (Faberry)

Fanfic: Até que o Amor nos Separe (Faberry) | Tema: Glee


Capítulo: Somos apenas estranhas

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Disse que não estamos namorando


Somos apenas estranhas

Com a mesma maldita vontade


De ser tocada, de ser amada, de sentir qualquer coisa


 


Quinn não escondia a satisfação de assinar o documento que finalmente a declarava CEO da Lux.


Ela sabia que o pai não a queria como líder, assim como seu conselho de patriarcas que ainda negociava como empresários do século 20.


Mas Quinn faria o pai entender que ela era sua herdeira. Ela era a líder nata que os Fabrays geraram há gerações, queira ele ou não.


–A partir de hoje a Lux está totalmente nas suas mãos –Russel apoiou sua mão no ombro da família –Precisa saber que o conselho criou uma cláusula de interversão, caso você faça algo muito imprudente ou se torne inapta a responder os interesses da corporação.


–Eles tinham essa cláusula com você? –Quinn olhou para o pai seriamente.


–Eles a temem porque é muito nova –Explicou Russel em um tom mais brando. –E muito mais inteligente que eles.


–Certo, o que vai me pedir? –Quinn se preparou. Quando o pai a tratava com temperança significava que um pedido vinha logo em seguida.


–É bem simples, na verdade: Quero que seja paciente com a menina dos Berry.


–Rachel? –Quinn lembrou-se da noiva.


Do sorriso que ela lhe deu depois que ofereceu o chá a ela. E depois de nunca mais ter a procurado pra nada.


Não que Quinn tivesse feito diferente. Às vezes até pensava em chama-la pra sair, um almoço talvez, mas ficava muito ocupada com todas as festas que os amigos davam e bem... as mulheres que iam neste evento contavam com a chance de se envolver com ela. Não gostava de decepcionar ninguém.


Então fazia quatro meses que não via a noiva.


–Será o primeiro evento de vocês depois do anúncio oficial –Russel continuou a dizer. –E ela não está encarando o noivado muito bem, pelo que Hiram me disse.


–Imagino, ele praticamente a forçou assinar o contrato –Quinn lembrou–se das ameaças que assistiu o pai de Rachel fazer.


–Pois é, se puder dar-lhe um pouco de atenção acredito que ela mudará de ideia –Russel sugeriu. –É uma mulher bonita, e ouvi dizer que é charmosa quando quer.


–Com modelos o charme é cinquenta porcento responsabilidade do dinheiro –Quinn afrouxou a gravata. Não conseguia esconder que falar com a herdeira Berry lhe trazia nervosismo. –Já Rachel...


–É uma herdeira que foi mimada a vida toda –Russel ergueu os ombros. –Prometa-lhe joias, uma boa renda e um nome que abrirá todas as portas da sociedade. No final tudo que uma esposa-troféu deseja é ter a certeza que lhe daremos o mundo ao seus pés.


Quinn bebeu seu whisky em silencio. Sua mãe não foi uma esposa troféu e sinceramente duvidou que Rachel fosse uma.


De qualquer forma descobriria isso no baile.


(...)


Quinn estava nervosa.


Inspirou e espirou mais uma vez. Revirou os olhos, estava sendo patética. Já conversou com inúmeras mulheres em sua vida, pegou quase todas na faculdade. Ela sabia como ninguém como lidar com uma mulher.


Só precisava saber que tipo de mulher era Rachel.


Esperou-a na entrada do baile, onde todos paravam para as fotos antes de entrar. Quando ela chegou, Quinn prontamente abriu a porta da limusine dos Berrys.


Dessa vez Rachel não sorriu pra ela ao cumprimenta-la, mas aceitou sua mão como auxilio.


–Você está linda –Quinn decidiu começar a conversa pra quebrar o clima.


–Preferia ter ficado confortável –Rachel desabafou. –Minha mãe me forçou a usar esses saltos pensando que nossa diferença de altura seria drástica.


