Fanfics Brasil - Grandes garotas não choram Até que o Amor nos Separe (Faberry)

Fanfic: Até que o Amor nos Separe (Faberry) | Tema: Glee


Capítulo: Grandes garotas não choram

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E eu sentirei sua falta como uma criança sente de seu cobertor
Mas eu tenho que seguir adiante com a minha vida
Chegou a hora de ser uma garota crescida
E garotas crescidas não choram


 


 


—Um jardim! – Exclamou Camila empolgada.


Rachel revirou os olhos, não deveria estar contato sobre a noite anterior para a pessoa mais romântica do mundo. Mas até ela mesma estava um pouco encantada com o modo que Quinn a tratou ontem. E com o jardim...


—Rachel, por que ainda não se casou com essa mulher? –Camila negou com a cabeça. –Se fosse eu, teria casado no primeiro dia. Na verdade no momento que ela tentasse abrir a boca eu já estaria enfiando a aliança...


—Camila! –Rachel estralou os dedos na cara da amiga. –Volta pra realidade. Por mais que Quinn tenha sido agradável ontem, há muitas outras coisas que me faz odiar a ideia de casar com ela.


—Como o que? –Camila revirou os olhos. –Ela é rica, bonita, tem uma casa incrível, deve ter carros incríveis...


—Ela é uma desconhecida –interrompeu Rachel. –O pouco que eu sei é que é tão viciada em trabalho quanto meu pai. E eu só consigo sobreviver a um Hiram Berry.


—Pensando bem eu também não iria querer casar com alguém como seu pai –Camila negou com a cabeça e Rachel a encarou. –Como diz o Drew do Todo Mundo odeia o Chris “Ainda bem que não sou você”.


—Camila, vá verificar se nenhum professor faltou antes que eu desconte minha raiva em você –Rachel sentou em sua mesa e focou no notebook.


A mulher saiu, com seus cachos castanhos esvoaçando. Camila era terrivelmente sincera e as vezes era difícil de lidar com toda sinceridade. Ela e Rachel se encontraram na faculdade, e Camila já tinha passado por vários grupos de amiga e ninguém se adaptava com seu jeito. Rachel, com seu coração mole, se aproximou de Camila em um trabalho e assim as duas ficaram unidas desde então.


Quando surgiu a ideia do Instinto, Kurt e Camila abraçaram com forças e Rachel não se imaginava fazendo aquilo sem eles.


Rachel passou o começo do dia vendo os orçamentos e a lista de mantimentos que precisava comprar até que um email piscou em sua caixa de entrada. E de modo peculiar estava endereçado como Quinn Fabray.


Rachel abriu no mesmo instante.


De: L. Quinn Fabray.


Para: Rachel B. Berry.


Bom dia, futura esposa.


Como sabe, nosso casamento está agendado para 1 de agosto e uma cerimonialista ira visita–la para que possa decidir nas questões de decoração. Sugiro que a cerimonia seja feita em minha casa, mas caso tenha outra opção em mente será muito bem–vinda. Na questão da decoração não tenho nada a opinar, e deixo inteiramente em suas mãos. Tomando como exemplo minha sala não sou uma boa referência para decoração.


Estou à disposição,


Fabray.


CEO da Lux Cosmetics


PRESIDENTE EXECUTIVO da Fabray Coportation


 


 Rachel respondeu ao email.


 


De: Rachel B. Berry.


Para: L. Quinn Fabray


Bom dia, Dona da porra toda.


Estou em dúvida se foi você ou um robô que escreveu esse email. Como conseguiu apontar um defeito seu vou apostar que seja o robô.


Eu realmente não tinha pensado no local – ou no casamento em geral – foi bom ter contratado uma cerimonialista. Concordo com o local, podemos fazer na sua casa. O jardim seria um lugar bonito para a troca de votos, mas com o número de convidados teremos que fazer na sala.


Tem a questão dos convites, como não conheço nada do seus amigos e da sua família irei listar os meus convidados com a cerimonialista e depois ela te encontra para listar o seu.