–Poderia ter vindo de tênis que eu não teria me importado –Quinn queria que ela sentisse confortável ao seu lado.


–Muito obrigada por não fingir que se importa comigo –Rachel tomou a frase como ofensa.


Claro que Quinn não se importaria com sua noiva falsa em uma festa com tantas modelos a sua disposição. Mesmo com o noivado Quinn não eximiu de ser vista com várias "amigas" em festas particulares.


–Não, Rachel, eu não disse nesse sentido... –Quinn ficou desconcertada. Ela não disse em tom de crítica!


–Vamos logo -Rachel segurou o antebraço de Quinn e sorriu quando câmeras se direcionaram a ela. –Não precisamos tolerar uma a outra mais que o necessário.


(...)


As duas se sentaram na mesa que foram destinadas no salão. Ninguém do clube dos herdeiros chegou, então Quinn viu-se sozinha com a companhia de alguém que claramente já a odiava.


–Soube que tem uma escola pra criança carentes –Quinn tentou puxar assunto.


–É um Instituto –Rachel repuxou sua mão e ficou no modo defensivo. –De artes. Nós, focamos apenas na arte.


–É muito interessante –Quinn bebericou um pouco do vinho, e percebeu que a Rachel a examinava com os olhos. –O que?


–Duvido muito que uma jovem CEO ache um instituto beneficente interessante –Rachel revirou os olhos.


–Pois eu acho –Quinn ficou aborrecida com a presunção dela.


Quinn reconhecia o trabalho duro de qualquer um. Sabia que constar sonhos era um trabalho difícil, principalmente vindo do nada. Ela reconhecia que foi privilegiada em ganhar uma chance na Lux, mas não ganhou seu cargo sem lutar. Apresentou um plano de sucesso ao pai, ao conselho e nenhum deles estava inclinado a confiar na sua capacidade. A aposta deles era Jesse St. James e Quinn morreria se Jesse fosse o diretor da empresa que pertence a sua família. No final foi por um voto a seu favor que conseguiu o cargo e estava trabalhando arduamente pra conquistar os outros seis conselheiros que não confiavam em seu trabalho.


Pensou em contar a história a Rachel, para que não a visse só como alguém que não sabe o que é esforço para ter o que quer, mas foram interrompidas por Sam chegando a mesa delas.


–Q, você tem que vir comigo! A Kitty já chegou bêbada, e quer virar todas no bar –O chamado de Sam era desesperado.


Kitty beber imprudentemente em um evento como aquele era sinal de problema. Porém tinha Rachel, e arrastá-la pra uma situação assim...


–Vai, não precisa fingir que quer ficar aqui –Rachel percebeu a luta interna que a loira travava.


–Você pode vir também –Sugeriu Quinn.


–Não –Rachel balançou a cabeça e cruzou os braços –Estou bem aqui.


Quinn ficou aborrecida por Rachel ser tão fria a seu respeito, e decidiu que não voltaria mais a mesa pra dar uma lição naquela herdeira esnobe.


Porém enquanto caminhava com Sam virou–se para olhar a noiva, e o que viu tocou seu coração: Rachel, isolada de todos, encarando o lugar com tristeza, e ninguém fazendo a mínima questão de inclui-la.


Quinn então mudou de ideia. Ela voltaria por Rachel.


(...)


A situação com Kitty demorou um pouco pra ser resolvida. Depois que a ouviu choramingar pela briga que teve com Marley, foi obrigada a convencê-la a ficar na mesa dos convidados, quietinha, porque só assim Quinn intercederia pela amiga e conversaria com Marley.


Depois conversou com Marley, que também desabafou sobre seu lado da briga. Por fim Quinn deu só conselhos genéricos e levou Marley até a mesa de Kitty, que fez sua melhor cara de arrependida e resolveu sua situação.


E então era hora de encontrar sua esposa.


Para sua surpresa Quinn foi avisada que Rachel estava no terraço. De todos os lugares na festa o último que Quinn resolveria procurar alguém seria o terraço.