Sobre a decoração fique tranquila, tenho um ótimo gosto e aposto que as revistas vão me elogiar o ano todo com o casamento mais rápido e sofisticado que já foi organizado. Claro que se me desse mais um ano teria o melhor casamento do ano. Uma egocêntrica como você deveria pensar melhor se quer realmente um casamento tão simples. Que tal adiarmos um pouco?


E gostaria de pedir uma coisa... Pode parecer estranho, mas não tenho o contrato do nosso casamento. Está com meu pai e para ser sincera não quero pedir a ele. Poderia me enviar uma cópia?


Obs: Não disse que seu escritório não é decorado. Ele é impessoal. Sem nenhuma foto, ou quadro. É estranho.


 


Depois de vinte minutos recebeu sua resposta:


 


De: L. Quinn Fabray.


Para: Rachel B. Berry.


Queridíssima Rachel


Adoro ver que fica realmente empolgada quando digo algo negativo de mim mesma. Saiba que se isso te faz feliz farei recorrentemente.


Sua audácia é sempre surpreendente, e claro que o poder de barganha é sua herança como Berry, mas sou uma Fabray teimosa demais para adiar e não me importo se estivermos apenas nós duas. Assinaremos estes papeis em um mês.     


Estive pensando em suas roupas, se deseja que elas sejam transferidas para minha casa. Peça a sua assistente para entrar em contato com a minha. Deixarei o acesso livre para qualquer alteração que queira fazer. Como dizem: mi casa, su casa.


Sobre o contrato minha representante ira leva–lo a você na próxima terça. Assim poderá sanar qualquer dúvida que tiver.


Estou realmente ansiosa pelo nosso casamento; espero que até lá você também esteja.


Obs: pensarei com carinho em sua “observação” sobre minha sala.


Fabray.


CEO da Lux Cosmetics


PRESIDENTE EXECUTIVO da Fabray Coportation


 


Rachel riu com a última parte. Duvidou que Quinn realmente fosse perder seu precioso tempo decorando sua sala.


—O que é tão engraçado? –perguntou alguém na porta, pegando Rachel de surpresa.


Ela deu um sorriso nervoso ao reconhecer o namorado em sua sala. Ele voltou mais cedo... E no pior momento.


—Finn! Achei que só chegaria sexta –Rachel foi até ele e o abraçou.


Mas mesmo que se esforçasse aparentar estar feliz, seu corpo a denunciou.


—Resolvi fazer uma surpresa. O que foi? –Finn a afastou para poder olhar em seus olhos. –Parece que não está feliz em me ver.


—Estou feliz, claro que estou! – E ela realmente estava.


 –Eu vou falar com Kurt e depois, você vai almoçar comigo tudo bem? –Finn estava saltitante como uma criança e isso era o que encantava Rachel, sua animação sempre constante.


O problema que toda aquela felicidade não contagiava Rachel como antes. Na verdade, a fazia sentir–se mais culpada por não poder ir adiante com o namoro.


—Sim. Tudo bem.


—O que estava vendo antes? –perguntou com curiosidade.


Finn era um pouco desconfiado com os e–mails que recebia ou as conversas em seu celular. E Finn definitivamente odiava Quinn Fabray.


Rachel não podia dizer que recebeu uma mensagem de Quinn fabray em seu notebook sem parecer que estivesse jogando uma bomba em cima dele. Por isso, decidiu mentir e respondeu:


—Piada no facebook.


Ela estava o enganando, estava o traindo. E o pior de tudo: era que sua lealdade teria que ser de Quinn e não dele. Como explicar isso tudo a ele então?


Como dizer ao seu namorado que esta a um mês de se comprometer com a mulher que ele odeia?


(...)


 


—Serio, Rach, você está linda naquela matéria. Mas aquela mulher... Ainda ficam exaltando ela. Como se ganhar o cargo do papai fosse algo incrível.


No almoço no Funny, o restaurante barato e simples que eles gostavam, Finn não conseguia deixar de falar sobre Quinn. A aversão dele começava com sua namorada ser obrigada a ser noiva da Fabray e terminava com  a raiva de Quinn ser mais uma princesa mimada que ganhou tudo na vida de mão beijada.


Rachel sabia que não foi tudo tão simples para a Fabray.


—A ascensão de Quinn não se deve ao pai. Os Fabrays estavam quebrados. Tinham declarado falência. – Revelou pela primeira vez. Aquele assunto era sigiloso, mas Rachel já não suportava ver Finn dizer mentiras –Quinn reergueu a Lux praticamente do zero.


—Uau. De repente você é a nova advogada da Quinn Fabray.  –O tom de Finn foi jocoso e uma fúria silenciosa se instalou em seus olhos –O que foi? Santana veio interceder pela cliente dela e te convenceu dessas coisas?


—Eu não converso com Santana faz algum tempo –Rachel não conseguiu disfarçar o tom triste ao dizer aquilo.


Santana e Rachel criaram uma amizade durante os anos da adolescência, e eram unidas em tudo. No entanto Santana não concordou com o namoro de Finn e Rachel, e Finn por sua vez achava Santana intrometida demais nos assuntos dos dois. E foi assim que foi criada uma ruptura que Rachel não podia deixar de sentir.


Santana era a única no mundo que realmente entendia o que era ser uma Berry.


—Você está estranha, Rach. Diz, o que está acontecendo? –Finn cobriu a mão de Rachel com a sua.


Rachel sentiu que não tinha escolha. Não dava para esconder por muito tempo. Logo seria divulgado a todos a data do casamento e não tinha como fugir disso.


Ela precisava dizer a Finn. Aquele era o momento.


—Sábado... Meus pais e eu fomos jantar na casa da Quinn. Ela agendou a data do casamento. Será no dia 01 de agosto.


—Essa vadia! –Finn retirou sua mão da de Rachel e socou a mesa.


Olhares voltaram–se para eles com assombro.


—Finn!


—Vamos conversar com ela, Rachel. A sós. Longe do seu pai. Ela tem que entender! Você não quer isso. –Ele começou a dizer tudo com pressa, com urgência.


—Não adianta, Finn. Eu tentei. –Rachel deu ombros e sentiu as lagrimas chegarem aos olhos. Ela odiava fazê-lo sofrer. –O casamento vai acontecer.


Finn começou a chorar também e Rachel segurou as mãos dele.


—Sinto muito –disse com todo o coração.


—Então é isso? Está terminando comigo? –questionou Finn com indignação.


—Finn, tente entender...


—Está terminando comigo pra se casar com Quinn Fabray? Por que foi obrigada? Rachel esse não é o século 18. Seus pais não podem obriga–la a isso.


—Você não entende. Sem a verba do meu pai a escola fecha e as crianças não terão mais um lugar para estudar música –Rachel não estava fazendo aquilo por ela.


Era algo maior. Era seu sonho.


—Está me trocando por um bando de crianças pobres? Elas são mais importantes pra você do que eu? –As perguntas de Finn chocaram Rachel.


Ele nunca foi muito engajado no projeto dela, sempre enxergando aquilo como uma perca do tempo dela. Sempre dizendo que com a verba que ela ganhava para manter o instituo funcionando ela poderia investir e ser até mais rica que o pai.


Mas ser rico era ambição dele, não dela.


O choque foi ver que nem mesmo a vida de outras pessoas era mais importante para ele.


—Finn, olhe só o que está dizendo! Aquelas crianças são tudo pra mim. É o meu sonho!


—E você era o meu! Rachel, eu posso nos sustentar. Não nos sacrifique assim –Finn contornou a mesa e se ajoelhou aos pes dela.