E além de tudo Quinn tinha bebido um pouco entre as conversas que teve com Kitty e Marley. Chegando no último degrau mal conseguia subi-lo direito.


–Espera, eu te ajudo –Rachel foi até a mulher e a ajudou subir aquele degrau mais íngreme.


Se Quinn estivesse sóbria o suficiente teria conseguido subir sem nenhuma ajuda.


–Sua tonta! O que estava tentando fazer subindo isso no escuro e bêbada ainda por cima?


–Procurando você –Quinn respondeu. –Não te encontrei no salão.


–No convite dizia "e juntos apreciaremos o cometa" –Rachel apontou para o céu, onde a grande bola luminosa atravessava a escuridão. –Parece que só eu estou agindo corretamente.


Realmente, ninguém além de Rachel estava no terraço para apreciar o evento astronômico. –A própria Quinn tinha esquecido que o baile se tratava da comemoração daquele cometa único.


–Estão tão bêbados que duvido que sequer lembrem o motivo para estarmos aqui.


–É uma pena –Rachel suspirou alto. Seus olhos voltaram ao céu e seu rosto transpareceu melancolia –Finn me disse que um evento desse só ocorrerá daqui a sessenta anos.


–Finn? –Quinn estranhou a menção ao nome.


–Um amigo –do jeito que ela corou Quinn duvidou que fosse só um amigo mesmo.


–Acredito que gostaria de assistir com ele.


–O certo seria vê-lo com alguém especial, né? –E a frustração de Rachel era que o pai a impediu de ficar com Finn pois Quinn confirmou sua presença, e elas precisavam de uma primeira aparição.


–Não é assim que eles pensam.


Quinn observou o rosto da noiva. Rachel nunca escondia o que sentia, ficava estampado em sua cara se estava brava ou magoada.


Quinn só queria vê-la feliz. Pois na assinatura do contrato e no baile Rachel não sorriu nenhuma vez.


–O que foi? –Rachel perguntou depois de ver Quinn perder tempo demais no seu rosto.


–Mesmo que te considerem estranha você não pensa em mudar o que acredita pra se encaixar –Quinn tinha que elogiá-la por isso. Não conheceu nenhuma pessoa daquele meio que não tenha fingido ou aceitado algo que não gostava apenas para ter o sentimento de participar.


Ela mesmo tinha se moldado a forma de vida superficial e despreocupada. Tanto que mal se reconhecia fora disso.


–E por que mudaria? Pra ser chamada a outros bailes? –Rebateu com notória objeção. –Não me interesso por nada disso. Gosto de amizades reais, de pessoas que não fingem gostar de mim só porque tenho um sobrenome importante.


–Outch, eu senti essa indireta.


–Não foi indireta –Rachel ergueu o queixo. –Foi bem reta.


–Srita. Berry, não posso me casar com alguém tão cruel –Quinn colocou a mão no peito e falou dramaticamente.


–E eu não posso me casar com alguém tão frágil!


Ambas riram. E um silencio confortável pairou entre elas.


Quinn a admirou. Rachel não perdeu tempo vendendo alguém que não era, ou exigindo que Quinn fizesse loucuras apenas por seres noivas.


Pelo jeito o que mais importava a Berry era a atenção que Quinn estava disposta a dar.


–É lindo -Rachel comentou enquanto observava o céu.


–Sim, é muito –Mas Quinn não se referia ao cometa. Observava o brilho nos olhos de Rachel, e seu longo cabelo sedoso, suas bochechas macias e seus lábios... A loira levantou-se em um rompante. Aquela admiração boba precisava ser interrompida. –Acho melhor voltar ao salão, as pessoas desinteressantes procurarão por mim.


–Boa sorte -Rachel deixou implícito que não a acompanharia.


Quinn entendeu sua resposta e a deixou no banco. Antes de descer pensou em dizer algo a noiva, por isso a chamou:


–Rachel?