—Não me peça isso. Por favor. Eu sempre disse... Sempre deixei claro que um dia teria que cumprir com esse acordo –Quando o pai a forçou a assinar ela sempre deixou claro que um dia os dois teriam que terminar, que ela tinha que cumprir com sua palavra.


E quando esse momento chegasse esperou que Finn ao menos fosse compreensível.


—Isso é tão ridículo. Se a mídia soubesse disso...


—Não! Ninguém pode saber! Isso acabaria com meu pai, acabaria com os Fabray...


Ninguém aceitaria aquela historia. A mídia cairia matando nas duas famílias e muito provavelmente suas ações despencariam. Prejudicando não só a família delas como pessoas que não tinham nada haver com a historia sendo esses os funcionários das empresas, os sócios...


—E só eles que te preocupa não é? A escola, seu dinheiro, sua noivinha de fachada. Tudo é sua prioridade, exceto eu –Finn ergueu–se e passou a encarar Rachel com escarnio.


—Está sendo rude e cruel.


—Não tem como reagir de outra forma. Nem mesmo consigo ficar aqui na sua frente vendo nos destruir tão facilmente pra bancar a esposa troféu igual sua mãe! –Finn pegou sua carteira em cima da mesa e deu um último olhar a Rachel. –Vá e viva sua vidinha patética de mentira.


As palavras lhe atingiram como um soco e as lagrimas escaparam de seu olhos. Não teve nem mesmo forças de ir atrás dele. Além da cena em público, Finn ainda tinha deixado a conta para Rachel.


Além da conta tinha o pensamento sombrio que Rachel evitou ao máximo: ela seria uma esposa troféu. Ela não teria voz. Nem mesmo escolha...


Será que era assim que seria sua vida com Quinn?


 


(...)


Uma semana se passou, e Rachel não teve mais nenhuma notícia de Finn.


Não contou a ninguém sobre o tenso termino, apesar de suspeitar que Kurt soubesse já que vivia lhe dando olhares preocupados. Apesar de estar com o coração partido, Rachel não deixava transparecer ali no Instituto ou quando chegava em casa. O momento que tirava para chorar era em seu carro, na sua cama, nos momentos que se vê sozinha para encarar o quanto as palavras de Finn martelavam sua cabeça.


 “Nem mesmo consigo ficar aqui na sua frente vendo nos destruir tão facilmente pra bancar a esposa troféu igual sua mãe!”


Alguém bateu na porta e enevoou a lembrança das palavras de Finn.


Uma morena sorridente adentrou, com uma pasta em sua mão.


—Santana. A que devo a honra? –perguntou Rachel estranhando a chegada da sua prima.


—Quinn me disse que queria o contrato –Santana sentou–se a sua frente e entregou a pasta.


—E você é a representante. –Rachel deu sorriso sem graça. Fazia eras que ela e Santana já não conversavam como antes.   –Bom, até que fico aliviada por ser alguém da família. Não vai ficar surpresa com as tramoias do meu pai.


—Acredite, Rachel, seu pai é capaz de surpreender até o diabo –Santana revirou os olhos.


—Como está Brittany? –Perguntou Rachel tentando aliviar o assunto.


Brittany era a esposa de Santana e as duas estavam juntas desde a adolescência. Rachel conhecerá Brittany e a achava uma luz na vida de Santana. Foi por esse amor a Brittany que Santana deu as costas ao Berry e a assumiu como esposa. Era um amor que Rachel tinha que confessar que sentia inveja.


—Bem. Está animada com o casamento. Seremos madrinhas –Santana deu um sorriso orgulhoso.


—Fico feliz, de verdade –Isso deu alivio ao coração de Rachel. – Não iria suportar se fosse um dos amiguinhos bajuladores da Quinn. Aquele tal de Sam Evans ou o Archie Adams...Sabe se ela os convidou?


—Acredito que é uma conversa que você tem que ter com ela –Santana deu um sorriso provocativo –Ela é sua noiva.


—É verdade –murmurou Rach. Ela não iria se casar com Quinn na frente daqueles idiotas, não mesmo.