–O que? –A morena olhou-a com atenção.


–Você é alguém especial –Quinn olhou pro céu, para o comenta especial que Rachel disse que deveria ser visto com alguém especial. –E fico grata por partilhar deste pequeno momento com você.


Rachel abriu um sorriso mais brilhante do que a bola em chamas no véu escuro acima de suas cabeças.


E aquele evento era um que Quinn queria assistir por muito tempo.


(...)


Quinn perdeu mais algum tempo na mesa dos amigos até que se enjoasse das brigas irritantes de Kitty e Marley e decidiu-se ir com Sam até o bar.


Enquanto bebiam, Sam examinava o salão a procura de uma mulher que valesse a pena gastar suas cantadas idiotas. Quinn ria de sua situação. Ela já tinha conversado com Natalya, uma modelo russa para se encontrarem após o fim do baile. Quando Rachel estivesse dentro do seu carro e longe o suficiente para não flagrar nenhuma cena que a comprometesse.


Russel não aprovaria que na sua primeira saída com sua noiva a chifrasse na sua cara.


–Caramba, quem é aquela morena? –Sam ficou tão empolgado que ficou de pé. –Caramba olha aquelas pernas!


Quinn virou–se na banqueta e procurou pelo salão alguém novo.


–No segundo andar, gênia –Sam avisou.


Quinn ergueu a cabeça e reparou no vestido prata, com uma fenda nas pernas. Apesar de costas, reconheceu facilmente a morena de quem Sam falava.


–Hey, ela é minha noiva! –Quinn colocou-se de pé.


–Não seja hipócrita, você vai se divertir com a Natalya, Rachel também pode se divertir comigo –Sam jogou o cabelo loiro para trás, de forma sedutora.


–Nem pense em tentar conquistá-la –Quinn apertou o braço do amigo.


–Sempre tão possessiva –Sam revirou os olhos. –É claro que não vou pegar sua noiva, mas seria bom saber se ela não quer isso.


–Como assim?


–Bem, não sabemos muito sobre que tipo de mulher é Rachel Berry, né? Bem, o melhor é descobrir se eu consigo seduzi-la –Sam sugeriu –E ai saberá que tipo de casamento terá.


Sam era o rei das ideias idiotas, Quinn constantemente o impedia quando algo assim vinha do amigo, mas a ideia não lhe pareceu tão absurda. Rachel era realmente misteriosa, talvez não gostasse de mulher, ou só não gostasse dela. E Sam descobriria isso.


–Não a beije! –Alertou soltando o amigo –Só...flerte um pouco.


Sam foi com um sorriso vitorioso, fazendo Quinn se arrepender.


(...)


Quinn não conseguiu assistir o progresso de Sam pois Natalya a encontrou no bar e a arrastou até os pufes. O lado discreto da festa onde costumava rolar beijos, mãos bobas e até mesmo sexo ao vivo. Rachel jamais iria até aquele canto então Quinn estava segura.


–Quinn –Sam chegou interrompendo Natalya de começar a beijar os seios de Quinn.


–O que? –Quinn murmurou preguiçosamente.


–Acho melhor você vir aqui –Pela expressão de Sam não poderia negar o chamado.


Quinn ergueu-se em um pulo, e desculpou-se em russo com Natalya antes de sair seguindo Sam pelo salão.


–O que foi? Rachel se ofendeu com suas cantadas péssimas?


–Não, eu sou o menor risco que ela corre essa noite –Sam e Quinn subiram as escadas e o homem apontou a localização da noiva de Quinn.


–Ela está na mesa dos magnatas? O que ela está pensando? –Quinn não percebeu que quase correu em direção a noiva.


Encontrou Rachel com um sorriso charmoso ao lado de James Yan e Simon Choen. Aquela dupla era conhecida pelas apostas altas e imprudentes que faziam em nome dos pais e qualquer um que se metesse com ele deixava uma pequena fortuna na mesa.