—E você? Quem convidou? –Santana quis saber.


—Além da nossa família? Kurt e Camilla. Tem alguns professores daqui também. –Rachel deu um sorriso triste –Sabe que não sou de ter muito amigos.


—Chamou Finn? –o tom enojado de Santana demonstrou que ainda não suportava o namorado da prima.


—Não terminou de uma maneira boa –Rachel sentiu um aperto no peito.


—Sinto muito –respondeu Santana em um tom automático.


—Sente nada.


—Não sinto mesmo. Ele é um idiota –As duas riram.


Rachel olhou para o documento. Ali estava o pedaço de papel que definiria sua vida em algumas semanas. O que não estava naqueles papeis era como seria morar com Quinn sendo que nem mesmo a conhecia direito.


—O que acha dela? Sinceramente. –Pediu Rachel.


Santana e Quinn eram amigas desde a faculdade, e até onde Rachel sabia, era Santana e Lauren as pessoas mais próximas de Quinn.


Mas Santana sempre foi verdadeira, principalmente com Rachel, ela não diria algo para florear a visão de Quinn ao seus olhos.


—Quinn... é uma pessoa complicada. Ela criou uma imagem de pessoa frívola e distante para se proteger, e acho que acaba acreditando nas próprias mentiras. Mas como eu a conheço bem sei que ela não é nada disso que mostra – Contou Santana.


—É difícil de acreditar. Nesses cinco anos só nos víamos em baile, sempre cumprindo uma agenda social. E depois de tirar algumas fotos ela simplesmente desaparecia com seus amigos. Me esquecia completamente.


—Eu não sei como era a relação de vocês no passado. Mas agora não dá mais pra se ignorarem. Você irá para a casa dela, viver no mesmo teto que ela. Comece a pensar em uma maneira de melhorar essa relação, ou então, vai ser uma desconhecida em sua própria casa.


Era isso que deveria fazer? Ser “amiga” de Quinn?


Ou só deixar as coisas fluírem com o roteiro e ser apenas sua esposa troféu como insinuou Finn?


A questão não era só como ela deveria agir nessa situação, mas também que tipo de esposa Quinn queria ter. Ou pior: Que tipo de esposa Quinn Fabray seria?


(...)


 


Rachel se olhou no espelho, o vestido estava lindo. 


Tudo orquestrado pela mãe e pela cerimonialista contratada por Quinn, depois de três dias da visita de Santana tinha chegado o dia da prova do vestido. Rachel não tinha nenhum vestido em mente, por isso deixou que a mãe escolhesse.


E ela tinha acertado.


—Me falta palavras para elogiar você.


Rachel se virou surpresa, dando de cara com Quinn.


Quinn vestia um terno todo preto, e sua camisa preta reluzia por baixo. Era como um anjo negro.


 –Não está de branco – foi a primeira coisa que Rachel reparou.


Ver Quinn ali fez as palavras de Finn retornarem a sua cabeça. “Esposa-troféu” será que Quinn estava ali para verificar se ela estava altura de ser a sua esposa troféu? Se estava bonita o suficiente para exibi-la aos seus amigos?


Rachel foi obrigada a reparar também que Quinn estava deslumbrante. Mesmo no ápice de sua raiva pela Fabray, ela não conseguia de ficar espantada com sua beleza.


—Branco não é minha cor –Quinn sorriu passando as mãos em sua lapela.


—Dá azar ver o vestido da noiva antes do casamento! –Rachel revirou os olhos. Nem mesmo a prova do vestido poderia ser tranquila.


Será que Quinn estava ali para controlar o vestido que iria usar também?


—Isso era uma desculpa pros homens duzentos anos atrás não desistirem do casamento caso a noiva fosse feia. Hoje em dia é só uma superstição tola pra gente idiota.


—Eu acredito!


Quinn segurou a risada. Rachel ofendia-se facilmente com seus comentários sarcásticos. E a Fabray sempre se divertia ao irrita-la, mas naquele momento lembrou que estavam em trégua desde o jardim.