Fortuna que Quinn sabia que Rachel não tinha.


–Com licença, cavaleiros, mas quero falar com a minha noiva a sós –Quinn ergueu Rachel pelo cotovelo e a retirou da mesa sem esperar o consentimento dos demais.


Rachel não reagiu por não entender direito o que era aquela reação da Fabray. Talvez fosse uma urgência.


E deduziu que não se tratava de emergência alguma quando viu Sam a olhando com cara de culpado.


–Você foi chamá-la? –Rachel fuzilou Sam com os olhis–É o cachorrinho dela?


–O que está fazendo, Berry? –rosnou pra morena, os olhos verdes faiscando a mais pura ira.


–Isso não é da sua conta, Fabray –Rachel soltou-se do aperto de Quinn.


–Apostas?! –Quinn sabia que era imprudente, principalmente pra uma herdeira que não tinha tanto dinheiro.


E quando não conseguiam arrancar dinheiro sempre tinha outras apostas mais interessantes a qualquer homem e mulher mal-intencionado.


–Eu estava ganhando –rebateu ainda mais baixo.


–Eles estavam te deixando ganhar, querem sua confiança até apostar algo de valor –Quinn conhecia bem aquele nível de apostas, deixou uma boa quantia nas mãos de Simon e


Todavia tinha esse dinheiro a disposição e uma semana de lucro na Lux cobriria a perda. Já Rachel, com seu instituto beneficente não parecia dispor de meio milhão facilmente.


–Eu já apostei algo de valor e você me subestima se pensa que não consigo ganhar deles –Rachel cruzou os braços na defensiva.


Quinn Fabray não a conhecia mais do que cinco minutos em uma sala. Foi até que decente no telhado e isso fez Rachel entender que não era uma total esnobe. Mas agora estava atrapalhando seus planos e Rachel queria que parasse de bancar a noiva preocupada.


–Só me explica por que está fazendo isso?–Quinn tinha direito de saber o que sua noiva estava aprontando.


–Meu pai sofreu uma baixa na empresa e vai tirar dinheiro do orçamento de equipamentos. Eu prometi para as crianças que os instrumentos chegariam esse mês. Não posso decepcioná-los –A preocupação genuína nos olhos de Rachel amoleceu Quinn.


–Está fazendo isso pelo Instituto? –Pra Quinn era quase impossível de acreditar que alguém naquele salão pensava em usar os lucros pra algo além de ganho pessoal.


–Claro, por qual razão seria? –Rachel questionou como se a resposta não fosse óbvia.


E não era. Não para as pessoas do mundo delas.


–E por que não pediu a mim? –Quinn imitou o tom obvio da noiva.


Quinn não recusaria ajudar Rachel com a quantia que precisasse.


–Fabray, eu não estou nenhum pouco interessada em seu dinheiro–Rachel revirou os olhos.


–E prefere apostar com eles? –Colocar-se em risco era mais digno do que recorrer a noiva? Rachel Berry é uma desmiolada.


–Eles nunca vão ganhar –o sorriso malicioso de Rachel remexeu com as emoções de Quinn.


Jamais tinha percebido que a boca de Rachel era sexy. E que seus olhos brilhavam ainda mais quando estava determinada.


–É tão boa assim no poker? –Quinn sussurrou. 


–Meu pai me ensinou que a garantia da vitória é a parte crucial da aposta. –Segredou sussurrando para a noiva –Falo com você depois.


Rachel deu as costas e voltou a mesa. Quinn não conseguiria voltar a Natalya depois disso, então decidiu apenas se distanciar um pouco, pra não interferir nos planos de Rachel. Sam a acompanhou.


–Ela me fez subornar o Joker –Sam explicou a Quinn. –O cara aceitou de bom grado, e o preço não foi nada barato. Só te contei porque se fosse minha noiva eu gostaria que alguém me avisasse.


–Pelo visto você encontrou alguém com menos juízo que você, o que eu achava impossível de acontecer –Quinn comentou amarga.


E ficou assim pelo resto do jogo de Rachel.


(...)


Rachel perdeu algumas rodadas pra disfarçar, mas conseguiu recuperar tudo na penúltima e ultima. Conseguiu dinheiro o suficiente para comprar os instrumentos e reformar o palco. Não costumava jogar com herdeiros tão fúteis como ,mas até que gostou de arrancar dinheiro deles.


–Foi ótimo jogar com vocês, senhores, mas minha noiva já está impaciente de me esperar –Rachel sorriu amarelo, e apontou na direção de Quinn, que manteve a cara emburrada o tempo todo.


–Não, docinho. Por favor, fique –James apoiou sua mão no braço de Rachel.


–Precisa nos dar uma chance de recuperar nosso dinheiro –Simon segurou o outro e ambos tinham sorrisos de predador.


–Ela vai embora –Quinn interveio já se aproximando do trio.


–Fabray, não banque a ciumenta. Você não agiu assim quando dormiu com a noiva do James –Comentou Simon


Quinn sentiu as bochechas esquentarem. Isso foi há seis meses, e até onde ela sabia James e Penelope tinham um noivado como o dela e Rachel.


No entanto pensou melhor e se James dormisse com Rachel, Quinn certamente iria incendiar uma das fabricas de produção dele.


Rachel não pareceu abalada pela recém–descoberta, mas ficou em silencio por alguns segundos, ponderando qual seria sua decisão.


–Tudo bem, lhes dou uma última rodada –Rachel anunciou, olhando diretamente a Quinn.


Se a Fabray pensava que conseguiria controlá-la estava muito enganada.


–Não me interessa dinheiro, agora é uma questão de honra pelo meu amigo –Simon sinalizou para o Joker começar a separar as cartas.


–Pois me interessa muito o dinheiro –Rachel intimidou com o queixo erguido –Faça sua proposta.


–Se ganhar, leva o dobro do que nos arrancou hoje –James ofereceu, seu braço ainda estava em Rachel e passou a acaricia-la lentamente –Mas se perder terá que sair uma noite com o vencedor.


–Mas nem por cima do meu... –Quinn se preparou pra afundar seu punho no rosto de James, mas Sam a segurou.


–Aceito –Rachel pegando a mão de James e dispensando sua caricia.


–Rachel! –exclamou Quinn incrédula.


–Quinn, é justo –Rachel esbanjou a confiança de quem não se preocupava caso perdesse a aposta. Soava até como se quisesse se vingar da noiva. –Você dormiu com a noiva do James. Não seja hipócrita.


Distanciaram-se a ponto de não ouvir mais a conversa da mesa, mas Quinn sequer piscava enquanto assistia Rachel.


Já Rachel, fingindo temperança sobre a situação, atuou com precisão. Os homens pensaram que tudo estava ganho até Rachel mostrar suas cartas vencedoras e com decepção e frustração se despediram da herdeira Berry.


Quinn acenou para os homens enquanto assistia eles partirem.


–Seu plano deu certo –Quinn expressou sua admiração.


–Perdi meus brincos por isso –Rachel mostrou a orelha vazia. –Papai falará no meu ouvido por semanas.


–Eu te envio novos! –Quinn prometeu, estava aliviada demais por não ter que se meter em uma briga aquela noite. Russel não iria aprovar – Já estava planejando como matar quem ganhasse você na aposta.


Rachel riu, achando que era uma piada, quando nem Sam e Quinn riram junto sua cara fechou.


–Não está falando sério, né?


Quinn ergueu os ombros. Matar era muito forte, mas o vencedor ganharia socos e nada da atenção de Rachel.


–Gente, vamos comemorar! Rachel, a rainha da mesa! –Sam apoiou seus braços largos no ombro de Rachel, depois puxou Quinn para o grupo.