—Bem, não tenho que temer igual aos outros –Quinn segurou a mão de Rachel e a fez rodopiar lentamente. – Minha noiva é extremamente linda.


—E você é extremamente canalha! – Rachel deu um sorriso a ela. Gostou do elogio, ninguém tinha usado “extremamente e linda” na mesma frase para defini–la.


E então lembrou–se que aquilo era falso. Quinn só estava encenando seu papel de dedicada para iludir Rachel e fazê-la colaborar com tudo aquilo.


—Não parece muito feliz –constatou Quinn.


—E tem como? Somos obrigadas a nos casar e nem mesmo suportamos a presença da outra. Será terrível.


—Nunca disse que não te suportava. Em alguns momentos até consigo gostar de você. Na maioria deles está com a boca fechada.


—Pra sua tristeza isso não acontece com frequência.


—O que lamento muito se posso dizer – as duas riram juntas.


Quinn segurou a mão de Rachel e a fez sentar nas cadeiras de espera.


—Não está com raiva? Ou infeliz? –Rachel não sabia como Quinn se mantinha tão calma a tudo. Desde a assinatura, Quinn age como se aquela situação não a incomodasse nenhum pouco.


Como se fosse normal se casar com alguém que os pais escolheram pra você.


—Rachel, sempre soube que me casaria com você. Tudo isso é o esperado.


—Esqueci. –Rachel afastou sua mão da de Quinn.– Você tem a sensibilidade de um robô.


—Já você, tentou impedir isso ao máximo. Até mesmo foi a minha sala.–Quinn franziu o cenho e se concentrou no rosto de Rachel. – Tem alguma razão específica pra isso?


—Não devíamos ser peões dos nossos pais. Todos tem direito de escolha. De como quer viver a vida. Esse direito me foi negado há muito tempo, nunca pude escolher nada até o momento que decidi construir o Instituto. Ainda sim tenho que andar na rédea do que meu pai acha adequado fazer. –Rachel abaixou a cabeça, sua postura assumindo a derrota –Ele sempre vai controlar tudo. Até nós duas ela controla.


—Rach, olhe pra mim. –Quinn segurou seu rosto com as pontas dos dedos e a forçou olhar para a Fabray. –Sei que essa situação é terrível pra nós duas. Por mais que pense que sou uma pessoa sem sentimentos, estou frustrada com isso também. Mas podemos tornar mais fácil pra nós duas se começarmos a nos entender. Viveremos juntas, e sinceramente não quero morar em um campo de batalha.


—Também não quero –Rachel lembrou sobre a conversa com Santana. Elas viveriam juntas.


—Podemos começar então sendo amigas.


—Amigas que daqui a dois dias irão dizer votos matrimoniais uma a outra –Rachel ironizou e viu o sorriso no rosto de Quinn. Isso a fez amolecer. –Sim.


—Além dos votos matrimoniais, quero fazer uma promessa a você –Quinn segurou seu rosto com uma mão, obrigando Rachel encarar seus profundos olhos verdes. –Eu prometo, que sempre, vou respeitar sua decisão. Nunca vou colocar minhas vontades acima das suas.


—Isso significa muito pra mim, Quinn. –Quinn ter a consciência que Rachel estava em desvantagem nessa situação e não querer impor sua vontade já demonstrava que Quin não poderia ser o monstro que Finn tentou convencer que ela era.  –E eu prometo sempre ser sincera com você. Esse casamento será a base da confiança e do respeito, tudo bem?


—Não penso em nada melhor.


Eu penso, Rachel disse em sua cabeça, amor seria algo melhor.


Mas não esperaria amor de Quinn Fabray. Pois assim como o pai, Quinn amava o dinheiro e nisso as duas seriam completamente opostas. E mesmo que fossem amigas, Rachel sentia que nunca poderia de fato amar Quinn como esposa.



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Autor(a): blacksweetheart

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