Rachel não podia negar o pedido de Sam. Quando ele surgiu querendo cantá-la arranjou o pretexto perfeito para conseguir subornar o joker. O homem foi praticamente seu cumplice.


Agora Quinn...


–Vamos lá, Berry –Quinn comentou percebendo sua hesitação. –Passe um pouco de tempo com dois desinteressantes.


Rachel gargalhou.


–Tudo bem –Aceitou, e Sam as guiou até o bar.


Foi então que Rachel percebeu que sua noiva não tinha nada de desinteressante.


(...)


Quinn levou Rachel até a saída, depois de beberem e rirem com Sam. A noite foi agradável, Rachel gostava de rir com as palhaçadas de Sam e Quinn gostava de observar a interação dos dois. 


Quando o baile acabou Sam ficou frustrado por ter perdido tempo com as amigas e não ter procurado alguém pra passar a noite. Quinn já tinha sua transa fixa,então não ficou preocupada. 


E de qualquer forma queria cuidar pra que Rachel fosse entregue em segurança no seu carro. 


–Foi ótimo ser sua parceira essa noite –Rachel disse por fim.


Quinn Fabray não era o monstro que ela imaginou. Poderia ser bem pior, Hiram escolher um velho ou algum insuportável que controlasse cada movimento de Rachel. Mas apesar da pequena crise no poker Quinn se mostrou uma pessoa divertida e que deixava-a a vontade. 


Claro que Quinn era muito bonita. Rachel não conseguiu deixar de reparar nisso.


–Eu também achei –Quinn falou com sinceridade. –Sabe, Rach...


–Rach? Só meus amigos me chamam assim.


–Serei sua esposa. Então acho que podemos nos tratar com intimidade. 


Rachel sorriu com o sorriso lindo que fez Quinn ficar sem folego no terraço. E isso fez Quinn focar em sua boca. Como era carnuda, e perfeita para experimentar...


–Quinn! Ainda bem que te encontrei! –A voz de uma mulher surgiu atrás delas.


–Que merda –Quinn tinha certeza que já se relacionou com ela, mas com certeza não foi nada marcante ou então ao menos lembraria-se do seu nome.


A mulher apoiou-se no ombro de Quinn. Pelo cheiro tinha passado do ponto de alcoolizada. Com certeza uma modelo, e Quinn suspeitou que ela trabalhou na ultima campanha da Lux. 


–Quem é a vadia? –A mulher perguntou referindo-se a Rachel. 


Decididamente aquela mulher jamais voltaria a trabalhar na Lux. Quinn rapidamente saiu de perto da modelo. 


–Uma amiga –Rachel explicou antes que Quinn dissesse algo que atrapalharia o resto de sua noite com aquela mulher. Segurou seu casaco contra o peito pra disfarçar o desconforto. –Que já está indo pra casa. Até a próxima, Fabray.


Quinn odiou o jeito como Rachel se retraiu ao surgimento da mulher. Aquela... bem, Quinn sequer lembrava dela. O que já mostrava ser insignificante. Já Rachel, oras, quem não se lembraria de Rachel? Quem não preferiria sua companhia? 


Por isso decidiu largar a modelo pra trás e insistir seguir sua noiva.


–Espera! Rach, eu sinto muito por ela ter te ofendido. 


–Só me responde: quando nos casarmos vai continuar a ter seus casos?


–Isso te incomodaria? –Quinn teve esperança que respondesse sim.


Porque demonstraria que a Berry tem algum sentimento por Quinn. Mesmo que minúsculo.


–Não quero um casamento como o dos meus pais –Rachel disse explicando sua verdadeira motivação.


–Eu recompensaria você –Quinn ofereceu, acreditando ser um método eficaz com casamentos da alta sociedade. Todos ao redor da loira traiam e compensavam suas esposas .Sabia que Rachel era interessada em dinheiro, ainda mais de vê-la se arriscar tanto para obtê-lo. –Você nunca se preocuparia com dinheiro e não se arriscaria em apostas.


Em vez de aliviar Rachel o efeito foi o oposto. A morena fechou a cara pra ela e lhe encarou com aborrecimento.


–Fabray, entenda de uma vez por todas: eu não sou motivada por dinheiro! –Rachel afundou seu dedo no peitoral de Quinn. –Você não vai me comprar com joias, nem calar minha boca me enviando pra Monaco ou algo assim. Tire a ideia de que dinheiro resolve as coisas entre nós, porque não resolve!


Gostava demais de sua noiva... E isso era perigoso pra alguém disposta a ser mais canalha que todos.


–Não –Quinn soltou em um rompante, deixando Rachel confusa sobre o que estava negando –Respondendo sua pergunta sobre meus casos. Assim que decidirmos casar eu não me relaciono com mais ninguém. Te dou minha palavra.


Rachel a estudou um pouco. Gostou do modo como Quinn ficou preocupada, e muito enciumada, em pensar que ela dormiria com algum daqueles caras. Ela aparentemente se importava com Rachel muito mais do que supunha.


–Serei obrigada a confiar em você então –Rachel ofereceu sua mão, pra Quinn firmar o acordo. Todos os Berrys firmavam acordos importantes com um bom aperto de mão. 


Quinn percebeu que ela poderia amar Rachel Berry. Claro que não queria isso agora, pois estava nos auges dos vinte anos, com uma companhia nova e inúmeras mulheres para conhecer. Mas tinha quase certeza que se passasse mais tempo com a noiva, se


No futuro. No casamento delas Quinn se empenharia pra ser a esposa que Rachel merecia.


–Espero ser digna dessa confiança, Futura Sra. Fabray –Quinn beijou-lhe a mão e voltou a modelo, com certeza iria dispensá-la. 


E lá no fundo, estava mais ansiosa pra saber como seria ter Rachel Berry em sua vida.


(...)


 


–Quinn, o que tem a dizer sobre isso? –Insistiu Will, trazendo-a de volta a realidade.


Quinn piscou algumas vezes, saindo da lembrança daquela noite. A noite que descobriu que Rachel Berry não era uma esposa troféu. Ela não tinha interesse em dinheiro, ou no que poderia tomar de Quinn.


Ela queria admiração, e companheirismo.


E alguém que queria isso jamais pensaria em roubar a própria esposa.


–Eu conheço a Rachel.


Quinn levantou-se com toda calma do mundo. Todos aguardavam sua resposta, e por fim ela deu:


–E ela jamais faria isso.


(...)


Jesse não acreditava que Quinn agiria daquela forma, que simplesmente não faria nada referente a suspeita de Rachel.


Jesse não acreditava que Rachel estivesse envolvida, claro, mas no mínimo era esperado que Quinn surtasse com a acusação. Que brigasse com Rachel e assim criasse uma ruptura entre elas.


Percebeu então a brecha que precisava para tirar Quinn de cena, mas precisava da ajuda de alguém que realmente colocaria a Lux acima de seus interesses pessoais.


Assim que Quinn expulsou a todos da sala de reunião, Jesse pegou o primeiro voo até Chicago e foi direto na fonte que precisava para instaurar o caos. 


–Sr. Fabray –Jesse se levantou e cumprimentou o pai de Quinn assim que ele surgiu na sala.


E ali estava Jesse, na sala de estar de Russel Fabray. E só aquela sala era maior do que a casa singela que Jesse adquiriu em um bairro de classe media alta da cidade. 


Os Fabrays nadavam em dinheiro, isso era evidente. 


–Meu jovem –Russel o cumprimentou com um aperto firme, depois sinalizou pra que se sentasse. –O que o trás aqui?


–Prezando o interesse da Lux e de sua companhia eu tenho que te contar uma coisa –Jesse arrumou o terno e disfarçou a satisfação por tudo que iria contar ao homem.


Ali começava sua vingança contra Quinn Fabray. 


 



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Autor(a): blacksweetheart

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